Meu cupido é um desastre

By SouEuLarissa_

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"O amor é lindo, isto é, se você estiver com a pessoa certa. O cupido é quem seleciona quem vai ser o amor da... More

I - Prólogo
II
III
IV
V
VII
VIII
IX
X
XI
XII
XIII
XIV
XV
XVI
XVII
XVIII
XIX
XX
XXI - Epílogo
Agradecimentos + Curiosidades sobre o livro
Nova capa!

VI

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By SouEuLarissa_

  E chegou o dia seguinte. Meus pais tinham saído de casa cedo, e,  por isso, minha avó chegou cedo, ou seja, teria que suportar ela por mais tempo. Já era o começo da noite mais ou menos. Iria para a festa eu, Gih, Renato e Lucas. Bruna não queria ir pois disse que seu cachorro comeu a roupa que ela iria para a festa. A princípio não acreditei, mas ela mandou uma foto, e realmente, a roupa estava toda detonada.

  Eu passei um tempinho me arrumando, mas não fui com nada muito elaborado. Apenas uma maquiagem básica, um short jeans rasgado, uma blusa e um tênis prateado. Não era uma festa chique, então eu nem precisava me arrumar tanto assim.

  — Você tá linda viu? – Falou Ângelo analisando minha roupa — Aposto que... – Eu não tinha entendido o que ele tinha falado pois eu estava usando o secador de cabelo.

  — O que? – Perguntei confusa.

  O cupido ficou vermelho.

  — Ah, era bobagem. Deixa pra lá.

  Desconfiei um pouco, mas decidi deixar pra lá mesmo. Provavelmente foi alguma coisa extremamente irrelevante para o desenrolar da minha vida. Ou será que não? Ah, deixei pra lá mesmo assim.

  Assim que terminei de me arrumar, Gih ligou para mim.

  — Alô? – Falei ao atender.

  — EU JÁ TE MANDEI 134 MENSAGENS E VOCÊ NÃO RESPONDEU NENHUMA! – Ela gritou — Mas é só pra avisar que eu tô te esperando na porta da sua casa.

  — Tá bom então, tô indo.

  Encerrei a ligação e saí do meu quarto. Minha avó já estava lá, sentada em uma poltrona, mexendo no celular.

  — Ô Daniela! – Minha vó gritou — Como que abre o Facebook?

  — Vó, eu tô atrasada!

  "Cadê aquele cupido que disse que ia me ajudar?" Pensei.

  — Huuuum, tá arrumada que só, vai enfiar a língua na garganta de quem hoje? – Minha avó perguntou ao ver que eu estava toda arrumada.

  Fiquei vermelha. Então, vi Ângelo no fundo da sala. Eu fiquei um pouco mais aliviada. Então, de repente, minha avó dormiu.

  — O que você fez? – Perguntei.

  — Fiz ela dormir assim como fiz com sua professora ontem. – Respondeu.

  — Tá né... Não vou fazer perguntas. Vou indo, tchau. – Falei.

  Saí de casa e entrei no carro da mãe de Gih. Ela iria me dar carona até a festa. Mas achei estranho quando vi que os meninos não estavam.

  — Oi Gih, oi tia! – Cumprimentei as duas – Cadê o Renato e o Lucas?

  — Ah, eles foram mais cedo pra festa – Explicou Gih — Aí a gente se encontra com eles lá.

Continuamos conversando até chegar na casa da festa. O som estava alto, e já estava com muita gente.

  — Bom, divirtam-se meninas! – Falou a mãe de Gih.

  — Tchau tia, obrigada pela carona! – Agradeci.

  Entramos da casa, e literalmente estava lotada. Cheia de gente dançando. Latas de cerveja pelo chão. Gente suada. Que maravilha hein?

  — Como o Hugo conseguiu comprar cerveja se ele é menor de idade? – Perguntou Gih confusa, praticamente gritando, pois o som tava muito alto.

  — Provavelmente mandou alguém mais velho comprar, sei lá né – Respondi gritando — Onde estão os meninos?

  — Não sei, vamos procurar!

  Avistei Lucas sentado no sofá, mexendo no celular e bocejando. Fomos até ele.

  — Oi Lucas! – Gritei.

  — Oi Dani, oi Gih! – Ele gritou de volta.

  — Cadê o Renato? – Perguntou Gih.

  — Tá ali. – Apontou para o meio da multidão dançando.

  E Renato estava lá. Segurando uma latinha de cerveja. Descabelado. Dançando. Completamente louco.

  — Ele nem é de beber! – Falei assustada — Ele tá bêbado? Quantas latas ele tomou?

  — Ele tá muito bêbado. E essa é a segunda lata. — Respondeu Lucas.

  Eu olhei para frente. Ângelo estava observando tudo na escada da casa, me lançando um olhar de reprovação por ainda não ter pego ninguém provavelmente.

  — Bem, eu vou para o banheiro. – Falei. Eu apenas queria me distanciar daquela multidão.

  Cheguei no banheiro, fechei a porta(não tranquei), e fiquei me encarando no espelho, algo que eu costumo fazer por algum motivo. Fiquei refletindo sobre o quão melhor seria ter ficado em casa.

  Mas eu tinha que tentar né? Então eu saí do banheiro e decidi tentar aproveitar um pouco.

  Mas, assim que saio do banheiro, dou alguns passos e dou de cara com a Gih beijando o Tiago. Sim, meu ex. Eu poderia me importar muito, mas, sinceramente? Eu tava nem aí. Já terminou o namoro mesmo, eu tenho é que seguir em frente.

  Eu fiquei pensando isso comigo mesma, mas não me aguentei. Eu não tava nem aí. Eu tava mentindo. Voltei para o banheiro e me sentei no chão, respirando fundo e pensando no quanto minha vida é horrível.

  Quando de repente, ouvi alguém entrando no banheiro. Era Renato. Ele estava... Chorando? Me levantei rapidamente do chão.

  — Renato? – Me aproximei dele — O que aconteceu?

  Ele me abraçou bem forte e chorou mais ainda.

  — A Gih... Ela tá lá. Ela tá. Tiago. Beijou ele. Eu não aguento. – Ele realmente deve estar muito bêbado para estar falando assim.

  — Como assim? O que tem isso? – Perguntei avaliando a situação.

  — Eu amo. Eu quero a Gih. Eu sou louco por ela. Eu beijei ela uma vez. Mas eu sou louco por ela. – Ele continuou chorando no meu ombro, e eu comecei a acariciar a cabeça dele, assustada com a revelação. Ele nunca tinha me contado isso.

  — Calma, vai dar tudo certo... – Sussurrei para ele — Tá tudo bem.

  Ele se afastou um pouco de mim, e então começou a passar a mão delicadamente em meus cabelos. Eu fiquei mais assustada ainda, pois ele nunca faria isso comigo.

  — Me ajuda a esquecer. Me beija. Não aguento mais. – Falou.

  Beijar ele? Eu não queria fazer isso! Mas, antes que eu dissesse algo, ele já estava colado em meu corpo. Sua boca cheirava a cerveja. Eu realmente não queria fazer aquilo, especialmente com aquele cheiro e, provavelmente, gosto horrível.

  Mas ele começou a me dar beijos. Com uma mão no meu cabelo um braço envolvendo minha cintura, ele me deu beijos delicados. Eu não queria fazer isso. Mas, se eu me afastasse, ele ia piorar o humor. E aquilo até que tava bom. Então eu deixei me levar.

  Ele foi aprofundando o beijo, e aí começamos a dar beijo de língua. Aí não teve quem nos parasse mais. Apesar do gosto de cerveja, aquilo tava muito bom. Eu apenas ignorei aquele gosto.

  Enquanto beijava ele, fiquei pensando no quanto isso estava sendo errado. Eu não deveria estar beijando meu melhor amigo. Mas eu não queria me afastar. E isso me deixou muito confusa.

  Os beijos só ficavam mais intensos. Quando finalmente, Renato se afastou, e falou algo que eu não entendi direito. A única palavra que eu entendi foi "Lucas". Ele saiu do banheiro, e eu fiquei lá, processando o que tinha acontecido. Eu e um dos meus melhores amigos nos beijamos porque ele era apaixonado por uma das minhas melhores amigas e ele se decepcionou porque ela tava ficando com o meu ex. Isso é bastante confuso. E o que tem Lucas? Por que ele falou alguma coisa relacionada ao Lucas no fim de tudo isso?

  Tranquei a porta do banheiro e fiquei andando feito uma barata tonta. Por que diabos isso tinha que acontecer justamente comigo?

  Quando de repente, dou de caras com Ângelo. Ele estava de braços cruzados, balançando a cabeça negativamente.

  — Cara, tu só ferrou mais minha vida! – Falei para Ângelo — Eu não queria fazer isso, mas por causa de você eu tive que vir pra cá e fazer isso!

  — Fazer o que? – Perguntou confuso.

  — Você não viu o que aconteceu?

  — O que? Eu estava te procurando no meio da multidão, só agora que me toquei que você estava no banheiro! O que aconteceu?

  Suspirei aliviada por ele não ter visto.

  — Ah, não foi nada demais... Eu juro.

  Ângelo se aproximou. Eu estava torcendo para ele acreditar em mim.

  — Tá mentindo – Falou — Esqueceu que quando eu quero, eu leio pensamentos?

  Nesse momento, fiquei mais vermelha que qualquer outra coisa vermelha no mundo.

  — E seu batom está borrado. Você estava beijando alguém. Você é uma péssima mentirosa.

  — V-veja bem – Gaguejei um pouco. Eu sabia que não adiantava mentir — Um dos meus melhores amigos, que tá bêbado nesse exato momento, estava sofrendo pela minha amiga e do nada me beijou. Eu não queria isso. Eu estou muito confusa!

  Ângelo ficou boquiaberto.

  — Você... Hum... Sentiu alguma coisa?

  — E-eu não sei! – Do nada, eu senti uma vontade de chorar — Eu não queria que isso acontecesse...

  — Vai lá falar com ele – Me aconselhou — Explique que você não queria isso...

  Antes que eu abrisse a boca, alguém queria entrar no banheiro. Como a porta estava trancada, esse alguém não teve sucesso. Quando eu ouço a voz de Lucas:

  — Pelo amor de Deus, alguém abra essa porta!

  Ângelo sumiu, como de costume. Eu destranquei a porta, e vi Lucas segurando Renato.

  — Ele desmaiou... – Ele começou a falar, mas aí ele reparou no meu batom borrado. Ele olhou para a boca de Renato, e a boca dele estava manchada com o meu batom. Então, ele suspirou — Eu vou levar ele pra minha casa, já que é aqui perto. Estou indo. Tchau.

  Ele parecia bem decepcionado com algo, mas eu não sabia o que era. Aquilo me deixou bastante abalada. E me deu vontade de ir para casa.

  Procurei a Gih pela festa. Quando achei ela, só consegui dizer uma coisa:

  — Pelo amor de Deus, vamos embora daqui.

 

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