Contando Estrelas

By LucianeRangel

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SINOPSE: A ideia de um trabalho voluntário nunca passou pela cabeça de Elisa. Na verdade, era algo que ela ja... More

Prólogo
Capítulo um - Esquisitão
Como comprar

Capítulo dois - Inacreditável

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By LucianeRangel

— Quanta idiotice! — Natália praticamente gritou, de tanta revolta.

Sentada ao seu lado em um banco do pátio, eu não estava menos irritada.

— Estamos no segundo ano. Logo teremos vestibular, ENEM e tudo mais... E ela nos faz perder dois meses de estudo fazendo caridade!

— Idiotice pura! — Natália reforçou.

De pé à nossa frente, Juliana tentou nos acalmar:

— Sabem que não adianta ficar assim. A professora Melissa é cabeça dura sempre, ela não vai mudar de ideia. Vamos ter que fazer essa chatice de trabalho, não tem jeito.

— Para você é fácil aceitar! — rebati. — Vai ter o lindo do Miguel como dupla.

Ela riu.

— Elisinha, não começa com ciúme. Sabe que eu tô em outra. E, além do mais, o Miguel não faz o meu tipo.

Eu sabia, mas não conseguia evitar o ciúme. Eu é que deveria fazer dupla com o Miguel, eu! Seria a oportunidade perfeita para que a gente pudesse passar um tempo sozinhos, conversar melhor, conhecer um pouco mais um do outro. Digo, ele conheceria mais a meu respeito, porque eu já o perseguia há tempo suficiente para saber até a cor de suas meias preferidas.

— Pelo menos você está com alguém civilizado — comentou Natália. — Eu vou ter que fazer dupla com aquele garoto babaca que só sabe fazer piada com tudo e zonear as aulas.

— Tá reclamando? — rebati. — E eu, que vou ter que ficar com aquele esquisito pobretão?

O argumento pareceu, enfim, ter comovido aquelas duas.

— Coitadinha de você, Elisinha — Juliana passou uma das mãos pelos meus cabelos.

Natália suspirou, concordando:

— Sei que eu também não fiquei numa situação muito boa, mas... Acho que, de fato, a sua é pior, amiga. Aquele moleque é muito, muito esquisito!

Como de costume, Ju tentou animar a situação:

— Vamos olhar pelo lado bom? Elisinha, eu vou poder vigiar o Miguel pra você! Mais do que isso, vou poder falar de você pra ele!

Senti meu sangue gelar diante da ideia.

— Não vai contar a ele sobre os meus sentimentos, né?

As duas riram, na certa achando graça na forma em que eu me referi às questões amorosas.

— Fique fria, Elisinha — Juliana me tranquilizou, ainda rindo. — Confie em mim. Logo você e o Miguel serão um casal.

— O casal mais fofo que essa escola já viu! — Natália completou.

Bufei, incomodada com as brincadeiras. Porém, que alternativa eu tinha? Precisava confiar.

***-***

Eram quase três da tarde quando o motorista da Nat me deixou em casa. Eu morava bem próximo à escola, na chamada "área nobre" da cidade, em um condomínio de classe média alta. Entrei e, como de costume, encontrei minha mãe no quintal, montando um arranjo de plantas. Seu mais novo hobby.

— Filha, chegou em uma ótima hora! — Ela me olhou, animada. — Olha, o que achou?

Voltei os olhos para a "obra de arte". Um amontoado de galhos secos retorcidos, com uma flor sem graça bem no meio. O vaso, pelo menos, era bonito. Minha mãe tinha bom gosto para as coisas que comprava. O mesmo não se podia dizer das que ela fazia.

Olhei para a varanda, onde, sentada no degrau estava Érica, minha irmã de nove anos. Mesmo com a considerável diferença de idade, a gente não se dava muito bem. Ela era uma criança chata, irritante, mimada e pirracenta e, embora minha mãe sempre dissesse que eu era ainda pior naquela idade, sinceramente não conseguia ter muita paciência. No entanto, em uma coisa eu e minha irmã éramos sempre cúmplices: na arte de tentar não ferir os sentimentos da mamãe com opiniões sinceras sobre os hobbies que ela inventava. Embora ela não tivesse talento algum para trabalhos manuais.

— Está uma graça, mãe! — respondi, por fim, optando por uma mentira caridosa.

— Que bom que achou! Anda, me ajuda a colocar no jardim!

Eu a ajudei a carregar o grande vaso até a área gramada do quintal, onde minha mãe pretendia montar o seu novo jardim. O triste era que eu sabia que nem uma mísera flor teria tempo de crescer ali antes que mamãe mudasse de ideia e iniciasse um novo hobby. Era sempre assim.

— E aí, como foi na escola? — Ela enxugou o suor do rosto com as costas das mãos enquanto dava uma bela olhada em seu nada belo arranjo.

— Ah... foi... sei lá. Escuta, mãe... a senhora já fez trabalho voluntário?

Ela tornou a me olhar e seus olhos castanhos brilharam de empolgação.

— Não, mas que ideia linda! Podemos fazer as duas juntas!

E era assim que os novos hobbies surgiam...

— Não, mãe. Digo, eu vou fazer, mas não contigo. É um trabalho de escola.

— Ah, que coisa mais graciosa! Tenho certeza de que vai se sair muito bem nisso, filha. Que tal algo relacionado ao plantio de árvores? — Abriu a boca, assombrada e empolgada com a própria ideia — Já sei! Por que não se filia ao Greenpeace? Imagina só, aquelas missões na Amazônia! Posso ir com você!

— Não... Mãe, presta atenção! Você não vai comigo, e eu não vou a lugar algum. Digo, até vou, mas... Vou tentar achar um local bem mais perto.

— Entendi... — Sem reduzir a animação, mamãe olhou para o relógio de pulso. Vendo que estava atrasada, arrancou o avental que cobria suas roupas e voltou até a varanda, pegando a chave do carro sobre a mesa. — Peguei um horário grande de almoço hoje, mas preciso voltar para a loja. Sabe que aquelas meninas ficam perdidinhas se eu não estiver por perto.

Apesar de sempre ouvir isso, eu duvidava muito que fosse verdade. Minha mãe era dona de uma joalheria no centro da cidade e, mesmo sem precisar, fazia questão de estar na loja todos os dias. Mas ela, muito provavelmente, era mais "perdidinha" do que suas funcionárias.

Ela deu um beijo na testa de Érica, que, sentada no degrau, brincava distraída com algum joguinho em um tablet. Ao passar por mim, deu-me um beijo no rosto e sugeriu:

— Por que você não fala com a Joana? Talvez ela te indique um bom lugar para fazer o seu trabalho. Volto de noite!

Enquanto ela seguia para a garagem, pensei no quanto era bom ter Joana de volta ao comando da cozinha. Há algum tempo, mamãe cismou de se aperfeiçoar em culinária e passou a preparar cada prato horrível! Graças a Deus que, como todas as suas manias, essa passou bem rápido.

Joana era a única funcionária da minha casa e o braço direito da minha mãe, principalmente depois do divórcio. Trabalhava ali desde que eu tinha dois ou três anos e era, praticamente, uma pessoa da família. Porém, já conhecendo-a bem e sabendo que era tão empolgada quanto a minha mãe, optei por não pedir orientação alguma para o meu trabalho. Sendo assim, quando entrei em casa e passei pela cozinha, não toquei no assunto com Joana. Apenas cumprimentei-a, comentei sobre o arranjo bizarro que minha mãe tinha feito, peguei um copo de água e segui para o meu quarto, onde passei o dia estudando. Deixei de lado a odiosa apostila com as regras para o igualmente odioso trabalho em dupla. Deixaria para me preocupar com aquilo no dia seguinte.

Eu sabia que o sofrimento seria grande.

***-***

Além de regras, a bendita apostila também estava cheia de datas. A primeira delas determinava que na próxima terça-feira, durante a aula de História, as duplas deveriam reunir-se para traçar as metas do projeto.

E a ideia de me reunir com aquele esquisitão não me animava nem um pouco.

Confesso que até cheguei a cogitar a hipótese de, antes disso, puxar algum assunto com ele, para me apresentar formalmente e, talvez, até adiantar um pouco dos planos para o trabalho. Porém, simplesmente não consegui. Estava irritada demais com toda a situação, e ainda achava aquele garoto extremamente estranho para sentir qualquer vontade de tentar uma aproximação. Quando o vi pela primeira vez, imaginei que ele logo fosse mais um a integrar o grupo dos garotos do fundão ou, mesmo que isso não acontecesse, que nos intervalos se uniria aos outros alunos bolsistas como ele (que sempre costumavam andar juntos). Mas nada disso aconteceu. Ele era um completo antissocial, parecia que não tinha feito uma única amizade na escola e nem se importava em fazer. Estava sempre num canto dos fundos da sala, prestando atenção aos professores ou, nos intervalos entre uma aula e outra, dobrando um pedaço estúpido de papel – fato que ainda me intrigava bastante.

Foi apenas na semana seguinte, na aula de História, que eu tomei coragem para fazer o que devia ser feito. Logo que a professora Melissa entrou e nos mandou usar o tempo de aula para discutir sobre o trabalho que começaríamos ainda naquela semana, eu me levantei e fui até os fundos da sala, sentando-me em uma cadeira vaga ao lado do novato.

— Oi — cumprimentei.

Ele me olhou de volta, mas não pronunciou uma única palavra. Fiquei em silêncio, aguardando que falasse algo ou que respondesse ao cumprimento. Nada. Continuou calado, olhando-me como se esperasse que eu dissesse mais alguma coisa.

Sendo assim, fui mais direta no assunto:

— Sou a sua dupla do trabalho da professora Melissa.

— E eu com isso?

"E eu com isso"? Era tudo o que o esquisitão tinha a dizer? Mas qual era, afinal, o problema dele? Além de esquisito ainda era mal-educado, antipático e insolente!

— Adoraria que você não tivesse nada a ver com isso. Mas temos um trabalho para fazer, então... Um pouco de boa educação não faz mal a ninguém, sabia?

Determinada, abri a apostila sobre a mesa da carteira dele e comecei a apontar itens marcados com caneta marca-texto rosa, enquanto os citava em voz alta:

— O primeiro ponto é decidir em qual lugar vamos agir. Acho que um orfanato é a melhor opção. Afinal, criancinhas órfãs sempre trazem comoção e, por consequência, devem nos render uma boa nota. Então precisaremos determinar os dias. O mínimo, de dois dias, está mais do que perfeito. Tenho natação às segundas, balé às quartas e costumo ir ao clube às sextas. Finais de semana estão fora de cogitação, então será nas terças e quintas. Quero ter meu horário de almoço preservado, então iniciaremos após as 15 horas. E não quero ficar até tarde, então... uma hora por dia está mais do que suficiente. Eu fico responsável pelas fotos e entrevistas com envolvidos, você pode preencher só o seu diário que está de bom tamanho. Só precisamos, então, achar o tal orfanato e começar nosso trabalho. Certo?

Terminada a listagem, eu o olhei, aguardando por uma confirmação à minha pergunta obviamente retórica. E, novamente, ele apenas continuou a me encarar como se aguardasse que mais alguma coisa fosse dita.

— E é só isso? — ele falou, por fim.

— Alguma ponderação a fazer?

O breve silêncio da parte dele fez com que eu me perguntasse se ele saberia o significado da palavra "ponderação".

— Na verdade, tem um ponto que parece não ter ficado muito claro.

Sabia! Ele deveria ser bem burro mesmo. Que parte, de toda a explicação detalhada, ele não havia compreendido?

— E o que foi que não ficou claro?

— Essa parte... onde está? — ele correu os olhos e o dedo indicador pela primeira página da apostila, até parar no título. — Aqui! Esse ponto é o que parece não ter ficado claro.

Li o título em voz alta:

— "Trabalho em dupla"? O que você não entendeu nisso?

— Não entendi que parte disso diz que você pode decidir tudo sozinha.

Subitamente, senti o meu rosto queimar, não saberia dizer se por raiva ou algum tipo de constrangimento. Quem aquele esquisitão achava que era para falar comigo daquele jeito?

No entanto, tentei manter a calma ao explicar:

— Não estou decidindo sozinha. Estou te comunicando sobre as minhas...

— Decisões?

— É. Digo, não! Sobre as minhas... opiniões... E vendo se você concorda ou não.

— E eu tenho a opção de discordar?

— É claro que tem. Estamos em uma democracia, não é?

— Não sei. Por um momento você me pareceu uma ditadora.

— Eu não sou uma... — Percebendo que tinha elevado um pouco o tom de voz e que alguns alunos mais próximos nos olhavam, fiz um esforço para me controlar e, assim, passei a falar mais baixo. — Não estou ditando nada. Você pode discordar de alguns pontos, se quiser.

— Certo. Então... eu discordo.

— Do quê, exatamente?

— Deixe-me ver... — Ele pegou a apostila, percorrendo os olhos pelas minhas anotações a lápis feitas ao lado de cada tópico. Após uma leitura silenciosa de uns dois minutos, colocou a apostila de volta à mesa e completou. — De tudo.

Ele abriu um odioso sorriso, enquanto eu o encarava de forma completamente incrédula. Esperava que ele fosse dizer que estava brincando, mas percebi que não parecia inclinado a isso.

— Como... assim? — Minha pergunta saiu baixa e entre os dentes.

— Discordo de tudo. Talvez os dias da semana até possamos manter. Não quero atrapalhar as suas valiosas idas ao clube.

Respirei fundo, enquanto apertava as mãos, num estado de raiva que dificilmente alguma pessoa conseguia me deixar. Aquele garoto não era apenas esquisito e mal-educado. Era um completo insuportável!

— Olha só... Fábio, não é? ...Então, Fábio... Eu já tenho nota boa o suficiente para conseguir passar de ano em História, e só estou aceitando fazer esse trabalho idiota para não deixar baixar a minha média geral do ano. Infelizmente sou obrigada a fazer isso com você, então agradeceria muito se resolvesse colaborar. E, na boa, acredito que você deve estar precisando desta nota bem mais do que eu, então, vê se colabora, tá bom?

Ele riu e isso fez a minha raiva aumentar. Talvez o moleque simplesmente não soubesse que, em sua condição de bolsista, tirar boas notas era vital. Ou talvez não se importasse muito com isso. Tinha gente que definitivamente não dava valor às oportunidades.

— Está bem... Elisa, não é? Vou tentar "colaborar". Mas discordo de algumas... "opiniões" suas.

— Certo. Então pode explicar em que pontos e porque discorda?

— Vamos começar pela instituição. Tenho uma para indicar e não é um orfanato.

— E por que sua opção é melhor do que a minha?

— Porque eu tenho a instituição certa, e você não tem um orfanato certo. E a que tenho é de confiança, conheço as pessoas de lá e isso pode ajudar a facilitar o seu 10.

O último argumento me convenceu. Certo, o esquisito até que tinha razão.

Ele continuou:

— Quanto aos horários, o tempo que você vai passar lá comigo, por mim, realmente tanto faz. Só que esse trabalho também é meu... e eu, da mesma forma que você, sei tirar fotos e fazer entrevistas.

Foi a minha vez de rir. Peguei um celular de um modelo antigo e com a tela rachada que estava sobre a mesa e mostrei para ele.

— E é com essa belezinha que você vai tirar as fotos?

— Não é tão bom quanto o seu iphone, não é?

Não fazia ideia de como aquele garoto sabia que eu tinha um iphone. Na verdade, não sabia como ele poderia reconhecer um, mas deixei isso de lado e optei por esforçar-me para chegarmos a um consenso. Sabia que, na hora, tudo iria funcionar como eu queria. Não deixaria o esquisitão arruinar a minha nota.

— Tá, te deixo brincar um pouco de tirar fotos, se é assim que você quer. Mas então, qual a instituição que você indica, afinal?

— A coisa perde um pouco da graça quando se tira o elemento-surpresa. Te encontro às 3 da tarde, em frente ao colégio, pode ser?

Abri a boca para responder. No entanto, nesse momento, o sinal tocou, abafando a minha voz. Os outros alunos, incluindo o tal Fábio, começaram a guardar o material nas mochilas. Eu permaneci imóvel, pensativa, até que tive coragem para perguntar a respeito da ideia aterrorizante que se passou pela minha mente:

— Escuta, esses lugares que você conhece, não são tipo... Recuperação de menores infratores ou reabilitação de drogados, né?

Ele já terminava de fechar o zíper da mochila, mas parou o que fazia, voltando a ficar de frente para mim. Apoiou os cotovelos sobre a mesa e inclinou o tronco para frente, ficando, assim, mais próximo. Eu senti um leve temor diante daquilo. Os olhos castanho-esverdeados dele me encaravam de uma forma tão profunda que chegava a me assustar. O que ele pretendia com aquilo? Parecia querer ler a minha mente ou, pior: a minha alma.

Senti-me estremecer quando a voz dele foi novamente ouvida:

— Talvez. Quem sabe eu não te apresente, lá, alguns amigos meus, hã?

Bem que eu tentei disfarçar o medo, mas dessa vez soube que isso não era mais possível. Senti meus olhos se arregalarem e percebi que, num movimento inconsciente e involuntário, acabei recuando o tronco um pouco para trás, afastando-me dele.

Já ele, riu, enquanto movia a cabeça de forma negativa.

— Você é inacreditável, garota — Ele se levantou, colocando a mochila em um dos ombros. — Te encontro às três. — Ele saiu da sala.

Juliana e Natália se aproximaram, chamando-me para irmos embora juntas, como sempre fazíamos. No entanto, eu permaneci estática, assustada demais para ter qualquer reação.

— Elisa? — Ouvi a voz da Nat me chamando, preocupada. — Elisa, algum problema?

Olhei para as minhas amigas, mas não respondi. Em vez disso, levantei-me e corri, alcançando a professora Melissa já na saída da sala.

— Professora, por favor! — supliquei, impedindo a saída dela.

— Elisa, o que aconteceu? Está pálida, menina!

— Professora, eu nunca te pedi nada. Eu sou uma ótima aluna, a melhor, minhas médias são as maiores de todo o ensino médio... por favor, me libere desse trabalho maldito. Ou me deixe fazê-lo sozinha, por favor!

Ela me analisou em silêncio por alguns instantes. Até que, passados alguns segundos, que para mim mais pareceram horas, respondeu:

— "Maldito" é uma palavra muito forte para ser dita por uma menina tão jovem. Quer saber? Existe muito rancor nesse seu coração e tenho certeza de que esse trabalho lhe fará muito bem. Agora me dê licença, marquei de almoçar com o meu noivo antes de ir para a outra escola onde trabalho. Até semana que vem!

Sob os meus protestos, ela simplesmente virou as costas e saiu.

Juliana e Natália se aproximaram, olhando preocupadas para o abatimento que caía sobre mim. Aliás, isso era pouco. Sentia como se o mundo estivesse desabando sobre as minhas costas.


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