Me Leve Para A Terra Do Nunca...

By __TheEvilQueen

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#1 em peter pan 25/6/2019 #3 em fantasia 5/01/2020 #3 em aventura 10/5/2018 #7 em romance 22/7/2019 #9 em mis... More

Prólogo - Revisado
Capítulo 1- Medalhão - Revisado
Capítulo 2- Regras. - Revisado
Capítulo 3- Vaga-lumes - Revisado
Capítulo 4-Branca de Neve e os Sete Anões. - Revisado
Capítulo 5- Era Uma Vez Um Sonho. - Revisado
Capítulo 6- Respostas para perguntas ainda não feitas. - REVISADO
Capítulo 7-Saliva, Dobradores e Estáticos - REVISADO.
CONFIRAM O BOOKTRAILER!
Capítulo 8- A Visão. - REVISADO
Capítulo 9-O que os olhos não veem o coração não sente. - REVISADO
Capítulo 10- A segunda estrela. - REVISADO
Capítulo 12-Os meninos perdidos. - REVISADO
Capítulo 13- As crianças que caíram do berço.- REVISADO
Bônus de 1K: Peter Pan. - REVISADO
Capítulo 14- Logo após a curva do rio - REVISADO
Capítulo 15-O Ursinho Pooh
Capítulo 16- Acredite em sí.
Mapa da Terra do Nunca
Capítulo 17- Eu te declaro uma menina perdida.
Capítulo 18-Ela já estava aqui.
Capítulo 19- O espelho da alma.
Capítulo 20-Cassiopeia.
Capítulo 21- A Mãe de Todos.
Capítulo 22-Piscinoe
Capítulo 23-Cachorro que ladra não morde.
Capítulo 24- De zero a herói.
Bônus de 3K: Sininho.
Capítulo 25- Silêncio.
Capítulo 26- A Vila dos Piratas.
Capítulo 27-Ela morde.
Capítulo 28-Antes da Meia-Noite.
Capítulo 28- Antes da meia-noite (parte 2)
Capítulo 29- Bonitinha
Capítulo 30- Vida de Pirata
Capítulo 31-A curiosidade matou o gato.
Capítulo 32-Nem tudo que eu digo é verdade.
Capítulo 33- O que sobrou de nós.
Capítulo 34-A chama de cada um.
Aviso
Capítulo 35- Sombras no fogo.
Capítulo 36-Sangue, fogo e verdades.
Bônus de 10K- A mestiça.
Capítulo 37- Pele com pele.
Capítulo 38- A bela e a Fera.
Capítulo 39- Um banho quente não faz mal a ninguém.
Capítulo 40-Lágrimas do passado.
Capítulo 41-Por que não Capitão?
Capítulo 42-Me diz que me odeia
Capítulo 43- O garoto que se perdeu.
Capítulo 44- Fogo
Capítulo 45-O começo do fim.
Capítulo 46-Welcome back Darling
Capítulo 47-Verdade e Consequência
Capítulo 48-O fardo das Darling
Capítulo 49-O amor
Capítulo 50-Tudo que é bom dura pouco
Capítulo 51-Boas-Vindas
Capítulo 52-Tocando em frente.
Capítulo 53-Que a sorte esteja com você
Peter
Capítulo 54- A guerra é uma arte - Revisado.
Capítulo 55- A fraqueza das bruxas - Revisado
Epílogo - Revisado

Capítulo 11- A viagem - Revisado

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By __TheEvilQueen

O brilho dourado voava de um lado para o outro com tamanha velocidade que era impossível acompanhar. Pairava por milissegundos no ar e depois continuava constantemente a se mover como faz o beija-flor.

A luz dourada se aproximou de mim chegando a tocar o meu nariz onde permaneceu parada. Foi nesse momento então que a minha visão conseguiu focalizar no que estava envolto daquela brilho dourado.

A pele era branca, clara como papel, quase transparente. Parte do brilho dourado reluzente lhe escapava os poros como feixes de luz. Um nariz arrebitado- que me lembrou o da Regina George em Meninas Malvadas- se unia com olhos grandes e bem desenhados da cor verde musgo adornados por duas belas sobrancelhas lindamente marcadas. As orelhas, muito mais pontudas do que a de Pan, faziam um conjunto lindo com o cabelo loiro arrumado em um coque perfeitamente redondo adornado com flores de todos os tipos no topo da cabeça.

Na parte superior do tronco fitas de folhas e cipós envolviam e apertavam apenas a zona do busto deixando os ombros e o restante da barriga descobertos, expondo a pele brilhante. Na região do quadril um arranjo de folhas envolviam a cintura até o meio das cochas como uma saia. A diferença era que uma das pernas era coberta por tiras de cipó enquanto a outra além das tiras tinha uma grande folha lhe cobrindo como aquelas saias com corte transversal, mas menos chique e mais confortável. Eu aposto  que ela poderia correr uma maratona e desfilar ao mesmo tempo. Não tinha curvas acentuadas, era pequena de não só de tamanho mas também de medidas. Uma mistura de ninfa com Lara Croft.

Nas costas, as asas surgiam em sulcos nas curvados nas costas. Pareciam asas de libélula. Transparentes, firmes, maleáveis, translúcida como água cristalina, brilhantes como se tivessem se banhado em glitter dourado. Se eu não tivesse certeza de que tudo o que está acontecendo na minha vida era real, diria que estava sonhando.

Olhar para ela era hipnótico. O rosto delicado, carregava um olhar meio indecifrável com um quê de malandragem. Poderia olhar pra ela por horas e mais horas sem parar. Tinha alguma coisa no seu jeito de ser que se parecia com um segredo a ser decifrado.

-Onde está Pan?- indaguei finalmente quebrando aquele silêncio que já começava a ficar estranho.

-Ele tá ocupado. Não pode ficar a seu dispor o tempo todo, ele tem coisas pra resolver na Terra do Nunca.- ela disse, sua voz tilintando no meu ouvido.

-Desculpa. Eu não sabia.- respondi levantando as mãos em redenção.

Ela revirou os olhos e bufou se virando e voando para longe.

-Vocês Darling são todos iguais.- ela murmurou.

Dei um impulso no ar e passei a seguir a fada que me guiava pela noite escura de Londres. Quando alcançamos as regiões mais movimentadas da cidade, passando por prédios iluminados, casas, luzes, pessoas rindo, sérias, trabalhando, solteiras, namorando, famílias... E nós não estávamos a uma altitude muito alta. Passávamos por meio dos prédios, em zigue-zague, dava até para espiar a vida alheia por algumas janelas.

-Eles não conseguem nos ver?- perguntei para Sininho que respondeu sem ao menos desviar o olhar do caminho.

-Eles veem o que querem ver.

-Como assim?- voltei a questionar , me aproximando dela.

-Pan já deve ter te explicado sobre A Visão, os estáticos e os dobradores. Vocês são incapazes de perceber a magia como magia. Não aceitam que as coisas não possam simplesmente ser explicadas. Excluem e ignoram tudo o que não entendem. Resumindo: não, eles não estão nos vendo. Os únicos estáticos capazes de enxergar a magia são as crianças, elas nascem com A Visão mas a perdem com tempo. –ela disse parando repentinamente no ar e descendo até quase estarmos no nível dos outros, apenas alguns poucos metros á cima.

Na Oxford Street, saindo de um restaurante, uma família com um menininho pequeno caminhava feliz pela rua, dando risadas e conversando sobre assuntos aleatórios. Sininho foi até eles e parou alguns metros á cima, comigo a sua espreita. Os pais continuaram andando como se não estivéssemos ali ou como se fossemos algo tão corriqueiro que chegasse a ser ignorado. Já a criança parou de andar e ficou nos encarando. O garotinho puxou a mão da mãe fazendo ela parar e apontou com o dedo para nós.

-Mãe tem uma menina voando.- ele disse sem desviar os olhos de mim. A mão e o pai se voltaram para ele e depois para onde o dedo apontava e eu sentia que olhavam na minha alma, além de mim. A mulher se voltou para o menino colocando uma mão na cabeça dele e disse:

-Não tem não Jake. Você deve estar imaginando coisas.- a mãe disse voltando a caminhar e a puxar o garoto pela mão.

-Mas mãe...- ele replicou resistindo ao puxão. O pai então por sua vez se virou para ele e disse:

-Jake você já tem seis anos, sabe que essas coisas não passam de imaginação.- ele respondeu acariciando a cabeça do menino.

Eles passaram por nós, o menino caminhando aos tropeços. Jake se virou uma única vez e olhou na nossa direção, mas não era o mesmo olhar. Era mais vazio.

-Você tá certa mãe, ela sumiu.- replicou a criança.

Eu estava boquiaberta. Sininho deu de ombros ao meu lado e se virou voltando a voar alto. Fiquei alguns segundos ali e depois a segui. Quando finalmente a alcancei ela disse com um olhar vazio:

-E é assim que vocês humanos se tornam estatísticos. Quando param de acreditar. 

...

Chegamos no Big Ben o marco da maravilhosa cidade nublada. Ali em pé coberta pela noite escura, em frente a tela branca do relógio eu senti que estava em um sonho, eu era minha bisavó Wendy e estava em um filme da Disney. Os ponteiros marcavam meia-noite e quarenta e sete.

Olhei travessamente para Sininho que me esperava enquanto pairava no ar entediada. Ela apertava as folhas da sua saia impaciente.

-Vai logo, eu sei que você tá louca pra fazer isso. –ela me dirigiu a palavra sem desviar sua atenção das folhas.

-Okay!- respondi com a voz um pouco mais fina que o normal, um pouco mais histérica. Eu estava muito ansiosa pra fazer aquilo.

Avancei na direção do relógio até ficar milímetros de toca o ponteiro. Pensei e pensei e pensei, que horas eu deveria colocar para bagunçar com a vida do povo de Londres?

Com cuidado ajeitei os ponteiros até que marcassem exatamente meia-noite. Com um olhar confuso Sininho se aproximou de mim se pondo ao meu lado batendo suas asas num ritmo tão rápido e frenético que era impossível acompanhar.

-Meia-noite? Só?-ela disse parecendo decepcionada.- Só atrasou quarenta e sete minutos.

-É que esse é o horário que eu saí e é o horário que eu quero que seja quando eu voltar.- respondi sincera recebendo nada mais nada menos do que uma risada de escárnio. Conhecia Sininho a pouco mais de meia-hora e já não gostava muito do jeito dela.

-Quando voltar? Ninguém volta da Terra do Nunca.- ela respondeu rindo de deboche, foi quando seus olhos pararam para analisar o meu rosto e desceram até chegar ao medalhão. Deve ter percebido a minha cara de interrogação e com um pigarro tratou de se corrigir e mudar de assunto.- Quer dizer, sim, talvez, quem sabe. Bom já deu uma última olhada na sua cidade? Vai ficar sem vê-la por muito tempo.

Estranhei seu último comentário mas preferi não ficar muito encucada. Me virei para a bela Londres, vendo cada prédio, cada pessoa, carro, criatura parecerem apenas formigas. Respirei fundo dando mentalmente um adeus e me voltei para ela:

-Vamos?

-Vamos.- respondeu com um sorriso.

Demos um impulso e voamos cada vez mais alto, mergulhando nas nuvens escuras até não conseguir ver mais nada além do céu cinza abaixo de mim. Perguntei várias coisas para Sininho como por exemplo o fato de estar conseguindo respirar normalmente mesmo em uma alta atitude, ela sempre me dava de ombros e revirava os olhos dizendo que nem tudo tinha explicação. Aquilo não era o suficiente, a falta de respostas e explicações me deixavam com uma pulga atrás da orelha. Se questionar e procurar respostar racionais era o que me tornava uma estática isso estava mais que provado, me perguntei se em algum momento eu conseguiria me adaptar aquilo. Não saber o que estava acontecendo me deixava nervosa. 

Faz mais ou menos umas cinco horas que estávamos voando em linha reta na direção da estrela e nada de chegar a Terra do Nunca. Voar demandava muita concentração, foco e força de forma que eu já conseguia sentir a fraqueza me atingindo aos poucos. Minha visão já estava começando a fraquejar e a cada minuto que se passava era mais difícil de resistir a sensação de fechar os olhos e simplesmente dormir. Além do mais eu não sei até quando esse pó de fada vai continuar fazendo efeito , tenho medo dele simplesmente acabar e fazer com que eu despenque do céu.

-Quando vamos chegar?- indaguei pela décima sexta vez como uma criança rabugenta faz.

-Temos que esperar até o amanhecer, pra fenda se abrir.- ela respondeu sem perder a paciência como tinha feito das últimas vezes.

-Fenda? Então não é uma questão de distância? Como assim?- indaguei confusa.- Achei que era só voarmos até chegar na Terra do Nunca. Sabe tipo " Terra á vista!"

-Mais ou menos, os dois. É muito complicado de se explicar. É uma questão de distância mas também uma questão de tempo.- pronto. E com essa afirmação acabou de se formar um grande nó na minha cabeça bem maior do que aquele formado sobre quando a professora falava sobre aminas, hidrocarbonetos e aquelas outras funções orgânicas.

-Eu tenho a viagem inteira.- respondi com olhos pedintes tentando ser o mais fofa possível. Sininho com toda sua pequenez se aproximou de mim, brilhando e se apoiou na minha cabeça enquanto eu voava por nós duas.

-Eu te conto se você me servir de apoio. Minhas asas estão cansadas.- ela se ajeitava na minha cabeça fazendo um ninho nos meus cabelos. Visto que eu não reclamei ela começou- Os diferentes reinos e lugares tem sua entrada pelas fendas no espaço-tempo. É por elas que ocorrem o intercâmbio entre as criaturas de todos os reinos. As fendas são invisíveis e podem aparecer em lugares completamente aleatórios, não permanecendo lá durante todo o tempo, é como se elas possuíssem um endereço.

-Um endereço?- indaguei confusa.- Tipo essa da Terra do Nunca onde o Peter escreveu dizendo que bastava seguir a segunda estrela à direita até o amanhecer?

-Exatamente. É uma fenda que se localiza na direção da segunda estrela a direita, sempre reto sem mudar um centímetro de direção, ela só aparece quando o sol nasce e desaparece logo depois que esse momento termina.

-Elas simplesmente surgem essas fendas ou sempre estiveram lá ?

- Algumas sempre estiveram ali, mas fendas surgem todos os dias, todas as horas em qualquer lugar. Abrem portas para milhares reinos inexplorados. Elas não surgem simplesmente do nada, acontecimentos nos diferentes lugares podem fazer com que elas apareçam, por exemplo: a morte de alguém, o riso de um bebê, a explosão de uma estrela ou até mesmo a queda de uma folha.

-Mas se for assim, devem existir fendas incontáveis.

-Sim. Mas não é como se fossem surgir quando todas as pessoas morrerem ou quando todas as folhas caírem. São determinadas pessoas e determinadas folhas, uma a cada sei lá quantos bilhões de anos. Além do mais isso acontece em lugares totalmente aleatórios, em determinado período de tempo e nós não vamos ficar vasculhando cada milímetro do espaço em busca de uma fenda. É simplesmente impossível. - seus olhos vislumbraram o céu escuro que começava a clarear lentamente, seus olhos passearam pelas nuvens abaixo de nós e o mar azul distante.-  Voltando a pergunta, sim existem milhares de fendas, talvez tenha alguma no seu quintal, mas são pouquíssimas as conhecidas. Algumas são achadas por acaso como aconteceu com aquela garotinha...Qual o nome dela mesmo?- ela estalou os dedos e seu brilho deu uma oscilada ficando um pouco mais intenso como se tivesse se acendido uma lâmpada.- Alice! Sim, ela estava correndo e simplesmente caiu na toca do coelho. Voilá! Bem-vinda ao País das Maravilhas!

-Espera a Alice também não é só uma história?- indague maravilhada sentindo meus neurônios funcionando a todo vapor tentando categorizar, entender e absolver toda a informação.

-Todas as histórias são verdadeiras, ao menos a maioria. Elas são muito modificadas e algumas chegam até a ser inventadas, mas no geral a essência é verdadeira. –ela fez uma pausa e seu peso deixou a minha cabeça e logo avistei seu brilho no canto dos meus olhos.- Conversamos depois. Temos uma fenda pra entrar.

Ela sorriu pela primeira vez desde que a conheci e se adiantou alguns metros na minha frente. Sinceramente eu não estava vendo fenda nenhuma apenas o céu escuro que começava a se pintar com os raios rosas do sol nascendo ao longe. Uma visão magnânima. Mesmo assim, voei mais rápido para alcança-la mas sofri um baque grande e fiquei cega. Parecia que alguém tinha me acertado com um pedaço de metal na cabeça. Um clarão encheu meus olhos e senti meu corpo se aquecer e girar desgovernado enquanto despencava pelo céu.

Não entendo o que aconteceu, estava tudo bem e do nada o mundo não passa de uma imensidão branca a girar. Meu estômago se embrulha, sinto o vômito subir e descer na minha garganta, deixando o gosto azedo na boca. Abro os olhos mas não vejo nada além do grande clarão branco que aos poucos vai desaparecendo. Meu cérebro samba dentro da minha cabeça batendo com força de um lado a outro me deixando tonta e com uma enxaqueca horrível. O ar frio queima a minha pele conforme despenco com velocidade e a sensação é parecida com pequenos mas muitos cortes de papel.

Tento ao máximo organizar meus pensamentos e com 'A Visão' começar a controlar meu corpo, mas todo o meu organismo está atrapalhado e já não sei diferenciar se é o meu braço ou a minha perna que está se debatendo ou se são os dois juntos. Na minha cabeça parece que estou tentando um derrame de forma que tudo o que se passa lá dentro não é nada mais nada menos do que junções de letras sem sentido algum como por exemplo: kndunf xnjnidfoonhanlskfunsfo.

Os fios de cabelo estão batendo no meu rosto e sinto o peso da minha mochila deixar o meu corpo, assim com o meu sobretudo conforme dou cambalhotas nos ares. Grito até a minha garganta estalar e a voz custar a sair novamente. Sinto uma forte pressão nos meus ouvidos e parece que a minha cabeça vai explodir. Aperto os olhos com força e continuou a gritar mesmo tendo consciência de que não consigo emitir nenhum som.

Finalmente, quando achei que aquela tortura não teria fim sinto o impacto do meu corpo contra algo firme. Mantenho meus olhos fechados ainda com a cabeça girando e meio dopada pela adrenalina.

Abri os olhos devagar porque senti que o que me segurava eram braços ou seja alguém tinha acabado de me salvar e eu estava encolhida em posição fetal provavelmente mais branca do que um fantasma e de olhos fechados.

Aos poucos a minha visão foi deixando de ser turva e confusa e pude conseguir começar a raciocinar. A primeira coisa que vi foram os cachos acobreados e a orelha pontuda. Depois o aqueles olhos intensos que eu não sabia dizer se eram azuis ou verdes ou se eram os dois, em seguida aquele sorriso de canto.

Quando me dei por mim, Peter me segurava em seus braços e devagar voava até a terra firme. Ou melhor A Terra do Nunca.

-Achei que não viria nunca.- ele disse sussurrando perto do meu ouvido. Institivamente envolvi meus braços ao redor do seu pescoço enquanto me carregava.

-Aposto que já estava com saudades.- respondi em meio a lufadas de ar enquanto recuperava o fôlego e os movimentos do meu corpo.

-De você? Sempre.- respondeu com um sorriso maroto nos lábios.

Antes que eu pudesse ter uma visão completa de cima da Terra do Nunca, nós já adentrávamos a floresta. Passando pelas folhas, pelos galhos, pelos troncos e flores. Ali o vento era mais refrescante, o ar cheirava a orvalho, terra amassada e água.

Quando Pan me colocou no chão minhas pernas estavam tão fracas que não consegui sustentar meu próprio corpo e acabei caindo na lama e sujando a minha calça. Me apoiei com as duas mãos enquanto me debruçava no chão e fiquei ali parada tentando acalmar meu espírito e agradecendo a deus por estar viva.

Não que acalmar meu espírito fosse a mesma coisa do que acalmar o meu estômago.

-Acho que agora eu mereço um agradecimento, quem sabe talvez um beiji—foi interrompido pelo barulho que fiz quando a comida de um dia todo resolveu voltar e dizer 'oi.'

Sem brincadeira, eu devo ter passado uns dez minutos vomitando ali no chão, sobre o olhar de nojo do Peter, pelo menos ele abaixou para segurar o meu cabelo. Assim que terminei estava mais fraca do que antes, gelada como um pedaço de mármore e tremendo da cabeça aos pés.

-Tem certeza de que vai querer o beijinho?- respondi com a voz rouca e fraca conforme Peter me ajudava a levantar. Ele fez uma careta e depois soltou uma gargalhada tímida.

-Vou deixar pra outro dia.- respondeu pegando o meu braço e passando pela sua cabeça enquanto com o outro apertava a minha cintura e me dava apoio para andar.

***Recadinho da autora***

EDIT: REVISADO - 28/9/2020

Olá dobradores e estáticos!

Tudo bem? Tudo bom? Como vai?

Cheguei com mais um capítulo pra vocês meus amores! Esse eu gostei muito de escrever, de verdade. Em partes porque é a partir dele que as coisas começam a ficar interessantes de verdade e eu começo a me empolgar. A verdade é que é muito chato ter que ficar escrevendo a introdução até chegar nas partes mais legais, mas a introdução é necessária porque se não como vão entender o resto da história?

Enfim, obrigada por estarem acompanhando. Queria dizer que vocês me deixam muito felizes quando comentam, votam e indicam a história. Por isso eu vou começar a dedicar esse capítulo aos leitores mais ativos e que com poucas ações conseguem me deixar com o coração na mão

Portanto dedico esse capítulo a rainha que vem me apoiando desde o comecinho e sinto que preciso valorizar mais as minhas amizades. Amo você querida e obrigada pelo apoio!

amanda_caroll22

Pausa dramática para: A rainha Má!

Aliás, criei um instagram literário @ mahescreve pra falar sobre meu processo de escrita, dicas de escrita, resenha, surtos, interagir com vocês e mostrar um pouco da minha rotina, se estiverem interessados é só acessar no instagram!

Musiquinha da semana: Death Valley- Fall Out Boy- albúm: Save Rock and Roll!

Gente eu adoro essa música, ela não é muito conhecido mas tenho certeza de que irão gostar. Além do mais é sempre bom aumentar o repertório cultural. AHHHH já ia me esquecendo, (eu particularmente acho que não tem nada demais) mas pra quem for muito sensível pode ser que o clipe não agrade, tem umas cenas meio 'fortes' nem sei se dá pra considerar...Mas estão avisados.

Até a próxima sexta ou final de semana! Ahhh antes de me esquecer, vocês estão gostando desse estilo de capítulo mais comprido? Por favor me digam!

Não se esqueçam de:

Votar e Comentar!

Beijos Malignos,

__TheEvilQueen

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