N/A: Olá! Eu particularmente gosto muito desse capítulo...então, boa leitura! xx
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(Louis)
Me peguei me olhando no espelho depois de ter escolhido uma roupa que eu achava boa, mas nenhuma parecia se encaixar no meu corpo enorme ou nas minhas coxas que parecem ser de um elefante. Calça jeans preta com a barra virada, vans vermelhos, minha camiseta básica cinza e jaqueta jeans.
Tentei jogar meu cabelo para trás mas não funcionou muito, então passei um pouco de gel nos cantos.
Dei print na tela do meu celular para não perder o endereço do Harry, peguei minha carteira, celular e saí.
Do meu condomínio para o de Harry, era perto de 20 minutos de carro. No caminho parei em um posto de conveniência e comprei algumas coisas de comer que me fariam levar uma bronca pelo resto da semana por sequer pensar em ingerir.
Foda-se.
Como previsto, o condomínio em que Harry mora é em uma área de alto luxo e perto do centro da cidade. Eu escolhi morar mais afastado, a privacidade é uma coisa que eu tento ter bastante no meio desse caos que vivo.
Assim que cheguei, mandei um sms para que a portaria fosse liberada e eu subi o vidro do carro para que o porteiro não me parasse e pedisse que eu mandasse um 'oi' para alguém. Não que eu me incomode em fazer isso, acho que faz parte do meu trabalho e é bom saber que existem pessoas que acreditam em mim e no que eu faço, só que essa visita, no mínimo ia viraria uma fofoca em alguma rede social, já até imagino
' Louis Tomlinson visita o amigo de time, Harry Styles, em uma terça a noite. É o capitão do ManU fazendo a sua parte de recepcionar a nova promessa?'
E ai depois que Zayn descobrisse que era verdade, daria uma de amigo ciumento me perguntando porquê eu não o chamei. Detalhe: Eu tenho certeza que ele está por ai com o Niall, bebendo em algum pub e sendo escroto com a coitada da Chelsea. Não aguento mais ele falar de um L alguma coisa que ele pegou em um bar afastado de Manchester e eu tenho que ir la e blablabla porque parece que as pessoas não frequentam.
Me dá preguiça só de pensar.
Eu sempre fui o tipo de pessoa que gosta de sair para algum bar ou balada, mas a minha profissão exige muito de mim e isso fica cada vez mais difícil, então acabo fazendo algum tipo de festa ou reunião com o pessoal do time em casa ou em algum lugar mais reservado.
Entrei no bloco de Harry e a casa de número 28, a dele, era uma mansão enorme azul bebê que era tampada por muros altos. Diferente do padrão.
Parei o carro do lado do comunicador e Harry ja abriu o portão. Estacionei atrás de uma Range Rover preta enorme e me peguei pensando se não deveria ter dito não para o convite de Harry e simplesmente ter ficado em casa.
Ok Louis, só seguir o roteiro. Faça uma brincadeira, faça o assunto ser ele. Sorria bastante. Depois que o filme acabar, fique cansado e saia. Pronto. Segurança de casa.
Assim que desci do carro, Harry apareceu na porta, descalço, com uma calça de moletom cinza, uma camiseta branca e o cabelo bagunçado.
Eu abri um sorriso enorme para ele.
Eu, por um momento, esqueci que Harry tinha só 20 anos e olhando seu cabelo bagunçado, se ele não fosse um famoso jogador de futebol, eu diria que ele é so um desses garotos da universidade que vem passar os finais de semana na casa dos pais.
Ele estava extremamente adorável.
Me aproximei e ele olhou para si de cima abaixo e depois olhou pra mim.
- Nós vamos para algum lugar?
- Não sei? Você me chamou pra vir pra cá, eu vim. O plano não era ver A Origem? Eu trouxe coisas proibidas? - Levantei as sacolas e Harry pegou uma delas e abriu.
- Sim, o plano era ver A Origem, mas você está tão arrumado e bonito que eu achei que fossemos para algum lugar... - Ele não olhava para mim, seus olhos foram de encontro a sacola que eu segurava - Meu Deus! Doces! Gordura! Mark vai nos matar.
Os cachos dele caiam no seu rosto e Harry tinha aquele espirito jovem, mas ao mesmo tempo maduro. Ele é extremamente bonito.
Muito mais do que eu deveria achar.
- É, eu sei. Mas segredo aqui, mesmo com vinte e muitos anos eu ainda amo comer fini e assistir desenho animado. - eu sorri culpado e Harry gargalhou. Mas foi uma gargalhada alta e escandalosa. Daquelas que você joga a cabeça pra trás.
Mas não era falsa. Eu sei o que é uma risada falsa.
Era a risada mais espontânea que eu ja tinha ouvido na vida.
- Pelo amor de Deus Louis! Eu espero chegar aos 27 anos assistindo desenho e comendo fini. A minha vida não é muito animada.
- 27? Andou me stalkeando Styles? - Harry arregalou um pouco os olhos e suas bochechas ganharam um tom de vermelho bem pequeno. Aqueles que você fica quando a sua mãe te pega no flagra.
Ele parece um garoto com vergonha.
Ele é um garoto com vergonha.
Nada que eu deva me preocupar, até por que ele deve ter me chamado porque eu sou a última opção da lista dele.
Eu jamais seria a primeira de alguém.
O silêncio ficou um pouco constrangedor e Harry disse para entrarmos.
Diferente do que eu imaginava, a casa dele não é como a minha cheia de videogames e coisas eletrônicas. Ele tem algumas claro, mas o que se destaca ali são alguns quadros e livros. Muitos livros.
Seguimos para a cozinha e o cheiro de uma das coisas que eu mais amo na face da terra cobriu o meu nariz.
- Eu não sabia que você ia trazer todas essas coisas, então eu pedi yakissoba. Pedi camarão por que a minha dieta ainda é a do peixe mas a outra caixinha é de carne e frango. - Harry era agitado. Ele andava de um lado para o outro e falava rapidamente, juntando algumas palavras.
Isso era nervosismo.
- Eu amo yakissoba. Mas não precisava... - Harry foi juntando várias coisas fora o que eu trouxe, como alguns chocolates e pipocas doce de saquinho. Eu olhei pra tudo aquilo me perguntando se ele ia comer tudo e para onde todas aquelas coisas iam no corpo dele.
Harry era tão alto e magro, mas os músculos dos seus braços eram bem definidos e ele tinha costas largas e bem bonitas.
Não que eu tivesse passado muito tempo reparando.
Ele me passou algumas dessas milhares de coisas e fomos para uma sala mais afastada da inicial. Assim que entrei quase chorei de emoção. Era uma sala aconchegante, com tela de cinema e sofás e poltronas extremamente aconchegantes.
Como eu não tive essa idéia antes?
- A sua casa é muito bonita Harry
- Obrigado. Gemma e Liam que arrumaram pra mim. Eu gostava da minha casa em Paris mas ela não era a minha cara sabe? Ai assim que vim pra Manchester os dois trabalharam em fazer algo bem legal para mim. - Harry abaixou a luz e colocou a comida que trouxemos em cima do sofá no meio de nós dois.
- Gemma e Liam?
- São meus irmãos. Liam é o mais velho e depois tem Gemma e eu
- Liam Payne? O tenista? - Liam Payne era um dos melhores tenistas dos últimos anos. Há quatro anos ele sofreu uma cirurgia na mão e todo mundo achava que ele nunca mais poderia disputar nada. No ano seguinte ele ganhou o US Open.
Lottie, uma das minhas irmãs é viciada em tênis. Lembro de, nessa época, ela ter chorado desesperadamente quando viu que Liam tinha se machucado no torneio. Ela é uma grande fã.
Mas nada supera o dia que ela descobriu que ele era gay. Lottie é maravilhosa. Ela discursou por horas para todo mundo como era maravilhoso que ele tivesse se assumido, que não tivesse medo.
Claro que 98% do que ela disse foi uma alfinetada em mim, que tenho esse bloqueio sobre a minha sexualidade. Só Lottie sabe sobre mim na minha família. O episódio do beijo que meu pai viu ficou completamente no passado.
- Sim! Ele é ótimo ne? Tenho muito orgulho do Liam. O pai dele nunca se interessou muito por ele sabe, então Liam sempre morou com a minha mãe. O pai dele e a minha mãe tiveram um caso e a minha mãe engravidou. Ai depois ela casou com o meu pai biológico, Des. Gemma e eu nascemos mas eles se separaram e faz alguns anos que ela é casada com meu pai Robin, alguns 10 anos eu acho. Liam sempre quis jogar tênis. Acho que ele pratica desde os 6. Já quebrou vários vasos da minha mãe raquetando bolinhas na varanda.
Diferente do que eu pensava, falar com Harry, rir ao lado dele era natural. Não precisava forçar. Ele me deixava com uma sensação de conforto e tranquilidade que eu não sentia desde que saí da minha casa em Doncaster há anos atras.
Por breves momentos eu até pensei em simplesmente ser eu e compartilhar a minha vida também.
Mas lembrei que eu não sou esse tipo, eu não compartilho. Que o Louis jamais diria que se sente tão só que chega a doer e que sente que a única saída, ou alivio, é tentar arrancar a própria dor com mais dor.
Não. Esse Louis não existe para ninguém além de um eu desesperado que se perde todas as vezes que fica só.
O Louis tem que fazer o que sempre faz. Sorria. Faça uma piada. Comente sobre a sua quantidade de irmãos e mude de assunto.
Sempre funciona.
Sorria.
Muito bem Louis.
Agora comente algo
- A sua família parece ser linda Harry. Imagino um garotinho pequeninho e de cachinhos colocando a culpa no irmão por ter quebrado alguns vasos. Que feio Styles.
Harry corou de novo. Suas bochechas eram pequenas e suas covinhas profundas me faziam ver como ele ainda parecia novo nessa coisa de novos amigos famosos. Como ele não sabia da selva que vivíamos.
Que ele sempre seja assim. Ele mesmo.
Continue Louis. Comente sobre seus irmãos. Não temos perguntas dessa forma
- Eu tenho 6 irmãos sabe?
- Tá falando sério? - Harry, você precisa mesmo arrumar a sua cara de surpresa. Dá pra ver que você já sabia.
- Aham. Eu sou o mais velho. A minha família é enorme. Será que vai demorar pra começar? - Eu me ajeitei no sofá e Harry colocou os pés no sofá e pegou a sua caixinha de comida. Comecei a comer o meu yakissoba prestando atenção na propaganda do filme do Homem de Ferro que passava.
- Não, acho que uns dez minutos. Você gosta da sua família grande? Eu gosto de ter três irmãos mas as vezes é complicado. Eu acho que filhos únicos se dão melhor as vezes.
- Eu...gosto...sim...é legal... - Ele deveria ter comentado mais sobre o filme. Nunca sobre mim. Nunca.
- Você não gosta de falar sobre a sua vida não é? - Harry abaixou a caixinha que segurava perto da boca e me olhou. Era como se ele soubesse de muito mais do que eu sou acostumado. Eu nunca sou a atenção. Nunca.
Não atenção como as pessoas saberem sobre a minha vida social, por que isso sai nas revistas. Isso todo mundo acha que sabe.
Ninguém nunca me vê, de verdade. Ninguém olha pra mim.
- Não é isso... É só qu---
- Não precisa mentir Louis... - Harry virou todo o corpo para mim, e olhou fixamente nos meus olhos.
Pela primeira vez em toda a minha vida eu senti a minha alma exposta. Eu senti como se todos os meus medos pudessem ser vistos, como se todos os momentos que eu estivesse deitado naquele banheiro, desde a primeira vez, estivessem passando pelos olhos de Harry.
- Me desculpa Harry. Eu... Não costumo. Mas eu os amo sabe... Muito. - Eu os amo. Só me sinto... Esquecido.
- Você não se sentia estranho? A minha mãe ja dava mais atenção para um de nós, imagina com 6. Você não se sente esquecido?
Todos os dias.
- Não, claro que não... Eu sou bem tranquilo quanto a isso, meus irmãos são mais novos e tudo mais. Eles precisam mais dela sabe? Acho que é normal isso.
- Eu admiro você pensar assim. Acho que eu não conseguiria pensar assim. A minha mãe me sufocava um pouco por eu ser mais novo, mas depois de um tempo ela e Gemma se aproximaram e Liam e Robin também. Eu me mudei e bom...estou aqui agora. Eu te entendo. Na boa.
- Mas eu não disse nada Harry. Jamais diria.
- Algumas coisas não tem que ser ditas Louis. Mas enfim! Me desculpa falar sobre isso...se um dia você quiser, podemos conversar. Já viu A Origem alguma vez?
Harry e eu entramos no assunto do filme e descobri que ele era aficionado por eles. Filmes que eu nunca sequer tinha pensado que existiam, Harry já tinha visto. Ele me falou sobre algumas séries também que pareciam ser boas e notei que ele era um cara muito além de 20 anos.
A maturidade dele era incrível. Ele ainda tinha aquele jeito de menino mas isso perto de seu grande conhecimento de vários assuntos só fazia ser mais uma qualidade.
Durante o filme, eu e Harry trocamos poucas palavras mas muitos olhares. Eu o notei olhando pra mim algumas vezes, com olhos, que mesmo no escuro, brilhavam. Eu não consegui deixar de sorrir verdadeiramente em um momento que o peguei me olhando e ele perguntou por que eu sorria. Não consegui dizer algo diferente de 'nada ué'. Mas senti minhas bochechas corarem.
Quando o filme acabou, eu estava...envolvido. Chocado talvez. Mas não permiti que meus pensamentos se aflorassem muito.
Harry estava deitado no sofá, mais jogado na verdade, com as penas pra cima e o resto do corpo apoiado ali.
Ele era absurdamente alto. E seu corpo agora era marcado com a camiseta, fazendo com que meus pensamentos fossem para baixo dela. Me perguntando como ele seria.
Seus braços tinham tatuagens enormes, a camiseta branca me deixava ver algumas delas, mas não todas.
- Gosta do que vê? - Harry me acordou dos meus pensamentos, e eu percebi que ele tinha notado que eu o olhava, provavelmente com um olhar predador.
- Me desculpe. Eu...não sei o que dizer...desculpe. - Eu abaixei a cabeça e comecei a juntar a comida que estava no sofá. Harry não tinha se mexido mas notei seus olhos em mim. Droga.
- Está tudo bem Lou...não é como se eu achasse ruim.
- É...hum...acho que eu vou te ajudar a juntar isso aqui certo? Está meio tarde...eu estou um pouco cansado. - Vermelho. Envergonhado. Querendo esconder minha cabeça em um pote. Me sentindo ridículo.
- Fica mais Lou...Vem...deixa eu te mostrar o resto da casa. - Harry segurou a minha mão rapidamente e eu gostaria de dizer que aquilo é território inimigo. Queria dizer que não gosto quando as pessoas me tocam. Mas naquele momento eu senti uma familiaridade que me fez apertar a mão dele e quando eu fiz isso, ele a soltou.
- Ok...vamos lá.
Passamos por todos os cômodos da casa. Até o banheiro do quarto de hospedes.
E no fim do corredor, uma porta cor tabaco foi aberta e Harry me deu espaço para entrar na frente dele. Dei alguns passos para frente, entrando no quarto, e dei de cara com um espelho do chão ao teto, do lado esquerdo da cama, quase que na parede toda.
Harry parou atrás de mim, ele estava tão perto que eu senti os pelos da minha nuca se arrepiarem e o som da sua voz próximo ao meu ouvido.
- E aqui é meu quarto. Gostou?
- Sim...é...bem bonito...
Ele deu mais um passo para frente e eu queria gritar. Mas não para que ele se afastasse por que eu não queria, afinal faz um tempo que eu não me aproximo de alguém de verdade e com tudo o que acontece comigo eu...tenho medo. E não acredito que alguém pode conseguir conviver comigo.
Com o verdadeiro eu. E eu tenho medo de mostra-lo.
Hanna não me conhecia. Ninguém me conhece.
Eu queria gritar para que ele se afastasse por que eu não conseguiria lidar com a cara dele de decepção quando me olhasse. Diferente de agora, que são olhos eram penetrantes e eu não conseguia parar de olha-lo. Eles são viciantes.
Muitas pessoas dizem que quando alguém se interessa por você, você consegue entender e ver isso. As pupilas dilatam, sua boca seca. Em alguns momentos eu pensei que Harry poderia se interessar por mim mas... ele era gay? Ou ele era legal demais e eu que, como sempre, vivo em um mundo paralelo?
- Você é muito bonito Louis.
- Você também Harry. Muito.
Ele me olhava pelo espelho, Harry era alto, muito mais alto do que eu e mesmo eu, todo arrumado como estava, não chegava nem perto da beleza que ele exalava só de respirar. Ficamos ali por longos minutos. O barulho de um relógio ecoava no fundo, o tic tac aumentando a tensão que acontecia entre nós dois.
Okay. Talvez ele seja gay.
Harry colocou a mão no meu ombro, a apertou ali e desceu por todo o meu braço, lentamente. Assim que chegou perto da minha mão, levou a sua até a minha cintura e a deixou ali, encaixando a outra do outro lado do meu corpo.
MEU. DEUS. ELE GOSTA DE GAROTOS TAMBÉM.
Deu mais um passo para frente e pelo espelho eu o vi aproximar seu rosto do meu cabelo e sua respiração cada vez mais perto. Assim que chegou perto, respirou fundo e suas mãos apertaram forte a minha cintura.
Posso dizer que senti minhas pernas cederem um pouco, e a minha boca automaticamente entreabriu. Minha respiração saiu aos poucos, e os meus braços pareciam não corresponder aos comandos da minha mente.
Ela gritava 'não Louis, não faça isso, você não é alguém que mereça isso', mas as minhas mãos se levantaram e foram de encontro as suas, quase as tocando, se um barulho de porta não tivesse sido ouvido, e gritos de 'Harry! Harry! Está acordado?'
Joguei meu corpo pra frente, quase tropeçando nos próprios pés e Harry soltou um desculpe baixo. Indo de encontro a quem quer que tenha chegado.
Meu coração estava acelerado, minha boca tinha ficado seca e por alguns segundos eu esqueci como me mover. Depois de um tempo, saí do quarto e fui de encontro a sala de cinema, peguei minha carteira e meu celular que estavam jogados no sofá e procurei por Harry pela casa, o encontrando na sala com uma garota que parecia sua gêmea.
Show time.
A garota me olhou de cima a baixa e fez a cara de 'É você mesmo?'que todo mundo faz quando me encontra por aí.
- Louis Tomlinson!? Gemma Styles! Eu sou irmã do Harry - Dei o meu maior sorriso. Aquele que diz que é um prazer te conhecer, que mostra todos os seus dentes e faz com que as pessoas pensem que eu sou o ser humano mais feliz do mundo.
- Só Louis, por favor. É um prazer Gemma.
- Me desculpe, eu...bebi um pouco? Eu estava com algumas amigas aqui por perto e acho que exagerei, ai resolvi vir pedir abrigo para o meu irmãozinho aqui...- Gemma deu tapas de brincadeira em Harry e ele sorriu. Dei uma risadinha pequena e os meus olhos e os dele se encontraram.
- Acho que vou indo então. Obrigado pelo filme Harry.
- Obrigado por ter vindo. - Harry me levou até a porta e pelo canto dos olhos eu vi Gemma nos observando. - Nos vemos amanhã?
- Sim...claro. Até.
- Até Lou.
Saí da casa dele e soltei a respiração que nem sabia que estava prendendo. Cheguei em casa alguns minutos depois.
Deitei na minha cama, o colchão praticamente se acomodava nas minhas costas.
O filme me surpreendeu tanto por que eu sabia o que era você viver uma vida dentro de uma vida.
Você idealizar algo, mas seu sonho mudar o que você pensou. E você se embolar tanto nessa nova ideia criada por você mesmo que não consegue sair mais dela, ou ao menos tentar descobrir onde tudo isso começou.
Eu podia sentir a mão de Harry em mim, causando um efeito enorme, conflitando entre a minha mente e o meu corpo. Coloquei minhas mãos onde as dele uma hora estiveram e descobri que queria mais daquilo.
E a minha mente gritou.
Não seja estúpido Louis. Não há nada que você possa querer disso tudo. Você não é alguém que se pode querer. Por que você não é de verdade. Ninguém sabe o quão podre você é por dentro, o quão pouco você representa.
As minhas pessoas correm do seu eu Louis. Da mesma forma que você se esconde por que não consegue lidar com você mesmo.
As sensações tomaram conta de mim e meus pés se moveram para fora da minha cama. Dei alguns passos e pisei em algo que estava no chão.
As abotoaduras.
As segurei e tirei a minha roupa. Enchi a banheira de água e entrei com as abotoaduras nas mãos.
Elas me levaram para a minha própria limbo. Para uma verdade que nem eu mesmo queria ver.
(+)
Um tempo depois, quando meus dedos já estavam enrugados, eu saí da banheira, me enrolei na toalha e me joguei na cama.
Olhei meu celular uma última vez e me surpreendi com uma mensagem de Harry de horas atrás.
Harry Styles: Hey Lou? Bom te ver x
Sorri pequeno e respondi rapidamente
Eu: Bom te ver também Hazz. Prometo assistir Scandal, e se for bom mesmo, podemos combinar de ver alguns episódios ok? Mas se for ruim eu nunca mais aceito nenhuma das suas recomendações. Até amanhã x
Respirei fundo, desci as escadas e evitei pensar.
Eu sabia onde eu terminaria se continuasse pensando.
Peguei uma garrafa de água da geladeira e fui para a minha cama novamente, pegando meu notebook e conectando a televisão.
Três horas da manhã, com treino e concentração no dia seguinte e eu com uma maratona de 4 temporadas de Scandal para assistir.
Onde você vai me levar desse jeito Harry Styles?
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See u soon! xx