Stockholm [PT/BR]

By SofiaLoveWolf

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[FINALIZADA] ※ 𝓕𝓪𝓵𝓵𝓮𝓷 𝓢𝓾𝓻𝓿𝓲𝓿𝓸𝓻𝓼 𝓣𝓻𝓲𝓵𝓸𝓰𝔂 ※ 𝕃 𝕀 𝕍 ℝ 𝕆 ➀ Três relatos distintos... More

PRÓLOGO
DOIS ::: 02 de Julho de 2003
TRÊS ::: 23 de Maio de 2008
QUATRO ::: 28 de Março de 2009 - Reunião da OAVS
CINCO ::: 17 de Dezembro de 1992
SEIS ::: 28 de Março de 2009 - Reunião da OAVS
SETE ::: 16 de Setembro de 2001
OITO ::: 28 de Março de 2009
NOVE ::: 05 de Abril de 2009
DEZ ::: 03 de Julho de 2003
ONZE ::: 05 de Abril de 2009 - Exemplos
DOZE ::: 24 de Maio de 2008
TREZE ::: 05 de Abril de 2009 - Conselhos Importantes (I de III)
CATORZE ::: CATIVEIROS - Carol, Lacey e Jackie (I de III)
QUINZE ::: 05 de Abril de 2009 - Conselhos Importantes (II de III)
DEZESSEIS ::: CATIVEIROS: Carol, Lacey e Jackie (II de III)
DEZESSETE ::: 05 de Abril de 2009 - Conselhos Importantes (III de III)
DEZOITO ::: CATIVEIROS - Carol, Lacey, Jackie: Libertação (III de III)
NOTA

UM ::: 15 de Setembro de 2001

221 14 2
By SofiaLoveWolf

Thunder Bay, Ontário, Canadá

Caroline se olhou no espelho e viu no reflexo a imagem de uma garota deslumbrante, mas totalmente sem brilho. Enquanto sua aparência gritava sedução e glamour, seus olhos estavam baços, caídos e desmotivados e nem mesmo toda a maquiagem do mundo poderia mudar ou camuflar o que ela sentia por dentro.

— Essa festa vai bombar! — Kennan Hunter bradou entusiasmado, esfregando as mãos uma contra a outra enquanto se aproximava furtivo da namorada e a puxava pela cintura contra si, de forma possessiva e a olhando lascivamente.

— Você está mais que certo. — Sorriu forçadamente, não querendo transparecer suas reais emoções. — Só não consigo ainda entender porque você continua frequentando essas festas colegiais se você já é um universitário. — A loira murmurou incompreensiva, se virando de frente para o namorado e o fitando cara a cara.

— Não há nada para você entender, Care-Bear, você só precisa manter essa sua boquinha fechada. E não force sua cabecinha a pensar coisas sem importância, okay? — Kenn retaliou sagaz e sarcástico, pressionando os dedos indicador e polegar sobre os lábios cheios da namorada e comprimindo-os de forma dolorosa.

Carol assentiu de imediato ao sentir seus olhos aguarem de dor e forçou um sorriso quando ele repuxou os cantos dos lábios dela e logo em seguida deu uns tapinhas no rosto dela.

— Agora podemos ir senão vamos nos atrasar. — Ele finalizou aquela conversa puxando-a para fora do seu apartamento e caminhando em direção ao elevador que os levaria até a garagem.

Assim que chegaram na mesma, Kenn retirou do bolso a chave do seu carro topo de gama e premiu o botão para destravar a segurança do mesmo. Caroline deu a volta ao veículo e entrou no carona sem muitas delongas, mas Kennan se manteve do lado de fora em voltas infinitas ao carro, analisando-o cuidadosamente para se certificar que não havia qualquer arranhão.

Após perceber que tudo estava nos conformes, Kennan entrou no lado do condutor e deu partida em seu Fiat preto em direção a Thunder Bay.

A viagem não durou mais que 15 minutos. Uns 15 silenciosos e tensos minutos. Carol mal ousava respirar ou mexer o corpo desejando chegar o mais rápido possível naquela maldita festa, para poder então encher Kenn de álcool e por fim ter uns minutos de liberdade.

Nos últimos dias Kennan estava diferente, mais nervoso, intolerante, agressivo e ela o temia, como toda e qualquer garota faria após presenciar um ataque violento do namorado destruindo metade do seu apartamento após uma discussão com o seu pai. Por pouco seu corpo não foi um saco de pancadas, não tivesse ela se isolado dentro de um dos quartos, longe dos ataques de fúria dele.

Assim que chegaram em frente à morada indicada por uma das integrantes das líderes de torcida do colégio de Carol, Kenn estacionou umas quadras mais adiante, longe da folia e dos bêbados que pudessem acidentar o seu precioso carro.

Hunter desligou o motor do carro e se manteve quieto e sentado no seu lugar, respirando fundo e passando a mão pela barba rala e áspera com um ar pensativo e perdido.

Caroline olhou para ele pelo canto do olho, sem entender o que ele esperava e tentou abrir a porta sem sucesso.

— Não vai destrancar as portas? — A voz da loira soou como um sopro do vento temeroso, mordendo os lábios rosados com receio e fitando o namorado com seus olhos castanhos temerosos.

— Care-Bear me perdoe. Eu não tenho sido um bom namorado ultimamente. — Kenn começou a falar sem muitos rodeios, voltando o seu olhar azul gelo para ela. — Será que você consegue me perdoar? — Questionou encarando-a com uma expressão cuidadosa e entristecida, que fez a tensão da loira se dissolver em questão de segundos, se derretendo ao seu olhar de cachorrinho abandonado.

— Claro que perdoo você Kennan. Eu te amo. — Ela afirmou completamente desmanchada, portando um leve sorriso enquanto segurava o rosto do namorado com ambas as mãos e se aproximava para um beijo terno e calmo.

Ambos sorriram e por fim Hunter destrancou as portas e ambos saíram de mãos dadas, caminhando o resto do caminho até a frente da casa onde o som ressoava alto como se fossem o casal mais feliz e apaixonado do mundo. Pelo menos naquele segundo eles eram.

A festa bombava, tal como eles tinham previsto. O jardim frontal estava repleto de estudantes com copos de plástico vermelhos e azuis em mãos, saboreando as bebidas exotéricas, ou as bocas desejosas de contato e troca salivar, mas assim que chegaram toda a atenção se voltou para Caroline. Aquela que todas as garotas invejavam e que todos os meninos desejavam.

Não poderia haver maior clichê que esse?

Apesar dos seus singelos 16 anos, Carol era extremamente bela e desenvolvida para a sua idade. Um corpo voluptuoso, longos cabelos loiro dourado, ondulando até à sua cintura, fascinantes e intensos olhos castanhos, um rosto redondo e angelical e uns lábios chamativos.

Kennan, com seus quase 20 anos, era o galã das festas estudantis. Apesar de não mais frequentar o ensino médio, Kennan participava assiduamente nas festas que se organizavam, e foi numa dessas que conheceu Caroline Anderson Bloom.

Claro que os pais dela não viam com muito bons olhos o namoro da sua caçula com Kennan, mas aprenderam a tolerar a partir do momento em que descobriram que ele era filho do grande Senador, Bill Hunter, uma figura notável e respeitável perante todo o país.

Assim que entraram na casa, as suas melhores amigas vieram ao encontro de Carol e a roubaram de Kennan. Caroline o olhou com receio e hesitação, mas ele apenas sorriu para tranquilizá-la.

Carol dançou timidamente ao pé das amigas Kate, Tricia e Agnes, mas apesar de parecer quase imperceptível ao lado das belíssimas trigêmeas Driscoll, para Kennan houve muito mais que uma simples chamada de atenção àquele anjo.

Ela era tudo o que ele procurava. Linda, exuberante, chamativa – apesar de discreta – e cativante. Ela tinha uma espécie de ímã que o atraía até ao centro da sua gravidade.

Não sabia se era paixão, deslumbramento, química ou amor, ele simplesmente sabia que tinha de a ter para si.

— Eu vou pegar umas bebidas para nós. — Kennan anunciou beijando os lábios da namorada e rapidamente furando por entre a multidão eufórica que entregava os seus corpos ao ritmo de uma música dos RHCP.

Caroline não ficou parada por muito tempo, visto que as batidas ordenavam a cada músculo seu que balançasse ao ritmo da música. Junto das suas amigas ela se perdeu completamente do mundo ao seu redor e todos os problemas de adolescente que ela julgava ter, sumiram.

Depois de duas ou três músicas, Carol sentiu sua garganta pedir por uma bebida e quando deu por si ela percebeu o quão estranho era Kennan ainda não ter voltado com as bebidas.

Avisou as amigas que iria procurar o namorado, mas as mesmas pareciam demasiado entretidas com outras coisas para tomar atenção na loira. Carol fintou a multidão de pescoço esticado, procurando por um rosto bonito de ralos cabelos negros e hipnotizantes olhos azuis.

Após uma pequena busca por ali sem qualquer sucesso, Carol subiu as escadas que a levavam a outro andar.

O seu coração apertava. Sabia do passado repleto de luxúria e mulheres mais velhas que ela – e que ele – na vida do namorado, e isso a inquietava e assombrava o seu presente.

Deixara de pensar nesse passado quando ele a apresentou à família Hunter e manifestou o seu desejo de um dia mais tarde, quando Caroline tivesse idade suficiente, se tornarem mais do que namorados.

Mesmo assim, todos os dias ela se sentia insegura quando ele se ausentava sem dar o seu parecer. Todos os dias o seu instinto dizia que ele estava com outra, ou melhor, com outras. Mas até que ponto ele seria tão desumano com ela se ele estivesse ali naquela festa com outra garota?

Temerosamente foi abrindo as portas dos quartos, uma a uma.

As duas primeiras do lado esquerdo estavam vazias. Na terceira, do lado direito estava um casal dormindo por baixo dos lençóis, nus.

No seguinte, um grupo de rapazes se injetavam com drogas e assim que viram Carol na espreita tentaram alcançá-la, mas estavam demasiado brisados para conseguirem se manter de pé ou de sequer se deslocarem de onde estavam.

Carol fechou a porta imediatamente e foi para as últimas três portas do longo corredor. Abriu a porta seguinte e viu ser um banheiro. A fechou em seguida e se virou para a porta em frente.

Suas mãos suavam e os seus nervos enviavam faíscas para os músculos, fazendo o corpo tremelicar com arrepios e insegurança. Passo a passo ela avançou até a porta. Colocou uma mão sobre o puxador e inspirou fundo.

Agora mais perto ela escutava gemidos abafados, mas audíveis. Um urro conhecido pra ela ecoou no corredor e Carol soube – sem sequer abrir a porta – que era o seu namorado que estava naquele quarto com uma presa qualquer.

Levando as mãos aos lábios para reprimir um soluço, ela recuou dois passos e abriu a porta atrás de si. Após entrar no banheiro e correr até o vaso sanitário, onde se agachou e se empoleirou sobre ele, ela despejou todo o conteúdo do jantar em três sulcos de vômito.

Quando sentiu que não tinha mais nada para despejar, Caroline se encostou na parede lateral ao vaso e escondeu o rosto entre os joelhos, encharcando as bochechas com água salgada.

Alguns minutos depois – ou talvez horas, ela não sabia bem ao certo pois havia perdido a noção do tempo – Carol cessou o choro se consciencializando que aquilo era inútil e que muito menos a iria fazer esquecer da traição de Kennan e por fim se ergueu do chão limpando o rosto molhado com as costas das mãos, e se preparando para sair. Deu dois passos apenas quando a luz do banheiro se desligou.

— Tem gente. — Ela avisou pensando que alguém quisesse entrar.

Mas então escutou vaios e assobios vindos do andar de baixo e do jardim e percebeu a ausência do som ribombante da música e após olhar pela janela notou que a rua estava toda às escuras. Deu mais dois passos a fim de sair dali quando ouviu a porta a ser aberta e, em seguida, fechada.

— Tem gente. — Repetiu, mas ninguém respondeu. Por alguns segundos ela julgou estar sozinha, mas seu corpo sentia a presença de outro alguém. — Olá? Está aqui alguém? — Questionou nervosa semi cerrando os olhos para conseguir enxergar alguma coisa visto que a escuridão que inundava todo o bairro não a permitia ver um palmo à sua frente. — Quem está aí?! — Tornou a interrogar impregnando firmeza e coragem na voz, mas voltou a ser presenteada com um cortante silêncio.

Caroline não sabia o que aterrorizava mais. O silêncio da outra pessoa, a escuridão ou o fato de estar barrada dentro de um banheiro com um estranho, vulnerável.

Bloom começou a recuar ofegante tentando achar uma saída, mas a única porta existente estava atrás da figura masculina à sua frente e a janela do banheiro tinha grades.

Sem ter por onde fugir, Carol apenas recuou até sentir o corpo embater contra o armário do lavabo e, imediatamente a sua mão buscou desesperadamente algo com que pudesse se defender, mas antes que pudesse agarrar qualquer coisa, braços fortes envolveram o seu corpo como correntes e o seu rosto foi coberto com um pano húmido contendo um líquido com um cheiro forte e inebriante.

Caroline tentou se debater e gritar, mas quanto mais lutava, mais inalava daquele produto que a fez apagar em questão de segundos.

Quando uma nova e mais perturbadora escuridão desligou os seus sentidos, o último pensamento da garota foi: eu não quero morrer.

____________________________

N/A: Oi gente, espero que tenham gostado do primeiro capítulo.
Essa história é uma adaptação de uma fanfic minha antiga, que agora estou publicando como original e alterando/acrescentando algumas coisas.

Irei fazer posts 2x por semana. Tirando, o prólogo que postei ontem, essa semana ainda terá mais um capítulo.
Se esse capítulo atingir pelo menos 5 estrelinhas, eu irei postar mais rápido, senão só irei postar na 6ª feira.

Até o próximo capítulo :D

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