Meu vizinho se chama Vlad

By Lyhalmeida

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Jean Mhorelly é uma colegial prestes a fazer 18 anos no ultimo ano do ensino médio. Ela é como qualquer garot... More

Esquecer é inevitável.
Vlad.
Bata antes de entrar.
Não tem pra onde correr.
Capitã.
Pilotando a mente.
Desaparecida.
Não vou mergulhar na solidão.
Caindo no precipício.
Encurralados.
Saindo do escuro.
Clãs.
Quando o relógio avisa.
Dezoito.
Midnight
Você paga o que deve.
A terceira noiva.
Minha espada, meu escudo.
Sem dor, sem glória.
Onde está a sua lealdade?
Antes tarde do que nunca.
O sangue nos conecta.
Adeus, amigo. Olá,inimigo.
Forasteira.
Um dia da caça, outro do caçador.
Você colhe o que planta.
Legado pendurado no pescoço.
Você se foi e eu fiquei.
Mente Blindada.
Tudo vem com um preço.
O que não te mata, te fortalece.
Na pele do desespero.
Meu sangue derramado.
Nos perdemos para a escuridão.
Um caminho sem volta.
Controle.
O lado escuro da alma.
Não superamos a dor, apenas lidamos com ela.
Finalmente só.
Caminhamos em cacos de vidro.
Donos da verdade.
Feitos de aço.
Minha eterna maldição.
O mapa.
O solar Frankenstein part.I
O solar Frankenstein part.II
Eu estou afundando.
Laboratório subterrâneo.
Aceite o que você é.
Declarando guerra.
Se afogando em pensamentos.
A compaixão pode aliviar o coração.
Aliados.
Pertencemos a um futuro incerto.
Temer a vida ou a morte?
AVISO IMPORTANTE(atualização 27/12/2021)
O infiltrado
Coração partido
Nicholas, o impiedoso.
Perdendo o equilibrio.
Tirem suas dúvidas!

Romênia.

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By Lyhalmeida

***

- Mãe, não fique assim eu estou bem.- digo no celular.

- Bem? Você não dá notícias a mais de 12 horas!- ela estava preocupada.- Jean, onde você está?

Eu fico em silêncio por alguns segundos e então respiro profundamente o ar que ameaçava deixar meus pulmões.

- Mãe, eu estou bem.- digo.- É tudo o que você precisa saber.- ouço ela soluçar na outra linha.

- Oh Jean, o que está acontecendo?

- Não se preocupe comigo, ok?

- Não! Eu sou a sua mãe! Tem que me dizer o que está acontecendo.

- Mãe...

- Eu vou ligar para a polícia de novo.- ela diz e eu pulo da cadeira.

- Não faça isso.- peço.- Eu já disse que eu estou bem. Por favor, confie em mim.

Um silêncio se fez e então eu ouço a respiração dela no celular.

- Só me diga que não se misturou com quem não devia e fugiu para fumar maconha. Eu mataria você.

- Eu não sou uma louca e você me conhece. Sei que ficou preocupada, mas eu estou em um lugar seguro. Acredite, bem seguro.- saio da cozinha e vou para a cabine presidencial, Vlad e Dylan não estavam mais lá.

- Mas, a onde você está?- volto a prestar atenção desviando o olhar da cabine.- Você está estranha desde o dia em que bateu com a cabeça na calçada.- diz e lembro da bela mentira que Vlad havia contado pra ela.- E Olive disse que você estava com Vlad, é verdade?

Eu olho para os lados para ver se Quanty estava por perto.

- Mãe, escuta. Eu vou ficar fora alguns dias, ok?

Ela pareceu surtar.

- O que? Não! De jeito nenhum!- falou alto.- Você não é maior de idade para ficar por aí, onde quer que você esteja, Jean, volte para casa. Agora.

- Eu não posso.- eu estava tentando pensar no que dizer para despistar.

- Você pode e vai.- eu fecho os olhos.- Querida, apenas volte pra casa...

- Vlad me levou para conhecer os pais dele.- foi tudo o que consegui pensar. Ela se entrolhou toda na outra linha.- Pareceu uma boa ideia na hora, eu acho.

- Oh...- sua expressão era de surpresa. Mas também havia algo de estranho em sua voz.- Isso.. isso é bem legal.

- É, legal.- digo sem entusiasmo.

- Podia ter me avisado, sabe o quanto fiquei preocupada?- ela pareceu ficar mais calma.- E aliás, você mal o conhece.

- Sim, eu fiquei pensando nisso o dia todo. Mas eu não quis te dizer ainda.- Menti.- Os pais dele são professores bastantes influentes da universidade da Califórnia, Vlad achou uma boa ideia de me recomendarem.

- Isso é incrível.- diz ela em um tom estranho.- Sabe, eu estou surpresa. Onde eles moram?

- Em....- exergo Quanty vindo em minha direção estressado- Mãe eu preciso desligar.

- Não, Jean...- diz e eu desligo.- O que você quer?

- Nada de ligações, não pode falar com ninguém.- eu o encaro com os lábios apertados.

- Era a minha mãe, eu tinha que explicar o meu sumisso repentino antes que ela pudesse mandar o exército para me procurar.- digo irritada.- Onde está Vlad? Preciso falar com ele.

Ele arqueou as sobrancelhas com um sorriso branco.

- Ele está ocupado.- diz.

- Ocupado? Por quanto tempo?- pergunto e ele coça o rosto.

- Não sei, você deveria voltar ao seu aposento. Já vamos aterrissar.- Vou para a janela e percebo que estávamos em outro lugar e não mais sobre as nuvens.

- Se o vir, por favor diga que preciso falar com ele, é urgente.

- Se eu o vir.- ele abriu a mão e fez um sinal.- O celular.

Eu olhei para o celular que estava na minha mão direita.

- Você quer que eu lhe entregue o meu celular?- pergunto firme.

- Sim. Ou você quer que eu o retire da sua mão?- eu entrego o celular para ele e então saio dali pisando forte.

Aterrisamos tranquilamente, eu havia sido a primeira a sair daquele avião, acompanhada de Quanty é claro. Estávamos em outro aeroporto particular e pareceu quase ser o mesmo que estava em Savana, fui para fora e sorri quando vi aquela cidade bem longe.

- Jean vamos, entre no carro- Diz Vlad me esperando do lado de fora e com a mão encostada na porta.

Fiquei apenas olhando para ele, parecia que eu estava de alguma forma atrapalhando algo ali. Decidi manter distância dele apartir de agora, eu não sabia o que fazer.

- Só um minuto.- digo me virando.

- Bem-vinda a Transilvânia.- Quanty diz seguindo meu olhar diretamente para a cidade.- É linda, não é?

O sol irradiou sobre a floresta que bloqueava passagem direta.

- É sim...- digo ainda olhando para a cidade.- Eu não esperava algo assim.

- Acho que você imaginava uma cidade sombria.

- Eu imaginava.- volto a olhar para o carro no qual Vlad estava me esperando. - Não, tudo bem eu vou no outro.- digo e sua expressão muda.

- Tem certeza?- Vlad pergunta.

- Eu tenho.- fui ao carro que estava pronto para sair.- Não quero incomodar, Vlad.- digo e entro.

As árvores eram enormes na Transilvânia, uma maior que a outra, fiquei pensando se a natureza era mais importante para eles do que a modernidade. Então eu olho para a cidade que vi da colina, estávamos chegando nela quando me surpreendi com vilas pequenas e lojas em paredão, as pessoas pareciam tão alegres e não preocupadas, por que elas não sabiam dos vampiros e lobisomens que viviam entre eles.

Havia uma outra colina perto de um bosque no qual passamos de carro, parecia ser mais uma montanha, era muito alta, quase um abismo e com árvores bem curtas. Entramos em um grande portão, ele se abriu partindo a letra D que ficava no centro ao meio.

Nós seguimos pela estrada cercada por uma sequência de árvores com flores que pareciam ser tulipas, as flores que eu mais adorava. O carro parou na frente de uma grande mansão, uma mansão de andares e extensão, janelas de persiana, paredes altas envolvidas com painéis de folhas e flores, varandas com estátuas de pequenas crianças com asas tomavam a atenção da bela mansão. Era o castelo deles.

O castelo do Drácula.

Saí do carro antes mesmo de alguém abri-la para mim. Uma garota com cabelos castanhos claros e de olhos castanhos escuros veio em minha direção. Ela estava usando uma calça de couro colada e uma blusa decotada preta com uma jaqueta cinza, ela descia a escada larga da mansão de saltos longos e pretos. Em seu pescoço havia um colar, igual ao de Vlad.

Ela deu um sorriso amigável e me avaliou com um olhar meigo.

- Jean Mhorelly.- ela diz com a voz doce.- Sou Safíre Imogher.

Eu levanto as sobrancelhas ao ouvir seu nome.

- Você é uma...

- Sim, eu sou.- ela diz mostrando os olhos vermelhos brilhantes, depois eles voltam a sua cor natural.- Venha, deve ter feito uma viagem cansativa, repousar antes de se apresentar ao Drácula e ao conselho seria essencial.

- Tudo bem.- digo e ela balança a cabeça.

- Por aqui.- mostra a escada para eu subir.

Entro pela grande porta e fico boquiaberta quando me deparo com um salão clássico, o teto era tão alto e continha um lindo lustre de três camadas de diamantes que refletiam a luz do sol que entrava pela porta principal. Paro no meio do salão, havia a mesma letra D em todo o lugar, ela estava contornada com traços dourados, sigo Safíre por ele e subimos em uma escada longa e elegante. Entramos em outro corredor, tinha quartos conforme passávamos.

- Então, você é a Jean.- ela diz ainda andando.- O seu cabelo parecia mais escuro quando a vi por fotos.

Pego algumas mechas do meu cabelo para olhar.

- Como assim fotos?

- É uma conversa pra outra hora.- diz ela.

Olho para os retratos que estavam pendurados nas paredes.

- Você é parente de Quanty não é?

- Sou a irmã dele.- ela diz.- Você o conheceu?

- Sim, e se você não tivesse dito o seu nome, eu nem perceberia o parentesco entre vocês dois.- faço uma careta.- Ele é meio...

- Cabeça dura?- ela pergunta sorrindo e eu dou de ombros.- Ele sempre foi o destacado da família.

- Um amor.- digo em tom irônico.- Ele foi com os Skyters, na casa da minha melhor amiga para me levar.

Ela concorda orgulhosa.

- Foi assim que soubemos sobre você. Por eles.

Nós paramos na frente de um quarto.

- E agora eu estou aqui.- digo como se aquilo fosse a coisa mais terrível do mundo.- Se não fosse por eles, eu não estaria aqui.

O sorriso que estava em seu rosto se desfez lentamente.

- Compreendo.- ela saca uma chave do bolso da jaqueta cinza que estava usando.- Não pense que isso é algo ruim, só vamos examiná-la, para ver o que tem em você que impede a persuasão. Pode não entender, mas isso é um baita risco.

Ela abre o quarto e fico maravilhada com ele, era grande com uma varanda italiana bem Romeu e Julieta. As paredes eram de um tom de papel, a cama era enorme e com várias camadas de lençóis, na varanda havia uma mesa média de vidro com duas cadeiras em volta, o guarda roupa era de mogno e tinha uma porta do lado de uma penteadeira, supôs que era o banheiro.

- Eu não trouxe bagagem.- digo e ela entra no quarto indo em direção ao guarda-roupa de mogno. Ela abre e vejo muitas roupas lá dentro, vestidos de camurça e seda longos e curtos, a maioria curtos, calças de couro, uma jaqueta de couro preta e outra vermelha se escondiam bem em todas as outras roupas que ali estavam.

Me viro para Safíre que esperava minha aprovação.

- Fiz questão de comprar novas pra você.- ela diz pegando um vestido vermelho vinho colado que tinha um decote como o dela.- Aqui, esse destaca sua pele.

Eu pego o vestido.

- Todas as roupas são do meu número?- pergunto.- Você que escolheu?

- Sim. Mandaram fotos suas, e você pareceu ter o mesmo corpo que o meu, só que você tem mais cintura.- ela indica.

Coloco o vestido de volta no guarda-roupa.

- Parece que planejaram tudo mesmo..- digo e ela dá de ombros.- é assustador.

- Obrigada.- ela diz passando a mão por seus cabelo longos.- Não vamos se esquecer dos sapatos.

- Ainda tem isso?- pergunto.

- Unhum.- ela foi até um closet, ele era todo branco com prateleiras cheias de sapatos. Cheias demais.

- Nossa.- digo e ela sorrir.

Havia sapato por todo o lado, saltos de bico grosso e fino das cores vermelha, preto e cinza ficavam em uma só prateleira. Tinha botas de salto que cobriam até a metade da canela e também botas sem salto curtas.

- Isso não é um closet, é um shopping.- um homem de terno assim como Quanty, apareceu na porta fazendo um sinal para Safíre ir até ele. Ela se aproximou e o homem falou algo em seu ouvido que a fez me encarar preocupada.

- Tudo bem.- ela diz e o homem some no corredor.- Bom... ele deseja vê-la agora.

Eu pisco lentamente.

- Quem?- pergunto e então percebi que a única pessoa que gostaria de falar comigo naquele momento, era ele.- Drácula.

Ela faz um sinal para eu poder sair do quarto.

- Sim.- ela diz e fecha a porta me entregando a chave.- Ela vai ficar com você, depois que terminar a reunião do conselho, venha direto para cá. Entendeu?

Faço que sim com a cabeça.

- O que é exatamente uma reunião do conselho?- pergunto.

- É uma reunião entre o Drácula e os membros do conselho, para decidir e discutir o futuro de coisas que acontecem no mundo lá fora.- eu suspiro.

- E eu sou uma delas.- eu acrescento.
- Como ele é?- pergunto e ela me guia até a escada, vamos por um corredor. Enxergo outro salão, ele estava cheio de pessoas, vampiros. E no centro havia um altar, no meio dele um trono todo feito de vidro e nele um homem estava sentado esperando com a expressão calma.

- Ele é assim.- sussurra. O Drácula era um homem sério, de cabelos loiros escuros como os de Vlad. Safíre e eu paramos no meio do grande salão e ficamos diante das pessoas que nos encaravam.

- Por que eles estão olhando pra nós?- pergunto e ela olha em volta.

- Eles estão olhando é pra você.- ela diz. Olho para o Drácula que apenas esperava. Atrás dele surge Vlad, ele estava com outras roupas, calça de couro e uma blusa preta de mangas curtas. Ele se junta ao pai ficando ao seu lado, olho para ele que me analisava com uma expressão preocupada e desvio o olhar. Ao lado do altar onde o Conde estava sentado, três homens e uma mulher estavam sentados em pequenos tronos de vidro, atrás deles estavam pessoas mais jovens, pareciam ter a minha idade e a de Vlad. Um menino ruivo me encarava suavemente com um sorriso tranquilo.

Todos os vampiros são calmos? Perguntei a mim mesma.

Enquanto Safíre ia para o altar, ela subiu e ficou ao lado de Vlad que a olhou com carinho, ela deu um sorriso bem grande e depois os dois voltaram seus olhares para mim. Então eu percebi, Safíre era a sua outra noiva, a primeira, como Dylan havia dito. Ela fez um sinal para eu ficar calma e se endireitou para ficar mais perto de Vlad que a puxou.

- Jean Mhorelly.- A voz do Conde ecoou pelo grande salão e todos olharam atentos.- Teve uma boa viajem?- ele pergunta e eu faço que sim com a cabeça.- Por favor criança, chegue mais perto.- dou passos curtos.- Você já deve saber porque está aqui.

- Sim, eu sei.- digo calma.- Me trouxeram para descobrirem o que tem de errado comigo.- as pessoas ali começaram a cochichar.- O senhor deseja me examinar, para encontrar o que exatamente?

Ele sorri.

- Meu filho, tinha o dever de esconder nossa existência dos humanos, assim como todos nós.- ele não olhou para Vlad, manteve os olhos fixos em mim.- E assim mesmo, com toda a educação que teve dos melhores tutores, os melhores ensinos e os melhores treinamentos de combate...- ele pausou e suspirou.- Mesmo assim ele fracassou.

Vlad abaixou a cabeça e Safíre segurou sua mão.

- Ele não fracassou.- digo e ele pareceu surpreso. Vlad levantou a cabeça e me olhou atentamente.- A culpa é minha, eu estava no lugar errado e na hora errada. O erro foi meu, não do seu filho.

- Mas é claro, a culpa sempre é dos mais fracos.- sua voz estava cheia de sarcasmo. Respiro outro ar e então me aproximo mais um pouco dele.

- Fracos? Suponho que esteja se referindo a quem não saiba se defender, ou a quem não faz idéia de como é o mundo lá fora...- eu aponto em direção aos cantos.- Por que Magestade, eu não sou nada fraca.

Ele lança um olhar fulminante para mim.

- Me informaram que você tem a mania de enfrentar as pessoas.- ele diz.- De que não tem medo de enfrentá-las, mas de mim... você deveria ter.

Eu o encaro com paciência.

- Não preciso. - digo firme.
- Eu não tenho medo do que eu não deveria temer. Não estou lhe enfrentando, estou apenas falando a verdade.

- E admiro as suas sinceras palavras, mas elas não passam de um insulto para mim.- ele diz e então olha para Safíre.- Faça o que você tem que fazer.

Ela hesita antes de vir até mim.

- Vá enfrente.- digo.

Safira se move em minha direção e toca o meu ombro com a mão direita.

- Jean.- começa ela.- Você consegue sentir meu domínio sobre você?- Seus olhos brilharam, um tom de vermelho claro. Ela estava tentando me persuadir, mas eu não sentia nada além de enjoo e dor de cabeça.

- Não. Eu não sinto.- digo e ela olha para o conde em busca de ordens.

Ele pareceu suspirar impaciente, então encarou algo abaixo do meu queixo. Segui seu olhar e me deparei com o pingente do meu colar ficando azul celeste, mas aquele pingente nunca brilhava, ele era apenas um símbolo, um símbolo de uma tulipa.

- Safíre.- ele diz autoritário- O colar no pescoço dela, tire-o.

Ela olha para o colar que estava no meu pescoço, Safíre faz um sinal para eu ficar parada. Ela passa as mãos pelo meu pescoço removendo o colar que eu havia ganhado de aniversário.

- É allyrico.- diz e vejo a marca do colar na palma da mão dela quando ela o retirou.

Eu me espanto e viro para olhar Vlad, ele estava tão surpreso quanto eu.

- Por isso você não conseguiu
persuadi-lá, ela estava sendo protegida, protegida de nós!- ele olha para o filho que estava imóvel ao seu lado. O salão se encheu de murmúrios e cochichos altos. Me viro e vejo Safíre pegando um pano que uma mulher ruiva de cabelos curtos deu a ela para embrulhar o colar.

- Sinto muito.- ela diz terminando de embrulhá-lo.- Mas você não pode ficar com ele.

Eu dou uma última olhada para o colar e então me viro.

- Faça de novo Safíre.- diz o Conde.
Ela olha nos meus olhos outra vez. Ela mantém o foco até um certo ponto e então toca o meu ombro esquerdo.

- Você consegue sentir o meu domínio sobre você?- ela pergunta confiante de que estava conseguindo.- Consegue?

Um arrepio passa pela minha nuca.

- Não.- digo e Safíre para de focar seu olhar no meu. Ela se vira para olhar o conde que estava com a expressão detectável de espanto. O silêncio habitou no grande salão e Safíre se afastou de mim.

- Mas o que você é?- O Drácula pergunta se inclinando.- O que você é?

Safíre estava me encarando curiosa e espantada, esperando uma resposta assim como todos que estavam ali.

- Eu não sei.- digo com a voz falhando, aquilo era muito, muito ruim. Eu estava mais assustada do que qualquer um.

- Você não sabe?- ele pergunta serrando os dentes.- Você estava usando um colar de allyrico e não sabe!

- Pai, já chega.- ele encara o filho.

- Quieto, Vlad! Não percebe o que está acontecendo? Ela estava usando uma arma! Uma arma contra nós!- Vlad aperta os lábios mas não recua.- E além do mais, mesmo não usando o colar, ela não pode ser persuadida.- Ele volta os olhos para mim.- Eu vou perguntar mais uma vez e quero a resposta certa.- seus olhos azuis escureceram.- O que você é?

- Majestade..- Safíre diz e então é cortada apenas com um olhar que o Conde lhe deu.

- Responda.- ele exige.- Responda!

- Eu juro que eu não sei!- digo e ele suspira.- Por favor, tem que acreditar em mim.

- Acreditar em você?- ele bufa.
- Como vamos saber que está falando a verdade? Não podemos nem se quer persuadi-lá para garantir isso.- ele leva a mão esquerda a testa e eu me afasto.

- Eu não fazia ideia que o colar era feito de allyrico.- passo a mão por meus cabelos.- Eu juro.

- E onde você o conseguiu?- Safíre pergunta com autoridade.

- Foi um presente.- digo.- Ganhei do meu pai quando completei dezesseis anos.

- Seu pai deu a você, então ele deve saber do colar.- O Conde diz depois de um silêncio curto.

Quanty se manifesta saindo da multidão.

- Sugiro ao nosso rei que busque o humano para interrogátorio.- ele diz e todos concordam.- Eu mesmo irei, se vossa Magestade concordar.

- Isso não vai acontecer.- eu digo alto para Quanty.

Ele vem em minha direção com um sorriso intimidador.

- E por que não? Nós a trouxemos e seu pai..

- Está morto.- quando eu disse aquilo, as pessoas voltaram a manter o silêncio. Quanty andou para trás e o Conde estava de cabeça baixa, como se aquilo tivesse o atingido de surpresa. Safíre entrelaçou suas mãos e Vlad... Vlad estava com o olhar distante.- Sei que não tenho palavra alguma aqui.

- Devemos mata-lá, Magestade?- um homem de cabelos platinados perguntou se posicionando atrás de mim, vejo por trás dos ombros ele se preparando. Quanty.

Eu vou morrer.

- Não!- Vlad atravessa o altar e vem até mim, ele me puxa para perto dele. - Ninguém vai encostar um dedo nela.

O homem de cabelo platinado se afasta.

- Você não decide isso, Vlad.- O Conde diz paciente.

Eu arregalo os olhos e então me solto de Vlad para enfrentar o Conde, ninguém decidia nada por mim ou decidia o meu futuro.

- Eu não estou mentido.- digo furiosa.- Se quiser acreditar em mim acredite, mas se quiser me matar, seja homem e faça você mesmo.- todos engoliram qualquer palavra que poderiam dizer naquela hora. O Drácula me olhou de um modo diferente, não estava zangado e nem aborrecido.

- Você é muito corajosa minha cara, mas também é muito audaciosa.

Ele suspira encarando o teto com pinturas de anjos com asas negras de espadas.

- Eu sei.- digo.- Às vezes é uma grande bênção.

- Muito bem então.- O Drácula diz como se tivesse tomado uma decisão final.

Vlad ficou agitado, tentou captar a decisão do pai.

- Não, pai.- ele se coloca na frente do Drácula.- Não faça isso, eu te imploro. Por favor não.

O Conde avalia o filho, o modo como se colocou diante dele.

- Você deve gostar muito dessa humana, para poder implorar algo a mim.- sua voz era suave, mas de um jeito firme.

- Eu nunca implorei nada pra ninguém, nem para o senhor.

- Até agora.- os dois manteram o olhar por alguns segundos.

- Por favor..- Vlad agora estava olhando para mim- Não a mate.

Ele segue o olhar dele e sorri.

- E quem disse que vou matá-la?- O Drácula se levanta do trono e vem na minha direção.- Você vai ficar, até descobrirmos com quem estamos lidando, ou melhor, com o que.

- Sou sua prisioneira agora?- pergunto irritada. Ele pega minha mão.

- Minha convidada.- ele diz e beija minha mão delicadamente, como um gesto de cavalheirismo.- Este conselho está encerrado.- todos começaram a se curvar e depois saíram do grande salão.- Descanse para o jantar.- ele diz saindo por uma porta enorme de mármore atrás do trono seguido por três dos skyters que reconheci.

Vlad vem até mim bem rápido.

- Se alguma coisa tivesse acontecido com você...- começa passando a mão pelo rosto.

- A culpa é toda minha.- digo aceitando minha posição. Ele me puxa para mais perto.

- Nada disso é culpa sua.- diz.- É minha.

- Não seja modesto...

- Eu não estou sendo, a pior parte já passou. Meu pai.- ele encara algo atrás de mim e se endireita.

- Ela é bem afrontosa.- Sáfire surge com a expressão séria.

- É mesmo.- Vlad concorda com um sorriso.

Dou um sorriso curto para Sáfire.

- Ao contrário de Dylan, você é bem amistosa.

- Dê tempo a ela.- Safíre diz colocando o cabelo para trás e eu balanço a cabeça concordando.

- Bom, eu vou pro quarto.- digo.

- Quer que eu vá com você?- ela pergunta se aproximando.- eu posso te preparar para o jantar de hoje a noite.

Olho para ela e depois para Vlad que estava incomodado.

- Não, tudo bem, obrigada Safíre.- digo.- De verdade, já fez muito por mim.

- Eu insisto.- Vlad dá de ombros e então se retira com um sorriso curto estampado no rosto.- Vamos, eu te levo até as escadas então. Você se lembra do caminho?

Aperto os lábios e cedo a favor dela.

- Ok.- ela sorrir e vem junto comigo.- Você é persistente.- ela dá uma risada e me guia até as escadas que subimos mais cedo.

- Safíre, Quanty quer ver você.- fomos paradas no meio da escada por um garoto alto e ruivo de cabelos claros. Ele fixou seus olhos em mim e pude ver que era o mesmo garoto que estava atrás de um dos membros do conselho, assim como Vlad estava perto do pai.- Então você é a famosa Jean.

Safíre revira os olhos e me cutuca sem ser discreta.

- Ignore ele, é bajulador demais.- ela diz e depois sorrir.

- Você ama bajuladores.- O menino ruivo retruca.

- Ah sim.- ela diz rindo e se vira para mim.- Jean esse é Nicholas Erwin meu melhor amigo e um dos melhores guerreiros da Transilvânia- olho impressionada para ele que apenas sorria para mim.

Eu desço alguns degraus para cumprimentá-lo.

- É um prazer te conhecer Nicholas.- digo e ele aperta minha mão, seus olhos eram verdes claros.

- Me chame de Nick, e o prazer é todo meu.- Me afasto um pouco e encaro o colar em seu pescoço, o pingente era uma rosa prateada.- Vi como você enfrentou o Drácula, e Quanty.- diz.- Foi bem corajosa.

- Eu só estava falando a verdade.

- Mas é claro que estava.- ele volta a olhar para Safíre.- Ele não gosta de esperar, sabe disso.

- Você tá me devendo.- ela bate no ombro dele e desce as escadas, eu me viro para subir.

- Suponho que você saiba o caminho do seu quarto.- ele diz e paro nos degraus.

- Sim, eu me lembro do caminho.

- Nick! Vamos logo!- Safíre diz já embaixo.- Você vai ficar bem?

- Eu vou.- digo e ela olha para Nick.

- Como você disse, ele não gosta de esperar.- Safíre faz um sinal para ele descer.

- De novo, foi um prazer te conhecer, espero vê-la no jantar de hoje a noite.- ele dá um sorriso de orelha a orelha e eu retribuo o gesto. Vejo os dois sumirem pela mansão e subo os últimos degraus.

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