King Of My Heart

By EK_Torres

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Theresa e Júlia ganharam duas passagens para Aurora através da revista Charmosa, agora as BFF's vão viajar pa... More

SINOPSE
7º (parte II)
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By EK_Torres

GORGEOUS

     Ava nos colocou dentro de um carro  e começamos uma viagem para as antigas ruínas do castelo de Monte do Rei, o pobre do motorista teve que aturar nossas belas vozes de anjos cantando muito axé e outras musicas antigas brasileiras, as ruínas parecem ser afastadas da cidade, demoramos quase duas horas para chegar até elas, mas assim que chagamos fiquei encantada, era como se tivesse entrado em um filme medieval, não dava para ver muito bem a estrutura original do castelo, porém, era possível imaginar como ele já foi, a uma parte de pé, mas podemos andar entre as paredes que estão algumas em pedaços, outras erguidas, até algumas estruturas de janelas ainda estão de pé.
  Tiro o óculos e observo de longe.
— Uau - solto o ar dos pulmões.
— Uau é esse vento, se eu abrir os braços saio voando - Júlia tira a mecha que está quase entrando na boca dela.
— Estamos bem alto, no pico do monte, se acostume com esse vento - Ava sorri e começa andar -, vamos, vocês não vai acreditar como é por dentro.
   Ajeito minha jaqueta e acompanho Ava, tiro fotos das ruínas e depois passo pelo que resto da entrada do castelo, tem mato cresce do no chão, são flores rosas pequenas, é lindo.
— Vocês estão agora no salão de baile do castelo - Aça abre os braços.
   O lugar está cheio de grama, parte das paredes estão de pé, mas o teto não existe, pedras que o completavam estão no chão, dou um guri de 360 graus sem acreditar.
— Imagina só, Ju, um teto de pedra, velas, mesas de madeira, pessoas festejando, músicas em um canto, o rei sentado no trono assistindo tudo...
— Vestidos com espartilhos, arpa, flauta - Júlia suspira.
— Uau, quanta imaginação - Ava acha graça - para felicidade de vocês, tem um pequeno centro a alguns quilômetros daqui, uma cidadezinha pequena de interior, mas tem um restaurante e lojas.
— Tudo que precisamos: comida e lojas.
   Tiro foto no salão de baile e no que restou de uma grande escada, depois vamos para perto do penhasco, tiro fotos do por do sol que é simplesmente inesquecível, ficamos sentadas na grama observando todas aquelas cores, as árvores, o mar, o castelo, é como um quadro de pintura, nem consigo acreditar que estou aqui.
  Se alguém me dissesse no ano passado que eu estaria aqui, em Aurora, viajando, curtindo a vida, e ainda por cima conheceria o príncipe, bom, eu direita que essa pessoa é louca, caduca. Mas cá estou eu, sentada no gramado de um castelo em ruínas observando o por do sol. Inacreditável.
— Queria ficar aqui para sempre - Ju diz -, não aqui exatamente, mas em Aurora, queria ficar aqui.
— Não sente falta do Brasil? - questiono.
— Não o bastante para preferir morar lá do que aqui.
— Quanto patriotismo - Ava zomba.
— Para você ver - dou risada -, essa aí só tive para o Brasil na Copa do Mundo e olhe lá.
— Nós em Aurora, somos muito patriotas, as pessoas aqui estão torcendo para o país até quando ele está em ruínas, são esperançosos, tradicionais.
— Uau, queria ser assim - Ju abraça as pernas.
— Acho que tudo vai das pessoas acreditarem no potencial do país, da nação. Aqui todos acreditam nas tradições, nas histórias de Aurora ser uma grande e rixa nação de reis e rainhas, hoje em dia levam isso para o parlamento, acreditam que a família real representam o país, que defendem assim como os ministros.
— Eles confiam - exemplifico.
— Sim. A corrupção é baixa em Aurora.
— Rá. No Brasil não é assim não - Ju ri forçado.
— Infelizmente - acrescento.
— Vai melhorar - Ava tenta animar.
— É o que esperamos, né - Ju fecha os olhos - agora vou aproveitar esse lugar enquanto posso.
   Fecho os olhos também, deixo os últimos raios de sol tocarem a minha pele.

   No restaurante que na verdade é um pub, sim, um pub! Aí, me sinto na Irlanda..., peço uma porção de uma batata frita temperada com um molho típico do país, e também um copo da cerveja sem álcool que na verdade não é cerveja mas tem o nome de "brown beer", ê algo como a cerveja do Harry Potter, simplesmente deliciosa, doce e azeda ao mesmo tempo.
   Faço uma careta quando bebo o primeiro gole, as meninas são risada e eu as acompanho.
— Vai você então, fortuna! - ergo o copo grande de brown beer para a Ju que a pega e olho com estranheza.
— Tá bom...
   Júlia bebe um gole e parece normal.
— Satisfeita? - faz uma expressão vitoriosa.
— Só eu achei estranha?
— Só - Ju e Ava falam juntas.
— Chatas!
   Enquanto as meninas comentam sobre a bebida pego meu celular e vejo se tem alguma mensagem ou coisa do tipo, não tem nada, mas não podia esperar alguma coisa, não sei meu número para o Ben, ou para a Belinda, só sai.
— Ei, Theresa, para onde você foi ontem?
  Ava está me encarando esperando uma resposta, abro e fecho a boca sem saber o que dizer, não estava esperando por isso.
— A Tê foi para o centro, andar  pelos prédios - Júlia diz por mim.
— Ah - Ava parece entender e fica na dela.

   Chegamos no hotel e eu vou direto para cama, estou exausta.
   Logo de manha desci para tomar dejejum no restaurante do próprio hotel, Ju quer ficar no quarto até as duas da tarde e depois ir para a feira de artesanato, que por sinal é no mesmo lugar que fui com o Ben, ela diz que vou ter que fingir que junca vi esse lugar e que estou animada, mas garanto a Júlia que ainda estou animada por aquele lugar.

    Só voltamos para casa a noite, e quando voltamos finalmente ligo a televisão e adivinha só quem aparece no jornal? A família real.
   A família real foi a um chá beneficente a favor do tratamento de câncer na infância, Ben foi nesse tal chá, ele estava de terno azul marinho e parecia ... Um príncipe. Reviro os olhos. É tão óbvio.
  É a família real, são diferente do que imaginava, a rainha chega a ser baixa comparado a filha, tem cabelos perfeitamente ondulados e chocolates e tem um rosto de séria, já a irmã mais velha de Ben me lembra a atriz de The Crown, a que faz a rainha Elizabeth, olhos claros, cabelo castanho, pele que nunca viu o sol e ela sorri enquanto fala com as crianças com câncer.
  Eles parecem perfeitos, mesmo quando não parecem... não entendo.
  Suspiro e deixo a Ju vendo o programa e tagarelando enquanto guardo umas coisas em uma das malas.
— Ele não te ligou?
   Nego com a cabeça.
— Ele não tem meu número.
— E dai? O cara é o príncipe!
   Respiro fundo.
— E dai que ele não tem que me ligar, Ju.
— Para mim, esse príncipe devia. Vocês saíram juntos!
— Ju...
— E se ele te esqueceu? - Júlia coloca a mão no coração - E se ele te achou sem graça?
   Olho para ela incrédula.
— Você é uma péssima amiga! Minha nossa, Júlia! Obrigada mesmo, ajudou muito.
— Só estou sendo sincera. Tentando ajudar. Você precisa seguir em frente, amiga.
— Júlia! Não tem nada para eu seguir em frente.
— Isso sim é um começo!
   Respiro fundo.
— Você não bate bem da cabeça.
— Ei!
— Eu vou ir dormir, boa noite.

Acordo e me remexo na cama sem abrir os olhos, enfio minha cabeça por baixo do travesseiro e resmungo, não queria acordar agora, estou com sono.
Vejo as horas no celular, são oito da manhã, é o sétimo dia em Aurora, e faz quase três dias que não vejo o cara da realeza, desligo a tela do celular e me viro para o outro lado, ele provavelmente me esqueceu, vou ir dormir que ganho mais.
Só acordo duas horas depois com o celular tocando, me sento ainda com os olhos fechados e coço os  com a mão.
— Alô? - bocejo.
Tessa?
Arregalo os olhos.
— Ben?
— Oi.
Engulo seco.
— Ahm...oi.
— Me desculpe.
Suspiro.
— Você vive se desculpando, Ben.
— Poucas pessoas me chamam de Ben - ele diz e tenho certeza que está sorrindo.
— Benjamin é formal demais, muito coisa de príncipe - dou risada.
— Que bom que não sou um príncipe, né? - ele ri - Liguei para pedir desculpas por sumir, estava em uma viagem para o norte.
— Ah.
— Posso te ver ou seria muita falta de vergonha na cara?
— Me ver?
— É. Tenho tempo livre hoje, poderíamos assistir mais filmes, tem muitos que nunca vi.
— Assistir filmes no hotel? Boa ideia.
— Okay.
— Okay.
— Então, pode abrir a porta?
Abro e fecho a boca, saio da cama e vou até a porta, assim que a abro encontro Ben com o celular no ouvido.
— Você tem que me avisar antes de fazer isso, nunca estou preparada.
— Acho que isso se chama surpresa - ele desliga a ligação e guarda o celular no bolso da calça jeans.
Benjamin está de calça jeans e moletom verde, enquanto eu estou de pijama de unicórnio.
— Pijama legal - ele diz segurando o sorriso.
— Engraçadinho.
Abro caminho e ele entra.
— Como conseguiu meu número? - questiono.
— Tenho meus contatos.
— Já volto. Fica a vontade, só vou demorar um segundo.
Vou até o quarto e procuro por uma roupa, pego minha calça e uma blusa de Star Wars velha, vou para o banheiro e escovo os dentes, amarro o cabelo e respiro fundo. Volto para onde o Ben está, uma sala pequena com sofá e televisão no quarto, ele está sentado sem se mover.
— Voltei.
Ele me encara.
— Star Wars? Interessante.
Sento do lado dele.
— Então, qual filme você quer ver?
— Nunca assisti Crepúsculo, nem Titanic, nem Velozes e Furiosos...
   Interrompo.
— Nunca assistiu? Como?
— Sou ocupado.
— Vamos começar com o clássico jovem, Crepúsculo.
— Okay.

Benjamin gostou de Crepúsculo, achou engraçado o vampiro brilhar, mas gostou, depois começamos a jogar Uno e a conversar, ele me contou um pouco sobre a infância, nada demais, na verdade, ele perguntava e eu respondia, mesmo assim foi muito bom, nem vi o tempo passar.

— Coisa que mais gosta de fazer? - Ben joga uma carta no chão, que é onde estamos jogando.
— Não sei, gosto de ouvir música, desenhar, dormir, comer. E você?
— Gosto de deitar e observar o céu.
— Observar o céu?
— Sim. Meu pai fazia isso comigo, ver as estrelas. É algo muito especial para mim.
— Que lindo.
— O céu ou eu?
Reviro os olhos e coro.
— Convencido.
— Okay. Agora, me diz o que você gostaria de fazer, coisas para riscar da sua lista.
Penso um pouco.
— Ir em uma praia paradisíaca, com água cristalina; pular de um penhasco e cair no mar; viajar para França, e para Itália, ver os vinhedos, lugares antigos; terminar minha faculdade; dançar na chuva; acampar; andar de balão...
— Quanta coisa.
— Sou sonhadora.
— Sonhar é bom.
Tê, você viu meu batom...
Eu e Ben olhamos assustados para Júlia que toma um susto também, tinha me esquecido dela.
— Ju.
— Ahm, oi - Júlia olha para os lados, parece desesperada - acho melhor eu ir embora. Foi um prazer te conhecer, hein...majestade.
Júlia tropeça enquanto volta para o quarto, mas fica firme e sai do nada.
Olho para o Ben.
— Me desculpa, tinha me esquecido dela. Não precisa se preocupar, A Júlia não abre a boca.
Benjamin parece pensar um pouco.
— Okay - diz por fim -, e é alteza - ele sorri - majestade é só meus pais.
— Ah tá.
Ben se mexe, no lugar, se senta de frente para a televisão, encostando as costas no sofá.
— E aí, qual sua série favorita?
Sorrio e vou para o lado dele.
— The O.C.
— Nunca ouvi falar.
— É apenas um sucesso dos anos 2000. E depois ainda tem Gilmore Girls.
— Vamos ver se são boas mesmo.
Coloco The O.C. primeiro, olho de canto para ver se ele está prestando atenção, Benjamin parece estar estudando os personagens, acho fofo como está concentrado, queria tirar uma foto dele assim, mas só volto a assistir.
Peço o almoço, que na verdade é um monte de besteira, quando chega vou ir abrir a porta e quando volto um dos braços do Ben está apoiado no sofá e só tenho duas opções, ficar bem longe dele ou sentar do lado e deixar o braço dele ao meu redor.
Penso nas opções e tomo coragem e sento do lado, não tem nada de mais, é algo normal, coisa de homem ficar se esticando por aí. Levo a pipoca com calda comigo, a deixo no meu colo, como com pressa, ou nervoso, não sei. Bem está tranquilo do meu lado, não fala nada.
— Está gostando? - pergunto.
— Sim, meu preferido é o Seth, ele é engraçado.
— Todos amam o Seth.
— Vou anotar isso mentalmente.
— Você é engraçado - digo olhando para ele.
— Por que?
— Tudo parece novo e bonito para você.
— Gosto de apreciar obras de arte.
— The O.C. é uma obra de arte?
— Talvez.
Dou risada, ele é o primeiro a achar isso.
— Você é uma obra de arte.
Paro de rir, engulo seco, acho que estou começando a suar.
— Cheia de respingos e riscos - dou uma risada nervosa.
— Única.
Benjamin está perto demais de mim, quase posso sentir sua respiração, engulo seco e tento ficar concentrada, mas aí eu olho nos olhos dele, azul profundo, como um oceano puro, e então consigo sentir sua respiração e ...
O celular toca.
O celular dele toca.
Nos afastamos rapidamente tomando um susto e ele pega o celular.
— Alô? - diz meio desconcertado - O que? Agora? Tá. Está bem, estou a caminho.
Ben desliga o celular e começa a se levantar.
— Eu preciso ir.
— Tá.
Me levanto.
— Te levo até a porta.
Andamos até a porta sem dizer nada, ele sai e se vira para mim, me apoio na porta e tento parecer normal.
— Muito obrigado, Tessa, foi um dia incrível.
— É, foi - sorrio sem graça e olho para meus tênis.
— Gostaria de ficar, mas preciso ir, minha mãe precisa de mim.
— Assuntos de família.
— Me desculpe.
— Já disse que devia parar de se desculpar - fabrico um sorriso.
— Estou sempre estragando as coisas.
— Não te vi estragar nada hoje.
— Estou me esforçando.
— Bom trabalho.
Ficamos em silêncio, balanço meu pé e suspiro.
— Bom, tenho que ir.
— É.
— Tchau, Theresa.
— Tchau, Ben.
Estou quase fechando a porta quando ele segura.
— Esqueceu algo? - pergunto confusa.
— Sim.
Ia perguntar o que era mas antes disso Benjamin dá um passo e me beija, nem sei o que fazer, depois ele sorri e diz tchau e vai embora, fecho a porta e ouço a Júlia gritar:
— Minha nossa, ele te beijou!!!

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