BENJAMIN

Observo Luna pegar uma florzinha de enfeite que estava na mesinha de centro da minha sala. Acho que a Luna tem alguma coisa contra enfeites, porque todos ela quer destruir. Ela está vestindo um boris de manguinhas rosa com branco e em sua cabeça tem uma tiara branca com uma flor branca.
Hoje é um dos melhores dias da minha vida, pois ela me chamou de papai, não consigo descrever a felicidade que senti quando a pequena ruivinha que eu tanto amo me chamou de papai.
Me sento ao lado da Luna que está sentadinha no tapete felpudo.
— Vem aqui. — Digo pegando a Luna nos braços e a sentando na minha perna.
— Papai. — Diz com a sua voz de bebê e depois passa a mão pelos meus cabelos bagunçado os fios.
Abraço o seu corpinho frágil de bebê sentindo o seu cheirinho. Ela é a melhor coisa que poderia existir nesse mundo, eu já amo tanto essa bebê, não consigo me imaginar sem ela ou sem a minha ruiva maravilhosa, a mulher que não sai da minha cabeça e do meu coração e que eu quero ao meu lado para sempre.
— Oi meus amores. — Belle diz sentando ao meu lado e me dando um selinho rápido. — Não acredito que você deixou a Luna destruir mais um enfeite seu. Agorinha essa casa não vai ter mais nenhum enfeite, aprenda a dizer não para ela Benjamin. — Diz séria olhando para mim e para a Luna.
Sorrio para a minha ruiva gostosa.
— Você está muito careta hoje minha ruiva. — Sussurro baixinho próximo ao ouvido dela mordendo o lóbulo de sua orelha. — Até parece que eu não te tratei tão bem durante a noite.
Ela sorri.
— Safado. — Diz sorrindo.
— Minhas princesas. — Digo sorrindo para elas. — A propósito, sua mãe ligou enquanto você estava no banho, ela estava um pouco nervosa, ligue para ela meu amor. — Quando percebo que falei meu amor fico sem jeito.
— Vou ligar. — Ela sorri.
Observo ela pegar o seu celular e senta ao meu lado novamente. Observo ela discar o número rapidamente de sua mãe e colocar no viva voz.
— Annabelle por que você demorou tanto para me ligar? — A mãe dela pergunta assim que atende a ligação.
— Estava no banho mamãe. — Fala.
A ruivinha sai dos meus braços e vai brincar com os seus brinquedos que estão espalhados pelo tapete felpudo.
— Belle... — A mãe dela dá uma pausa fazendo a minha ruiva ficar bastante apreensiva. Seguro na mão da minha mulher tentando fazer ela ficar mais calma. — Thierry voltou, ele veio ontem aqui te procurar, ele está querendo ver a pequena Luna.
Vejo o rosto da Belle ganhar um tom pálido e imediatamente ela solta o celular.
Pego o celular.
— Oi... — Digo para a minha futura sogra. — mais tarde a Belle liga para a senhora, ela não está tão bem.
— Cuide dela Benjamin, por favor. Ela vai precisar muito de você meu querido — Praticamente me implora.
— Eu vou cuidar. — Digo. — Tchau.
Encerro a ligação e coloco o celular na mesinha de centro. Me viro para a minha mulher e vejo que ela ainda está paralisada, o que eu faço agora?
— Amor... — Digo trazendo ela para os meus braços.
— Ele vai tomar a minha filha. — Fala me abraçando forte.
Respiro fundo.
— Ele não vai tomar a sua filha meu anjo, ou melhor, a nossa filha. Eu jamais vou permitir que esse homem leve a nossa menina. — Passo a mão pelo rosto da Belle enxugando as lágrimas que estão banhando o seu rosto bem desenhado — Por favor, fique calma meu anjo. Não vai adianta ficar nervosa dessa forma, Belle.
Eu compreendo totalmente o medo que ela possui do seu ex noivo tomar a nossa bebezinha. Mas eu sei que ela não vai ficar calma facilmente, eu não vou deixá-la sozinha e não permitirei que ele pegue a pequena. Não entendo esses "pais" que depois de anos vão correr atrás dos seus filhos, quando as crianças mais precisam eles não querem saber e depois quando a mãe já consegue consiliar tudo eles voltam para bagunçar a vida da mãe e da criança.
Beijo o topo da cabeça da Belle e depois passo minha mão pelo seu rosto.
Como eu queria retirar essa agonia que a minha mulher está sentindo. Se ela soubesse que cada lágrima que escorre pelo seu rosto e como se alguém estivesse pisando no meu coração.
— Estou com muito medo. — Diz soluçando.
— Vou estar com você. — Digo sério.
— Não me deixe, por favor.
— Não vou te deixar, meu amor. — Abraço ela.
♥
ANNABELLE

Ben pega a minha princesa que já dormiu e a carrega até o quarto de hóspedes. Estávamos no quarto do meu loiro assistindo um filme qualquer.
Até agora não consigo acreditar que aquele mostro está de volta. Estou tentando controlar o meu medo, mas está sendo praticamente impossível, sinto que a qualquer momento ficarei louca. Não consigo entender o porquê aquele homem teve que retornar logo agora que encontrei um homem maravilhoso que me faz muito bem.
Estou tão feliz com o Ben e com a minha filhinha e não quero que o Thierry consiga acabar com a minha felicidade.
Quando eu mais precisei ele me abandonou sem motivo ou até mesmo uma mísera explicação.
Sorrio quando o Ben que entra no quarto sorrindo. Ele está vestindo apenas uma calça de moletom preta, deixando todo o seu peitoral desnudo.
Como ele é lindo!
Ben se deita ao meu lado e passa a mão no meu rosto.
— Não consigo parar de admirar a sua beleza. — Comenta passando os seus dedos pelos meus lábios levemente.
— Você também é lindo.
— Nossos filhos vão ser perfeitos. — Diz sorrindo de uma forma ingênua que faz o meu coração amolecer e o medo e o espanto que surgiu em mim quando ele falou ir completamente embora.
Passo a mão pela barba dele.
Ele é tão maravilhosamente lindo, tão gostoso, tão irresistível, tão perfeito. Esse homem é lindo da cabeça aos pés. Quando vi o Benjamin na porta daquele hospital eu não imaginei que me apaixonaria perdidamente por esse homem. Mas é como estou nesse momento, perdidamente apaixonada por esse homem incrível.
— Já está pensando no futuro? — Pergunto arqueando a sobrancelha.
— Sim. — Ele passa seus braços ao redor da minha cintura. — Um futuro ao seu lado e ao lado da Luna.
— Me abraça. — Peço.
— Com o maior prazer do mundo.
Ele me puxa pela cintura colando o meu corpo ao dele. Coloco a minha cabeça na curva do pescoço dele e aproveito para sentir o cheiro amadeirado do perfume dele misturado ao cheiro natural de sua pele.
Ouço três batidas na porta e logo a Márcia entra segurando a Luna nos braços. A pequena está com a mãozinha em seus olhos que estão avermelhados, o que indica que ela estava chorando.
— Achei essa bebezinha no corredor. — Márcia fala sorrindo.
Saio dos braços do Ben e me sento na cama sorrindo para a minha filhinha.
— Não acredito que ela desceu da cama. A cada dia ela está mais terrível, Márcia. — Ela me entrega a Luna que abre os seus braços e abraça o meu pescoço. — Muito obrigada.
— Por nada. — Ela sorri. — O que vocês vão querer para o jantar?
Viro o meu pescoço para olhar para o Ben.
— Escolha minha linda. — Ele fala.
— Pode preparar uma macarronada, essa pequena aqui ama. — Aponto para a Luna que ainda está abraçada ao meu pescoço enquanto sorri para o Ben que está brincando com a mãozinha dela.
— Está bem. Quando o jantar estiver pronto eu venho avisar vocês, com licença. — Diz se retirando do quarto.
Luna sai dos meus braços e vai engatinhando até o Ben e deita ao lado dele. Meu loirinho sorri e abraça a minha filha que coloca a cabeça no peitoral dele.
Ele está ganhando a ruivinha a cada dia mais.
Me deito ao lado da Luna e fico observando o Ben brincar com as mechas ruivas do cabelo da pequena.
— Sabia que você é a minha princesa, a princesinha do papai. — Fala para a Luna que ainda está abraçada a ele. — Você nunca irá trocar o papai por outro homem, está me ouvindo? Você só vai namorar depois dos quarenta anos.
Dou uma gargalhada alta.
— Você é louco, a Luna vai namorar muito mais cedo e eu vou amar ver você morrendo de ciúmes dela. — Digo ganhando um olhar mortal do Ben.
— Para de falar asneiras. — Me repreende.
— Você é muito ciumento sabia? E não venha dizer que eu estou mentindo, pois aquele dia na casa da sua avó você quase morreu de ciúmes do seu primo. — Olho para ele. — Você é o loirinho mais ciumento que conheço.
— Esse negócio de ficar me chamando de loirinho acaba com toda a minha masculinidade. — Ele fala com uma careta engraçada no rosto.
— Bobo, é um apelido carinhoso e fofinho. — Sorrio.
— Só não vou falar o que é fofo porque o nosso anjinho está aqui.
— Nem quero imaginar o que você iria falar. — Olho maliciosamente para ele.
— Safada.
— Agora a safada sou eu? — Pergunto fingindo uma falsa irritação.
— É você que gosta de chupar meu... — Ele para de falar quando a Luna olha para ele com os seus enormes olhos verdes.
Olho para ele e dou uma gargalhada alta sendo acompanhada por ele.
♥
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Sentiram saudades? Espero que sim.
Como ficar longe daquilo que mais amamos fazer? É impossível. E para mim é impossível ficar sem escrever, então por isso eu estou de volta. Fiquei somente alguns poucos dias longe de vocês, mas para mim esses dias foram como um século e não estou sendo exagerada. Sei que os problemas não vão acabar tão cedo, e não vou deixar esses problemas atrapalhar o que eu ganho amo fazer.
Quero agradecer a todas que me compreenderam, eu amo vocês.
Espero que gostem.💙
Talvez amanhã eu volto com mais um capítulo para vocês.
Beijinhos...