Águas de Março

Por gisscabeyo

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Rio de Janeiro, berço do samba, das poesias de Drummond, da Boemia de Chico Buarque, das noites na Lapa, da G... Más

Prólogo.
1 - Goodbye, USA. Olá, Brasil.
2 - Coisas que eu sei.
3 - Mais do que oculta.
4 - Não era pra ser tão fatal.
5- Oblíqua e Dissimulada
6 - Ano novo, desejo antigo.
7 - Nosso jogo é perigoso, menina.
8 - Infinito particular.
9 - Boemia Carioca
10 - Quebrando tabus.
11 - Bom dia.
12 - Canto de Oxum
13 - Agradável e lento.
14 - Tempo ao tempo.
15 - Menina veneno.
16 - Contrapartida
17 - O que é meu, é seu.
18 - Colo de menina.
19 - Meu Pavilhão.
20 - Rua Santa Clara, 33.
21 - Sensações extremas.
22 - Aos pés do Redentor.
23 - Codinome Beija-flor.
24 - Cuida bem dela.
25 - Luz em todo morro.
26 - Queime.
27 - Azul da cor do mar.
28 - Revival
29 - Desague.
30 - Axé!
31 - Vamos nos permitir - part1.
32 - Idas e Vindas.
33 - A lua e o sol - part1.
34 - A lua e o sol - part2.
Bônus - Part. 1
Bônus - Part. 2
Spin off - part 1.
AVISO - LIVRO

Vamos nos permitir - part2.

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Por gisscabeyo


N/a: Olá, mores, volteei! Vamos lá com a segunda parte do capítulo? Vamos! Vocês queriam hot, né? Pois aí está, não só um, como três. KKKKKKK Aproveitem bastante porque eles são, oficialmente, os últimos hots de Águas de Março, e dessa vez é sério. Faltam apenas mais 2 caps para o final da fic )): Espero que gostem, se divirtam, digam o que acharam, que se excitem também KKKKK e que fiquem felizes. Qualquer erro, consertamos depois. Podem ouvir "Often – The weeknd", ouvi escrevendo, deve entrar no clima. Até a próxima, gente! Amamos vocês. <3

-

Fomos para o Vip's, no alto da Avenida Niemeyer, Leblon, localizado de frente para o mar. Era de longe o meu motel favorito e o mais bonito do Rio de Janeiro. Escolhi a suíte "Paraíso" e ela fazia jus ao seu nome. Era simplesmente um duplex, com vista para o mar e a pedra da Gávea. Dava para fazer uma festa com mais de vinte pessoas ali dentro, era necessário muita gente para desfrutar das duas camas, duas piscinas, três banheiros, sendo um panorâmico, hidro, cadeira erótica, sauna seca e a vapor e etc. Mas ali seríamos apenas Lauren e eu, e eu só queria foder em todos os cantos daquele lugar.

Como a garagem era privativa, já entramos na suíte nos agarrando, desesperadas para apagar o fogo que nos consumia. Puxei o vestido de Lauren para cima, o jogando em qualquer canto, descendo minhas unhas curtas e pintadas de vermelho por sua pele macia. Ela gemeu na minha boca, tentando descer o zíper do meu cropped, sem sucesso.

Soltei uma risadinha excitada, a guiando para trás sem desgrudar nossas bocas, enfiando minhas mãos pelas laterais de sua calcinha pequena e rendada.

: - Banheiro... – Sussurrei sem fôlego, deixando que sua língua quente lambesse meus lábios necessitados daquela atenção. – Quero um banho antes de ter suas mãos em mim.

Eu detestava foder me sentindo suja, e não aceitaria nenhuma investida sem ter meu corpo limpo antes.

Lauren me virou de costas para ela, deslizando sua boca por meu ombro direito, abaixando as alças do meu cropped sem cerimônia e livrando meus seios daquele aperto. Gemi, ficando toda mole naquela pegada brusca.

: - Hmmm, então eu vou começar a te foder lá mesmo, contra a parede... – Suas mãos tomaram meus seios, apertando e massageando, brincando com os biquinhos endurecidos, me deixando louca. Meus olhos fechados me faziam saborear mais ainda aquele prazer, e eu deixei que ela me guiasse para o banheiro. – Vou te colocar de costas pra mim, enrolar seu cabelo na minha mão e meter bem gostoso nessa sua boceta quente e apertada. Você vai gemer pra mim, Camila? Vai pedir pra eu te foder mais forte e mais rápido, daquele jeito que você adora?

: - Porra! – Minha cabeça tombou para trás, contra um de seus ombros. Minha calcinha estava destruída, meu corpo queimava naquele tesão assustador que ela sempre me causava. Amava quando ela ficava selvagem, quando me pegava daquele jeito, quando me controlava e me fazia gozar com pouco. Lauren tinha o que queria de mim. – Vou... mais forte e fundo. Só você sabe fazer gostoso.

: - Oh sim, Camila, só sua mulher sabe foder você desse jeito.

Ao entrarmos no banheiro, não me lembrei de mais nada que não fosse sua boca louca na minha, devorando meus lábios e língua, enquanto suas mãos me despiam e me empurravam para dentro do box, contra o vidro gelado, me arrancando um gritinho. Nos beijávamos quase com desespero, juntando nossas línguas em lambidas deliciosas que terminavam em mordidas nos lábios e queixo. Abri a ducha e a água quente caiu sobre nós, lavando o suor e excitando mais ainda nossos corpos tensos.

Lauren separou nossas bocas e pegou o sabonete, fazendo espuma nas mãos e as deslizando logo depois por meus seios, como se fosse me dar banho, mas eu sabia o que ela estava fazendo. Fechei meus olhos e ergui o queixo, gemendo de tesão, a ouvindo arfar alto. Desceu as mãos por minha barriga enquanto a água retirava a espuma do meu busto, e cobriu meus mamilos doloridos com sua boca faminta, intercalando entre um e outro, sugando, apertando os músculos do meu abdômen com as pontas dos dedos, enviando arrepios por minha coluna e deixando minha boceta tão melada que senti o líquido escorrer em minhas coxas.

Meus dedos estavam embolados em seus cabelos, puxando os fios enquanto eu gemia desesperada com sua boca na minha pele e suas mãos cheias de espuma na minha bunda, apertando e estapeando, esfregando... Olhei para baixo para observar a sucção deliciosa que ela fazia, encontrando o seu olhar em um verde escuro. Aquilo era erótico demais, demais para aguentar.

Mas eu aguentei, aguentei suas mãos lavando cada parte do meu corpo, numa preliminar deliciosa que deixou meu clitóris dolorido, louco por um carinho. Lauren não teve pressa em me torturar, lambeu cada pedaço de pele que viu pela frente, se colocou de joelhos aos meus pés e jogou uma de minhas coxas sobre seus ombros, separando os lábios menores da minha boceta inchada com os dedos e dando uma lambida daquelas que me fez gritar. Eu, literalmente, balancei sobre sua boca, me segurando no vidro para não escorregar.

: - Isso... – Gemi perdida em um prazer desmedido, quase gozando de tão excitada que estava. – Me chupa! – Cravei as unhas em sua nuca, forçando seu rosto em mim. – Me lambe bem gostoso e... Ah, merda, Lauren! Assim, por favor!

Ela lambia de cima pra baixo, como uma gata matando a sede, instigando o meu clitóris pulsante e a minha entrada molhada. Suas mãos massageavam a minha bunda, vira e mexe deixando que seus dedos acariciassem o buraquinho apertado no meio dela. Aquilo era muito bom, não tinha nem explicação para a sensação.

Ela gemia, se melando toda com o líquido que escapava de mim, chupando a minha boceta como se estivesse dando um delicioso beijo de língua, me fazendo latejar dolorosamente. Estava para nascer pessoa no mundo que chupasse melhor que Lauren. A língua quente girava sobre o meu clitóris e escorregava para dentro da fenda úmida, me preenchendo e me enlouquecendo. Eu só sabia gemer e rebolar mais e mais, e quando estava prestes a ter o primeiro orgasmo da noite, ela parou, me deixando a ponto de explodir.

: - O quê? – Perguntei ofegante, sentindo meus músculos vaginais latejarem naquela dor deliciosa. – Não faz isso comigo...

: - Vira! – Foi uma ordem, eu sei, mas eu estava tão mole que demorei para tomar uma atitude, o que a fez me pegar pelo braço e me empurrar contra o vidro. Meus seios encostaram no gelado, e eu fechei os olhos com força, ansiosa para o que viria. – Abre as pernas pra mim, vai...

Fiz o que ela pediu, abrindo bem as pernas e me empinando todinha para trás. Lauren soltou um gemido rouco, dando um tapa na minha bunda que estalou por todo o banheiro.

: - Eu nem preciso pedir e você se empina toda, Camila. – Ela grudou seus seios em minhas costas, deslizando a boca por minha orelha. – Você gosta disso, não é? Gosta de se oferecer pra mim.

: - Gosto! – Ela embolou a mão esquerda no meu cabelo e puxou para trás com carinho, me fazendo morder os lábios e apoiar as mãos no vidro. – Eu gosto... muito.

: - Eu sei que gosta. – Sua voz estava me matando. – E vai gostar muito mais do que vou fazer com você.

Ela não esperou que eu respondesse, eu pisquei e dois de seus dedos me invadiram, batendo tão fundo dentro da minha boceta que o gemido ficou preso na minha garganta, e foi saindo aos poucos, tão choroso e longo que parecia não ter fim.

: - Caralho! – A olhei por cima do ombro rapidamente, tonta de prazer. – Faz isso de novo.

Xinguei descontrolada, encostando a testa no vidro, empurrando contra os seus dedos que saíam e entravam várias vezes, intensamente. Sua mão livre descia por minhas costas em carícias, puxava o meu cabelo, estapeava a minha bunda, ou acariciava aquele lugarzinho especial que me enchia de prazer e combinava perfeitamente com a invasão na minha boceta. Aquela mulher sabia o que fazia, e fazia gostoso demais.

: - Ah, como você me deixa louca, Camila... – Ela dizia perdida no mesmo prazer que o meu, me fodendo sem pausa, apoiando a mão esquerda ao lado da minha cabeça, deslizando a língua por minha nuca e ombros, descendo pela coluna. Eu gemia sem pudor nenhum, toda manhosa e safada, do jeito que ela amava. – Olha como você fica... Oh shit! – Sacudi o meu quadril sobre seus dedos, a afundando mais em mim. - Isso, desse jeito, me mostra como você gosta disso.

: - Mais forte, me fode... mais forte. – Pedi quase engasgando com meus próprios gemidos, levando minha mão direita para trás para segurar em sua nuca. Ela subiu sua mão livre por minha barriga para segurar e massagear meus seios, enquanto aumentava a intensidade das estocadas. Intenso, rápido, forte, fundo, girando e massageando. Aquilo que era saber meter. – Isso, a-assim vai... ai, Lauren!

: - Oh, damn! – Ela esfregava sua boceta encharcada na minha nádega esquerda, gemendo no meu ouvido e me levanto ao limite. – Eu vou gozar... na sua bunda... – Os músculos do meu ventre se apertaram, e eu tombei minha cabeça contra seu ombro. – E te melar todinha com o meu gozo ... Camila!

Nossa, aquele "Camila" gemido foi o meu fim. Não aguentei e me rendi a pressão desesperadora na minha boceta, deixando meu corpo cair em um tremor intenso junto ao corpo dela. O orgasmo veio arrebatador, cheio de ondas de prazer que me estremeceram por dentro. Gemi alto e me desmanchei em um gozo abundante nos dedos dela, que entravam e saíam de mim sem parar. A ouvia gemer no meu ouvido, fazendo o que havia me dito, gozando deliciosamente na minha bunda. Senti seu líquido quente marcar a minha pele, e aquela sensação maravilhosa me fez perder as forças nas pernas.

Ameacei cair de joelhos, mas Lauren foi mais rápida e me segurou pela cintura, me abraçando com ternura. Sem dizer nada, ela nos levou para debaixo da ducha quente, e eu gemi sentindo meus músculos relaxados. Era bom todo aquele alívio depois de uma tensão muito grande.

Ficamos um pouco mais embaixo da água, lavamos nossos corpos e saímos, nos secando e indo para uma das camas. Lauren pegou o tablet que ficava localizado na parede ao lado e pediu champanhe para nós, com morangos e nutella. Eu estava com fome, seria bom por alguma coisa no estômago.

Havia um espelho enorme atrás da nossa cama, e eu estava deitada com a cabeça para o lado contrário, olhando o meu corpo nu no reflexo. Lauren, ao meu lado, olhava alguma coisa na internet enquanto esperávamos nosso pedido chegar.

: - Amor...

Ela me chamou baixinho, sem retirar os olhos da tela.

: - Oi!

Respondi com preguiça, e só levantaria dali se fosse pra foder em outro canto.

: - Eu quero experimentar algo novo com você.

Olhei para ela com as sobrancelhas erguidas, me arrastando mais para perto.

: - Hmmm, é mesmo? – Acariciei sua coxa, mordendo o lábio inferior. – Ainda nem sei o que é, mas já amei. Me fale sobre.

Lauren ruborizou, deslizando seus olhos entre meu corpo e a tela do tablet.

: - So... but... eu... eu não sei como...

A curiosidade me atingiu em cheio, e não pude evitar em me sentar na cama ao seu lado. Olhei para a tela, e vi que Lauren analisava a página do sex shop próprio que o motel disponibilizava. Pelo visto, ela já havia escolhido o que queria. A olhei com o canto dos olhos e mordi o lábio inferior, vendo-a corar intensamente.

: - Você quer usar um strap-on, é isso?

Perguntei sem rodeios, gostava de deixá-la corada. Lauren quase engasga com a saliva, e eu não pude impedir uma risada.

: - É... quer dizer, eu... você quer? Ou não... é demais, não é? Esquece isso então.

Ela estava um pouco nervosa e gesticulava enquanto falava.

: - Não, não, não! Não transforme isso em um tabu, por favor! Está longe de ser um. – Me virei de frente para ela na cama, trazendo seu rosto em minha direção. Acariciei a mandíbula com as pontas dos dedos, subindo para os lábios. Seus olhos queimavam. – Eu faço qualquer coisa que você quiser na cama, já não falamos sobre isso? Quero provar tudo com você, quero te satisfazer de todas as formas. Que mal há em experimentar coisas novas? Não há crime nisso. Usar um strap-on não te fará menos lésbica, tire essa bobeira da cabeça. Não diz nada sobre sua orientação sexual, se for esse o seu medo. Você continuará sendo quem é. Brinquedos sexuais não podem definir o que somos. Vamos nos permitir, sim? E eu amei a ideia, gosto quando me surpreender assim.

Ela soltou um suspiro de alívio, menos envergonhada.

: - Então... você quer mesmo?

: - Claro! – Selei seus lábios. – Vamos comprar um, você escolhe.

Apontei para o tablete, focando o meu olhar no link aberto.

: - Okay... – Lauren pensou um pouco. – Você tem preferências?

: - Nem grande e nem pequeno. – Me joguei de costas no colchão. – O resto eu aguento.

: - Camila! – Lauren gemeu entre uma risada, apertando minha coxa com a mão livre. Acabei rindo da carinha dela. – Eu não tenho experiência nenhuma com isso, que desesperador. Nunca comprei um... desses.

: - Não tem erro, não há mistérios nisso. – Me virei de lado, apoiando minha cabeça na mão esquerda. – Ah, pegue camisinhas também. De uva, porque detesto o cheiro das outras.

: - Por que precisamos de camisinhas?

: - Porque esse pênis artificial é feito de Cyberskin, é um material de alta qualidade, macio e que se assemelha a pele humana. Se for usado sem camisinha, pode danificar. Na própria caixinha vem dizendo que não se deve usar sem.

Expliquei calmamente enquanto deslizava a ponta do meu dedo por sua barriga nua.

: - Você sabe mesmo do que está falando.

: - Sim... – Ri e mordi o lábio inferior. – Tenho um desse em casa. Sempre gostei de gozar sozinha também, independente da forma. As vezes usando um brinquedinho, outras os dedos... – Peguei sua mão direita e enfiei seu dedo indicador na minha boca, o chupando bem devagar, sem desviar nossos olhares. Lauren gemeu e soltou um suspiro longo. – Tanto faz... o importante é gozar.

: - Amo como você é desinibida, me excita muito. – Lhe dei uma piscadela, chupando seu dedo mais uma vez antes de soltá-lo. – Você ainda me mata.

: - Só se for de prazer.

Eu tinha resposta para tudo, e esperava que ela estivesse ciente disso. Lauren deu uma risada excitada, me dizendo para esperar enquanto ela finalizava a compra dos nossos brinquedinhos sexuais. Eu mal podia esperar para que entregassem logo.

A melhor parte de se ter um vibrador, consolo, strap-on, pinguelo, ou seja lá como você chama, é a praticidade de usar, lavar e guardar. Meu vibrador, há algum tempo atrás, era o meu melhor amigo. Nunca me deixava sem gozar e nem enchia o meu saco. Lindo, limpo e cheiroso. Nossa relação era de amor incondicional. Eu não vivia sem ele... Até Lauren aparecer.

[...]

Não demorou muito até que fizessem a entrega, e tudo aconteceu da forma mais discreta possível, sem nenhuma invasão ou constrangimento. Coloquei as camisinhas e o brinquedo, ainda dentro da caixa, sobre a cadeira erótica, e levei a bandeja com champanhe, morangos e nutella para a cama. Lauren e eu comemos e bebemos sob olhares que diziam muito, beijos que molhavam e acendiam, toques que arrepiavam. Era maravilhoso estar com ela daquela forma, descobrindo coisas novas, reinventando outras. Amar era muito gostoso, restaurador, mas ser amada era uma honra, uma graça que eu jamais teria como agradecer o suficiente.

Já estávamos há algum tempo provando de um beijo delicioso, dividindo um morango que parecia não ter fim. O caldo da fruta escorria por meu queixo, onde a língua quente daquela mulher subia lambendo tudo o que escapava, queimando a minha pele e encharcando a região latejante entre as minhas pernas. Ela esfregou pedaços de morango em meus mamilos, depois os chupou como se estivesse saciando uma fome, enchendo o quarto com o barulho de sucção. Não havia pressa, nem eu queria que ela tivesse.

Meu corpo se contorcia sobre os lençóis, deixando clara a minha excitação, que só piorava com os sorrisos e olhares que ela me dava, com as palavras obscenas que sussurrava, com as promessas que fazia...

Lauren beijou meus tornozelos, subiu por minha panturrilha, arrastando a língua pela parte interna das minhas coxas, barriga e se enfiou no meio das minhas pernas, esfregando os dedos na minha boceta para recolher um pouco do líquido que escorria. Eu gemi entorpecida, levando um pouco a cabeça para trás. Ela trouxe os dedos melados até o rosto e os afundou em sua boca, chupando cada um deles com tanta vontade que eu choraminguei, ansiosa por mais.

: - Seu gosto é uma delícia, Camila... – Adorava quando ela dizia meu nome com aquele tom rouco e excitado. – Eu adoro te ter na minha boca, me melando toda. – Espalhei minhas coxas para acomodá-la melhor, cravando as unhas em sua bunda quando sua boceta molhada deslizou contra a minha. – Mas esfregar assim, sentir sua boceta quente com a minha... é a melhor coisa do mundo.

Era, sem dúvidas, a melhor coisa do mundo. A puxei para um beijo profundo, embolando minhas mãos em seus cabelos enquanto ela balançava o quadril gentilmente contra o meu, esfregando nossas bocetas inchadas de tesão, enviando vibrações esmagadoras por todo o meu corpo. Gemíamos juntas, baixinho, uma para a outra, roçando nossos corpos e rostos, sussurrando loucuras de paixão. Eu me sentia incrível, sexo com ela era como voar em outra dimensão.

Com calma, Lauren ficou de joelhos no colchão, me deixando deitada, e jogou minha perna esquerda sobre seu ombro, segurando em minha coxa. Eu entendi o que ela queria e me ajeitei para que pudéssemos nos encaixar daquela forma. Foi um encaixe perfeito, eu quase pude ver estrelas quando ela esfregou sua boceta na minha, que naquela posição, causava uma fricção muito maior e melhor. Meu clitóris latejava contra o dela, e movíamos nossos corpos juntas numa explosão de luxúria. Aquela era a melhor posição do sexo lésbico, não tinha comparação a nada.

: - Isso é tão... bom, ah! – Eu dizia completamente perdida, gemendo e tremendo, sentindo suas mãos deslizarem por minha coxa, seus lábios beijarem meu tornozelo, panturrilha. – Mais... rápido. Rebola pra mim.

Lauren gemia, se esfregando em um ritmo intenso no meio das minhas pernas, misturando nossos líquidos que melavam nossas coxas e o lençol. Seu cabelo revolto, seu rosto vermelho, o suor brilhando em sua pele. Uma obra de arte em movimento na minha frente, me deixando louca. Me apoiei em meus cotovelos para vê-la, e pirei no movimento de seu quadril, rebolando, subindo e descendo, me deixando hipnotizada e construindo o gozo que viria forte e sem freios.

: - Oh, Camila... – Ela jogava a cabeça para trás, tomando apoio em minha perna para esfregar cada vez mais rápido, criando um atrito tão delicioso com a minha boceta que eu não podia mais suportar. – Eu vou gozar tão gostoso.

: - Sim... Porra, sim!

Resfoleguei, balançando o meu quadril contra o dela, levando uma das mãos até sua cintura, a puxando para frente e a empurrando para trás. Podia ver sua boceta brilhando pelo líquido quente que escapava dela, inchada e vermelha pelo atrito delicioso que fazia com a minha, me enchendo de um prazer assustador que começou a me atingir no ventre.

Me contorci querendo gritar, mas sentindo o grito ficar preso em minha garganta quando o orgasmo veio forte, assustador, longo e intenso, contraindo o meu ventre e me convulsionando inteira. Gemi alucinada, cuspindo palavras de júbilo, me agarrando no lençol como se precisasse daquilo pra viver. Lauren veio em seguida, sem conseguir parar de esfregar nossas carnes encharcadas, misturando nossos líquidos e gemendo o seu orgasmo glorioso, chamando o meu nome em puro tesão e paixão. Vê-la gozar foi maravilhoso, suas bochechas estavam vermelhas e seu rosto suado, o peito subindo e descendo em uma respiração longa, e em dez segundos ela desabou sobre mim, exausta.

: - Essa foi uma das melhores gozadas que eu dei com você. – Eu disse ainda ofegante, a fazendo rir. – Nossa... nem tenho palavras.

: - Essa posição é a minha favorita.

: - A minha também.

Beijei sua cabeça e acariciei suas costas suadas.

: - Quer usar nosso brinquedo agora? – Lauren perguntou com timidez, depositando um beijo suave no meio dos meus seios. Eu sorri, afagando seu cabelo. – Ou depois?

: - Agora! – Mordi o lábio inferior. – Pega pra mim.

Ela selou meus lábios e se levantou da cama, pegando a caixinha com o strap-on. Mas ao invés de voltar, me olhou com um sorrisinho de canto e bateu com a palma da mão sobre o couro preto da cadeira erótica.

: - Quero você aqui.

Aquela Lauren ousada foi tudo o que eu pedi pra Deus. Me levantei com dificuldade da cama, meu corpo ainda estava mole. Coloquei para tocar em todo o quarto, pelo comando do tablet, algumas músicas que estavam em uma playlist programada, onde luzes coloridas, como em uma boate, se acenderam automaticamente, deixando o quarto com um erotismo muito maior.

Caminhei até ela com calma, tomando sua boca num beijo intenso quando fiquei perto o bastante. Acariciei seus seios de mamilos endurecidos, esfreguei nossos corpos. Nunca me cansaria de tê-la, era uma foda melhor que a outra.

Eu queria tomar o controle, mas Lauren não estava disposta a oferecê-lo a mim. Tentei tocá-la intimamente, queria me afundar em seu calor, mas suas mãos seguraram o meu punho quando tentei. Ela me olhou nos olhos, me dando um sorriso de canto.

: - Me deixa chupar você, por favor! – Implorei, aguando para senti-la em minha boca. – Eu preciso tanto... – Seu olhar estava me derretendo. – Me deixa te lamber só um pouquinho, vai!

Ela soltou uma respiração feroz, o rosto vermelho. Minhas palavras causaram nela exatamente o que eu esperava.

: - Ajoelha! - Quase gozei com aquela ordem e me coloquei de joelhos, aos pés dela, sem pensar duas vezes. Lauren embolou a mão no meu cabelo, formando um frouxo rabo de cavalo e me encarou de cima. - Agora chupa.

Soltei um gemido, chegando o meu rosto para frente e afundando a boca naquela boceta molhada e cheirosa que me deixava louca. Lauren soltou um gemido rouco, afastando mais as pernas para me dar mais acesso, e eu deixei minha língua deslizar para cima e para baixo sobre seu clitóris inchado, usando os dedos para afastar os lábios, sentindo o líquido delicioso escorrer para dentro da minha boca. Nada se comparava a sensação daquele ato.

: - Que boca gostosa você tem, ah... – Ela dizia de olhos fechados, queixo erguido, mão direita no meu cabelo e a outra nos próprios seios, instigando os mamilos. Que visão! Minha boceta se contraía apenas em vê-la. Corri as mãos para a sua bunda e apertei. – E é só minha... de mais ninguém.

Suas palavras só me deixavam cada vez mais excitada, o jeito que ela se esfregava na minha boca e no meu rosto fazia arrepios subirem pela minha coluna. Eu a chupava devagar, saboreando, lambendo o clitóris, sugando primeiro os lábios menores, depois os maiores. Penetrava a língua na fenda apertada e melada, deslizava para dentro e para fora, capturando mais daquela essência feminina que me deixava alucinada. Lauren soltava gemidos sôfregos, altos e quando senti seu corpo começar a dar sinais de um forte orgasmo, sua mão puxou a minha cabeça para trás.

: - Para! – Ela mandou ofegante, se apoiando na cadeira erótica. Eu pisquei atordoada, lambendo os lábios e a encarando. – Levanta!

Me levantei e estava prestes a reclamar, mas ela me interrompeu.

: - Eu não quero gozar assim, isso é sobre você. – Levou minhas mãos ao rosto e beijou as palmas, os nós dos meus dedos. Suspirei. – Só sobre você. Sinto prazer em te dar prazer, gozo muito ao te ver gozar, então aproveite e me deixe fazer isso o resto da noite inteira.

Eu tinha como negar? Perdi até as palavras, e só ela tinha o poder de fazer isso comigo.

: - Vem cá...

Ela sussurrou e me puxou contra seu corpo, devorando a minha boca e me amolecendo. Ficamos um tempo nos beijando, acariciando, até que ela sentisse que eu estava pronta para o que pretendíamos fazer.

A ajudei a colocar a cinta e a deslizar a camisinha no pênis artificial. Era macio e rosado, se assemelhava a cor de sua boceta encharcada. Além disso, possuía vertebras, ou seja, ficava em qualquer posição que quiséssemos; para a esquerda, para a direita, para cima ou para baixo. Aquela era uma boa visão, apesar de eu achar que Lauren me daria uma boa vista de qualquer forma. Ela riu ao deslizar a mão por ele, foi uma risada sexy e ao mesmo tempo divertida, como se achasse engraçado.

: - Você está muito sexy, senhora Jauregui. – Eu disse ao me sentar na cadeira erótica, descendo minhas unhas em vermelho por sua clavícula, marcando seus seios. Ela ficou entre as minhas pernas abertas, ainda sem encostar em mim. – E eu estou louca para tê-la dentro de mim.

: - Claro que está, eu posso ver como está. – Seus dedos de unhas bem feitas tocaram o meu clitóris, me masturbando de leve, me fazendo gemer baixinho. Ela era boa em masturbação, o tanto que era em penetração e oral. Boa em tudo. – Deite e me deixe ver o que você tem aí para me dar.

Fiz o que ela pediu sem pensar duas vezes, deixando minhas costas baterem no couro da cadeira erótica, e tendo uma visão enlouquecedora no enorme espelho que cobria a parede atrás dela. Nos assistir seria maravilhoso.

Lauren posicionou o pênis artificial na minha entrada, roçou a cabeça de leve, e eu me contorci toda em expectativa. Acariciou minhas coxas, quadril, subiu para os mamilos, beliscou, apertou. Eu já estava mais do que ofegante e delirei ao ouvi-la dizer a seguinte frase;

: - Olhe para o espelho atrás de mim, Camila, e me assiste enquanto eu fodo você.

Aquilo foi demais, eu já estava gemendo e nem havíamos começado ainda, e quando a senti deslizar para dentro de mim, foi euforia total. Era bom, muito bom, cada centímetro dentro me fazia gemer, e eu sabia que não era pelo strap-on em si, era pelo jeito que ela metia. Era o melhor de todos que já provei na vida.

: - Caralho, eu... – Quase engasguei com um gemido, meu corpo tremia todo. - Aaah, merda!

Resfoleguei, a ouvindo gemer baixinho e abri as coxas o máximo que eu pude.

: - Está machucando?

Perguntou preocupada, segurando em meus joelhos dobrados, a respiração agitada.

: - Não! – Eu respondi desesperada, cravando minhas unhas em sua cintura e a puxando para frente. – Mete... tudo. Até o fim, vai! Mete! – Ela praticamente rosnou, e deu uma estocada só, batendo tão fundo que meu corpo foi para trás, e eu girei os olhos na minha cabeça. Gemi bem alto, me rendendo completamente, ela faria de mim o que quisesse. – Isso... oh, por favor, me fode assim... me fode bem gostoso, Lauren!

Eu nem precisei pedir de novo, e em segundos seu quadril estabeleceu um ritmo, estocadas lentas e fortes quando chegava ao fundo. Eu nem lembrava se alguma vez havia sido tão bom daquele jeito antes, nunca havia sentido um prazer tão absurdo com penetração peniana, sempre tinha que me masturbar durante a foda para gozar com quem ia pra cama, ou pedir por um oral. Mas ali, naquele momento, a sensação era incrível. E era Lauren fazendo, então tudo estava certo.

Ela metia e gemia, e meus olhos focados no espelho atrás de nós, me deixavam ver sua bunda volumosa se contraindo pelo esforço, os músculos suaves em suas costas, o brilho do suor, o cabelo negro bagunçado, os braços fortes e femininos me segurando pela cintura enquanto ela saía e entrava sem parar, me revirando, me embalando, me comendo.

Eu estava alucinada, gemendo, me contorcendo, empurrando contra ela, sentindo aquela dorzinha gostosa de quando a penetração atinge seu limite. Eu queria mais e mais, e ela me dava. Insana, selvagem, as vezes rebolava, outras me masturbava. A visão de seu quadril se chocando contra o meu era alucinante, suas mãos empurraram meus joelhos dobrados para trás, a fazendo chegar tão fundo que eu podia sentir todos os centímetros dentro de mim. As luzes coloridas piscavam sobre nossas cabeças, que combinadas com aquela invasão deliciosa, me causaram tonturas como se eu estivesse embriagada. E estava, bêbada de tesão, explodindo de prazer.

Eu me encontrei na borda num piscar de olhos, e segurei o orgasmo com todas as forças quando ele ameaçou me sacudir. A facilidade com a qual ela me levou para o gozo com aquele tipo de penetração, sem que eu tivesse que me masturbar junto foi incrível.

Eu espalmei a palma na mão na barriga de Lauren e a empurrei para trás com pressa. Se ela continuasse, eu gozaria, e não queria naquela posição.

: - O que foi?

Perguntou ofegante, segurando minhas pernas.

: - Deita! – Respondi rápido, tremendo e suando, latejando. – Me deixa sentar bem gostoso em você.

Pedi quase em desespero, eu não ia aguentar segurar mais. Os olhos de Lauren queimavam de desejo, e a vi fazer o que mandei sem pensar duas vezes.

Ela não deitou, mas sentou-se na beira da cama, e eu mais que de pressa fui até ela, sentando de costas sobre seu colo, segurando na base do strap-on para colocá-lo dentro de mim outra vez. Desci sobre ele, devagar, arrancando gemidos de nós duas. Não parei até que minha bunda estivesse de encontro ao quadril dela, e iniciei uma sequência de movimentos para cima e para baixo enquanto me segurava em seus joelhos, levemente curvada para frente. Meus pés no chão me ajudavam no apoio. Aquela posição era uma delícia, me deixava no controle e me permitia ter sua boca em minha nuca, costas, ombros.

Suas mãos tomaram meus seios, apertando os bicos, massageando a carne. Eu rebolei, fazendo-a gemer mais alto pela fricção que a cinta causava em seu clitóris, criada exatamente para isso. Sua boca lambeu a minha nuca, me arrepiando, desceu por minha coluna. Eu estava praticamente quicando em cima dela, para cima e para baixo repetidas vezes, deixando que meu quadril se movesse da melhor forma para proporcionar prazer a nós duas.

: - Sua bunda é uma delícia... – Ela disse com a voz falhada, rouca. - Essa visão de você sentando de costas está me matando.

Ela dizia entre gemidos, segurando em minha bunda e acompanhando meus movimentos, dando um tapa ou outro, arranhando. Eu gemia cada vez mais sem controle, aumentando o ritmo, descendo e rebolando, sentindo aquele cutucar gostoso no meu ventre, ocasionado pelas estocadas leves que ela dava para cima. Loucura total, que eu me perderia em poucos segundos.

: - Oh, Lauren... – Ela puxou o meu cabelo no punho, levando a mão para frente e a espalmando no meu pescoço. Tombei minha cabeça para trás, me apoiando nas coxas dela enquanto sentava sem parar. Minha bunda se chocava contra suas coxas e quadril, criando um barulho delicioso. Assistir aquela nossa cena através do espelho estava sendo uma das coisas mais incríveis que fiz na vida. – Eu vou gozar, eu... vou gozar em você.

Avisei sem conseguir parar de tremer, e não aguentei mais segurar quando ela cantou, na voz mais sensual que eu julguei ser, uma frase da música que inundava o quarto.

: - Baby, I can make that pussy rain. – Minha boceta se contraiu todinha. – Often...

Foi o suficiente, não precisei de mais nada. Suas investidas para cima tornaram-se furiosas, e o meu quadril descia desesperado para recebê-la. E eu me joguei de cabeça no prazer que explodiu dentro de mim.

Comecei a gozar desesperadamente, gritando o nome dela e rebolando feito louca sobre seu colo. Em um movimento rápido, Lauren me ergueu um pouco e retirou o strap-on de mim, abrindo mais minhas pernas sobre a cama, enfiando o anelar e o dedo médio na minha boceta, no meio do meu orgasmo, metendo rápido e sem parar. Esfregou o meu clitóris com a palma da mão enquanto me segurava contra seus seios, encaixando sua boceta na minha bunda e nos tombando um pouco para trás. Eu gritei, literalmente, me agarrando a ela quando uma outra onda de prazer me atingiu, sem que a outra tivesse terminado, e implorei para que ela parasse porque parecia que eu ia morrer com aqueles orgasmos. Lágrimas vieram aos meus olhos e eu vibrei, empurrando o meu quadril para cima quando ela retirou seus dedos da minha boceta, me fazendo esguichar longos jatos de um líquido que não acabava nunca.

Ejacular era como uma tormenta. Começava com aquela sensação de querer urinar, mas sem realmente ser isso. Passava para o desespero prazeroso e absurdo até a expulsão de jatos de um líquido transparente e sem cheiro. Como se fosse água. E era aí que estava o tormento. A sensação não podia ser comparada a nada, é muito mais do que tudo o que você já viveu na vida. A ejaculação feminina deve ser o ponto máximo de prazer que um ser humano aguenta sentir.

Lauren caiu de costas comigo sobre a cama, depois de retirar o strap on e deixá-lo ao nosso lado. Ela gozou na minha bunda outra vez, e nossas peles molhadas por suor e gozo escorregavam uma na outra. Fiquei deitada sobre ela, de costas, com minha cabeça batendo abaixo de seus seios, tentando recuperar as forças depois do que aconteceu. Eu nem tinha palavras para explicar.

: - Está tudo bem? – Ela perguntou ofegante, tirando as mechas de cabelo da minha testa suada. – Camila?

: - Calma... – Pedi, realmente sem forças, porque eu não aguentava nem falar. Estava em transe. – Caralho! O que foi isso?

Lauren riu, ela sabia o que havia feito comigo.

: - Respira!

Sacudi a cabeça em positivo, engolindo a saliva que se formou em minha boca.

: - Foi bom pra você?

Perguntei realmente curiosa. Havia sido ótimo pra mim, mas eu queria saber como ela se sentiu.

: - Foi muito gostoso.

Suas mãos acariciaram minha clavícula, e me ajeitei sorrateiramente ao seu lado na cama.

: - Foi... uma delícia. – Deslizei a língua pelos lábios e olhei para ela, sorrindo. – Você manda bem nisso, podemos repetir quando quiser. Mas a verdade é que eu prefiro os seus dedos a qualquer pau. O que você fez com eles no final... Porra!

: - Claro que você prefere. – Ela disse toda convencida, acariciando o meu rosto. Sorri apaixonada, selando nossos lábios. – Alguém já fez você se sentir assim antes?

: - Nunca! – Neguei com a cabeça várias vezes, embolando meus dedos em seus cabelos acima da nuca. Ela sorriu. – Só você. E vai continuar sendo você.

: - Por muito tempo. – Concordei com um sorriso, enfiando o rosto na curva de seu pescoço, sentindo seus braços me envolverem em um abraço longo. – Eu te amo e amo o que faz comgo.

: - Também te amo, amor! – Beijei seu pescoço. – Te amei no primeiro momento em que te vi.

Não precisávamos dizer mais nada, aquele momento dispensava palavras. Lá fora, o mar batia calmo contra as pedras, enfeitando o nascer do sol. Lauren e eu tínhamos uma a outra e o Rio de Janeiro inteiro para nós, o que mais poderíamos querer?

[...]

Mais tarde naquele sábado, fomos visitar o abrigo que ficaria responsável pelos cuidados a Ana. Passamos horas lá, verificando detalhes e fazendo anotações. Saímos do lugar lá pelas quatro, e decidimos caminhar no calçadão de Ipanema enquanto conversávamos sobre e tomávamos uma decisão.

Ana e Sofia corriam uma atrás da outra na areia, ambas de vestido amarelo, descalças e sorridentes. O sol ainda estava alto no céu, aquecendo nossas peles com um calor gostoso e aconchegante. Lauren e eu caminhávamos no calçadão de dedos entrelaçados, olhando as crianças e perdidas em pensamentos intermináveis.

Nos sentamos em um quiosque e pedimos água de coco, deixando que as meninas escolhessem o que queriam tomar. Sofia, obviamente, escolheu coca-cola, Ana preferiu um guaraná, o que fez Lauren abrir um sorriso. Deixamos que elas voltassem a brincar na areia e nos entreolhamos, por vários minutos, sem dizer nada. Talvez eu não soubesse o que dizer, nem ela. Ou talvez não quiséssemos dizer nada.

Me curvei para frente e segurei suas mãos sobre a mesa, as trazendo até meu rosto para depositar um beijo sobre a aliança de compromisso em seu anelar esquerdo. Lauren sorriu e afagou meu queixo, soltando um suspiro.

: - Então... O que nós vamos fazer?

Deslizei os dedos por meu cabelo, voltando a me encostar na cadeira.

: - Eu não sei... – Nos encarávamos nos olhos, buscando respostas. – Tudo o que eu sei é que, em hipótese alguma, nem sobre o meu cadáver, vou deixar Ana ficar naquele lugar.

O abrigo era horrível, sem estrutura, meio sujo, pessoas com a mínima vontade de estarem ali, fora os rostinhos daquelas crianças que pareciam tão infelizes. Eu não queria nem lembrar.

: - Fiz uma busca de instituições disponíveis, tenho uma lista, mas não acho que vá mudar muita coisa. Normalmente, esses lugares possuem superlotação, são muitas crianças para cuidar, alimentar, limpar. São mantidos com doações que as vezes nem acontecem.

: - Eu sei. – Juntei minhas mãos sobre a mesa, girando o anel em meu dedo. – Acha que devemos visitar outros locais? Mesmo que eu duvide que algo vai me agradar.

Lauren relaxou o corpo na cadeira, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. Sua expressão era indecifrável, eu não conseguia ler seu rosto.

: - Faremos o que você quiser, amor... Que seja o melhor pra Ana.

: - Isso tudo tá me dando dor de cabeça. – Esfreguei o rosto com as mãos. – Não queria deixá-la lá, me apeguei tanto a ela, sabe? E nos vimos tão pouco. Parece coisa de alma, de missão, de outras vidas. Aqui dentro do meu peito, sinto que não posso deixá-la ir. Queria poder adotá-la, mas como? Não tenho tempo nem pra mim direito, a faculdade e o terreiro me ocupam tanto. Não sei o que fazer, sinceramente... não sei.

Bufei frustrada, sentindo o vento soprar contra o meu rosto, junto com cheiro do mar e, em pensamento, pedi a Yemanjá para me ajudar. Ela, mãe de todos os filhos do mundo, dona daquelas águas que ali estavam. Caridosa e amorosa, aquela que havia pegado Omulú para criar como se fosse seu. Ela, mais do que ninguém, sabia o que era compaixão, o que era empatia, o que era sentir, bem dentro do peito, aquela sensação de não poder abandonar alguém.

Que me ajude a achar uma solução, sereia dona de todos os oceanos. Doce mãe Yemanjá, que tuas mãos de aconchego e amor tragam até a mim a solução para o que preciso. Odoyá!

Fiz minha oração mentalmente enquanto olhava o mar, perdida em pensamentos. Minutos se passaram sem que nada fosse dito, nos faltavam palavras.

Vi Sofia vir correndo em minha direção, os pés sujos de areia e o cabelo bagunçado. Abri um sorriso para ela.

: - Mila! Mila!

: - Que foi, meu amor? – Segurei em seu braço quando ela parou ao meu lado, ofegante e passei a mão por seu cabelo. – Olha esse cabelo, tá parecendo um ninho de passarinho.

Lauren riu, tomando mais um pouco de sua água de coco.

: - Ana e eu podemos entrar na água um pouco?

: - O quê? – Quase gritei. – Nem se eu fosse bem maluca, Sofia. Não vão entrar na água sozinhas nunca. Eu hein! É cada uma. Perdeu o juízo, mocinha?

Sofia fez bico, revirei os olhos.

: - Poxa, Mila... A gente vai ficar na beirinha, eu juro de dedinho.

: - Nem pensar, pode ficando bem longe da água.

Ela bateu o pé irritada e se chegou para o lado de Lauren, me fazendo estreitar os olhos.

: - Lolo... – Eu sabia muito bem o que ela queria.

: - Oh, no! No, no, no, little girl! – Lauren levantou o dedo indicador para ela. – Obedeça a sua irmã, é perigoso entrar na água sozinha.

: - Então entra com a gente, vai. – Sofia segurou na mão dela. – Por favor, Lolo! Ou apenas olha eu e a Ana na beirinha.

: - Olha, francamente, viu... – Neguei com a cabeça e Lauren me olhou com peninha, torcendo os lábios. – Você faz tudo o que ela quer, Lauren.

: - Ah, amor... só na beirinha. – Sofia soltou pulinhos, puxando Lauren pela mão. – Só um pouco, vamos lá!

Tinha como eu não me render? Acabei rindo frustrada e me levantei, seguindo as duas apressadas para a areia, até que estivéssemos na beira do mar. Chamei as duas para perto de mim e me abaixei um pouco, olhando-as nos olhos.

: - Não saíam da beirinha, fiquem sentadas esperando a onda vir até vocês. Se eu ver as duas indo mais pra lá, vamos embora. Entenderam?

: - Entendi, tia Camila. Vamos ficar aqui pertinho.

Ana respondeu rapidamente, sacudindo a cabeça e beijando minha bochecha. Sorri e a beijei de volta, olhando para Sofia.

: - Não vamos sair dali, Mila. A gente promete. – Sofia segurou na mão da garotinha ao seu lado. – Vem, Ana!

: - Cuidado!

Eu estava a alguns passos delas, mas mesmo assim me preocupava. As duas começaram a dar pulinhos quando a onda tocava em seus pés, e Lauren e eu nos divertíamos com a cena. Ela me abraçou por trás, largando o queixo em meu ombro enquanto observávamos as crianças brincando na água. Ficamos daquele jeito por muito tempo, em silêncio, aproveitando a brisa gostosa, olhando o mar, o sol, o céu azul em mais uma tarde de verão.

: - Camila...

A Voz de Lauren ao pé do meu ouvido me arrepiou, e eu apenas respondi com um som nasal, apertando mais os braços dela ao meu redor.

: - Eu acho que enlouqueci, pois veio na minha cabeça uma ideia que, mesmo parecendo insana, ao mesmo tempo é nossa solução.

: - Como assim? – Me virei de frente para ela, intrigada, vendo-a um pouco confusa, mas ansiosa. – Me explica isso.

Ela respirou fundo, segurando em minhas mãos. Me olhou por uns segundos, me deixando impaciente.

: - Eu... Vou falar com meus pais, sinto aqui dentro de mim que preciso falar com eles.

Ergui as sobrancelhas, não entendendo porra nenhuma. Um vento mais forte bateu e eu me arrepiei todinha.

: - Falar sobre o que, amor? Não estou entendendo.

: - Sobre Ana. Meus pais podem adotar a Ana, Camila. – Arregalei meus olhos. – Eles podem fazer isso. Eu não tenho como, pois como você, não tenho tempo nem pra mim direito, mas eles... quase não saem de casa, possuem tudo o que uma criança necessita para crescer bem e feliz. Podem dar educação, amor, atenção, apoio, tudo. E ao mesmo tempo, posso fazer meu papel de irmã mais velha e estar presente na vida dela, assim como você. Eu só preciso conversar com eles e pedir que façam isso por nós e por Ana.

Parecia que o mar inteiro estava invadindo o meu corpo, e tudo o que fiz foi olhar para aquela mulher na minha frente sem conseguir dizer nada. Completamente estática, com a felicidade daquelas palavras me sacudindo inteira.

Uma onda suave molhou os nossos pés, me fazendo olhar para baixo. O que enxerguei ali, fez um tremor intenso cortar a minha coluna no meio. Havia uma rosa branca, um pouco murcha e bem molhada, boiando na onda a centímetros de nós. E naquele momento, eu soube... foi ela, havia sido ela quem encheu o coração e a mente de Lauren com a solução que precisávamos, foi ela quem nos trouxe o alívio.

Aquela rosa branca, aos meus pés, era Yemanjá me mostrando que atendeu a minha oração, e que jamais nos deixaria sozinhas.

[...]

Na segunda-feira à noite, depois da aula, decidir ir direto para casa. Estava cheia de trabalhos para fazer e entregar ainda naquela semana, que a ideia de dormir com Lauren teria que ser adiada. Liguei para ela avisando, o que nem precisei explicar, pois ela entendeu perfeitamente. Disse que iria conversar com seus pais sobre o assunto Ana, no dia seguinte, me deixando bem feliz e positiva.

Abri a porta do apartamento e encontrei meu pai sentado no sofá, lendo o Jornal com cara de poucos amigos. Eram 21;15 da noite, e achei super estranho ele estar ali aquela hora.

: - Oi, pai! – O cumprimentei e fechei a porta, largando a bolsa na poltrona. Ele ergueu seus olhos para mim e suspirou. Não parecia muito feliz. – Que foi? Que cara é essa?

Meu pai dobrou o jornal e o colocou ao seu lado, passando os dedos pelo cabelo.

: - Vai no quarto conversar com a sua irmã, filha, ela está chorando desde quando chegou do colégio e se recusa a me dizer o que aconteceu. Estou preocupado. Tente arrancar algo dela.

Sofia chorando? Meu coração se apertou, e enfiei as mãos nos bolsos detrás da minha calça jeans.

: - Vou falar com ela.

Fui na direção do quarto sem pensar duas vezes, abrindo a porta com calma para não assustá-la. Sofia estava deitada na cama, encolhida, abraçada a Elis. A cena me fez sorrir, mas sabia que não havia felicidade ali.

: - Oi, amorzinho! – Eu disse bem baixo, fechando a porta atrás de mim. Ela não me olhou, e eu me aproximei da cama, sentando aos seus pés. – Não vai vir dar um abraço na irmã?

Sofia nada disse, e aquilo me deixou agoniada. Não gostava daquela sensação de ver minha pequena triste.

: - O que houve, amor? Conta pra mim! – Acariciei seus pés gordinhos, ouvindo-a fungar. – Por que está chorando? Papai disse que você não quer falar sobre, mas somos irmãs, lembra? Sou eu, Camila, seu abraço mais gostoso no mundo, aquela que você pode contar tudo sempre. Somos cúmplices, não somos?

Tentei mais uma vez, e ela se sentou na cama, mantendo uma Elis adormecida no colo. Quis tomar as duas nos braços, proteger de tudo e de todos. Os olhos de Sofia estavam inchados e vermelho, e seu cabelo uma bagunça total. Seus lábios tremeram, e eu fiquei com vontade de chorar junto com ela.

: - Mila... – Ela esfregou a mão nos olhos, abaixando a cabeça.

: - Vem cá, anjo, me deixa abraçar você.

Ela se arrastou para o meu colo, afundando o rosto molhado no meu pescoço e chorando toda a sua aparente tristeza. Meu coração estava apertado, e eu a embalei para trás e para frente, como minha mãe faria com nós duas se estivesse viva.

: - O que aconteceu, Sofi? Fala pra mim, vamos resolver juntas.

: - Hoje no colégio... – Ela começou dizendo, a voz trêmula e parecia ter medo de falar. – Eu estava no recreio fazendo o meu dever porque não quis lanchar e aí... – mais uma fungada. – Chegou umas garotas e uns garotos, e pegaram meu caderno de mim, disseram que eu não precisava dele, já que sei tanto sobre tudo e me acho nerd. Mas eu juro que não me acho nerd, Mila. – A apertei mais contra mim, deixando que ela falasse, que colocasse pra fora. – Todos os dias eles me perturbam assim, mas hoje foi pior. Amassaram o meu caderno e jogaram meu estojo no chão, ficaram me chamando de gorda, feia, de nerd e eu só sei o que é nerd porque Lolo me disse uma vez. – Eu ri triste, com lágrimas nos olhos. – E aí quando eu tentei passar por eles, sabe o que eles fizeram, Mila? Cuspiram um chiclete no meu cabelo e grudou tudo, não consegui tirar. E as professoras vieram, me pegaram chorando e mandaram bilhete na minha agenda, mas fiquei com vergonha de mostrar para o papai. Eu estou me sentindo muito triste, não sei o que eu fiz pra eles, Mila.

Eu sentia uma espécie de revolta e tristeza, vontade de chorar e ir naquela escola quebrar tudo e todos. Estavam fazendo bullying com a pessoa que eu mais amava no mundo, e nada podia me doer mais do que vê-la sofrer.

Passei a mão no cabelo dela, e só então fui notar o bolo causado pela presença do chiclete, bem na raiz, teria que cortar. Me senti imensamente triste, inútil, de não ter estado lá para ajudá-la.

: - Olha pra mim, pequena... – Pedi com calma, acariciando suas costas. Sofia fez o que eu pedi, os lábios trêmulos. – Você não fez nada, não tem nada de errado com você, entenda isso. O errado está em quem fez você chorar e sofrer, não na sua inteligência, nem no seu peso e muito menos nesse seu rosto, que é tão lindo, tão lindo que me falta o ar. – Ela sorriu um pouco, fungando. – Não chore mais, não fique triste, você é uma garota incrível, cheia de coisas boas e uma educação assustadora. Eu quem te eduquei assim, e vou te pedir para que nunca, nunca mais deixe que façam isso com você. Não permita que te ofendam. Chame a diretora, as professoras, grite, faça um escândalo, mas não se cale diante de agressões. Conte a elas quem te perturbou, quem te machucou, conte a mim, conte ao papai, conte para todos e bata o pé para que façam algo sobre isso. Você me entendeu, Sofi?

: - Sim... – Ela me abraçou, chorando no meu ombro. – Estou com medo.

: - Não fique, nada de ruim vai te acontecer, eu tô aqui e vou te proteger. – Beijei sua cabeça. – Amanhã, vou faltar a faculdade e te levar ao colégio, vou na diretoria cobrar explicações de quem quer que seja, e exigir que tomem uma atitude. Começando com uma reunião com os pais de quem fez isso com você. Não vou deixar por isso mesmo, ninguém magoa você e fica assim. Confia em mim?

: - Mais do que tudo.

Sorri com lágrimas nos olhos, e a abracei mais forte.

: - Isso, meu amor, sou seu porto seguro, enquanto eu viver, ninguém te fará chorar. Nunca mais!

Vocês sabem o que é bullying? Sabem o que esses atos tão grotescos podem causar na vida de uma criança, adolescente? Vocês possuem noção de que essas agressões repetitivas podem destruir o psicológico de alguém? Sabem que causando dor e sofrimento mental, e até mesmo físico a essas crianças e adolescentes, pode levá-los ao suicídio? Já pararam para pensar que lá na época de colégio, as "brincadeiras" que vocês faziam na frente de todo mundo, contra o seu colega acima do peso, ou negro, ou gay, ou tímido, ou nerd, ou qualquer outra coisa, causava sofrimento a ele? Já pensaram que os pequenos puxões de cabelo, ou aqueles apelidinhos ridículos, as bolinhas de papel, os empurrões ou algo mais grave, faziam com que ele se sentisse um lixo? Tenho certeza que sim, tenho certeza que já pensaram e sabem por quê? Porque bullying é cometido com consciência, ciente do que irá causar na pessoa, e é exatamente isso o que se quer. Insultar, magoar, irritar, entristecer, atingir diretamente todos os dias.

O bullying é um dos maiores causadores de suicídio no mundo, não há nada bonito em fazer alguém sofrer. Você não será mais no colégio por isso, cara, nem em qualquer outro lugar. Sua fama não será de fodão(a), mas sim de otário(a). Então, pense, olhe para dentro de si mesmo e responda;

Vale a pena ser tão estúpido ao ponto de destruir o psicológico e a vida de alguém?

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