GOALS (l.s.)

By maytrash

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Louis e Harry são dois jogadores de futebol famosos. Louis é um veterano carismático que tem habilidades únic... More

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EPÍLOGO

N

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By maytrash

(Louis)

Eu ainda tenho dificuldade pra dormir as vezes. Mesmo com Harry aqui ao meu lado, a minha cabeça tem problemas em parar de trabalhar.

Fico me perguntando se algum dia isso vai acabar e eu vou poder só respirar normalmente, como qualquer cidadão que não sente a cabeça martelando por horas e horas do seu dia.

É bom ver Harry aninhado no meu peito. As vezes eu penso que eu não pareço ser o mais velho da relação por parecer depender tanto dele, por estar sempre em combustão por alguma coisa e Harry sempre tão maduro e correto no que faz, me ajudando e cuidando de mim.

Seus cabelos estão grandes e ele está ressonando, com sua pele perfeita escondida na escuridão do meu quarto, mas que eu já conheço tão bem, não precisando de luz nenhuma para saber exatamente em que pontos meu dedo percorre pelo seu braço.

Meu celular tocou e Harry se remexeu. O nome de Dan brilhava na tela e eu desliguei para que Harry não acordasse. Ele se ajeitou melhor no meu corpo e continuou dormindo, quando meu celular acendeu de novo, mas com uma mensagem aparecendo na tela de bloqueio

Daniel Dickins: Louis, eu estou a caminho de Manchester, Lottie está comigo. Precisamos de uma reunião profissional. Por favor, me retorne. Bom dia.

Eu estranhei a forma como Dan falou e respondi rapidamente que esperava por ele e pela minha irmã. Mandei uma mensagem para Lottie perguntando se algo tinha acontecido e ela só disse 'Está tudo bem Lou. Eu tenho muito orgulho de você, nunca esqueça disso okay? Te amo'

Acordei Harry e ele abriu seus olhos verdes na minha direção, com o rosto um pouco amassado e eu imediatamente me arrependi de ter atrapalhado seu sono. Sua voz rouca pela manhã me dava arrepios.

- Hum... Bom dia amor... - Harry bocejou e ficou um tempo sem se mover como ele sempre fazia por que dizia que odiava movimentos bruscos já quando acorda. Depois de um pequeno tempo, ele se moveu, saindo do meu peito, e chegando perto do meu rosto, quando nossos lábios se uniram e meus olhos se fecharam, sentindo a textura dos lábios dele contra os meus e me fazendo suspirar, pensando em como um ciclo de coisas incríveis estão acontecendo comigo.

- Bom dia babe... Você está bem? Teve uma boa noite de sono? - Fiz um carinho no cabelo do meu namorado e ele mexeu sua cabeça, quase ronronando, e nesse momentos eu tenho vontade de aperta-lo forte contra meu corpo e perguntar um milhão de vezes por que alguém tão incrível quer estar comigo.

- Tive... Só estou com preguiça no momento. Muita na verdade... Quem era no telefone?

- Me desculpa se te acordou amor... Era o Dan, disse que precisava de uma reunião comigo... Ele e Lottie estão vindo para Manchester mas nenhum dos dois me disse o que está acontecendo. - Harry saiu dos meus braços e encostou sua cabeça no travesseiro, o lençol cobrindo seu corpo enquanto ele coça os olhos e boceja mais um pouco.

- Não tem problema, meu celular tocou também logo pela manhã, mas eu estava na limbo do sono e ignorei completamente. Já que eles estão vindo, eu vou acho que vou atrás do Liam, ele disse que queria falar comigo ontem mas ele dormiu. A noite você vai lá pra casa e de lá vamos para o treino amanhã?

- Sim. Claro. Você não quer ficar pro café? - Eu apoiei meus cotovelos na cama, levantando meu tronco, enquanto via Harry levantar da cama e se vestir.

- Hoje não Lou, vou indo, agilizo tudo e já fico livre pra quando você aparecer. - Harry já estava pronto em poucos minutos. Conversamos mais um pouco e eu fui com ele até a porta. Vi o carro de Harry sair pela garagem e encontrei minha empregada já fazendo o café.

Harry tinha ido há menos de 5 minutos e eu já sinto falta dele.

(+)

Algumas horas depois, Dan e Lottie chegaram calados. Trocamos algumas palavras e por um momento eu achei que fosse só uma visita cotidiana.

Fomos até o meu escritório e eu estou sentado de um lado da mesa enquanto Lottie está sentada ao meu lado e Dan espalha alguns papéis em cima da mesa.

- Louis, antes de começarmos eu gostaria de dizer que absolutamente nada do que conversarmos aqui vai sair dessa sala. Nós somos uma família mas quando você me contratou conversamos que não misturaríamos as coisas.

- Eu sei disso Dan.

- Ótimo... Só queria deixar isso claro de novo. - Eu assenti e estava começando a estranhar aquela situação. - Ontem a noite um paparazzi seguiu vocês dois para uma casa, a da família do Harry. Esse mesmo cara estava seguindo Harry a tarde toda e viu que ele chegou na casa e depois você. Essa aqui é uma das fotos que apareceram para mim e a que ele soltou na mídia.

Dan esticou uma foto que minha dentro do carro ainda, olhando de lado, enquanto meu carro entrava na garagem dos pais de Harry. Eu engoli em seco.

- Mas o problema não é esse. Isso, podemos alegar em alguma entrevista futura, que vocês são amigos e estavam só interagindo com as famílias. O problema são essas. - Ele esticou mais duas fotos e colocou do lado de duas reportagens. Em uma delas, Harry estava nos fundos da minha casa em Doncaster, com flores nas mãos. No dia do meu aniversário. E na segunda, foi no mesmo dia, na casa dos pais do Harry, mas foi de quando estávamos no andar de cima, no quarto de Darcy, e Harry estava me abraçando por trás, com seu queixo apoiado nos meus ombros.

A lembrança do momento me fez sorrir

'Você pensa em ter filhos Lou?'

Mas a realidade deu um soco no meu estômago. Então era isso? Todo mundo agora saberia?

Eu estiquei as minhas mãos e segurei a foto nas mãos. Meus olhos se arregalaram, e eu olhei para Dan. Acho que meu desespero tinha ficado claro. As mãos de Lottie apertaram as minhas e eu comecei a sentir minha respiração acelerar.

- Lou, podemos alegar que essa última é manipulação de imagem e invasão de privacidade, já que nessa casa ninguém é famoso, então não podem fazer isso. Mas a outra, na nossa casa, essa não é possível. Precisaremos pagar um preço alto por elas. O agente do Harry que me ligou, ele que as recebeu primeiro. Preci----

- Você pode perguntar se quiser - Interrompi Dan, balançando uma das minhas pernas, freneticamente, segurando a mão da minha irmã que agora eu entendi, tinha vindo para me dar apoio moral.

Ninguém da minha família sabia sobre nós dois. Aquela notícia que saiu e quando Dan, da outra vez, falou para Harry não ir no meu aniversário, provavelmente ele desconfiou mas não achou que aquilo continuaria. Eu não vou dizer que eu não estou pronto para dizer sobre nós dois para nossas famílias, por que eu estou. Mas não sei se eu quero isso explodindo na nossa cara e na nossa carreira.

Dan me encarava, e nesse momento ele tinha um pequeno esboço de um sorriso, mínimo, e eu sabia que ele estava tentando ser o mais profissional possível, mesmo transparecendo um pouco de preocupação em seus olhos.

- Você pode perguntar Dan. Como padrasto ou empresário. Você pode.

- Vocês estão juntos?

- Sim. - Eu sentia as borboletas. Era assim todas as vezes que eu pensava nele. Harry longe ou perto, tinha o mesmo efeito em mim. Mesmo que eu não sentisse o toque de suas mãos pessoalmente, a minha mente projetava com facilidade.

Eu conseguia olha-lo mesmo com os olhos fechados. Seu sorriso gigante, que as vezes era travesso e cheio de segundas intenções e em outras vezes ele só era feliz. Como eu queria que fosse.

Dan respirou fundo e assentiu. Um silêncio pequeno aconteceu, quando eu senti uma gota pingar na minha mão e olhei para Lottie. Ela estava chorando.

- Hey, o que aconteceu? - Virei meu corpo para a minha irmã e ela ainda olhava para baixo, ainda limpando as lágrimas que caiam, o que não adiantou muito, por que novas ainda se formavam em seus olhos.

Quando seus olhos se encontraram com os meus, ela sorria. E eu entendi. Eu finalmente entendi o que as pessoas sentiam quando faziam parte de suas famílias.

É um conforto diferente. Você olha para eles e vê uma parte de você ali. Não é o que eu sinto quando estou com Harry. Eu o amo muito e ele um dia vai ser minha família, já é. Mas isso, isso de olhar para as pessoas que cresceram ao seu lado, dividiram com você a sua infância, e se sentir amado, se sentir parte importante, é outra coisa.

Lottie estava feliz por mim. Eu pude ver que ela estava.

Ela jogou seus braços ao redor do meu pescoço e me abraçou como nunca antes em toda a nossa vida lado a lado.

- Eu estou orgulhosa de você Louis. Por assumir isso. Eu e Dan estamos. Nós conversamos sobre isso um dia, Dan achava que você tinha me contado, mas eu não sabia. Só desconfiava. Ninguém mais sabe Lou eu juro. Eu estou aqui para dizer que estamos do seu lado Lou, nós estamos mesmo. Dan agora está fazendo o melhor para você profissionalmente falando, mas nós vamos te apoiar Lou... Nós somos sua família. Né Dan? - Lottie se soltou de mim e só nesse momento eu senti as lágrimas que também escorriam pelo meu rosto. Dan estava sorrindo, e levantou um pouco da cadeira e colocou uma mão no meu ombro.

Dan explicou todas as possibilidades que nós tínhamos, assumir não era uma delas.

Devíamos levar em conta que a carreira de Harry tinha explodido agora e que o mundo do futebol não nos aceitaria. Eles o hostilizariam, fariam com que ele tivesse vergonha se pisar naquele campo. Eu queria mandar todos eles para a puta que pariu e só de imaginar Harry sofrendo qualquer tipo de preconceito fez meu estômago revirar.

Enquanto Dan falava, eu pensava no que seria de mim se alguém soubesse. Eu sou o melhor no que faço há um tempo, algumas pessoas me levam como exemplo. Eu queria que continuasse assim.

Pensei em como os gritos ofensivos sairiam da boca das pessoas, aquilo me dava nojo.

Me dava nojo pensar que algumas pessoas ainda me definiam pelas minha sexualidade e não por quem eu sou. Não por eu ser um dos melhores do mundo.

Me dava nojo pensar em como os meus colegas de time me olhariam, como eles falariam de nós na imprensa, e como olhariam para Harry e para mim como se fossemos doentes.

Eu não consegui ficar ali com eles. Saí do escritório pedindo um tempo para mim. Minha cabeça tinha ficado zonza, minhas pernas e mãos começaram a tremer e um tempo depois eu estava escorado na parede do banheiro, com a minha respiração rápida, coração acelerado.

Eu sabia o que estava acontecendo. Eu sabia para onde eu precisava ir para que aquilo acabasse.

(+)

(Harry)

Não conseguia conter as minhas lágrimas.

Eu sou só um garoto de 20 anos porra! Por que a minha vida tem que ter tantos problemas?

Por que as pessoas ainda se sentem ameaçadas quando você diz que você ama um homem? Por que isso tem que ser tão complexo?

É amor droga! Só amor!

Eu batia as minhas mãos no volante, voltando para a casa de Louis.

A ligação do meu empresário era para falar que existe um paparazzi com algumas fotos e quer dinheiro por elas.

São fotos bonitas. Uma que eu estou na porta da casa dos pais de Louis, com as flores. Aquele dia foi especial. Eu realmente queria uma foto daquele momento.

Tudo tem se transformado aos poucos quase em uma missão impossível. Eu preciso saber o horário que eu posso sair de casa, com que roupa, se o ideal é ir de carro, a pé, sozinho ou não.

As vezes beira o insuportável.

Eu queria poder sair de casa com Louis e ir até uma cafeteria ou algum lugar que ele goste, poder brincar com os canudos como dois idiotas ou só comer e segurar sua mão por cima da mesa e ver suas bochechas corarem.

As vezes, eu sei que vai parecer rude, mas só queria poder sair com ele para as pessoas a nossa volta verem que ele está comigo e toda essa merda de 'somos heteros comedores' ir embora.

Será que Louis está bem?

Nunca ouvi tantas coisas difíceis em tão pouco tempo. Meu empresário foi grosseiro e até um pouco desnecessário falando que esse seria o fim pra mim. Ele até usou as palavras 'pode começar a pensar no que cursar na universidade'

As pessoas não podem fazer isso. Não podem me colocar para baixo ou me ofender só por que eu decidi tomar uma decisão diferente da delas.

Vamos ter que pagar um dinheiro alto. E mesmo assim eu tenho medo. Ao mesmo tempo que eu amo Louis, esse pode mesmo ser meu fim. Pode ser o meu adeus ao meu sonho que percorri com tanto esforço.

Eu ainda tenho muitos anos de carreira. Não posso deixar que isso influencie, não agora.

Precisamos de no mínimo, um plano sólido para que funcione da forma correta.

O que importa é que ele esteja ao meu lado.

Parei no farol perto da casa do Louis e limpei as lágrimas dos olhos.

Não tem motivos para preocupação.

Eu preciso acreditar nisso.

Esse desespero do meu peito não é nada. Tudo vai ficar bem.

Assim que apertei o interfone, ouvi a voz de Flora e ela abriu o portão para mim. Coloquei o carro atrás de outro que estava lá, provavelmente Dan já que Louis disse que ia recebe-lo.

Flora abriu a porta da casa e logo em seguida eu vi Lottie e Dan sentados na sala assistindo televisão.

- Olá Harry! Como está? - Lottie veio ao meu encontro e me abraçou.

- Eu estou bem e vocês? Tendo um bom dia? - Dan se levantou e me deu um abraço também. Eles não precisavam dizer. Eu sabia agora que eles já sabiam.

É aquela sensação familiar de que você é querido ali. Minha mãe sempre me disse ' você precisa fazer as pessoas quererem ficar Harry. Isso muda tudo. E para que elas fiquem, elas tem que se sentir em casa no seu abraço'

- Estamos bem sim Harry, veio procurar o Louis? Tivemos uma reunião hoje, ele pareceu um pouco abalado e pediu um tempo para nós. - A minha pressão deve ter caído. Por que eu senti minha mão e minha espinha gelarem de um segundo para o outro.

Louis tinha ficado abalado e pedido um

tempo só? E as pessoas dizem que tudo bem?!

Não pode ser... Por favor não pode ser... Ele não pode ter feito algo...

Eu saí correndo dali e vi Lottie gritar meu nome, mas nesse momento eu só consegui pensar em Louis fazendo alguma coisa que machucasse a ele mesmo.

Quando cheguei no quarto dele, abrindo a porta com toda a força que eu pude, meu coração que pulsava na garganta.

Louis não estava no quarto, fui até o banheiro da suíte e virei a maçaneta. Trancado.

- Lou... Amor.. Sou eu... Abre a porta...

Silêncio.

Nem um choro, não conseguia ouvir a sua respiração.

- Lou... Abre pra mim por favor... - Eu virei a maçaneta com mais força e ouvi algo cair do lado de dentro. Comecei a me desesperar, uma angustia forte em mim, meus medos voltando, o medo de perde-lo dominando a minha mente no momento - Louis. Abre a porta!

Eu gritei e comecei a esmurrar a porta com força até que ele me respondesse

- Me deixa sozinho Harry! Por favor! Me deixa sozinho! - Louis gritou de dentro e naquele momento eu ouvi a sua voz embargada. A imagem dele jogado no chão do mesmo que estávamos agora me fez continuar esmurrando a porta e implorar mais e mais para que ele a abrisse.

Até que ele a abriu.

E eu poderia dizer que se meu coração já tinha se quebrado há um tempo atrás com a mesma situação e que agora eu deveria estar preparado, não, eu não estava.

- É isso que você quer ver Harry? Você quer ver como é escroto o cara que pode ser o culpado de jogar tudo o que você construiu pro alto? - Louis apareceu na porta gritando e invadindo o quarto, me empurrando para trás, com sangue escorrendo pelas suas pernas e pulsos e sua camiseta branca manchada.

Seus cabelos bagunçados, suas mãos gesticulando e a dor em seus olhos.

- Louis... Para de falar isso! Por que você não cala a boca? Vem... Deixa eu te ajudar - Eu segurei seus pulsos e Louis deu um grito e se debateu, se soltando de mim. Quando eu vi, minhas mãos também estavam manchadas

- Para de ser assim Harry! Para de querer me ajudar! Você precisa olhar para você! Por minha culpa você pode ter que aguentar toda a homofobia de um estádio! Por minha culpa você vai ter que receber os olhares tortos das pessoas na rua e no treino! Por minha culpa Harry! - Louis batia no próprio peito e seu peito subia e descia rapidamente. Não estava diferente do meu.

- Para de falar isso Louis! Não tem só a ver com você! Eu também te amo! Eu quero estar com você! Vamos controlar isso! Vamos ficar juntos e pagar esses caras! Vamos lidar Louis por que é isso o que nós fazemos!

- Lidar Harry? Por quanto tempo iremos lidar? Por quanto tempo Harry vamos ter que viver escondidos presos dentro da ilha de nós mesmos até que possamos sair juntos por ai? Quantos milhões vamos gastar para poder segurar nossas carreiras sem ter nossas vidas pessoais expostas? Por quanto tempo eu vou ter que pensar que o que eu sinto por você é uma vergonha Harry? Me diz por quanto tempo?!

Eu senti o ar demorar para chegar até os meus pulmões. Eu não sabia responder nenhuma dessas perguntas. O meu medo era tão grande que eu só conseguia raciocinar sobre esconder, não expor.

- Eu não sei Louis! Eu não sei! Isso é o que temos por agora! Não posso sair expondo a nossa vida para as pessoas dessa forma! Jogando essa bomba! Não podemos e você sabe! As pessoas vão nos afastar Louis! As nossas coisas, tudo, tudo vai cair! Mas se estivermos juntos, podemos lidar com isso escondidos por um tempo! Louis eu preciso que você me ajude a lidar com isso por que eu não consigo sozinho!

- Eu quem não consigo Harry! Eu não quero mais! Não quero mais esse papel! Não quero! Eu estou cansado Harry! Cansado do que eu ouço, cansado de como eu sou obrigado a viver todos os dias! Eu estou cansado de ter essa vida e do que ela me faz quebrar! Ela vai afundar a nós dois Harry! Nós dois!

- Então corre Louis! Corre pro lado oposto de nós dois! Viva a vida que você quiser longe se é esse o seu sonho! É isso o que você quer?! Fugir da realidade? Então vai! Vai por que eu não quero comigo alguém que não consegue lidar com o que o mundo propõe! - Louis arregalou os olhos e eu só notei o que eu tinha falado, quando já tinha saído da minha boca.

Uma vez, há um tempo atrás, Gemma e eu estávamos discutindo. E Gemma sempre foi muito preocupada com a inteligência dela, isso nunca foi um problema, mas ela é o tipo de pessoa escrava da beleza. Ela é linda, sempre foi, mas vivia fazendo regimes para entrar em calças absurdamente pequenas, e ela só se sentia bem assim. Nesse dia da discussão, eu chamei Gemma de problemática e gorda. Disse que ela nunca ia conseguir ficar do jeito que ela queria por que para o caso dela existia solução. Ela tinha me irritado e eu queria algo para atingi-la. Depois desse dia, Gemma virou anoréxica e demorou anos para se recuperar. Eu ia em todas as consultas com ela e por 530 dias eu pedia desculpas e comprava bolinhos de chocolate para ela e dizia que ela era a garota mais linda do mundo.

Eu nunca mais tinha me arrependido de ter dito nada na minha vida depois daquele dia.

Até aquele momento.

Louis estava chocado. Eu estava petrificado e não sabia o que dizer. Ele sorriu de lado, sarcasticamente e quando eu fui pedir desculpas, as palavras saíram duras da sua boca

- Engraçado você dizer isso quando estamos para resolver se vamos lidar com essa situação ou não. Mas agora eu já decidi. Sai do meu quarto Harry. Sai da minha casa. E não volta mais. Você não tem que... Lidar... Com mais nada.

- Lou...

- Eu mandei você sair Harry! Sai daqui! Some! - Louis vociferou e eu já sentia meus olhos marejarem ainda mais. Ele estava pálido, um pouco fraco, mas parecia ter arrancado uma força de dentro dele que eu ainda não conhecia naquele momento

Eu fui indo de encontro a porta de costas, e Louis veio de encontro a mim, e me esperou sair batendo a porta na minha cara.

Eu senti minhas pernas cederem, e sentei no chão, com a cabeça apoiada na porta, chorando.

Até que ouvi um barulho alto do lado de dentro.

Foi instintivo. Eu levantei rapidamente e quando vi já tinha aberto a porta novamente

E encontrei Louis caído no chão. De novo.

- Louis!

Assim que meus braços o envolveram contra meu corpo de novo, a voz de Lottie foi ouvida atrás de mim.

- O que está acontecendo?!

Eu me virei, com Louis nos braços, vendo os olhos assustados da garota, olhando de Louis para mim, em choque.

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