Coral Roses

By ElanePimentel1

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Coral Roses é uma garota que passou 4 anos de sua vida presa em um hospital psiquiátrico por sofrer da síndro... More

Prólogo - Sombras de Coraline
A Antiga Nova Casa
Dentro da Floresta
Um pequeno aviso
Os amigos de Sempre
Memórias ao vento
INFORMAÇÃO IMPORTANTE
No caminho pra escola
O Pulsar da Madrugada
Encontro sob a penumbra da noite
Casal Misterioso
Visitante Inesperado
O Gato Preto
Feliz Aniversário, Rudy
Lembranças
O Carvalho
Introdução ao Terceiro Mundo
Queda Livre
Kali Lira
O Segundo Mundo
Paralelamente para os Leitores Part II
Reencontro no Segundo Mundo
Um presente no dia do Amigo
Eu e o Demônio
O Castelo antes do Primeiro Mundo
As Criaturas do Castelo
Só agradecimento ♥
A Mãe de Todos os Monstros
Reunião em Família
Rudy, O Covarde

O estranho e misterioso Jack

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By ElanePimentel1

Aquele garoto era diferente de tudo que já havia visto. Fiquei caída no chão, analisando cada detalhe dele enquanto sua mão pendia estendida esperando por a minha. Ele usava uma calça preta e a camiseta era listrada de branco e preto parecendo uma zebra. Os olhos eram negros como a escuridão e os cabelos eram... diferente. O sorriso dele parecia zombar de mim e aquele era um sinal de que provavelmente não gostaria dele, se conseguisse sair viva dessa, ele poderia ser um assassino em série.

— Não sou um assassino. – ele falou, sorrindo e com a mão ainda estendida. – Se é isso que está pensando.

— Como você... ? – me afastei sem conseguir levantar do chão.

— Calma ai boneca, pela sua expressão deu pra perceber exatamente o que você estava pensando. – ele falou e recolheu a mão colocando-a dentro do bolso.

— Não me chame de boneca. – falei, mostrando minha total irritação e levantando-se sozinha.

— O que uma garota tão adorável quanto você está fazendo sozinha no meio dessa floresta tão sombria? – a pergunta parecia ser uma piada, até mesmo pelo fato dele parecer estar se segurando para não soltar uma gargalhada. Limpei as folhas que estavam em minha roupa e fuzilei ele com o olhar.

— Não é problema seu. – dei as costas e sai.

— Claro que é problema meu, agora você está sob minha responsabilidade.

— O que? – me virei pra ele porque não acreditei no que ouvi.

— Salvei sua vida, então tecnicamente, você está sob minha responsabilidade até eu lhe deixar em casa em segurança.

Dei uma gargalhada irônica enquanto me virava para voltar pro meu caminho.

— Você não me salvou coisa nenhu... – antes que pudesse me virar completamente, aquele garoto me puxou rapidamente e me agarrei nele como um cachorrinho com medo. Bem na minha frente tinha um enorme buraco na qual quase cai.

— O que você estava dizendo? – ele sorriu vitorioso enquanto me abraçava.

Empurrei ele e olhei com atenção pro buraco, não estava ali antes, ou estava e não pude perceber, mas de toda forma, esse garoto havia me salvado. Parecia ser um buraco muito fundo.

— É um poço. – ele falou, deu a volta no buraco, as mãos dentro do bolso. — Dizem que é tão fundo que lá de dentro dá para ver as estrelas em plena luz do dia.

Peguei uma pedra e joguei lá dentro, me aproximei tentando ouvir o barulho da pedra encontrando a água, mas isso não aconteceu, realmente deveria ser fundo.

— Como isso veio parar aqui? – perguntei ainda olhando pro poço.

— Você não lembra? - a pergunta me fez olhar diretamente pra ele, esse garoto agora parecia estranho, os olhos dele parecia brilhar ao olhar pra mim, era um mistura de malicia e desafio. Ele estreitou os olhos esperando minha resposta.

— Como assim? – levantei e fiquei de pé bem próximo dele, ergui a cabeça para encara-lo.

— Você é daqui, não é? Todos que são daqui sabe que esse poço está aqui a muito, muito tempo.

Flashs iluminaram minha cabeça por breves segundos, lembrei de algo sobre algum poço, mas não conseguia identificar se era memoria real ou imaginaria. Também não queria falar com esse estranho que nem conhecia. Todo cuidado era pouco, não poderia correr o risco de voltar para o hospital psiquiátrico. Tinha que cuidar do meu irmão.

— Não me lembrava desse poço. Por isso estou na floresta, pra tentar lembrar novamente.
— Você perdeu a memória?

— Acho que sim. – falei e dei um sorrisinho vitorioso pra ele. Agora eu estava no comando.

Ele se aproximou mais de mim, estávamos tão perto que podia sentir a respiração dele gelada em meu rosto, as mãos dentro dos bolsos, não recuei, se tinha uma coisa que agora faria, era não recuar diante de intimidações. De perto, tinha que admitir, aquele garoto era muito bonito, e sexy de uma forma misteriosa, mas parecia ser bastante exibido e isso anulava as outras coisas.

— Não me desafie. – ele falou, um sorrisinho de lado surgiu em seus lábios, por um segundo pensei que ele me beijaria, pois se inclinou na direção do meu rosto, e por mais assustador que fosse, não recuei. Mas ele não me beijou, apenas se afastou e olhou ao redor. – Acho melhor irmos, uma tempestade vem ai.

Também olhei ao redor, apesar da floresta ser escura, sombria e cheia de neblina dava pra ver leves feixes de luz atravessando as árvores. Não parecia que iria ter uma tempestade, não tinha nem o mínimo sinal de chuva ou qualquer coisa do tipo.

— Não tem nenhuma tempestade vindo. – falei e comecei a andar, passei pelo poço e fui em frente. Não poderia fazer nada de estranho enquanto esse garoto estivesse na minha cola.

— Só porque você acha que está vendo luz do sol não significa que eu não esteja certo. – ele correu um pouquinho pra me acompanhar e caminhar ao meu lado. — Olhe ao redor, nenhum animal, nenhum barulho selvagem, apenas o silêncio.

Parei de caminhar e olhei ao redor. Ele estava certo. Não havia animais, nem mesmo o mais minúsculo, e o silêncio era tão incrível que chegava a ser assustador e de repente um barulho ensurdecedor vindo do céu.

— É, parece que você estava certo. – deu um sorriso.

— Que sorriso maravilhoso. – ele falou e notei que dessa vez tinha sorrido espontaneamente. Senti minhas bochechas queimarem e virei rapidamente para voltar pra casa. — Não precisa ficar com vergonha. – ele insistiu.

— Até parece. – falei sem olhar pra ele. — para de me seguir. – completei.

— Já falei que vou lhe acompanhar até em casa. – pude sentir o sorriso dele, apesar dele estar atrás de mim.

— Você não acha isso estranho? – perguntei.

— "Isso" o que?

— Você me seguindo sem nem ao menos me conhecer, falando sem parar, sorrindo como se fosse comum. – olhei pra ele.

— Mas sorrir é comum. – ele falou e ficou ao meu lado. – Meu nome é Jack, já falei isso e você ainda não falou seu nome.

— Não pretendo falar, ainda não descartei sobre você ser perigoso.

— Não sou perigoso. – ele deu um sorriso de lado. — Não por enquanto.

Aquilo era algo com que eu deveria me preocupar, mas de alguma forma não senti medo. Não estava com medo dele, e com ele ali estava me sentindo mais segura do que antes. O que era bastante estranho, já que nem o conhecia.
— Você é estranho. – falei.

Ele puxou meu braço suavemente me fazendo olhar diretamente em seus olhos.

— Você não acha que o estranho é mais legal? – seus olhos agora pareciam abismos que iriam me engolir a qualquer momento. – As pessoas comuns são tão chatas. Já parou pra imaginar que quando você é diferente as pessoas lhe tratam diferente, como loucos, mas na realidade, só somos nós mesmos em um mundo de pessoas igualmente chatas.

Fiquei de boca aberta sem saber o que dizer e novamente parecia que ele iria me beijar, mas ficou esperando minha reação para o que ele havia acabado de falar.

— Você não vai saber meu nome. – foi a única coisa que consegui falar.

— Eu aposto que antes de chegarmos na rua você vai me dizer qual seu nome. – ele deu um sorriso me desafiando e então saiu andando na minha frente.

— Vai sonhando. – falei e o segui.

Passamos um tempo caminhando em silêncio, a floresta estava mais escura, mas ainda não era noite, não imaginei que tinha ido tão longe e agora começava a me perguntar o que esse garoto fazia tão longe também, ele não havia falado nada sobre ele e nem eu havia perguntado. Um trovão me fez saltar e interrompeu meus pensamentos. Ele caminha um pouco na minha frente, estava em silêncio, mas de repente começou a assobiar e em seguida a cantar.

"Essa é uma canção sobre a Coraline"

"Ela é um amor uma bonequinha..."

"... a beleza de um botão dos olhos tem como todos que olharam muito bem pra Coral..."

— Pare! – falei.

Ele parou de cantar e virou pra mim que estava parada de boca aberta como se acabasse de ver um fantasma.

— O que foi? – ele perguntou.

— Onde você aprendeu essa música? – perguntei.

— É só uma canção que minha avó costumava cantar pra minha irmã antes de dormir. Porquê?

Não lembrava de ter ouvido aquela música algum dia, mas parecia tão familiar quanto o nome de minha mãe que estava na música.

— O nome da minha mãe é Coraline. – falei sem pensar.

Ele se aproximou de mim, uma expressão meio curiosa no rosto.

— Que coincidência. – ele falou.

— Porque?

— Por causa da música. – ele deu um sorriso brincalhão. – Até parece destino.

— É estranho. – falei e vi que já estávamos fora da floresta. Já conseguia ver minha casa a distância. — Bom, chegamos em casa, você perdeu a aposta.

Olhei para o céu, estava cinza escuro, ia cair uma tempestade grande. O vento balançava as arvores da floresta freneticamente e agora me sentia aliviada de ter saído de lá a tempo.

— Até logo, Coral. – Jack falou, sorriu e me deu as costas.

— Mas como... – fiquei perplexa. – Como você... ?

— A gente se vê por ai.

Como ele sabia meu nome? Mas antes que pudesse correr e fazer mais perguntas, ele sumiu na floresta. Na floresta! Ele voltou pra floresta. Quem era aquele garoto?

Voltei pra casa com mais perguntas do que respostas, a noite já estava praticamente sob nós, minha tia preparava o jantar e me bombardeava com perguntas sobre o meu dia, e como havia se preocupado mas que confiava em mim. Toby estava assistindo TV e minha adorável prima Rowena não estava. Subi para meu quarto e olhei pela janela a tempestade que se aproximava. Na casa da frente as luzes estavam acesas e duas pessoas conversavam na porta, uma garota de cabelos dourados como ouro estava do lado de fora, era Rowena, e a outra pessoa estava dentro de casa, só pude ver o braço, tão branco que parecia um fantasma. A pessoa fechou a porta e Rowena caminhou em direção a nossa casa. Ela estava com um sorrisinho no rosto, olhou pra mim que a estava observando e deu uma leve piscadinha, dei um leve sorriso e desviei o olhar.

Um trovão estremeceu todo o céu cinza, e um raio iluminou a escuridão. Lá na floresta, por um segundo, pensei ter visto um garoto de cabelo platinado me observar.


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