Lyandra Narrando:
Eu estava no meu quarto me vestindo, me sento na cadeira que ficava da minha penteadeira, começo a limpar o meu rosto tirando o excesso de maquiagem. A porta é aberta e vejo Jonas entrando, ele fecha a porta e vai logo tirando a sua blusa jogando a mesma em cima da cama.
—Tá cheirosa… -Ele fala e beija o meu pescoço.
—Oi Amor… -O olho e beijo seus lábios. —Como foi seu dia? -Pergunto e volto a olhar para o espelho.
—Bem, um pouco mais cansativo pois tive que pegar novas cargas… -Ele fala enquanto tirava as suas roupas. —E o seu? -Ele entra no banheiro e liga o chuveiro.
—Tranquilo… -Falo e vou para o banheiro. —Amor, você não sabe da nova… -Abrir o box e olho para o Jonas nu.
—O que? Melinda finalmente vai usar vestido?! -Ele fala irônico.
—Não… Débora estar grávida! -Falo sorrindo.
—Sério?! Nossa que bom Amor e como você soube? -Ele pergunta enquanto se ensaboava.
—Ela veio aqui para dar a notícia… Fiquei tão feliz por ela. -Falo sorrindo fraco.
Saio do banheiro e volto para a penteadeira, não demora muito para Jonas sair do banheiro ele se vesti e vou até o mesmo abraçando ele por trás.
—Quando vai ser a nossa vez de Novo meu Amor? -Falo e beijo a suas costas fortes.
—Lyandra… A gente já tentou meu Amor. -Ele se vira e me olha.
—Mas o médico disse que ainda temos chances, Jonas… -O olho sorrindo. —Você sabe que isso é o meu maior desejo, ter um filho com você meu amor. -Pego no seu rosto.
—Mas nós já temos uma filha Lyandra ou você se esqueceu da Melinda? Hum? -Ele me olha.
—Mas… Jonas você sabe que Melinda é daquele jeito dela e se dermos um irmãozinho pra ela, talvez Melinda não fosse tão… Fria, distante. -Falo baixo.
—Você acha mesmo que ela vai querer se aproximar de você estando grávida?! -Ele me encara. —Não é querendo te colocar pra baixo meu Amor, mas se isso acontecer Melinda só vai se afastar cada vez mais de você… Pois ela não vai querer que aconteça tudo de novo. -Ele fala sério e engolir seco.
—Por que você fala isso? Você acha que Melinda tem culpa do quê aconteceu, Jonas? -Encaro ele. —Quantas vezes eu tenho que dizer que Melinda não tem culpa de nada… Foi que fiquei estressada naquele dia. -Altero a voz. —Melinda não tem culpa de nada, nada Jonas…
—Então por que o afastamento de vocês duas se ela não tem culpa? Em? Me diz Lyandra? -Ele se aproxima de mim. —Se ela não tem culpa de nada, por que você trata ela tão… Fria? -Ela se exalta.
—Você também se Afastou dela, Eu vejo Jonas… Vejo como Melinda se senti só, mas eu não me aproximo pois sei que ela vai sempre dizer um Não bem grande na minha cara… -Falo alto e sinto o meu rosto queimar.
—Se eu sou desse jeito Lyandra… É porque não sou nem por você e nem por ela, pois eu prefiro ficar em cima do muro do quê tomar a pior decisão da minha vida… -Ele faz uma pausa e me encara. —Ou a Mulher da minha Vida ou a Minha Única Filha. -Ele fala firme e sai da minha frente.
Fico sem palavras, sinto os meus olhos marejados e minha garganta seca me viro e vejo Jonas abrindo a porta.
—Onde vai? -A minha voz saiu embargada.
—Sair, preciso pegar um ar puro… -Ele sai e bate a porta.
Fico sozinha naquele quarto, fecho os meus olhos e respiro fundo controlando as minhas emoções.
—Eu Não vou chorar… -Falo firme.
Saio do quarto e desço as escadas, não vejo ninguém na sala e vou para a cozinha onde Maria estava descascando batatas.
—Maria, você viu o Jonas por ai? -Pergunto e ela me olha brevemente.
—Estar no jardim e pelo o jeito, ele é capaz de arrancar a cabeça de qualquer um que entrar na frente dele… Qual é o problema de vocês em? Parece até Cão e gato, brigando direto. -Ela fala séria sem olhar para mim.
—Ai Maria… A minha vida tá um caos. -Falo me sentando e baixo a minha cabeça.
—Se a sua está um caos, imagina a minha! A pia cheia de louças pra lavar, a máquina tá entupida de roupa suja e sem contar que esse cachorro da Melinda é uma pestinha de fazer bagunça. -Ela fala e respiro fundo.
—Falando na Melinda, Cadê ela? -Olho para Maria.
—Não sei, acho que… -Ela não termina e Melinda chega. —Olha ela ai, vou até sair porque Eu sei que vai ter barraco. -Ela fala e sai pra a lavanderia.
Me levanto e vou para a sala, olho para Melinda e a mesma estava estranha e passou por mim.
—Volte… -Peguei no seu braço. —Onde estava até agora? -Encaro ela.
—Treinando… -Ela fala baixo e me mostra o skate.
—Eu sei que estar mentindo, Melinda… -Falo séria e ela fica cabisbaixa.
—Eu estava no calçadão do Leblon… -Ela fala baixo e se solta.
—Por que você saiu daquela forma? -Encaro os seus olhos azuis iguais aos meus.
—Eu… P-preciso me recolher. -Ela tenta passar mas eu pego no seu braço.
—Melinda não tente fugir… Aquilo são modos de receber uma visita, ainda mais a sua Madrinha. -Falo e ela respira fundo.
—Eu sair porque quis tá? Olha Mãe, desde de quando você se importa pra onde eu vou? -Ela me encara.
—Olha como fala Melinda… -Falo entre dentes. —Claro que me importo, Eu sou a sua mãe e…
—Tá, vou fingir que acredito nisso. -Ela me interrompe. —Olha Mãe, esse seu jeitinho de preocupada não pega bem em você. -Ela fala séria.
—Melinda, como você pode falar isso para mim?
—Por que? Você não fala das minhas roupas, do meu jeito de se vestir… Por que eu não posso falar do seu jeito de ser? -Ela fala rígida e sai da minha frente.
Trinco os dentes e vou atrás de Melinda, subir as escadas e vou até ela mas a mesma se tranca no quarto.
—Melinda abre essa porta agora. -Bato forte. —Melinda, eu não estou brincando abre essa Porta agora! -Grito.
—Me deixa em Paz! -Ela grita e isso ferve o meu sangue.
— Melinda, eu vou te dar dez segundos para você abrir essa porta… Um, Dois… Abre! -Bato na porta com força.
—EU JÁ MATEI VOCÊ ME DEIXAR EM PAZ…
—O que está acontecendo aqui? -Jonas me olha.
—A sua filha, saiu de tarde e só chegou agora. -Falo séria.
—Filha? Abre a porta e vamos conversar… -Ele fala calmo. —Melinda, você sabe que eu não gosto de ver você saindo por ai sozinha. -Ele fala e ela fica em silêncio.
Logo a porta é aberta e Melinda aparece com o rosto vermelho, ela me encara e podia ver uma mistura de sentimentos naqueles olhos azuis.
—Que história é essa de sair cedo e chegar tarde? -Jonas cruza os braços.
—Eu estava treinando já disse… -Ela fala zangada. —Mas parece que certas pessoas não entendi isso. -Ela me olha.
—Olha aqui Garota se você não falar comigo direito Eu…
—O que? Vai me bater? Pois bate Mãe, bate bem aqui. -Ela bate na próprio rosto. —Eu sei que você é louca pra me bater, me xingar… Só espero que fazendo isso comigo, não te deixe mais fria do que já é. -Ela fala olhando bem nos meus olhos.
—Por que você me trata assim? Que mal te fiz?! -A minha voz saiu falhada.
—Era eu que deveria fazer essa pergunta pra você. -A sua voz saiu embragada. —Eu sei no mal que causei, mas precisa me tratar assim… EU ERA APENAS UMA CRIANÇA DE SEIS ANOS E NÃO SABIA NO QUE ESTAVA FAZENDO. -Ela grita chorando.
—Melinda Por favor… -Jonas pede mas ela não dar ouvidos.
—Você acha que é fácil carregar essa culpa Durante todos esses anos? Eu já passei noites sem dormir só com aquela cena na minha cabeça, ouvindo os seus gritos e lembrando do meu desespero… Mas vocês ligaram pra mim? Não, pois a boca de fumo e o Ateliê é mais importante do quê a própria Filha… Eu não aguento mais viver com essa angústia, com essa culpa de ter matado o meu próprio irmão. -Melinda não se agunta e cai de joelhos no chão.
Ela chora sem parar assim como Eu estava, me ajoelho perto dela e a mesma se afasta.
—Filha não fala assim… Você não tem culpa de nada, olha pra mim Melinda. -Falo chorando e tento tocá-la.
—Não, não toca em mim… Eu sou um monstro, uma ameaça pra essa família. -Ela chora com as mãos no rosto.
—Melinda não fale isso… Você… Você é nossa filha, Minha Princesa. -Jonas senta do lado dela.
—Não sou… -Ela soluça. —Eu passei semanas tentando entrar naquele quarto, para ver como você estava mas o medo me consumia aos poucos, medo de você me rejeitar, de esfregar a culpa na minha cara… -Ela levanta a cabeça e me olha. —Mas nada disso se compara com a falta de atenção dos dois… Eu esperei tanto, mas tanto para você voltar a falar comigo como era antes… Mas você não voltou, então eu vi que aquela Melinda doce, meiga morreu e nasceu um nova Melinda, a que é fria, esquisita, a assassina. -Ela fala entre dentes e se levanta.
—Melinda volta aqui… -Pego no seu braço. —Me desculpa, eu sei que me afastei de você mas eu também estava com medo… Medo de você estar magoada e não querer mais a minha companhia. -Falo chorando.
—Nada vai mudar… Essa culpa nunca vai sair de mim. -Ela me encara e se solta.
Melinda entra no quarto e bate a porta trancando a mesma. Eu a chamo várias vezes e escorrego pela a porta caindo no chão, coloco as mãos no meu rosto e começo a chorar sem parar.
—Vamos Lyandra… -A voz de Jonas saiu trêmula.
Levanto a minha cabeça e o encaro, Jonas estava com seus olhos marejados e seu nariz vermelho, ele estendeu a mão para mim e me levanto indo para meu quarto. Deito na cama e abraço o meu travesseiro, coloco tudo para fora sem ligar para nada.
—Lyandra… -Ele deita do meu lado.
—Acabou Jonas… Eu nunca mais vou ter Melinda de volta, a Minha doce Melinda. -Falo chorando.
Jonas me abraça e choro no seu peito, ele também chora baixinho e o abraço forte dando o resto de forças que tinha para ele.
A minha Vida acabou…
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Desculpas pelos os Erros!
É… Até meio difícil de falar, mas esse sim, foi um Capítulo doloroso de escrever. Não é atoa que coloquei tudo aquilo que estou sentindo nele, estou chorando nesse exato momento e não estou brincando, talvez vocês se emocione ou não. Mas quero que saibam que esse capítulo foi feito com carinho e de coração para vocês!
Na mídia Eu coloquei uma música instrumental da Novela “A Regra do Jogo” e não vou mentir. Ela é linda e super combinou com esse momento tão difícil para a família da Lyandra.
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Bjs 💋 K.S ❤