GOALS (l.s.)

By maytrash

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Louis e Harry são dois jogadores de futebol famosos. Louis é um veterano carismático que tem habilidades únic... More

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EPÍLOGO

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By maytrash

(Louis)

Algumas semanas depois.

Eu sabia que em algum momento eu teria esse pensamento:

Coisas como essa Louis, não acontecem com você.

É fácil quando você consegue trabalhar em si mesmo. Quando você consegue olhar e pensar 'Ok, eu sou isso mesmo. Eu sou alguém'

Mas quando você é alguém como eu, que não vê nada quando olha para o espelho, a sua vida não é tão simples assim.

Não é como se eu me sentisse sozinho, por que isso não acontece mais depois que Harry apareceu na minha vida. As vezes nós estamos sentados todos juntos, esperando o treino, ou ouvindo alguma coisa que o treinador diz, eu me perco nos meus pensamentos, sinto um chute de Harry no meu pé ou ele dá um soquinho leve na minha perna, como se dissesse 'Hey, volte para cá', e eu vejo meu corpo relaxar e voltar do lugar um pouco obscuro que os meus pensamentos estavam.

Depois que eu e Harry começamos a nos envolver, eu nunca mais senti que eu precisava me livrar de mim mesmo. Não que ele tenha me curado, não ainda, mas eu sinto que com ele as coisas ficam mais fáceis dia após dia. E no momento eu acho que não há nada mais que eu precise do que sentir que eu não estou mais só.

Mesmo Harry estando ao meu lado todos os dias da semana por um longo período de tempo, eu acho que ele ainda não tem muita certeza do bem que me faz. É estranho ás vezes, a insegurança que ele sente nos momentos que estamos sós e ele me vê um pouco mais quieto.

Muitas vezes eu estou longe dali. Buscando coisas que me façam querer ficar e não ir. Mas aí eu olho para Harry e em todas as coisas que criamos juntos nesse pouco tempo e me vejo obrigado a mostrar para ele que ele mudou algo em mim. Algo que ele nunca vai entender a dimensão.

Na minha casa em Doncaster, vejo que a minha família não faz a mínima idéia de como é estar onde estou. Não no mundo do futebol, mas em um lugar longe daqui.

Longe das pessoas.

Mergulhado em um mar, tentando subir a superfície. Nadando, nadando, mas nunca conseguindo. De baixo eu vejo a mão de Harry esticada, balançando freneticamente, e eu nado para alcança-la. Esse é o meu novo objetivo, conseguir sentir a sua mão agarrar a minha e definitivamente nunca mais voltar para o fundo.

- Tommo? E ai? Vai levar?

Zayn chamou meu nome e eu acordei dos meus pensamentos me vendo ainda com as duas opções de presente de Natal que eu estou pensando em entregar para Harry.

Estamos em um shopping em Doncaster, por que vim para casa para as festas de final de ano e eu e Zayn combinamos de vir hoje até o shopping para comprar presentes para nossos familiares. Harry também viria, mas há algumas semanas, depois do jogo que eu e Harry nos abraçamos, sairam dois artigos na imprensa sobre a nossa 'aproximação repentina'. Um deles até falava de uma forma sarcástica sobre um possível romance e o outro jurava que agora nós dois nos juntamos para, usando as mesmas palavras escrotas que a mídia usou ' pegar as mulheres mais gatas do futebol'.

Meu padrasto Dan, como meu empresário, achou melhor que eu não fizesse e nem falasse nada a respeito do que saiu, e como ele era bem experiente, e eu também, fiz exatamente isso. Alguns dias depois, um dos artigos já se apagou. Claro que o que diz que Harry e eu somos pegadores foi o que ficou.

Mesmo assim Dan achou que seria melhor se Harry não aparecesse na minha festa de aniversário publicamente. Seria só um jantar para minha família, Zayn, a esposa,Niall e Harry, mas mesmo assim, Harry supostamente estaria com a família dele em Londres passando o Natal e o Ano Novo.

Supostamente por que Harry já tinha planejado, usando o que ele mesmo disse, vir pelo esgoto se fosse necessário. Naquele momento, entre os beijos que trocávamos no tapete da sua sala, eu disse que eu passava a idéia de ele aparecer cheirando a cocô.

Harry fez manha e ficou sem falar comigo por algumas horas, mas depois de eu tentar fazer um mousse de chocolate pra ele e quebrar suas tigelas cortando um dedo, ele veio preocupado e claro que eu usei isso a meu favor.

Então, Harry chegaria na madrugada do dia vinte e três, no caso hoje, com o carro da mãe e entraria pelos fundos da minha casa. Quando eu e Zayn saímos de lá, achei que o plano não daria certo por que tinham alguns paparazzi ali perto. Um escondido atrás de uma árvore por sinal.

- Vou. Vou sim. O que você acha? - Zayn era paciente. E ele sabia que aquilo era importante para mim. Como eu sabia que ele não tinha comprado uma Timberland para ele. Zayn não sabia de mim e Harry, ou ele fingia que não sabia, assim como eu fingia que não sabia sobre ele e Liam.

Zayn estava triste ontem, cabisbaixo, diferente de como ele age normalmente quando nós voltamos para a minha casa. Os pais moram aqui também então estamos todos por perto. Mas geralmente quando ele vem, Zayn e minhas irmãs fazem a baderna do século e tiram o dia, a semana, o ano, o século para me infernizar. Dessa vez ele parecia que tinha acabado de voltar de uma doença hepática e não queria fazer nada. Chelsea era ao contrário, estava radiante. Tenho certeza que isso deve ter alguma coisa a ver com as fotos que saíram do Andy Samuels saindo do apartamento do Liam na manhã seguinte do dia da balada. Faz um tempo, mas os rumores não param em cima dos dois.

- Eu acho bem bonito. Podemos ir agora? Ainda preciso comprar alguma coisa para as minhas irmãs

Zayn e eu saímos da loja depois de pagar e andamos pelo shopping carregando mais algumas sacolas. Fomos parados algumas vezes por alguns torcedores da minha cidade e até do Doncaster Rovers, que foi o primeiro time que jogamos juntos, terminando nossas compras algum tempo depois.

Quando cheguei em casa, depois de deixar Zayn na casa dos pais dele, passei correndo pela sala quando vi Phoebe e Daisy brincando com Ernest e Doris e todos vieram me atacar para ver o que tinha dentro das sacolas. Ernest batia palminhas e Daisy vinha com seus passos sempre lentos, enquanto as gêmeas já gritavam puxando o que eu segurava.

Esses momentos era tão carregados de amor e carinho que eu sentia um aperto bem grande no coração. Meus irmãos sempre felizes, meus pais sempre felizes, meus amigos sempre felizes e Harry sempre feliz. Era assim que eu queria que fosse.

Foi direto para o meu antigo quarto e estar aqui me trazia lindas lembranças de coisas que eu vivi durante a minha adolescência e começo da vida adulta. Sonhos que eu tinha que foram alcançados, pessoas que eu queria conhecer, todos começaram aqui.

Eu não tinha desmontado o meu quarto antigo. Tinha tirado os posteres da parede, trocado a cama, mas mesmo assim, ainda tinha a mesma tinta azul clara em uma parede e as outras paredes brancas, algo que eu nunca gostei, e as prateleiras cheias de revistas antigas, algumas miniaturas de jogadores que eu gostava e algumas fotos de momentos da minha carreira ou de momentos que eu passei com a minha família até algum tempo atrás.

Não tenho fotos recentes. Todas elas me trazem lembranças de coisas que eu não quero lembrar. De um Louis que eu não quero conhecer. A única foto que eu tenho aqui dos últimos anos é de quando eu ganhei a Bola de Ouro. Aquele foi um dia feliz.

Acabei dormindo e acordei depois de algumas horas, logo em seguida recebendo uma mensagem de Harry e sentei na ponta da minha cama que já estava com dois edredons em cima e um colchão no chão para Harry dormir que minha mãe insistiu em colocar. Não discordei claro. Até por que, como eu justificaria ele dormindo comigo e ainda na minha cama?

Hazz <3 - Recebida as 00:00 am

Saindo de Man agora. Te vejo daqui a pouco. Já sinto saudades.

Eu - Enviada as 00:01 am

Venha com cuidado kay? E não demore muito, já estou com sono haha

Hazz <3 - Recebida as 00:02 am

=/ Me desculpe por isso. Mas prometo ir rápido yeah? Meu lugar no chão já está pronto? Haha

Eu - Enviada as 00:03 am

Eu 'tô brincando bobo...Sim! Claro. Até por que não sou do tipo que dorme assim fácil com alguém. Minha mãe não deixa.

Hazz <3 - Recebida as 00:04 am

Vou contar pra ela de todas as vezes que você dormiu na minha cama comigo. Tenho que ir agora por que se não vou demorar para chegar. Se você quiser ir dormir, só deixa a porta do fundo aberta pra mim? Ainda tenho sua foto salva de como é sua casa e tudo mais então eu consigo entrar.

Eu - Enviada as 00:05 am

Vou ignorar essa estupidez que você disse. Te vejo em pouco mais de uma hora babe

Hazz <3 - Recebida as 00:05:50 am

Te vejo logo babe. Até.

Suspirei e fui tomar um banho enquanto esperava Harry chegar. Coloquei uma calça jeans e uma camiseta branca, com um moletom verde que eu gostava e esperei por um tempo.

O tempo simplesmente não passava.

Passava os canais de tv e nada me parecia interessante. Séries, filmes, alguns jogos de futebol. Nada. Tentei jogar videogame mas desisti. Olhei para janela e um carro preto estava parado do outro lado da rua, com um cara dormindo lá dentro. Essas pessoas nunca vão para casa? Já é véspera de Natal!

Meu aniversário.

Parabéns Louis. Mais um ano de uma vida que você não sabe viver.

Levantei e andei até a sala de jantar, que tem uma de suas paredes de espelho. Eu sentia uma ansiedade que não fazia parte de mim. Era estranho como o meu corpo já sentia falta do corpo de Harry. Eu queria poder te-lo por perto, ouvir sua risada e ganhar o seu abraço. Estávamos longe somente há três dias mas pareciam dias que não tinham fim.

Meu cabelo estava um pouco bagunçado por todas as minhas tentativas falhas de um topete e estava bem frio. Eu via meus olhos brilharem, meu rosto não era mais tão pesado como parecia há um tempo atrás, eu me via sereno e os cortes que tinham marcado meu corpo por tanto tempo já estavam quase sumindo. Era infernal ter que cobrir as minhas pernas e braços com maquiagem em dia de jogo e jogar um spray extremamente fedido para que ela não saísse enquanto eu corria durante o jogo. O técnico já tinha começado a desconfiar dos meus sumiços nos intervalos depois que ele falava comigo. Eu me trancava dentro de uma das cabines e tentava repassar toda aquela pasta estranha e que coçava pra caramba.

Mas sempre foi assim. Eu já era acostumado a sempre ter maquiagem em casa, desde que essa história toda começou. Sinto um calafrio só de lembrar disso. Dos piores dias. Quando isso acontecia eu lembrava de Harry e do seu sorriso e olhos quando ele me via. Era como se todas as borboletas começassem a se debater dentro do meu estômago só por pensar nele.

Senti meu celular vibrar e uma mensagem de Harry aparecia na tela.

Hazz <3 - Recebida as 01:52 am

Toc Toc

Eu - Enviada as 01:52:44 am

Quem é?

Hazz <3 - Recebida as 01:55 am

Alguém que sente vontade de te apertar de tanta saudade

Eu - Enviada as 01:55:51 am

Mãe? Mas você ainda não dormiu?

Hazz <3 - Recebida as 01:56:07 am

Sabe, o maps diz que faltam 5 minutos para chegar aí. Acho que vou voltar para casa. Ainda da tempo.

Eu - Enviada as 01:57 am

Idiota. 'Tô indo abrir a porta

Um sorriso se implantou no meu rosto e eu não consegui deixar de ficar animado, ansioso, corado. Ele finalmente estava ali. Passei a minha mão rapidamente pelos meus cabelos e me encarei, fechando os olhos e respirando fundo.

Parei enfrente a porta e assim que a abri, dei de cara com um Harry tentando se esconder atrás de um buque de peonias brancas.

Meu Deus.

Harry exibia um sorriso enorme. Seu cabelo estava preso em um coque e ele usava um lenço azul escuro no pescoço, um casaco longo preto com suas botas clássicas nos pés e duas sacolas nas mãos. Ele estava lindo.

E o meu corpo inteiro, só de sentir o seu perfume, já derretia.

- Hey

- Hey babe. - Eu senti a minha voz tremer quando o respondi. Eu sabia que sentia a falta dele, mas só agora que ele esta parado na minha porta, é que eu consigo entender o tamanho do que eu sentia. - Vem, entra. Está tão frio...

Eu segurei em sua mão e o puxei para dentro da casa. Harry apertou tão forte a minha mão e eu não consegui não corresponder. Suas mãos estavam

geladas e eu não conseguia solta-las.

Assim que eu fechei a porta, Harry me puxou e juntou nossos lábios e toda aquela sensação de sentir meu coração bater violentamente voltou com tudo.

- Finalmente cheguei. Não aguentava mais não ter você por perto amor...- Harry e eu nos olhavamos e sorriamos, eu encostei uma das minhas mãos no seu rosto e passei meu nariz pelo dele, que estava gelado do frio e Harry deu uma risadinha baixa - Olha...eu trouxe para você...eu...acho que você pode gostar? Feliz aniversário Lou...

Ele esticou o buque na minha direção e eu o peguei com as minhas duas mãos e cheirei as flores. Aquilo tudo era tão lindo e especial. Harry fazia com que eu me sentisse assim.

Eu não conseguia deixar de sorrir.

- Isso é muito fofo Hazz...obrigado...de verdade. Não precisava...- Eu sentia as minhas bochechas corarem e Harry colocou as duas mãos na minha cintura e eu encostei a cabeça no seu peito.

- Sempre preciso te mostrar o quanto você é importante para mim Lou...

- Obrigado por ter vindo...eu sinto muito que você tenha que sair da sua casa nesse horário péssimo e chegar aqui assim. - Levei Harry até a cozinha, coloquei as flores em um vaso que estava desocupado e segurei suas mãos e o levei para o meu quarto. Harry me seguiu e assim que chegamos, sentamos os dois juntos na cama. Harry encostado na parede e eu encaixado no meio das suas pernas.

- Eu nao ligo yeah? Pelo menos estamos juntos agora... Eu queria poder não precisar chegado tão tarde só...mas está tudo bem... Quais são os seus planos para hoje? - Eu puxei um edredom para nos cobrir e Harry e eu ficamos abraçados embaixo das cobertas.

- Nada demais, só o jantar mesmo hoje a noite e depois eu acho que todo mundo já vai embora para passar o Natal com as famílias. A família de Niall vem também por causa da Lana, vai ser divertido. Fizzy parecia nervosa hoje mais cedo

- Vai ser ótimo, você vai ver. - Harry suspirou e ficamos em silêncio por um tempo. Eu sentia seu peito subir e descer calmamente e seus dedos faziam carinho no meu braço. Era ótimo sentir seus braços ao redor do meu corpo e poder saber que eu poderia ficar ali pelo tempo que quisesse, mesmo que não hoje.

- Por que você parece triste?

- Eu não estou...Eu estou feliz de estar aqui. Só queria que não precisasse ser assim. Eu me sinto como um ladrão sabe? Entrando e saindo escondido pela porta dos fundos?

Eu suspirei e virei o meu corpo de frente para o dele e sentei nas minhas pernas. Coloquei meus braços nos seus ombros e tentei sorrir um pouco. Aquilo não era nada perto do que nós vivíamos todos os dias em que eu saia e entrava na casa dele todos os dias sem que ninguém nos visse. Vantagem de morar em um condomínio fechado. Harry teria que ir embora antes do sol nascer, ou logo pela manhã para que ninguém o visse por aqui.

Teríamos algo perto de quatro horas juntos.

Quatro horas que passaram voando enquanto jogávamos conversa fora e nos beijamos deitados na minha cama. Conversando sobre os momentos que estivemos separados e os Natais que vivíamos quando éramos crianças.

Um momento que eu não queria que acabasse nunca.

Harry desenrolou seus braços que estavam envolta de mim e foi em direção a uma das sacolas que ele trouxe, segurando-as até a minha cama.

- Hora de trocar presentes?

- Sim! Se você não gostar, eu acho que não te conheço por que não é possível!

- Okay! Vou pegar os meus! - Levantei da cama e peguei as duas caixas pequenas que tinha separado para entregar para Harry. Quando me virei para ele, Harry estava sentado na cama me observando com um sorriso no rosto e os olhos brilhando. Eu queria poder ve-lo assim todos os dias. - O que você está olhando?

- Você...

- O que tem eu?

- Você...é tão...demais para mim. Ás vezes eu acho que em algum momento eu vou acordar e ainda vou estar na minha cama esperando o café da manhã de Claire e reclamando do treino. Mas não...eu estou mesmo aqui. Isso tudo é tão incrível que eu tenho até um pouco de dificuldade de assimilar.

Eu me pergunto a mesma coisa. Mas tenho medo de abrir os olhos.

Harry conseguia ser tão fofo que era como se eu não merecesse nem 0,1% do que ele faz por mim.

Eu fui até ele, subindo de joelhos na cama e ficando de frente para ele. Harry me sentou no seu colo e encostou o corpo na parede.

- Você é muito bobo Hazz...se tem alguém que não acredita que isso está acontecendo, esse alguém sou eu... - Uni nossos lábios e comecei a dar selinhos nele e sorrimos entre um e outro. Eu puxei seu lábio inferior com a minha boca e nosso beijo se aprofundou.

Harry tinha tudo o que eu sempre quis em alguém e eu sei, agora que eu sei, que eu faria qualquer coisa que pudesse faze-lo feliz.

- Okay...vamos...abra o que eu tenho pra você... Esse é seu presente de Natal - Harry me esticou os embrulhos dele e eu os abri com calma, e assim que eu vi o que era comecei a rir.

- Você só pode estar brincando! Eu amei...Mas por que você não escolheu uma cor só? Não precisava de tudo isso Harry! - Harry tinha me dado quatro jaquetas iguais da Adidas. Uma branca, vermelha, preta e azul.

- Ah, não sei? Fiquei com medo de escolher a cor errada e acabei trazendo todas...Você gostou mesmo? - Harry me olhava esperançosamente e eu não conseguia não querer morde-lo.

- Claro que sim! Muito...obrigada babe...- Puxei Harry para um beijo rápido e assim que nos separamos ele me entregou uma caixa média preta com um laço azul enorme em cima.

- Isso...eu fiz com todo o carinho do mundo Lou...e...pode parecer besteira mas...eu espero que você goste de verdade.

Abri a caixa e encarei um álbum de capa de madeira tabaco e meu nome em cima. Ele tinha uma tira, também marrom, que fechava o álbum. Ele tinha 28 fotos minhas jogando futebol em jogos oficiais, exatamente na mesma posição. Eu de costas para a foto, com os braços um pouco abertos e chutando a bola para o gol com a perna direita. Do lado de cada foto, uma letra um pouco quadrada, misturada entre cursiva e bastão, Harry descrevia sentimentos sobre aquele momento.

- É...é lindo Harry...obrigado...mas...como....como você tem todas essas fotos?

- Sabe um segredo? Eu sempre fui muito seu fã Lou...e achei essas fotos com uma pesquisa simples. Conversei com algumas pessoas e...bom...estão ai...do lado eu escrevi as expressões que tive nos momentos que eu assisti aos seus jogos...Lou...olhe para mim. - Eu levantei meus olhos, que estavam marejados por ter recebido algo tão lindo e significativo...saber que Harry torcia por mim, que ele estava ali por mim mesmo antes de eu saber da sua existência, é demais pra mim. - Você não sabe o quão importante para mim é amor...você nunca vai fazer se quer a mínima idéia...

- Hazz...

- Eu quero que você queira acordar todos os dias e fazer do seu dia um dia bom Lou. E eu quero que você queira fazer isso ao meu lado. Eu preciso de você comigo.

- Eu quem precisa de você Hazz. Eu...não sei onde estaria se você não tivesse aparecido. Obrigado. Por tudo.

- Não agradeça Louis. Só me prometa que você vai ficar comigo, e que vamos tentar ser felizes juntos. Mesmo que seja nas madrugadas escondidos aqui na sua casa em Doncaster ou entrando pela porta dos fundos na minha casa em Manchester. Me promete que vai tentar. - Nossos olhos estavam fixos um no outro, Harry passava uma de suas mãos pelo meu rosto e eu fechei os meus olhos, sentindo seu toque. Eu não precisava prometer absolutamente nada.

Eu já sentia.

Sabia que ele seria meu e eu seria dele.

Eu já sou.

- Eu prometo.

- Obrigado por isso.

- Agora abra seus presentes! Vamos... - Eu entreguei as duas caixas para Harry e uma delas eu estava um pouco aflito quando ele a visse. Harry primeiro abriu a menor delas. Uma corrente longa de prata com um crucifixo médio. Harry sorriu grande quando viu.

- Eu achei lindo Lou...obrigado. Eu já posso colocar?

- Claro que sim!

- Não vou mais deixar de usa-la. Eu prometo. É linda Lou. Obrigado de verdade. - Harry me deu um selinho e eu senti as minhas bochechas corarem

- De nada...eu...você disse que queria uma corrente e eu achei que poderia ser uma boa idéia...

- Foi um idéia maravilhosa - Harry começou a abrir a outra caixa preta e eu uni as minhas mãos e comecei a aperta-las. Parte de mim gritava 'você é um idiota Louis, vai ter achar outras coisas' ou 'você parece um imbecil, ele não vai nem se importar. É inútil' mas eu não conseguia deixar isso pra lá. Quando Harry abriu a caixa que continha o relógio que ele me deu e as abotoaduras, as encarou por um tempo e eu olhei para as suas mãos que tremiam um pouco. Sua voz saiu um pouco grossa e embargada quando ele dirigiu a palavra a mim novamente - Lou...isso...

- Eu quero que você fique com isso Harry. Eu não preciso mais. - Eu não preciso mais. Eu não preciso mais. Eu não preciso mais. Eu sei que não precisa mais. Você não precisa mais Louis. Acredite nisso. Você tem que acreditar - Não é um presente. É...a minha promessa. Eu...eu prometo que vou tentar ser melhor Harry...por nós. Eu vou...vou acreditar em mim.

Eu já sentia as lágrimas escorrerem pelo meu rosto mesmo que a minha voz ainda não falhasse tanto. Eu estava entregando para ele tudo o que me ajudou a dizer adeus as piores sensações que eu já senti na minha vida e ao mesmo tempo, estava dizendo que agora era o momento que eu ia precisar ainda mais dele comigo, por não querer mais me atingir de uma forma tão perturbadora.

Entregando-o aquelas coisas eu queria que ele visse que eu sentia que com ele não tinha necessidade de ser perfeito se eu fosse perfeito para ele como ele é pra mim.

Quando Harry me olhou novamente, ele também chorava. Ele colocou a caixa ao lado dele e me abraçou forte. E eu chorei.

Chorei aliviado, chorei por te-lo ali comigo, por saber que mesmo com tantas obstáculos ele escolheu estar ali comigo.

(+)

Harry foi embora assim que os primeiros indícios de que o dia começaria apareceram. Prometemos que nos falaríamos o máximo que pudéssemos, que esses dias passariam muito rápido e que no dia dois do próximo ano eu voltaria a toda a velocidade para Manchester para encontra-lo.

Depois que ele se foi, eu voltei para a cama e tentei dormir por um tempo.

Acordei algumas horas depois sendo atacado por crianças loiras e uma ruiva me dando feliz aniversário e segurando sacolas de presentes. Foi um dia bom.

Eu e Harry nos falamos o dia todo e ele me disse que Darcy estava animada esperando o Papai Noel e disse que esperaria acordada mesmo que as sete da noite ela já estivesse dormindo. Em um momento daquela noite, eu estava lendo uma página de notícias e a foto de Chelsea e Zayn andando pela cidade apareceu na tela com um título romântico sobre eles estarem na cidade de Zayn para passar o Natal em família.

Aquilo me deixou um pouco abalado. Me perguntando se algum dia, eu e Harry sairíamos de mãos dadas pela rua sem que as pessoas fossem grosseiras e usariam um titulo romântico assim para nós dois também.

' Harry e Louis Tomlinson aproveitando o final da temporada para descansar em sua casa de campo no sul da Inglaterra' e uma foto nossa de mãos dadas e com Monica e Chandler em suas coleiras andando pela rua ou passeando em um parque.

Talvez um dia.

Meus amigos chegaram em casa, jantamos todos juntos e acabaram todos ficando aqui. Todos estavam muito felizes, brincando uns com os outros e aproveitando as suas companhias. Parecíamos uma boa família. Sem problemas, dentro de suas vidas sem defeitos.

Isso me sufocava um pouco.

Uma parte das crianças dormiram, e a minha família estava reunida na lareira quando eu resolvi ligar para Harry. Saí de dentro da casa e fui para os fundos. Sentei em uma poltrona ao lado da piscina e comecei a observar o céu sem estrelas de Doncaster. Depois do terceiro toque, Harry atendeu.

H: Hey babe

L: Hey amor...você está bem? Sozinho?

H: Sim...o que você está fazendo?

L: Nada, sentado nos fundos da casa, olhando para o céu e pensando...Feliz Natal babe...ganhou muitos presentes?

H: Feliz Natal amor. Ganhei alguns, o meu preferido foi um desenho de Darcy de homens palito. - Ouvi uma risada baixa dele e eu daria qualquer coisa para poder ouvi-la pessoalmente naquele momento. Eu fiquei em silêncio e comecei a mexer na minha blusa de frio - O que foi?

L: Nada babe...

H: Fala pra mim Lou...

L: Eu só...só queria ser como eles. Como minha família que está lá dentro...Animada o tempo todo, sorrindo feliz. Por que eu não consigo Hazz? Por que é tão difícil pra mim? Eu estou bem em estar aqui mas sinto que é tão diferente. - Harry suspirou do outro lado da linha e eu encostei a minha cabeça no encosto da poltrona.

H: Lou...todos nós temos os nossos demônios internos. As pessoas só lidam com eles de formas diferentes e tem imensidões diferentes do que acontece. Você está ai Louis, você sempre aparece para mim, e eu prometo que vamos tentar, juntos, fazer com que você se sinta bem e seguro em ser esse alguém maravilhoso perto das pessoas que você ama também. Eu não vou embora Louis. Nunca.

L: Eu acredito em você Hazz...

H: Promete?

L: Sim. Eu prometo.

H: Eu acredito em você.

Durante muitos anos da minha vida, eu vivi no fundo e não quis subir. Eu me sentia bem lá, confortável. Eu cheguei no fim. Bati as minhas costas no fundo do oceano em que vivia e só pedia para quem quer que governe o mundo, Deus no meu caso, acabasse com aquilo. Demorei um tempo para resolver tentar, colocar um pouco da minha luta de lado, e tentar conviver com o que estava a minha volta. Mas sempre no fundo, sempre coberto por toda a água.

Quando eu vi o rosto de Harry do fundo, eu soube que poderia tentar encostar nele. Mas sempre foi tanta água, todos os tubarões e arraias tentando me puxar para baixo novamente. Me impedindo de chegar até ele. No começo suas mãos não eram vistas, mas desde que as vi, quero poder chegar até elas. E eu nado com muita força contra tudo isso para conseguir.

Talvez algo nos atinja. Talvez tubarões ainda piores nos alcancem. Talvez seja difícil e eu pense que não vou conseguir.

Mas eu prometi. Prometi que tentaria e prometi que acredito quando Harry diz que não vai embora.

E pode ser que talvez eu ainda me afoge algumas vezes. Que eu grite por socorro por muito tempo.

Mas se Harry prometeu que ele vai estar ali, nada me fará não alcança-lo. Não importa quanto tempo leve.

Isso é o que eu sou. Eu sou um campeão.

XxxXX

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