AMORIAL

By ByahNH

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Christine e Otávio Lucco, são de mundos personalidades e opostos. Ela é mãe e Viúva, passa por sérias necessi... More

INTERESSES
ABNEGAÇÃO
Senhora Lucca
No Sé Cómo Explicarte

A PROPOSTA

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By ByahNH

Christine estaca no quarto de Otávio, andando dum lado pro outro, ele havia mandado ela esperar do lado de fora do banheiro, pry que ele se trocasse. Ele saiu amarrando roupão.

— Como você veio pra cá?

— Eu vim de táxi, cheguei e falei com aquela senhora

— Teresa - presumiu.

— Ela me disse qual era seu quarto e estava tão nervosa que... Que quase a obriguei a falar... Eu estou desesperada - chorou - roubaram a minha filha - olhou os braços - levaram ela de mim... Me ajuda por favor

— Como assim roubaram sua filha? - pegou o telefone fixo - Foi sequestro? Pediram resgate

— A avó dela - Disse Cristine - o juiz tirou de mim e deu pra ela

— Você... Você perdeu a guarda da sua filha?! - largou telefone na cama - Por que? - a sentou na poltrona

— Porque eu não tinha condições e... Não tinha endereço fixo, a casa da Cameron não era segura por causa do Pepe.

— O que tem haver a casa dela e a sua? Você não pagou o seu aluguel lá?

— Não paguei... Não pude... Aí tive que entregar a casa...

— Por que você não pagou? Você ficou enxendo a... Porcaria do saco atrás de dinheiro e vale, eu autorizei você a fazer, o dinheiro tava na sua mão, caramba!!! - Ficou bravo

— Eu fui assaltada! - levantou - Me agrediram e levaram a minha bolsa, eu perdi o dinheiro naquele mesmo dia - pegou papel na bolsa - Eu fiz o B.O.

Otávio pegou o papel e olhou lendo

— Sexta-feira? Você foi agredida e assaltada? Você foi pra uma delegacia sozinha? Por que você não me ligou? - a fitou - Você deveria ter dado um jeito e me ligado na mesma hora. É óbvio que não ia recuperar teu dinheiro mas eu iria fazer alguma coisa. Você sabia que isso ia acontecer e orgulhosa, não ligou.

— Eu liguei. Liguei sim. Mesmo sabendo que você ia colocar teu preço,. Liguei pra você mil vezes. Liguei depois que ele foi a minha casa e pediu a casa... Eu liguei sim... Daí Cameron me chamo pra ficar na casa dela

Otávio checava o celular enquanto ela falava

— Não tem ligação aqui - a Mirou.

— Eu liguei... Liguei sim... - mostrou o celular dela todas as chamadas

— Não entendo - Disse ele

— O juiz disse que eu tenho 1 mês pra apresentar endereço fixo e me devolve ela... Ela deve tá chorando sem eu, tá com fome ou com dores, ela precisa de cuidados e eu não posso ficar com ela - chorou.

Bateram na porta, Otávio mandou entrar, era Teresa trazendo uma bandeja com água e suco

— Se precisarem de alguma coisa só pedir

Otávio balançou a cabeça e Teresa saiu, ele fechou a porta e Cristine levantou dizendo

— A minha filha tem que ficar comigo. Me ajuda, por favor

— E o que você quer que eu faça?! Que suborne o juiz? Que invada casa da Julieta e arranque sua filha de lá? Que eu te dê uma casa? - Perguntou sarcástico.

Christine o olhou e viu o mesmo Otávio prepotente de sempre.

— Eu não me importo... Você me disse que o dinheiro compra tudo e todos - olhou a cama e o olhou - Eu só quero a minha filha e não me importam os sacrifícios. - o olhou.

— Pra você invadir a minha casa e o meu quarto, me pegar praticamente nu e ainda assim não sair correndo ou ser indiferente como sempre foi, realmente tá desesperada. - pegou a água

— Toma

— Não quero - recusou.

— Você tem que tomar, tá muito nervosa

— Eu não quero - bateu a mão no copo e o fez cair pro lado e se quebrar - Eu quero a minha filha.

Otávio a puxou pelos braços

— E você quer o que? - Perguntou a mirando.

Christine abaixou o olhar, Otávio estava tão perto dela, a segurando rente a seu corpo e sempre foi cheio de malicias com ela

— Você tem que se acalmar. Dinheiro agora não vai trazer a Laurinha. Você deveria ter aceitado o dinheiro que te ofereci no carro. Lembra? Mas você é orgulhosa - cheirou o pescoço dela do lado direito, ela ficou imóvel, quase não respirou - Muito bonita e desejável - mas teimosa - depositou um beijo - Orgulhosa - deu outro beijo no pescoço dela - Eu poderia cobrir seu corpo de beijos só com seus defeitos.

Chris só pensava em sua filha, e em quanto ia ser difícil pra ela 'pagar o preço'.

— Está disposta a pagar o preço que eu quero? - Perguntou segurando queixo dela, que tinha os olhos fechados - está disposta a ser minha essa noite? Uhm?

Chris abriu os olhos e o olhou

— Sim... Estou... Eu só quero a minha filha... - Disse ela - Você não é pai, não pode compreender a minha dor... Só me devolve a minha filha.

Otávio a mirava e as palavras dela e o olhar mostravam o tamanho desespero que ela se encontrava.

— Me espera aqui. Vou trocar de roupa... - se afastou. - Cuidado os cacos de vidro.

Otávio pegou uma roupa e foi ao banheiro, Cristine sentou na ponta da cama, estava confusa e triste.

Quando Otávio voltou, ela levantou e sentiu fraqueza, ele a segurou e sentou na cama

— Calma... Fica calma - lhe deu suco - Toma. É uma ordem.

Ela tomou um pouco e ele pôs o copo na mesa

— Crhis - agachou a mirando - Eu não sei como te ajudar no momento. Eu... Eu preciso consultar um advogado, preciso me inteirar do caso. São quase oito da noite, hoje não da pra ser resolvido nada

— Não por favor - tocou seus braços - me dá minha filha - chorou

— Me ouça : Infelizmente hoje sua filha vai ficar com a avó. Sinto muito... É só uma noite ela não vai fazer mal, ela não seria burra

— Eu já disse que faço o que você quiser, eu preciso da minha filha agora. O que mais você quer de mim?!

— Você acha que se deitando comigo agora vai trazer a Laurinha? Acha que o dinheiro agora adianta? Não é assim. Não é um bicho de sete cabeças mas você tem que esperar eu pensar em como te ajudar. Eu vou te ajudar. Vou trazer Laurinha. Mas não agora. Não hoje

Ela abaixou a cabeça e Otávio tocou as costas dela e a abraçou

— Você tem que se acalmar - a olhou nos olhos - Vai passar a noite aqui, Teresa vai te acomodar no outro quarto e você vai comer alguma coisa, tomar um banho e descansar. Eu vou pensar em como te ajudar. Certo?

— Foi você quem contou pra Julieta sobre o Pepe?

— Eu não sou homem de fofoquinha. Tampouco de armações. Você sempre soube que eu te queria, desde o primeiro encontro eu deixei claro que te desejo. Eu nunca fui omisso à nada na minha vida... Tampouco ao que quero. Foi você quem deixou as coisas chegarem a esse ponto. Você praticamente jogou aquela menina nos braços da jararaca. Não jogue em mim sua incapacidade, Cristine.

Dito essas palavras duras, ele foi até a porta e abriu

— Venha.

Ela pegou a bolsa e saiu do quarto, a levou à outro e abriu, entraram

— Você fica aqui essa noite e eu vou pensar em como te ajudar e se vai valer a pena... Teresa virá pra ver o que você precisa

— Da minha filha - o cortou - Eu já disse que

— Que se deita comigo, que paga o meu preço, mas não tenha dúvidas que não vai ser de graça porque eu não faço caridades. Mas não vai mudar muita coisa se for essa noite ou amanhã... A não ser que você esteja muito interessada... Uhm?

— Eu odeio você - o empurrou - Tenho nojo, profundo.

— Mas é do meu dinheiro que você depende... E o dinheiro compra tudo - a olhou - Tudo.

Ele a deixou e saiu, batendo a porta, Christine sentou na cama e chorou, escorregou sentando ao chão.

Otávio desceu e Teresa o chamou

— Hei, como ela está?

— Bem... Bom, ao meu ver sim... Até me chingou. - riu pegando a bebida - Nayara, Cadê?

— Cozinha - respondeu - O que aconteceu com a moça?

— Roubaram a filha dela - tomou gole - Perdeu a guarda... - lhe contou

— E o que você respondeu a ela quando ela disse que estava disposta a isso?

— Até você me acha um monstro?

— Você não tem agido muito diferente ultimamente. - o fitou.

— Eu não fiz nada... Não fiz... Eu sei que posso parecer insensível mas eu não ia me aproveitar do amor de mãe, não ia... Você sabe...

— E o que fará pra ajudar ela?

— Eu não sei...

— Não cogitou não ajudar não é? Afinal você já passou por algo similar

Otávio tacou copo na parede

— Eu já disse que essa história está no passado. - a fitou - Eu não tenho obrigação de ajudar essa mulher. Sempre me apedrejando, sempre me agredindo com palavras, me julgando e insultando... Mande Nayara me levar uma aspirina e um café no escritório e você suba e veja do que ela precisa, ela vai dormi aqui hoje... No outro quarto antes que você também me atire pedras.

Ele foi pro escritório e bateu a porta, respirou fundo e se sentou, abriu notebook e fez uma ligação.

Nayara lhe levou o café e o remédio

— Aquela louca já foi?

— Aquela louca se chama Cristine e é minha convidada e você deve tanto respeito à ela, quanto deve a mim. Eu não devo satisfação a você.

— Me desculpe - Disse abaixando a cabeça - Me desculpe.

Nayara saiu dali e Otávio encostou na cadeira e tomou o. Remédio.

A imagem de Chris tão próxima dele, tão frágil e desprotegida, estava a sua mercê, pela filha, cederia aos desejos e luxúria dele

— Otávio - Disse Teresa entrando - Você e Cristine vão jantar juntos?

— Não sei, você já foi vê-la? Ela deve tá lá aos prantos - folheou os papéis.

— Empatia - Disse Teresa - Você tem empatia por ela. Essa empatia fez você sentir compaixão... - o Mirou.

Otávio a olhou e Teresa completou

— Você de certa forma sabe o que ela sente

— Eu te dei uma ordem. Suba e cuide dela. - voltou a mexer nos papéis.

Teresa se retirou e Otávio largou os papéis na mesa.

Quarto Crhis

Teresa entrou e Crhis estava sentada no chão, olhando pro nada

— Menina - Teresa agachou - Eu sei o que está acontecendo - tocou seu rosto - Sua menina

— Me roubaram ela - engoliu choro - Ela está sentindo minha falta.

Teresa deitou Crhis nas suas pernas e alisou seus cabelos

— Tenha fé... Deus vai te ajudar

— Otávio é a única pessoa que pode e parece que agora não quer mais... Eu ofereci a ele o que ele queria

— E se nem ele mesmo souber o que quer? Como você pode ter certeza que

— Er me disse.. Mpor vezes me cercou, me tentou e expressou seu interesse. Otávio só quer o prazer. Só quer o sexo, a pele, só isso. Eu não sou uma prostituta. Eu sou mãe e uma mulher digna, viúva e sozinha. Eu não aceitaria o dinheiro e tudo que ele ofereceu por mim... Pra mim o dinheiro não compra nada. O poder só cega e agora... Estou aqui me oferecendo em troca do dinheiro e do poder que tem Otávio Lucca.

— Por amor. Em troca da sua filha. Uma troca injusta mas também justificável do seu lado. Não do lado dele.

— Ele não tem porque ajudar sem segundas intenções. Ele só quer uma noite em troca da minha filha. Não vai e nem tem porque sugerir outras coisas.

— Como você pode ter tanta certeza? - secou as lágrimas dela.

...

Algum tempo depois

Otávio foi a cozinha e Teresa arrumava uma bandeja

— Ela comeu?

— Tomou banho, dei um remédio e tô fazendo um chá pra ela. Crhis não está com fome.

— Como ela está? - Perguntou encostando no armário

— Chorando um pouco, porém não tanto. Conversamos bastante e ela tem uma péssima impressão de você - o mirou.

— Todos tem - pegou uma maçã. - Você prepara aí que eu vou subir e levar.

— Tem certeza?

...

Quarto Crhis

Ela estava deitada na cama, olhando uma foto da filha, sorriu

Otávio entrou e ela sentou-se, estava com roupão branco e cabelos soltos.

— Teresa mandou pra você - deixou na cama - Tem um chá e uns biscoitos.

Otávio pegou a maçã e continuou comendo, sentou na poltrona, a observando.

— Tô sem fome - olhou a bandeja.

— Você tem que comer - a fitou.

Christine pegou a xícara e soprou um pouco, esfriando

— Eu falei com um advogado, um amigo meu, expliquei sua situação e não é nada favorável segundo o parecer dele.

— O que ele disse? - levantou e deixou a bandeja na mesa, sentou ao lado de Otávio o analisando - O que ele falou sobre minha filha?

— Que você precisa acatar a ordem do juiz, endereço fixo, decente e seguro. Estabilidade. É esse ponto que favorece Julieta. - Comeu a maçã limpou a mão - Você não tem sorte na tua vida : Viúva, sozinha, com uma bebezinha, endividada, despejada, assaltada, perdeu a guarda da filha... Vai se benzer mulher - aconselhou.

— Esqueceu de mencionar o babaca que cruzou meu caminho - levantou brava

— O babaca aquí é tua única salvação, você deveria beijar os meus pés - levantou a fitando - É de mim que depende você ter sua filha de volta e você sabe

— Eu já disse que estou aqui - o empurrou - Você pode começar quando quiser, uma vez você me disse que eu seria sua, custe o que custar. O que está esperando? Quer que eu tire a roupa e deite na cama?! Que eu me ajoelhe?! O que você quer?

— Quero que você se case comigo.

— O que?! - Perguntou o olhando espantada

— É isso que ouviu. Essa é a minha condição. Você vai ser minha esposa por um tempo, vai ser minha mulher, na sociedade e na cama, em todos os sentidos, minha mulher. Nós vamos nos casar e você vai morar aqui com a Laurinha, nunca lhes faltará nada e quando tudo acabar, receberá um bom dinheiro e uma casa no teu nome.

Christine o ouvia e deu leve riso

— Eu nunca vou me casar com você. Odeio você. Tenho nojo de ti.

— Então prefere se prostituir, que eu mande você tirar a roupa e deitar na cama??

— Você está me chantageando - o olhou indignada

— Chantagem sería pedir uma noite de sexo por ajudar com a menina. Além disso te dar dinheiro pra você alugar casa não vai resolver nada. Casando comigo você vai eliminar toda essa sua sina de sofrer, de não ter onde morar , o que comer e vestir... Laurinha terá os melhores médicos e alimentos e estará com você.

— Eu nunca vou aceitar casar com um homem como você... Se passar uma noite com você é um sacrifício, quanto mais muitas outras.

— Ótimo. Então vá embora daqui. E não me peça ajuda alguma porque nem no trabalho eu vou querer você. Porque certamente você vai dar trabalho lá, ficará faltando. Essa é a minha condição em te ajudar. Quero que case comigo.

— Você quer uma dama de companhia.

— Uma esposa - Disse ele.

— Você quer uma prostituta

— Uma mulher - Disse Otávio - Serei um bom marido, amante e padrasto.

Christine ficou com muita raiva dele e partiu pra cima o esbofeteando

— Te odeio

Otávio a segurou presa em seus braços

— Você quer a sua filha e eu quero você. É uma troca justa

— Eu te odeio - tentou se soltar - Eu vou te odiar até o último suspiro da minha vida.

Otávio a segurou pela nuca e capturou os lábios dela, Cristine tentou fugir, negar e resistir, Otávio caminhou até a cama e a deitou, Christine tentava fugir de suas garras, Otávio segurou os braços dela na cama e aprofundou o beijo, Christine ainda tentava resistir, ele girou a cabeça ganhando mais espaço, aos poucos ela foi cedendo e deixando de se debater, Otávio a fez permitir o beijo e suas línguas finalmente se tocarem, ele a beijava como um verdadeiro amante. O beijo estava sufocante, ele foi cessando e beijou o lábio inferior dela, cessou... Eles controlaram as respirações

— Pra ser minha mulher você tem que ser assim, exatamente como foi esse beijo

— Foi a força! É assim que quer? Me pegar a força? - tentou empurrá-lo - sai de cima de mim

— Você vai ser minha esposa e minha mulher do primeiro ao último dia de casados. Essa é a minha condição. Você tem até amanhã no almoço pra resolver. Se eu chegar da empresa e não te ver aqui, vou considerar um 'não'

Otávio a deixou e levantou, saiu do quarto. Cristine sentou e respirou fundo, pensando na proposta/chantagem de Otávio e no beijo que acabara de acontecer.

Mas se a luz dos olhos teus resiste aos olhos meus só pra me provocar.

Meu amor, juro por Deus, me sinto incendiar.

Na sala, Otávio sentou na poltrona com uma taça de vinho e ficou pensando sobre o que aconteceu, desde o modo abrupto como Chris o procurou, como o beijo que foi roubado. Ele deu leve riso e tomou o vinho.

Chris andou pelo quarto, inquieta, confusa e presionada.

— Eu não posso me casar com esse monstro... Tem que haver outro jeito..

Chris ligou pra Cameron, mas estava desligado, ela largou celular na cama e sentou pensativa.

Otávio ficou na sala e Teresa passou pela sala

— Precisa de alguma coisa?

— Senta aí - pediu a mirando.

Teresa sentou no sofá e Otávio deixou o copo na mesa

— Christine vai ser minha esposa... Minha mulher... A dona dessa casa

— Se for olhar pelo ódio que ela sente de você , eu diria que nem por todo ouro do mundo... Se for olhar pelo amor de mãe, eu diria que entendo porque você se interessou por ela

— Eu não estou apaixonado por ela, não amo Cristine - defendeu-se.

— Eu disse interesse, você veio com essa ideia de amor. Paixão... Você não é nenhum moleque que está descobrindo o lado bom da vida. Você sabe que ela te chamou atenção. Você jamais proporia casamento, muito menos a uma operária viúva que tem uma filha que não tem onde dormir. Que perdeu a filha... Você por acaso tem alguma participação direta ou indireta com isso? Você ajudou a avó dela... Mandando roubarem a Chris?

— Claro que não. Eu não seria moleque a esse ponto, Teresa. Você me conhece e sabe porque ajo de um jeito ou deixo de agir de outro. Eu justamente tô estendo a mão e tirando ela desse furacão que ela se encontra. Sozinha, sem dinheiro, sem casa e sem a filha.

— E você está feito um demônio tentando a Chris e usando a filha dela pra casar?

— Eu dei a opção. Está a critério dela

— Mentira. - o contestou - Você sabe que Chris jamais aceitaria teu dinheiro, seu prestígio ou poder. Você sabe que ela não usa o corpo dela pra obter vantagens porque se ela fizesse isso desde a primeira vez que você sentiu atração por ela, ela não estaria desse jeito hoje. Tendo que se sujeitar a um homem que ela odeia com razão.

— Se você for continuar com o apedrejamento é melhor vazar - fechou a cara

— O que ela te respondeu? - o mirou.

— Um fiasco. Recusou, repudiou...

— Como eu previ

— Quem tá precisando de ajuda é ela. Então ela tem até amanhã na hora do almoço pra decidir. Se não, cada um segue a sua vida. - bebeu um pouco mais. - Você acredita que ela preferia que eu cobrasse uma noite com ela? Como se eu a visse como... Uma prostituta.

— E como você a vê? - Perguntou Teresa

Otávio Abaixou o olhar, pensativo, talvez ele não soubesse ao certo como Cristine parecia aos seus olhos, como ela era diferente

— Quando olho pra ela... Hoje... Eu vejo o mais perfeito exemplo de mãe... Ela deixa de ser mulher, pra ser mãe, ela fica em pânico, em desespero e.... Quando ela foi até mim daquela forma tão desesperada, chorando, se ajoelhando e praticamente se deitando na minha cama... Eu percebi que... Que ela não era como eu pensava quando me senti atraído por ela, a primeira vez. - falou passando um filme na cabeça. - Você entende?

— Nenhuma mulher é igual. Tem umas boas e outras ruins. Como homens. Como meninas. Christine não é como as outras mulheres. É especial. - Teresa tocou o braço dele - Chris não é a Natália.

Otávio a olhou em silêncio, Teresa levantou e deu beijo no rosto dele

— Durma bem. Eu vou cuidar da Chris porque eu gostei dela. De verdade.

Otávio balançou a cabeça e Teresa saiu.

Otávio deixou copo na mesa e levantou, pensativo. Passou a mão no cabelo e olhou pra escada.

Quarto Chris

Christine estava na varanda, olhando a lua, com lágrimas, pensando na filha, era um desespero terrível. Não saber como a filha estava, tampouco se estava bem ou não. Estava um pouco dodóizinha, não sabia ao certo o que tinha Laurinha.

Otávio passou pelo corredor e viu a luz do quarto de Chris acesa, se aproximou e tocou a maçaneta.

A luz se apagou e Cristine deitou na cama, por cima da coberta e fora do travesseiro, estava com dor de cabeça, acabou adormecendo. Vencida pelo cansaço.

Otávio, já no quarto, pensou nas palavras de Teresa, refletindo.

...

Quando amanheceu, Otávio desceu as 7:30,arrumado pra trabalhar

— Bom dia, Teresa - Disse Otávio - Quando Chris descer, dê um café reforçado pra ela porque ela não tem comido.

— Ela não está. Saiu bem cedo.

— Como é que é? Ela foi embora? - se surpreendeu.

— Ela saiu pouco mais de 6 horas. Eu abri a porta pra ela. Christine disse que queria tomar ar puro.

— O ar condicionado incomoda a bonita - foi Irônico - Palhaçada. Bom, ela sabe o caminho, o que fazer ou não fazer.

— O que você vai fazer se ela recusar?

— Nada. Eu não tenho obrigação de ajudar. Ela faz o que quiser. Simples. - pegou café - Eu não sou babá.

- Vai deixar a bebezinha sem a mãe? Pensei que gostasse da Laurinha. - o fitou - Da licença.

...

Casa Cameron

Cameron serviu café a Christine e um pão fresco

— Então ele não... Não tocou em você?

— Graças a Deus, não. Mas o meu desespero permitiria

— Nobre da parte dele não se aproveitar de você naquele momento - a mirou

— Sobre? Esse maldito quer usar a minha filha pra me levar pra cama

— Eu sei. Não estou negando isso. Mas... Ele poderia ter você ontem mesmo. Você disse isso aqui agora. Mas ele tá dando pra você uma condição... Decente. Um sobrenome, um lar, proteção. Entende?

— A um preço muito caro. Muito - Disse Chris.

— Me responda uma coisa... O que você sente por ele? Tira os sentimentos ruins. Algo bom. Ele nunca fez algo bom?

— Me deu o emprego, um cargo melhor e... Que me possibilitou a ter o dinheiro pra pagar a porcaria do aluguel.

— Você me disse que quando foi lá, passou pela sua cabeça ceder alguma coisa porque no dia seguinte tinha que pagar. Ele sabia disso. Uhn?

— Onde você está querendo chegar? - Perguntou a mirando.

— Você me disse que Otávio beijou você

— Foi a força. Nas duas vezes ele me beijou a força - a fitou

— Duas vezes? Quando foi a segunda vez?

— Ontem quando me 'pediu em casamento'... Ele me prendeu nos braços e me beijou.

— E como você reagiu? Bateu nele de novo?

— Não... Não bati.

— Chris, quanto desse beijo foi roubado? 60%, 90%...

— 100%. Eu não correspondi Otávio - a fitava.

— Você sentiu diferença entre o primeiro e segundo beijo?

Christine a olhava sem entender, ficou pensativa

— Chris não precisa me responder. Você sabe que pode contar comigo. Eu posso tentar o empréstimo. Você não é obrigada a se casar. O que eu quero que você entenda é que o Otávio realmente é um troglodita, que acha que o dinheiro compra tudo. Até uma mulher. Que ficou te oferecendo mundos e fundos para você ficar com ele. Mas também... Ele percebeu que você não é dessas. Que você é especial. É mãe e especial. Que você tem valor. Por isso ele propôs uma vida e não uma noite mesmo que essa vida seja breve. Você sabe disso. Talvez se você tentasse ver com outro olhar, o que ele tá tentando fazer... Não digo pra ver Otávio como um príncipe. Mas não o veja como sapo. Una fera. Lembra do clássico? Então, Antes da última pétala cair talvez você veja que não é como pensa. Que ele não é o monstro que ele quer que você veja.

— Tá me dizendo pra dar uma chance pro Otávio?

...

AmoRial

Otávio trabalhava mas não conseguiu se concentrar, largou a caneta na mesa e levantou. A pergunta de Teresa sobre o que ele ia fazer se ela não aceitasse.

Flashback on

Otávio dirigia pelo centro, ele parou perto de uma praça e saiu. Ele viu Chris na praça com a filha nos braços, Ela estava com um vestido leve, meio avermelhado. A menina estava de branco tanto shortinho quanto blusa. Estavam alegres. Ele olhou a menina.

Flashback Off

Otávio ligou pra casa, Teresa disse que Christine não voltou. Seria um 'Não'? Otávio pegou a chave do carro e saiu.

Casa Cameron

Cameron foi ao mercado e Chris ficou na sala, com a foto da filha

— Você veio pedir dinheiro pra minha mulher? - Perguntou Pepe, andando de muleta.

— Eu não vim pedir dinheiro - Disse ela - Você tem um julgamento muito injusto sobre mim. Nem deveria estar aqui na sala, está operado.

— É você quem deveria, está aqui de favor. Você e a bastardinha

Christine lhe deu uma bofetada

— Minha filha tem o nome do pai, que não era um encostado vagabundo como você.

Christine pegou a bolsa e saiu.

Ela saiu dali e não esperou por Cameron, ela caminhou um pouco e parou um carrão ao seu lado buzinando. Ela parou e Otávio saiu do carro

— Chris - tocou seu braço - Olha só me ouça : - segurou o rosto dela - Eu sei que você me odeia e que eu contribuo com isso todo tempo... Mas... Eu juro que eu vou fazer o que for possível pra você e Laurinha se sentirem bem, independente de conforto ou qualquer outra coisa. Minha casa será sua casa e eu vou fazer o que

— Eu aceito - o cortou - Eu aceito me casar com você.

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