-O que é isto, Catarina?- pergunto chegando à sala com o teste de gravidez na mão- Tu estás grávida?
-Não, André. Eu pensava que sim, mas afinal não. Eu sei que ficas triste, podemos continuar a tentar.
-Continuar a tentar?
-Sim, eu pensei que querias ter filhos- diz. Ai meu deus, que iludida.
-E quero, mas não contigo e não para já. Pensei que tivesses percebido que isto é só uma curte. Eu não sinto nada por ti, Catarina.
-O quê, André? Eu pensava que nós éramos namorados- diz desiludida.
-Então pensaste mal- digo.
-Isto é tudo porque a tua queridinha Matilde anda enrolada com o teu amigo, ou devo dizer, ex-amigo, Jota.
-Cala-te- digo já enervado- Não falas da Matilde.
-Tudo bem, mas quando precisares de alguém para ir para a cama não venhas falar comigo- diz saindo de minha casa. Aleluia, grande lapa.
Matilde
Chego a casa dos pais do André juntamente com a Maria. Sim, parece estranho, mas só estamos aqui para fazer um trabalho com o Afonso.
-Olá, queridas- diz a mãe do André ao abrir a porta- Matilde, há tanto tempo que não te via.
-É. As coisas também já não são iguais- digo olhando para o chão.
-Eu sei, querida, mas podes contar comigo para tudo. O Afonso está no quarto, podem ir lá ter.
André
É quase hora do jantar e não me apetece cozinhar nem encomendar comida. Já sei, vou jantar a casa dos meus pais. Mal lá chego a minha mãe abre-me a porta.
-Olá, olá, mãezinha- dido dando-lhe dois beijinhos.
-Olá, filho. Deixa-me adivinhar, vieste jantar. Então a tua nova amiga não te fazia o jantar?- pergunta irónica.
-Eu mandei-a dar uma volta. Eu gosto é da Matilde.
-Se calhar vais um bocado tarde, não, filho?
-Não. Eu amo-a e vou tê-la de volta, ou não me chamo André Miguel Valente da Silva.
-Muito me contas. Vou chamar o teu irmão para jantar- diz sorrindo. A minha mãe está a tramar alguma coisa.
Matilde
Acabamos o trabalho e nesse preciso momento a mãe do Afonso bate à porta.
-Meninas, jantam cá?
-Não queremos dar trabalho- digo eu e a minha melhor amiga ao mesmo tempo. Nós só podemos ter telepatia.
-Não dão trabalho nenhum.
-Claro que ficam, mãe. Vamos comer- diz o Afono saindo do quarto ao saltos e a cantar em direção à sala. Mas por acaso trocaram o meu melhor amigo por um canguru que engoliu um rádio? Espero que não. Rio-me com os meus pensamentos até que chegamos à sala- Olá mano- diz o Afonso cumprimentando o irmão.
-Matilde...- diz o André olhando para mim.
-André...