Stockholm [PT/BR]

By SofiaLoveWolf

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[FINALIZADA] ※ 𝓕𝓪𝓵𝓵𝓮𝓷 𝓢𝓾𝓻𝓿𝓲𝓿𝓸𝓻𝓼 𝓣𝓻𝓲𝓵𝓸𝓰𝔂 ※ 𝕃 𝕀 𝕍 ℝ 𝕆 ➀ Três relatos distintos... More

PRÓLOGO
UM ::: 15 de Setembro de 2001
DOIS ::: 02 de Julho de 2003
TRÊS ::: 23 de Maio de 2008
QUATRO ::: 28 de Março de 2009 - Reunião da OAVS
CINCO ::: 17 de Dezembro de 1992
SEIS ::: 28 de Março de 2009 - Reunião da OAVS
SETE ::: 16 de Setembro de 2001
OITO ::: 28 de Março de 2009
NOVE ::: 05 de Abril de 2009
DEZ ::: 03 de Julho de 2003
ONZE ::: 05 de Abril de 2009 - Exemplos
DOZE ::: 24 de Maio de 2008
TREZE ::: 05 de Abril de 2009 - Conselhos Importantes (I de III)
CATORZE ::: CATIVEIROS - Carol, Lacey e Jackie (I de III)
QUINZE ::: 05 de Abril de 2009 - Conselhos Importantes (II de III)
DEZESSEIS ::: CATIVEIROS: Carol, Lacey e Jackie (II de III)
DEZOITO ::: CATIVEIROS - Carol, Lacey, Jackie: Libertação (III de III)
NOTA

DEZESSETE ::: 05 de Abril de 2009 - Conselhos Importantes (III de III)

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By SofiaLoveWolf

— Agora vamos falar de um tema um pouco mais delicado. O Síndrome de Estocolmo. — Richard anunciou com maciez na voz.

Jackie comprimiu os olhos se segurando pra não fugir dali. Lutava contra si própria pra ficar pois aquele tema a ajudaria a exorcizar seus demônios.

— O que é o Síndrome de Estocolmo? O Síndrome de Estocolmo é um estado psicológico particular desenvolvido por pessoas que são vítimas de sequestro. A síndrome se desenvolve a partir de tentativas da vítima de se identificar com seu sequestrador ou de conquistar a simpatia do mesmo. Essas tentativas podem acabar por criar no refém sentimentos. Vários exemplos são entre a amizade, carinho, pena, sentimento de proteção e, na maioria das vezes amor. Todas as espécies de amor. Desde amor de família, passando por amor carnal e pelo amor puro entre um homem e uma mulher. — Explicou com tamanha clareza que era impossível restar dúvidas.

Jackie se identificou com aquela definição da doença e sem perceber o desconforto das suas parceiras ao lado, Lacey e Caroline também se identificavam, mas conseguiam disfarçar melhor.

— As vítimas começam por se identificar emocionalmente com os sequestradores, a princípio como mecanismo de defesa por medo de retaliação e/ou violência. Pequenos gestos gentis por parte dos captores são frequentemente amplificados porque, do ponto de vista do refém, é muito difícil, senão impossível, ter uma visão clara da realidade nessas circunstâncias e conseguir mensurar o perigo real. As tentativas de libertação são, por esse motivo, vistas como uma ameaça, porque o refém pode correr o risco de ser magoado. É importante notar que os sintomas são consequência de um stress físico e emocional extremo. O complexo e dúbio comportamento de afetividade e ódio simultâneo junto aos captores é considerado uma estratégia de sobrevivência por parte das vítimas. – Aiden continuou o discurso do pai, tão conciso quanto o mesmo e dava para notar o olhar orgulhoso de Elizabeth sobre o filho. — É importante observar que o processo da síndrome ocorre sem que a vítima tenha consciência disso. Entretanto, a vítima não se torna totalmente alheia à sua própria situação, parte de sua mente se conserva alerta ao perigo e é isso que faz com que a maioria das vítimas tente escapar do sequestrador em algum momento, mesmo em casos de cativeiro prolongado.

— Se vocês repararem bem, o Síndrome de Estocolmo pode ser identificada na literatura infantil, "A Bela e a Fera" que conta a história de uma garota bonita e inteligente que é vítima de cárcere privado por uma Fera, e por fim desenvolve um relacionamento afetivo e se casa com a mesma. — Beth elucidou após a conclusão do filho.

— Nossa, eu nunca que vi essa história por essa perspetiva. — Caroline comentou surpresa.

A pequena palestra continuou por um pouco mais de tempo, debatendo sobre Estocolmo, mas Jackie não conseguia realmente escutar. Ela estava nervosa com aquele assunto e mesmo sabendo que era uma vítima e que o que sentia era apenas uma defesa de sua mente para sobreviver ao cativeiro, ela não conseguia entender porque isso perdurava.

— Então meninas, dou por encerrada essa reunião. Nos vemos semana que vem. – Beth se despediu e todas as garotas se ergueram aplaudindo.

Jackie acordou do seu pequeno transe e apenas se retirou apressada na sala. Ela não se sentia digna de pertencer e participar daquele grupo com pessoas que realmente sofreram e enfrentaram suas dores de frente, com coragem, sem se esconderem atrás de uma maleita da mente.

— Jackie, espere. Por favor, espere! — Lacey pediu correndo atrás da garota.

Carol conseguiu correr um pouco mais rápido alcançando a garota e a fazendo parar. Jackie estava aos prantos sufocando no seu próprio choro e Lacey se aproximou finalmente e a arremessou num abraço, reconfortando sua dor.

— Vem, vamos sair daqui. — Carol inidou após acionar o seu carro do outro lado da rua, a poucos metros de onde estavam.

Jackie caminhou agarrada a Lacey as acompanhando para onde quer que elas a levassem, sem sequer protestar. Estava demasiado abalada para conseguir sequer pensar em tudo o que estava acontecendo. Apenas as recordações dos seus demônios assolando sua mente e a culpa correndo suas veias.

Assim que entrou no carro, Jackie encostou sua cabeça na janela deixando as lágrimas lavarem seu rosto, em silêncio. Observou a paisagem passar como borrões, trancafiando seus pensamentos e tentando limpar sua mente de tudo.

— Chegamos. — A loira avisou, olhando para Jackie por cima do ombro.

Lacey lhe abriu a porta a amparando pela cintura e a guiando para dentro da casa de Bloom, apenas a soltando quando estava devidamente apoiada por um sofá.

Caroline apareceu de algum cômodo com um copo de água na mão e Lacey a olhou sugestivamente, como que a incentivando a começar.

— Jackie. Nós queremos te contar duas história. — Lacey começou dando tempo para Carol respirar fundo e começar seu relato e entregou o copo de água a Jackie.

— Tudo começou em 2000. Eu conheci Kennan e bem... foi amor à primeira vista. Mas eu sabia de sua fama. Sabia que ele não era homem de uma mulher só, muito menos homem de uma pirralha como, que só tinha 15 anos. Não sei se foi sorte, se foi destino, ou se foi mesmo real, Kennan também se apaixonou por mim, de verdade. Contudo o passado dele o perseguiu...me perseguiu. — Bloom baixou o olhar e prendeu a respiração antes de continuar e Jackie fungou, limpando as lágrimas e se ajeitando no sofá para ouvir a história das meninas. — Eu sabia que ele tinha feito sofrer muitas garotas, que tinha quebrado muitos corações e destruído a honra de muitas delas, mas que culpa tinha eu se ele me escolheu? Aparentemente nenhuma. — Revirou os olhos e espantou as lágrimas que não pareciam ser de tristeza.

— Quando estávamos perto de fazer um ano de namoro fomos numa festa em Thunder Bay, Canadá. Sentia que algo iria acontecer nessa festa, mas eu podia esperar tudo, menos o que me aconteceu. Kennan tinha sumido desde o início da festa e eu estava ficando...preocupada? Não, desconfiada. É. Essa é a palavra. Fui procurar ele e...bom, vou passar logo à frente porque eu não gosto muito de enrolar.

Sua história tinha muitos pontos interessantes, mas não os que realmente interessavam para Jackie escutar. Lacey revirou os olhos e suspirou, era sempre assim quando Carol tinha de falar.

— Escutei Kennan na cama com uma vagabunda qualquer e isso me tirou o chão por completo. Fiquei desnorteada, me sentindo como se tivesse levado um soco no estômago. Então eu entrei no banheiro em frente ao quarto para vomitar, estava com tanta raiva que isso mexeu com meu sistema nervoso. Fiquei no banheiro tempos infinitos, nem sei quanto tempo. Então as luzes foram abaixo e eu escutei alguém entrando. Chamei pela pessoa pedindo que se identificasse, mas recebi apenas silêncio como resposta. Eu fiquei completamente apavorada. Sei lá, instinto, sexto sentido, não importa o nome, mas algo estava me alertando para o perigo. Com medo, me encolhi de encontro ao lavabo, tateando por algo com que me pudesse defender, mas quando eu escutei sua respiração tão próxima de mim, sua fonte de calor aquecendo meu corpo... eu soube que estava perdida. E bem, pode imaginar em quantos tipos de perdida eu estava. — Ela tentava demonstrar que já tinha superado tudo, pela maneira como tentava soar casual contando sua história, mas seus olhos espelhavam seus reais sentimentos, como um reflexo da lembrança tão viva em sua mente.

— Caleb, esse era o nome do meu sequestrador, me manteve cativa durante longos oito meses. Seus motivos estavam longe de dinheiro, apenas vingança. Vingança pela morte da irmã. — Carol fez uma pausa quando escuto o trejeito de choque de Jackeline, não estando mais habituando a que alguém reagisse desse modo quando contava sua história, pois fazia tempos que não havia ninguém novo na sua vida que ainda não conhecesse tudo o que ela passou.

— Christine, era o nome dela. Vi ela uma ou duas vezes com o Kennan quando eu ainda era uma menina incapaz de perceber a diferença entre amor e a canalhice. Christine foi mais uma das conquistas de Kennan. A que durou mais, antes de mim. Ela era realmente linda. Pelo escura, brilhante como um diamante negro, olhos doces cor de avelã e longos cabelos entrançados, mas Kennan destruiu sua vida e ela era fraca para suportar tamanha dor. Então ela se matou...e durante anos o único objetivo de Caleb era vingar a morte da irmã e fazer Kennan sofrer tudo o que ele e sua irmã e todas as outras garotas sofreram. E foi aí que eu entrei na história, o dano colateral. — Car arrematou respirando fundo sem conseguir encarar mais ninguém.

— Mas desengane-se quem pensa que a história terminou por essa vingança. Caleb camuflava sua dor na bebida e sempre que bebia, era mais uma surra que eu levava. A certo ponto, eu comecei a esperar pelas surras. Não que eu gostasse de apanhar, mas porque quando ele voltava, no dia seguinte, ele me tratava melhor que nunca,. Ele me mimava, cuidava de mim, me fazia rir e me distraia de tudo o que eu estava passando. Nós ficávamos conversando horas a fio, nos conhecendo, nos divertindo e rindo de tudo mesmo que não tivesse qualquer piada. Perto dele era tudo tão fácil. Rapidamente eu desenvolvi sentimento de amizade com ele e meu cativeiro se tornou bem mais fácil. – Finalizou a frase com a voz embargada e uma leva de lágrimas molhando seu rosto.

Lacey pegou sua mão a acarinhando e enxugando as lágrimas da amiga. Jackie chorava junto dela, como se sua dor fosse uma extensão da dor de Caroline. Naquele momento ela não se sentiu mais sozinha com seus sentimentos estúpidos e inexplicáveis.

— Não tenho uma data específica para te dizer quando minha vida virou do avesso. — Lacey retomou, aproveitando o embalo, pois nada ficaria mais fácil depois da sua história, apenas mais simples de lidar e compreender. — Acho que desde que nasci que minha vida era torta, mas tudo piorou quando eu fiz 13 anos. Não, não piorou, eu apenas não tinha conhecimento de como as coisas estavam realmente más lá em casa. Todos os dias meus pais brigavam. Meu pai berrando com minha mãe, minha mãe tacando toda a sua louça importada no meu pai. Enquanto minha irmã estava por perto, tudo para mim estava calmo, eu conseguia ignorar os ataques de loucura de meus pais, mas quando Charlotte casou e saiu de casa, tudo mudou e meu mundo que era cinzento com alguns feixes de cor, escureceu por completo. — Sua lembrança era cheia de amargura pelo modo como ela contava sua história, mas ao mesmo tempo ela parecia ter feito as pazes com o seu passado.

— Depois de quase 5 meses suportando sozinha toda aquela insanidade em minha casa, minha irmã e meu cunhado me incentivaram a viajar. Meio relutante eu parti. Era minha primeira viagem sozinha e eu tinha apenas 17 anos. Foi em 2003, nunca mais me esqueço. Logo que eu tomara a decisão de viajar, algo mais forte dentro de mim dizia para eu ficar, mas eu não suportava mais aquilo. Mesmo assim eu parti, mas desde que eu saíra de minha casa em Miami e viajara até a casa de campo do meu cunhado, em Lake Charles, Louisiana, eu me sentia sendo seguida, observada. Durante a primeira semana eu vivia quase como uma fugitiva, me esgueirando pelas ruas, olhando sempre pelo retrovisor... Eu tentava afastar de minha mente essa estranha sensação, mas sempre que eu colocava meu pé fora de casa, eu me sentia desprotegida, era inevitável. Como se tivessem ligado o alerta vermelho em mim e eu não soubesse como desligar. Então um dia eu acordei sobressaltada, depois de um pesadelo em que eu estava sendo perseguida. Pois é, muito filme de ação. — Lace riu com humor mesmo que a situação pedisse seriedade, mas esse era o seu jeito de lidar com o assunto.

— Eu desci até a cozinha para pegar um copo de água para me acalmar do sonho e do nada eu fui novamente acometida pela sensação de insegurança, dentro da própria casa. Foi aí que eu percebi que não adiantava mais me esconder. — Encolheu os ombros como se aquilo realmente não a afetasse e Jackie prendeu a respiração perante aquele discurso de suspense. — Rodrigo me manteve cativa por duas semanas e durante essas duas semanas ele tentou contatar meus pais do meu celular, sem obter qualquer resposta. Meus pais estava pouco se lixando para mim e isso quase me custou a vida. Por causa da indiferença dos meus pais comigo, Rodrigo me castigava sempre que eles não atendiam a chamada, me "afogando" durante cerca de dois minutos. As primeiras vezes eu jurei que ia morrer, depois comecei me acostumando acabando até por gostar. Quando eu estava debaixo de água... para mim era como se eu estivesse a um passo do fim. Como se logo tudo fosse mudar, mudar para melhor. Então eu era tirada do meu "paraíso" pessoal cedo demais e tudo o que sucedia eram umas dores insuportáveis no peito. — Jackie piscou os olhos descrente do discurso de Lacey. Não que ela não acreditasse, mas era difícil digerir que ela pensou em se entregar à morte para fugir do seu pesadelo.

— Rodrigo era viciado em drogas e durante as duas semanas ele passou por abstinência. A abstinência o tornava nervoso, impaciente e os castigos constantes, mas quando ele parecia mais calmo pelos remédios que tomava ele se tornava uma pessoa diferente. Rodrigo era muito tímido e reservado e eu gostava de provocar ele, talvez com o intuito de o fazer se fartar de mim e me soltar... ou me matar de vez. A toda a hora nós estávamos brigando por alguma coisa, quer fosse pela comida, quer fosse pelo comando da TV, quer fosse porque motivo fosse. Acabamos criando uma espécie de conexão. Eu não sei dizer se era amizade, companheirismo ou algum tipo deturpado de amor. — Ela abanava a cabeça e franzia os cenhos, não sabendo ao certo como se explicar. Seus olhos azuis estavam perdidos em algum ponto e ela lutava para não derramar nenhuma lágrima.

— Um dia ele me contou o motivo de me ter sequestrado e precisar muito do dinheiro do meu resgate. Por causa das drogas ele contraiu dívidas e o traficante chefe sequestrou seus três irmãos pequenos e sua mãe e o obrigou a arrumar o dinheiro em dois meses. Ele chorou de arrependimento por ter metido os irmãos e a mim no meio dos seus problemas, mas que se tivesse de escolher entre a minha vida e a salvação dos irmãos, não haviam opções. Eventualmente eu consegui contatar meu cunhado e pedi uma grana alta. Não contei que estava sob cativeiro de um sequestrador, apenas falei que estava desesperada e queria desaparecer. Foi então que minha irmã contou que tinha acesso à conta dos meus pais e ela transferiu uma grana gorda, maior do que a que eu tinha pedido, para a minha conta. Eu dei o dinheiro a Rodrigo e ele sumiu para salvar seus irmãos.

Lacey finalizou e houve uma pausa para Jackeline absorver aquelas histórias. De modos diferentes elas sofreram de Síndrome de Estocolomo e não havia modo de Hale julgar elas ou as achar fracas e covardes, como mais cedo ela se julgou.

Carol tinha parado de chorar e Lace sequer tinha derramado uma única lágrima, ao contrário de Jackie, que parecia uma torneira avariada, incontrolável.

Foram vários minutos até ela se acalmar. Os mesmos minutos para ela tomar coragem para contar a sua história, pela primeira vez.

— Ano passado, finais de Maio, foi o casamento de meu primo Connor e da minha melhor amiga Dani e eu era a madrinha. Supostamente deveria ser o dia mais feliz para todos os que amavam o casal e eu...eu era com toda a certeza a que mais amava os dois. Haviam alguns fotógrafos pela cerimônia, mas um deles me chamou a atenção desde o início. Não só porque ele era...elegante, atraente e bonito, mas porque...porque ele tirava fotos única e exclusivamente a mim. Eu tentava me garantir que estava vendo errado, mas as letras em vermelho vivo piscando em minha cabeça gritavam que eu estava em perigo. Eu sempre sonhei com um príncipe encantado, minha mãe me fez acreditar que eles existiam. Dizia que quando ele surgisse a primeira vez eu saberia que era ele. Tudo o resto deixaria de ter importância e apenas ele seria o centro da minha atenção.

— Acho que levei os contos de fadas muito a peito e realmente o medo deixou de ser importante para além dele. Posso dizer que sei quando me apaixonei por ele. Foi no mesmo instante que o medo por ele me atingiu. Depois a questão não foi mais fugir ou pedir ajuda. Foi fugir... ou me deixar levar pela fantasia que ele criou de nós dois. Sete meses em cativeiro. Dois meses de casada.

— Vocês se casaram? — Carol exclamou num timbre quase histérico.

— Ele casou com a Laura, não comigo. Mason é esquizofrénico e viu em mim a ex-namorada que o deixou por elefantes e leões. Ela era veterinária e foi recrutada para o Quênia. Ele jurava que Laura o havia deixado por sua doença e sempre que estava perto de mim ele tentava se controlar ao máximo. Teve vários momentos em que eu tive oportunidade de fugir, mas o medo e a ilusão me fizeram ficar. Será que eu mereço ser escutada por vocês? Talvez eu seja tão louca quanto ele. — Jackie tornou a se culpar, chorando aos prantos e puxando os fios dos seus cabelos com raiva.

— Calma, Jackie. se acalme. Você não é louca. Lembre de tudo o que Aiden e Richard falaram hoje. Você não está sozinha e você não é louca. — Lacey garantiu, abraçando a garota de lado e a apertando contra seu peito para a consolar.

— Nós vamos superar isso juntas. Nós três. — Caroline garantiu, esticando as mãos para pegar numa de Lace e noutra de Jackie.

Ali Hale se sentiu reconfortada. Finalmente ela se sentiu em paz, sem mais demônios para exorcizar, apenas controlar. Não o tinha feito sozinha... o tinha feito com duas pessoas com os mesmos demônios que ela. 

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