GOALS (l.s.)

By maytrash

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Louis e Harry são dois jogadores de futebol famosos. Louis é um veterano carismático que tem habilidades únic... More

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EPÍLOGO

G

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By maytrash

(Harry)

As horas pareciam não passar.

Desde que decidimos nos encontrar na minha casa para fazer o tal churrasco, eu sai da casa da Gemma e fui ao mercado comprar umas coisas, inclusive o chá de Louis que tinha acabado.

Sabia que ele ia demorar por ter saído de Doncaster só aquela hora mas não achei que fosse demorar tanto.

Eu estava na minha casa, já procurando alguma roupa descente para usar e acabei colocando uma camisa branca que uma vez Louis disse que tinha ficado bonita. Skinny e botas.

Acho que está meio exagerado.

Foda-se.

- Você já fez alguma coisa que decepcionou a nossa família?

- Não sei Liam... Mas eu acho que não... Por que tudo isso? Eu só estou perguntando quem é o cara sabe?

- Eu já disse quem é o cara.

- Você me disse que o nome dele é Zayn. Existem milhões de pessoas que podem chamar Zayn! Principalmente agora que você acabou de voltar de Dubai.

Eu estava no facetime com Liam desde que eu sai da casa da Gemma e ele chegou na casa dele. Meu irmão e eu não conseguimos conversar por que logo depois que eu liguei pro Louis, sai de la para agilizar as coisas.

Liam está estranho. Ele e esse tal de Zayn tem que estado juntos há muito tempo. Ele só não fala sobre ele e eu acho isso estranho. Por um tempo cheguei até a pensar que era o Zayn do time, mas ele é casado, então não é possível.

- Promete que vai estar comigo e me amar independente de qualquer escolha que eu faça?

- Claro Liam! Eu sou seu irmão! Eu sempre vou estar com você. E eu estou ficando com medo...

- O cara é o Zay---

- Harry! Chegamos!

Assustei ouvindo a voz de Niall e Zayn no andar de baixo e desliguei rapidamente a ligação com Liam, depois eu resolvo isso. Acabei até chamando para vir para a festa também mas ele não quis.

Eu estava ansioso, eu e Louis não nos víamos há dois dias mas parecia que ele tinha me largado no Saara por 40 dias e 40 noites de tanto que eu queria vê-lo.

Os outros foram chegando muito rápido, menos ele. Eu sabia que ele estava vindo de Doncaster e não quis acelera-lo, com medo de que ele acabasse correndo demais e algo de ruim acontecesse.

A casa encheu rapidamente e eu não conseguia tirar os meus olhos da porta, pensei até em ligar mas eu não tinha direito de fazer isso. Alguns meninos jogavam cartas e eu estava sozinho, vendo o desenrolar da festa.

Niall e Zayn se aproximaram de mim depois de um tempo e começamos a conversar sobre as histórias dos times anteriores que passamos. Niall tinha jogado toda a sua vida no ManU então ele sabia cada detalhe do clube.

Eles eram os dois muito engraçados, cheio de momentos divertidos e me fizeram rir muito, mas em momento algum eu conseguia deixar de morder meus próprios lábios ou esperar que meu celular vibrasse avisando que ele tinha chegado.

Quando ouvi o barulho do interfone o meu coração disparou e Niall começou a puxar um outro assunto antes que eu pudesse ir atende-lo.

Estava contando para Niall e Zayn a vez que eu estava em Paris, logo no começo, e com meu francês quase inexistente eu fui tentar comprar comida no supermercado. Os dois começaram a gargalhar da minha história e eu vi Louis nos observar pelo canto dos olhos.

Ele estava maravilhoso. Se eu não tivesse segurado no braço de Niall para comentar sobre o que vivi, minhas pernas teriam cedido.

Eu achei que estava o olhando, mesmo que de canto de olho, por muito tempo, e fiquei esperando que ele se aproximasse, vendo-o demorar para chegar até nós.

Essa espera estava me matando.

Eu queria correr pela sala e coloca-lo em meus braços, dizendo o quanto eu tinha sentido a falta dele e contar sobre como Darcy estava maravilhosa e cada vez ela tentava falar palavras difíceis obviamente sem sucesso.

Compartilhar a minha vida com Louis tinha se tornado uma coisa que eu amava fazer todos os dias e algo que eu me sentia bem em fazer. Eu acho que isso provêm dele também, por que nos falávamos quase sempre. Antes dele chegar, inclusive, Niall e Zayn comentaram onde ele estava, achando que ele já estaria aqui por sempre estarmos juntos. Zayn até brincava dizendo que essa nossa aproximação as vezes parecia suspeita e eu ria da cara dele, até por que não significava nada, por mais que eu quisesse.

Quando ele chegou perto de nós, eu notei que ele não parecia o cara feliz da ligação. Louis pouco falou, mesmo nos momentos que eu o chamava para o assunto, ele estava fora de órbita.

Eu fiquei um pouco preocupado, mas pensei que ele só poderia não querer ficar com o nosso grupo, já que sempre estamos juntos. Depois que Louis chegou, eu fiquei com vontade de mandar todo mundo embora para casa e poder só ouvir ele falar e falar sobre a viagem, por mais que ele nunca fale muito.

Ele participou pouco da nossa conversa, pediu para ir tomar um banho e depois saiu para conversar com outras pessoas e eu devo dizer que me senti um pouco largado por que ele mal falou comigo. Nem sequer perguntou como ele estava. Eu tentei ficar de olho nele a festa inteira mas em um certo momento, eu e os meninos entramos em um outra assunto interessante e ele sumiu da minha visão.

Fiz o máximo que pude para me distanciar dos meninos e comecei a achar que ele tinha ido embora sem falar comigo por que não o encontrava em lugar nenhum. Mandei uma mensagem no celular dele, mas ele não tinha respondido, nem se quer visto. Perguntei para alguns dos meninos se eles tinham visto Louis mas ninguém sabia onde ele estava.

Será que ele não tinha gostado? Será que Louis tinha enjoado da minha presença ou algo do tipo?

Procurei por todos os cômodos da minha casa, inclusive na parte anexa onde a minha empregada fica, me perguntando onde Louis tinha se enfiado.

Enquanto estava no corredor, ouvi um barulho baixo, vindo de dentro do meu quarto e parei na porta. De dentro eu só ouvia murmúrios.

Murmúrios de uma voz que eu conhecia tanto e que me fazia sentir o meu coração acelerar só de pensar que algo de ruim poderia estar sendo sentido por ele.

Abri a porta e encontrei tudo escuro, não conseguia enxergar muito, até que os meus olhos se acostumaram com a escuridão e a luz que vinha da lua entrava fraca pelo quarto

E eu o vi

- Louis?!

A minha respiração ficou rápida, meu coração disparou.

Eu me joguei no chão ao lado dele e segurei seus braços, ele estava inconsciente.

Dei um chacoalhão dele, não conseguindo resultado e corri para acender a luz do quarto, me assustando assim que olhei para as minhas mãos

Elas estavam sujas de sangue.

Eu as levei até o meu cabelo, virando o meu corpo e encarando a cena mais desesperadora e assustadora de toda a minha vida.

Louis estava caído no chão do meu quarto, com cortes pelo corpo todo, e o relógio que eu havia lhe dado, enfiado na sua perna.

Eu me joguei ao lado do corpo dele se novo, olhando pra tudo aquilo, pensando quem poderia ter feito aquilo. As minhas mãos tremiam, as minhas pernas também, eu fui até o banheiro, pensando que ali poderia encontrar algum tipo de vestígio de que alguém entrou na minha casa e o atacou, mas não vi nada

Claro que não vi, a minha casa era segura e se alguma coisa tivesse acontecido, todos nós teríamos visto.

Eu sabia o que era aquilo, eu só não conseguia fazer com que o meu cérebro aceitasse o que ele via.

A minha boca tremia, eu encostei meus dedos pelos cortes e passava a mão levemente ali, tentando fazer daquela forma com que eu acreditasse no que estava acontecendo...

Da minha boca só saia pequenos chamados por Louis, uma dor afundando a minha alma, eu sentia as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, e eu ainda encarava tudo aquilo, me perguntando se eu deveria chamar uma ambulância ou qualquer coisa do tipo.

Mas eu sabia no que aquilo se tornaria.

Um pandemônio.

Por que era isso que acontecia quando uma notícia aparecia sobre nós. Se tornaria o assunto da semana. Do mês. Do ano. Marcaria toda uma carreira.

Toda uma vida que eu imaginava que não tinha defeitos. Uma vida que era composta pelo homem que roubou meu coração e que nesse momento está sendo esmagado por não conseguir levantar se quer um pequeno motivo para o que eu via.

Eu peguei o corpo dele e coloquei em cima da minha cama. Fiz um carinho involuntário na sua cabeça, como se daquela forma ele conseguisse sentir que eu estava ali.

Eu precisava agir.

E naquele momento, a coisa que menos importava era a que precisa ser feita mais rapidamente. Eu precisava sumir com todas aquelas pessoas.

Harry, você precisa respirar.

Louis está bem. Ele está bem.

Faça o que você pensa que ele gostaria que você fizesse.

Olhei para o meu próprio corpo e a minha camiseta tinha sido manchada pelo sangue dos cortes de Louis e eu rapidamente joguei aquela no chão e peguei outra.

Saí do quarto rapidamente, passando meus olhos por todos da festa e encontrando quem eu queria.

- Niall...

- Onde você estava Harry? Estávamos te procurando! Cade o Louis? A gente vai fazer competição de bebida e você s---

- Niall...

- O que foi Harry? Está tudo bem? - Niall colocou a mão no meu ombro e eu o afastei do meio de todas aquelas pessoas.

Pessoas demais, sensações demais...

- Niall, eu preciso que a festa acabe. Agora. Eu preciso que você faça isso por mim e não questione. Por favor?

- Harry...

- Por favor Niall.

- Deixa comigo.

Eu só virei as minhas costas e voltei para o meu quarto. Encontrei Louis ainda desacordado e me peguei subindo na cama rapidamente, grudando seu corpo no meu, segurando forte as suas costas.

Meu rosto estava grudado no dele, as suas bochechas coladas nas minhas, eu sentia as lágrimas me atingirem, as minhas mãos tremiam tanto que eu não conseguia me controlar e a única coisa que eu fazia era dizer repetidas vezes ' Louis pelo amor de Deus volta pra mim'

Eu balançava o seu corpo, o embalando, como se daquela forma eu o fizesse se sentir tranquilo, mas seus braços estavam caídos do lado de seu corpo.

Eu o observava e sentia como se tivesse fazendo aquilo pela primeira vez.

Seus cortes eram fundos, como se ele soubesse o que deveria fazer, seu corpo perfeito totalmente vermelho e machucado.

Eu estava em choque.

Eu queria saber por que eu não tinha visto isso. O que faz alguém como Louis chegar a esse ponto.

Eu fiquei ali, abraçado com ele por alguns segundos, até a minha respiração se acalmar e o meu choro diminuir.

Deitei o corpo desacordado de Louis na cama novamente, e fui até o banheiro. Abri a gaveta de toalhas e umedeci três delas.

Enquanto a água molhava a toalha, eu olhava para mim mesmo pelo espelho.

Pálido, com o rosto abatido, e a camiseta manchada com parte de alguém que você achava que conhecia.

O que faz você se sentir desesperado a ponto de achar que essa é a sua solução?

Voltei para o meu quarto e coloquei as toalhas molhadas mesmo em cima da cama, deitando o corpo de Louis com o peitoral para cima, as mãos ao lado do seu corpo, e me sentei ao lado dele.

Corte por corte, eu passava a toalha por cima, tentando limpa-lo. E assim que terminava, dava um beijo em cima de cada um deles.

A cada vez que eu tocava sua pele, era como se uma facada acertasse o meu coração. Eu me sentia impotente, me sentia ridículo por não ter enxergado, eu me sentia a pior pessoa.

Existem algumas coisas que nós vemos em nossa vida que nos atingem de formas inimagináveis. Estar ali com ele, daquela forma, foi como um soco no estômago.

Uma lembrança de que as pessoas podem precisar de você no silêncio de sua própria mente.

A tristeza e a dor tinham me inundado, eu soluçava, enquanto meus dedos continuavam tocando sua pele, e em alguns momentos eu olhava pro seu rosto, perguntando o por que daquilo tudo.

A cada corte que eu limpava, eu sentia a dor se algo perfurando a minha pele, e eu queria poder ter visto antes, ter evitado.

A sua virilha estava coberta de marcas. Algumas eram brancas, mostrando serem antigas, outras eram bem cicatrizadas, aparecendo muito pouco.

As que me impressionaram foram as novas.

Louis era o homem mais bonito da face da Terra, de todas as formas do mundo.

E a única pessoa que eu gostaria de ter ao meu lado, estava ali, da pior forma que ele poderia estar

Eu me sentia cego.

Eu voltei para as suas coxas, torneadas, agora completamente manchadas, e depositei um beijo ali, sentindo o meu peito explodir em uma dor que era desconhecida por mim.

Minhas lágrimas começaram a cair copiosamente em cima do corpo dele, minha mente estava em uma confusão que eu sentia que demoraria para conseguir voltar a se encaixar de novo.

Eu só conseguia chamar o nome dele, que saía fraco pelos meus lábios, se misturando ao meu choro que não cessava.

E eu me perguntava o por que daquilo tudo. O por que de Louis precisar daquilo.

Minha testa estava encostada na sua coxa, uma das minhas mãos apertava a mão dele, até que eu obtive uma resposta.

A mão dele apertou a minha, como reflexo, e quando levantei meu rosto, vi Louis abrindo os olhos aos poucos, tentando entender onde estava.

Assim que seus olhos se encontraram nos meus, e ele entendeu o que estava acontecendo, Louis levantou rapidamente da cama, encostando o corpo no canto da cama mais longe de mim possível, puxando suas pernas para a frente do seu corpo e abraçado-as.

Seus olhos estavam arregalados, sua respiração descompassada.

Louis me olhava como se eu fosse ataca-lo a qualquer momento, e ele parecia assustado.

Eu o vi.

Naquele momento, pela primeira vez, eu o vi.

Alguém que parecia perdido dentro de si mesmo, não conseguindo lidar com o que acontece a sua volta. Alguém que tem medo de pessoas que enxerguem além do que ele tem para mostrar.

Louis está tão quebrado.

- O que... O que...

- Lou... Está tudo bem... Eu estou aqui...vem... Vem aqui... Por favor... - Estiquei o meu braço para toca-lo e Louis apertou seu corpo ainda mais contra si mesmo. - Eu quero ajudar Lou... Me deixa te ajudar...

Eu não conseguia não chorar, naquele momento eu me sentia implorando para que ele não fosse para longe, para que ele voltasse para perto de mim, para que eu pudesse cuidar dele, mostrar o quanto eu preciso dele por perto.

Louis só me encarava. Os seus olhos estavam agora só assustado, e ele tinha lágrimas escorrendo copiosamente pelo seu rosto, mas sem que ele tivesse qualquer expressão que não fosse aquela.

Eu esperei.

Eu respirei e esperei.

Ainda segurava a toalha que antes eu limpava o seu corpo, e Louis tirou os olhos de mim olhando para si mesmo.

Ele soltou um pouco o aperto que ele fazia contra seu próprio corpo, olhando seus braços, suas pernas, seu abdômen

Louis soltou os seus braços na cama, e começou a chorar, compulsivamente. Colocando a mão no rosto em sinal de vergonha, e suas pernas ainda não tinham saído da mesma posição.

Eu não conseguia me mover, eu queria, só não conseguia. Não queria fazer algo que o fizesse me rejeitar, ao contrario. Eu queria que ele me deixasse conhece-lo.

Em um momento Louis gritou. Um grito estrondoso, alto como nunca ouvi antes. Suas mãos em punhos, seu grito saindo esganado, como se naquele momento, ele conseguisse, com aquele grito, colocar pra fora tudo o que ele sentia

Eu não consegui me conter, me joguei contra o seu corpo e enrolei todo o seu corpo junto ao meu, abafando seu choro no meu peito, sentindo as minhas lágrimas também escorrendo, mas diferente das dele, silenciosamente.

Ficamos assim por um longo tempo, os soluços de Louis demorando para pararem. E no meio deles, ele dizia ' me desculpa, eu sinto muito, me desculpe '

E eu só conseguia pensar que quem deveria pedir desculpas era eu, por ter demorado tanto para enxerga-lo.

Depois de tanto chorar, Louis acabou dormindo. Encostei seu corpo no meu, e fiz carinho em sua cabeça durante um tempo, sentindo a sua respiração agora calma, tomar conta do seu corpo.

Coloquei um lençol por cima do corpo dele e fiquei ali, imóvel, com Louis com parte do corpo em cima de mim, pensando durante boa parte da noite no que poderia estar errado com ele.

O que poderia ter feito-o preferir sentir dor física do que emocional.

O que poderiam ter feito? Ele parecia ter a família perfeita, o futebol perfeito. A casa dele era perfeita, seus amigos o viam como perfeito. Ele tinha um corpo perfeito, olhos perfeitos, um sorriso perfeito.

Louis não era perfeito. Ninguém é.

O que as pessoas cobravam dele, era algo que ele não poderia dar. Não verdadeiramente.

A perfeição.

A perfeição de alguém está nas imperfeições. Suas qualidades e defeitos. É isso que o molda, que o torna único.

O que fazia Louis perfeito para mim é a quantidade de palavrões que ele fala diariamente. O mau-humor quando acorda. A idéia de que todo mundo tem o mesmo pique que ele de fazer as coisas em plena madrugada. Seus pés meio tortos. Seu sarcasmo que as vezes me atingia.

A sua idéia de que nada batia mais de frente com uma pessoa, do que o amor que ela sentia por alguém.

Ele disse várias vezes: Quando uma pessoa ama alguém Hazz, ela chega aos seus próprios limites para ver a felicidade desse alguém. E isso deixa de ser sobre você. É tudo sobre o amor que você sente.

O que levou Louis a esse ponto pode ser acreditar que ele tinha que nunca errar, para que aqueles a sua volta acertassem sempre.

Eu passei a noite em claro.

Em um certo momento da noite, Louis começou a se debater, tendo um pesadelo.

Ele murmurava coisas sem nexo nenhum, mas se mexia muito, mesmo que um dos meus braços ainda envolta do seu corpo.

Eu segurei uma de suas mãos forte, entrelaçada a minha, e comecei a repetir que estava ali, que ele não precisava ter medo, que eu estava ali com ele, que nada de mal o aconteceria.

Louis foi se acalmando, e sua respiração ficando tranquila novamente.

Já era de manhã quando eu senti o cheiro forte de chá e café, barulhos de alguém pela cozinha.

Me desenrolei dos braços de Louis e fui até lá encontrando Claire fazendo o café da manhã como todos os dias nesse horário.

Eu a dispensei pelo dia todo, fazendo eu mesmo uma bandeja com algumas frutas que eu sabia que Louis gostava, e colocando o bule de chá com todas as outras coisas na bandeja.

A deixei por ali, enquanto ia na dispensa, pegando um balde e colocando dentro dele, uma escova de limpar chão, e um pano.

Passei pela cozinha e peguei a bandeja levando todas aquelas coisas para o meu quarto. Quando entrei, Louis ainda estava na mesma posição que tinha o deixado.

Coloquei a bandeja no criado-mudo ao lado da minha cama e logo em seguida indo até o banheiro, enchendo o balde de água e indo até o local que achei Louis ontem.

Esfreguei o carpete até que não tivesse um resquício se quer do que antes estava lá e arrumei todo o quarto, tirando as coisas que estavam jogadas pelo chão e colocando-as dentro do armário.

Depois disso, enchi a banheira de água e coloquei alguns sais dentro dela, separei um conjunto de calça e camiseta que pensei que poderiam servir em Louis e coloquei-os no canto da cama com um bilhete

Bom dia,

Eu fiz o café da manhã e preparei um banho para você. Separei uma muda de roupa também, caso você se sinta melhor para vestir.

Eu saí por que pensei que você poderia precisar de um momento quando acordasse.

Estou na sala de tv te esperando, para quando você estiver pronto. Se você quiser, pode ir até lá.

Todo o amor, H. .

Eu ouvi seus passos pelo meu quarto, o barulho da bandeja, da xícara.

Ouvi quando ele entrou na banheira, quando saiu de lá.

Ouvi quando Louis abriu e fechou os armários, provavelmente tentando checar se eu tinha guardado tudo.

E eu ouvi quando ele se aproximava...

Abri o livro que eu decidi fingir que lia quando ele chegasse, e vi o corpo pequeno de Louis parado na porta, com as mãos atras do corpo, franja molhada caída no rosto e uma blusa de moletom que não estava entre as roupas que eu tinha separado, provavelmente para esconder suas cicatrizes.

Ele não me encarava, só olhava para baixo, completamente diferente do que eu era acostumado a ve-lo.

- Harry... Eu... Posso me sentar?

- Bom dia Lou... Claro que sim. Você comeu?

Louis assentiu.

- Você quer mais algo? Essa roupa está boa?

Louis assentiu de novo.

- Você está bem Lou?

Louis negou.

Eu respirei fundo, e seus olhos se encontraram com os meus.

- Você quer conversar?

Louis negou de novo, mas dessa vez, ele subiu no sofá e me observou. Eu virei meu corpo para olhar melhor para ele e Louis aninhou o seu corpo dentro dos meus braços, deitando a cabeça no meu peito e ficando ali por um tempo.

O relógio marcava que já tinha se passado uma hora desde que Louis se colocou ali.

Ele não falava nada, não pedia nada.

Só ficamos os dois ali, ouvindo os batimentos cardíacos um do outro por um longo tempo.

Eu esperei.

E eu esperaria por quanto tempo fosse necessário, contanto que eu conseguisse trazê-lo de volta pra mim.

Horas depois, Louis levantou a cabeça fazendo nossos olhos se encontrarem. Nos observamos, Louis procurando por algo que eu não sabia se ele conseguiria encontrar.

E a voz dele saiu fina, mas firme.

- Eu acho que precisamos conversar.

=======

Olá leitores! Um dos capítulos mais sensíveis da fanfic acabou de acontecer, e como da outra vez, eu quero agradecer a todos vocês por me apoiarem nessa jornada de Goals. 

Lembrem-se sempre de olhar uns aos outros e apoiar uns aos outros sempre que possível. Eu vou sempre agradecer todos o amor que vocês me dão mesmo de longe, e como vocês me deram tanta força para voltar. 

Eu tenho um carinho imenso por cada um de vocês e nos veremos de novo assim que possível. Se precisarem de qualquer coisa, e eu puder ajudar, estou aqui. 

Até mais xx 

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