S&M • l.s. au!bdsm

By snowlarryqueen

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Louis sempre teve controle sobre todos os aspectos de sua vida, mas numa fatídica noite conhece Harry Styles... More

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XVI
XVII
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XIX
H
Agradecimentos

XII

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By snowlarryqueen

O final da primavera e início do verão pontuam a manhã quando Louis acorda. Os lençóis antes frescos agora incomodam contra sua pele e ele se pergunta como pode estar tão quente estando tão distante da Linha do Equador.

Ele se dirige ao banheiro e pega sua escova de dentes, mal abrindo os olhos enquanto o gosto de menta toma sua boca. Ele ouve passos leves e pode ver pelo reflexo do espelho Harry passando atrás de si, com seu cabelo que já alcança os ombros bagunçados e olhos sonolentos, dirigindo-lhe um sorriso antes de parar em frente a privada, e o som molhado ecoar pelo banheiro.

Enquanto o som enche o espaço, Louis fica parado com a escova ainda em sua boca. Tendo crescido com muitas irmãs e logo em seguida tendo sempre colegas de quarto a quem dividir o espaço, intimidade para Louis sempre foi algo relativo. Conviver com muitas pessoas e pouco espaço as vezes não deixam muita escolha quanto a modéstia, e é mais fácil apenas fingir que não viu. Mas sempre houve a porta trancada, e em seus relacionamentos anteriores, sempre houve o limite não discutível em que não há parceria quando o assunto é usar o vaso, mesmo que seja idiota considerando que mictórios são literalmente um ao lado do outro, mas isso é algo dele, e ele não sabe porque criou um monologo interno justo nesse momento e continua encarando Harry, provavelmente já dando a certeza ao outro que ele é louco – se isso ainda não tinha ficado claro antes.

Louis cospe a espuma de sua boca e abre a torneira, enxaguando sua boca e molhando o rosto. Harry aparece na pia ao seu lado, lavando suas mãos e pegando sua própria escova. Louis decide esquecer o ataque de momentos atrás e seguir em frente, esquecer todo o questionamento interno sobre intimidade e domesticidade entre ele e Harry em favor de sua saúde mental. Ele quase se dá um tapinha nas costas por isso, mas ele sabe que assim que estiver sozinho toda a sua paranoia virá à tona.

- Você ainda vai ao brunch com Perrie e Zayn? – Harry pergunta, seus olhos no espelho enquanto ele desembaraça seus cachos com uma escova.

- Sim. – Louis responde, abrindo uma gaveta no armário abaixo de si e a vasculhando. – Zayn parecia meio histérico, então acho que ele só está com problemas em escolher o guardanapo da recepção.

Harry ri, Louis balançando a cabeça porque ele provavelmente tem razão. Quando Liam propôs a Zayn, a primeira coisa que eles fizeram foram escolher os padrinhos, Zayn nomeando Louis e por Perrie ser amiga de infância de Liam e quem os apresentou, Liam a escolheu como seu 'padrinho', e eles estão mais do que envolvidos nesse casamento, virando trabalho de Louis e Perrie estarem ali, dar algum tapa na cara quando Zayn ou Liam perdem totalmente a linha e ficam histéricos, e apenas se enganar de que quando o dia finalmente chegar, tudo será perfeito.

Louis pega o fio dental que ele estava procurando, mas algo mais chama sua atenção. Ele traz o pequeno vidro lilás perto do seu rosto, lendo o pequeno rótulo e virando-se para Harry. Ele tem tempo de apenas levantar o olhar e pular rapidamente antes que Harry avance e tente pegar o vidro de suas mãos.

- Wow. – Louis exclama, erguendo o frasco e franzindo a testa enquanto se afasta de Harry. – Qual o seu problema?

- Só me dê isso, por favor. – Harry diz, um sorriso forçado em seu rosto, aproximando-se lentamente de Louis. – É somente um creme muito caro.

Louis ergue uma sobrancelha, seus olhos indo do creme em sua mão até Harry, um sorriso malicioso abrindo em seus lábios: - Que tipo de creme?

- É da Victoria's Secret. – Harry diz, dando um pulo na direção de Louis, que novamente escapa facilmente. – Tem cheiro de rosas e tem glitter, é tão feminino que pedi minha irmã para comprar para mim para a moça da loja não me olhar estranho.

- Harry, por favor, eu sei que você compraria algo assim e diria que é para você. Agora explique esse desespero repentino. – Agora eles estão andando em círculos de frente um para o outro, Louis totalmente pronto para escapar caso Harry tente outro avanço. – Vamos lá, Harry, conte-me sobre esse creme.

- É... é... – Harry hesita, pressionando seus lábios, e então num movimento rápido ele pula para cima de Louis. Louis grita, esquivando-se das mãos de Harry, que conseguem agarrar por um segundo a parte detrás de sua blusa quando ele passa correndo em direção ao quarto. – Louis!

Louis ri alto, correndo pelo quarto e se jogando sobre a cama desarrumada. Ele traz o frasco até seus olhos, outra risada alta caindo dos seus lábios, o colchão balançando debaixo de si quando Harry pula sobre a cama e vai para cima dele.

- Você é um merdinha! – Harry resmunga, puxando o creme das mãos de Louis, que ainda ri. – E isso não tem graça.

- Sim, tem. – Louis responde, limpando o canto dos olhos. – Porque você fica todo nervosinho sobre isso? Todo mundo sabe que você irá ficar careca, Harold.

Harry se joga sobre Louis novamente, soltando algo entre um resmungo e um rosnado. Louis ri ainda mais, debatendo-se debaixo de Harry até que ele consegue escapar, gritando quando Harry pega um dos seus tornozelos e o arrasta pela cama. Louis pega um travesseiro e acerta Harry em cheio na cabeça, o outro o olhando seriamente por um segundo antes de pegar um travesseiro para si e uma guerra começar.

Entre gritos, risadas e travesseiros, os dois não percebem a porta se abrindo e alguém chamando, a terceira pessoa parada na porta do quarto até que ela se faz presente, dizendo em alto e bom som: - Bem, não era isso que eu esperava.

Os dois congelam, uma última pancada de Louis acertando Harry em cheio e o desequilibrando. Mas Louis nem mesmo presta atenção nisso, porque além das fotos, a semelhança é suficiente para Louis concluir que a mulher parada na porta do quarto, é a mãe de Harry.

Nesse momento, Louis se torna totalmente consciente de si mesmo. Ele não usa nada além de uma boxer e camiseta velha, seu cabelo que precisa de um corte aponta para todos os lados e seu rosto provavelmente está inchando pelo sono. Não é o que ele chamaria de ideal quando conhecesse a mãe de Harry.

- Bom dia senhora Twist! – Louis exclama. Ele se levanta da cama, rapidamente puxando a frente de sua blusa, dirigindo um olhar para um Harry ainda paralisado na cama e voltando-se para Anne com um grande sorriso no rosto e uma mão estendida. Ele está nervoso e não sabe o que fazer, e essa atitude é um claro sinal disso. – É um prazer finalmente conhece-la! Eu sou Louis.

- Sim, eu sei! – Anne sorri, apertando a mão de Louis, seus olhos descaradamente o avaliando. Louis sorri nervoso, puxando ainda mais a frente da sua camisa. – É tão bom finalmente conhece-lo também! E me chame de Anne, por favor.

- Ela achou que eu tinha inventado você. – Harry diz atrás deles, aproximando-se e dando um beijo na bochecha de sua mãe.

Anne ri, beliscando a bochecha de Harry. – Bem, posso dizer que estou aliviada! Vocês já tomaram café?

Com isso Anne se vira e sai, deixando um rastro de perfume floral e Louis e Harry parados, sem entender realmente o que acabou de acontecer.

Quando os dois entram na cozinha minutos depois com roupas e parecendo bem mais apresentados, encontram Anne sentada a mesa com uma xícara de café a sua frente e uma das revistas de arte de Louis em suas mãos.

- Bom dia! – Anne os cumprimenta, colocando a revista de lado e pegando sua caneca. Louis sorri, sentando-se numa cadeira e agradecendo a Harry a caneca de café que ele coloca a sua frente, quase engasgando quando ele se volta para Anne e ela o está encarando. – Então, conte-me mais sobre você, Louis.

- Mãe. – Harry geme antes que Louis possa dizer algo. – Não faça isso, por favor.

- O que? – Anne se volta para ele, e a expressão chocada e ao mesmo tempo presunçosa em seu rosto é familiar e apenas destaca o quanto Harry se parece com sua mãe. – Não posso conhecer seus amigos?

- Mãe! – Harry exclama. Louis ainda está sorrindo, seus olhos indo de Harry a Anne, sem saber realmente o que fazer a seguir e o modo como Anne disse amigos não deixando de ser percebido. – Você está me deixando sem graça!

- E todas as vezes que você me deixou sem graça? – Anne rebate, virando-se para Louis: - Harry já lhe contou sobre a sua fase gótica?

- Não. – Louis responde, sorrindo. Harry fecha os olhos e apoia sua testa contra a mesa, claramente desistindo.

- Bem, ele teve uma fase gótica, nada contra quem é, mas eu queria me enfiar num buraco quando tínhamos uma festa de família e Harry ficava isolado, com seu cabelo liso picotado com chapinha e descolorido, maquiagem nos olhos e citando Evanescence a cada duas palavras. – Louis ri alto, tombando sua cabeça para trás. Anne ri junto a ele, estendendo a mão sobre a mesa para passar sobre o cabelo de Harry. – Durou dois meses, e então ele descobriu O Senhor dos Anéis. Eu amo Harry e sempre o apoiei, mas eu agradeci tanto quando seu cachinhos voltaram!

Louis ri, todo o nervosismo se esvaindo. Talvez pela personalidade de Anne ou o fato de que uma figura materna o lembra de sua própria mãe, ele rapidamente sente-se confortável e o tempo passa sem ele perceber, a conversa fluindo tão facilmente que quando Anne olha rapidamente em seu relógio e exclama sobre estar atrasada, ele lamenta.

- O trem para Long Island sai em poucos minutos e eu preciso estar em casa para me encontrar com a organizadora. – Anne diz, andando até a porta com sua bolsa em seu ombro e Louis e Harry em seu encalço. – Oh! Eu quase me esqueci do que eu vim fazer aqui!

Anne revira sua bolsa em busca de algo, a porta da frente aberta atrás de si. Louis olha para Harry, um pequeno sorriso inconsciente abrindo em seus lábios antes que Harry olhe para ele e Louis desvia o olhar rapidamente.

- Eu e Robin comemorando dez anos de casados em algumas semanas, então daremos uma festa! – Anne sorri, estendendo dois convites. – E eu adoraria ver os dois lá!

- Não é como se tivéssemos escolha... – Harry resmunga baixo, um sorriso carinhoso em seus lábios enquanto revira os olhos.

- Vamos ter open bar.

- Estaremos lá! – Harry exclama, recebendo um tapa no braço de Anne antes deles se abraçarem.

Louis olha para os dois com carinho antes de desviar o olhar e se afastar um pouco, dando um momento a eles e as palavras murmuradas as quais ele não entende. Anne beija as duas bochechas de Harry e se volta para Louis: - Eu realmente adorei te conhecer e espero que o convite para o chá das cinco esteja de pé?

- É claro que está! – Louis responde, retribuindo o abraço de Anne. – E eu também adorei conhece-la, e com certeza estarei na sua festa!

- Okay! E leve alguns amigos, se quiser. – Anne ri, parada na porta por um momento, olhando de um a outro ainda sorrindo até que ela dá um passo para fora da casa e acena para eles: - Até mais! E Harry, continue usando aquele creme, é melhor prevenir do que acabar careca!

- Mãe! – Harry grita, virando-se e andando pelo corredor, deixando as suas costas Anne rindo enquanto anda pelo jardim e Louis na porta também rindo, um acenando para o outro, e quando Anne está longe, Louis fecha a porta.

Louis suspira, um peso que ele nem mesmo percebeu se esvaindo. Ele se vira e apoia-se contra a porta, sua mente em branco por alguns segundos antes que ele reage, andando pela casa a procura de Harry e o encontrando no banheiro da suíte em frente ao espelho, uma de suas mãos puxando seu cabelo para trás para o que Louis supõe olhar a raiz de seu cabelo.

- O que você está fazendo? – Louis pergunta, assustando Harry, que solta seu cabelo e se vira.

- Nada.

Louis apoia-se contra o batente da porta, seus olhos em Harry, que devolve o olhar. Ele afasta-se, seus olhos ainda em Harry enquanto se aproxima e para ao seu lado e pega o recipiente lilás, desviando seus olhos de Harry para ler o rótulo: - Então, duas vezes ao dia?

- Sim... – Harry responde, sua voz lenta e baixa. Louis olha para ele em expectativa, Harry parecendo desconfiado antes de continuar: - Na raiz do cabelo. Eu uso pela manhã e antes de dormir.

- Legal. – Louis responde, virando-se de frente ao espelho e derramando um pouco do creme em sua mão, esfregando as mãos juntas e levando-as ao seu cabelo, massageando a raiz. – Acho que vou indicar isso a Zayn, ele é realmente paranoico com seu cabelo.

Harry solta uma risadinha suave, apoiando seu quadril contra a bancada e cruzando os braços. Eles ficam em silencio por um tempo, e quando Louis termina de espalhar o creme em seu cabelo, ele se vira para Harry, imitando sua posição contra a bancada.

- Então... – Louis começa. – Eu gosto da sua mãe.

- Sim, ela é ótima. – Harry responde. – E ela adora aparecer sem avisar, assim como minha irmã, então é bom estar preparado.

- E ela sabe sobre... – Louis deixa a frase solta, finalmente dando-se conta de que Harry tem um Quarto de Jogos bem no fim do corredor, ao alcance de qualquer um.

- Não. Não acho que eu conseguiria contar isso a ela sem querer fugir pela janela mais próxima. – Harry responde. Louis pisca, torcendo seus dedos juntos enquanto encara Harry, mas infelizmente, Harry é bom demais lendo-o. Ou ele seja muito transparente. Ele nunca saberá. – Você contou a sua mãe?

- Não! Bem, quero dizer... Eu não disse nada sobre o BDSM e tal, mas aquele leilão me deixou muito irritado e eu estava dando um gelo em Zayn, então eu precisava de alguém além de Perrie para reclamar sobre você.

- Você reclama sobre mim para seus amigos?

- O tempo todo. – Louis ri. – Não, a sério, e se um dia Anne ou sua mãe ou qualquer outro entrar naquele quarto?

- Ele está sempre trancado. – Harry dá de ombros. – Além disso, não há nada de errado em ter uma vida sexual ativa.

- Se te faz dormir à noite. – Louis dá de ombros, mordendo o lábio inferior: - Então, o que eu sou para sua mãe?

- Um amigo. – Harry responde, um sorriso brincalhão em seus lábios. – Um amigo íntimo, que não é um assassino e que agora irá tomar chá com minha mãe somente porque você é inglês e ela sempre quis fazer isso. Você sabe que não precisa fazer isso, certo? Nem ir à festa ou qualquer coisa.

- Não, eu quero. – Louis sorri, um toque de carinho em sua voz. – E eu quero ver uma foto da sua fase gótica. Você realmente descoloriu seu cabelo?

- Você não tem um brunch para ir?

- Oh, eu esqueci! – Louis se afasta de Harry, voltando-se rapidamente e sussurrando: - Qual é a sua música favorita do Evanescence?

Louis ri, afastando-se rapidamente de Harry, que lhe dá um tapa na bunda e pega-o pelo quadril, levantando-o do chão e o carregando até a cama, gritos e risadas ecoando por toda a casa.

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Os lábios de Harry são macios, abrindo-se sobre sua pele e seus dentes enviando um choque de dor, a contradição entre a carícia dos lábios e a dor seguida fazendo os olhos de Louis revirarem em suas órbitas e seu corpo tremer, o vício queimando em seu sangue.

Harry continua com seu jogo de carícia e dor até chegar em seu quadril, seus olhos verdes intensos olhando uma última vez nos azuis de Louis antes de abaixar sua cabeça e envolver seus lábios ao redor da glande molhada de Louis. Louis geme, agarrando a corrente que prende seus pulsos e seu quadril erguendo-se involuntariamente, um lamento saindo de seus lábios quando Harry se afasta, segurando firmemente em seus quadris.

- Terei que prendê-lo aqui também, Louis? – A voz de Harry é áspera assim como seus dedos apertando a pele de Louis. – Ou você vai ficar parado como eu mandei?

- Eu vou ficar parado. – Louis diz a contragosto, acrescentando rapidamente: - Mestre.

Harry apenas olha para ele por alguns segundos, seus olhos avaliando-o. Louis não passou a chamar Harry de Mestre em toda cena, as vezes a palavra escapando em momentos em que o acréscimo é bem-vindo, e ele sabe o que a nomeação pode fazer a Harry, então talvez Louis goste de usar isso em sua vantagem as vezes, e torcer para Harry não descobrir. E enquanto Harry apenas olha para ele, como se o avaliasse, ele tem que morder o lábio inferior para impedir-se de dizer algo que se arrependerá e continuar parado, a paciência ainda sendo uma coisa a qual ele precisa trabalhar.

Harry sorri de lado, voltando a sua posição sobre a virilha de Louis sem desviar seus olhos. Louis engole em seco, seu nível cardíaco aumentando porque ele conhece esse sorriso.

Harry cantarola, suas mãos descendo pelas coxas de Louis até os joelhos, puxando-os e os apoiando sobre seus ombros. O sorriso ainda não saiu dos seus lábios, e Louis nem mesmo tem tempo de se preparar quando Harry se abaixa e afunda seus dentes na pele sensível de sua virilha, um gemido de dor e prazer escapando dos seus lábios enquanto a língua molhada de Harry cobre a área, a carícia acarretando um arrepio por todo o corpo de Louis.

Ele continua, seus dentes deixando marcas atrás de marcas na pele de Louis até que seus olhos estão lacrimejando e seu pau dói contra seu estomago, vermelho e vazando. Essas marcas durarão dias na pele de Louis, um ocasional esbarrão nos primeiros dias trazendo uma dor leve em comparação ao que ele já sentiu, mas o suficiente para inundar sua mente com as lembranças, sua boca indo seca e suas bochechas vermelhas, tendo que respirar fundo para conter uma ereção em público.

Quando seu corpo todo está tremendo e seus olhos molhados, sem nem mesmo tentar conter os sons que saem de sua boca, Harry finalmente envolve sua boca ao redor do membro de Louis. Ele tem que fechar os olhos, seus pulsos começando a ficar doloridos pelos últimos minutos puxando-os nas correntes, dando tudo de si para não se mexer.

Harry conhece seu corpo, aprendeu exatamente onde e o que fazer para deixar Louis a beira das lágrimas e quase implorando para gozar, e do mesmo modo, Louis sabe o que fazer para levar Harry ao limite. Deste modo, não demora muito para que Louis sinta todos os sinais de um orgasmo intenso a caminho, e ele agradece, porque nesses momentos ele nem mesmo lembra seu nome, e isso é mais do que ele precisa agora.

Mas, como uma piada do universo, assim que o pensamento cruza sua mente, toda a tensão acumulada pronta para sair da melhor forma se esvai. Louis já esteve realmente perto de chorar em várias cenas, seja por frustração, dor ou prazer, mas nesse momento, ele realmente luta contra lágrimas, um som lamentoso escapando de seus lábios.

Louis volta seus olhos para Harry, encontrando os verdes com um misto de expectativa e confusão, seus lábios rubros ainda ao redor de seu pênis duro. Ele espera que Harry não perceba nada, mas ele sabe que Harry irá perceber, sendo traído ou por sua linguagem corporal combinadas com as lágrimas ou isto estar claramente em seus olhos.

E Louis pode ver o momento em que Harry percebe algo errado, soltando seu membro e erguendo-se, e ele tem que desviar o olhar. – Louis? Algum problema?

- Não, você acha que há algum problema? – Louis percebe o modo como ele soa defensivo, mas nesse momento ele está com raiva de si e de algo que ele não pode pontuar, e ser sensato é a última coisa que ele pensa nesse momento. – Talvez você seja o problema.

- Eu sou o problema? – Louis não olha para Harry para saber qual é a sua expressão, mas o tom sarcástico é o suficiente para ele saber que Harry está irritado e que ele talvez devesse ter engolido suas palavras. – Bem, eu estou tentando lhe dar um orgasmo gostoso, do tipo que eu sei que você irá chorar e quando ver as marcas ficar excitado lembrando-se do quão bem eu lhe fiz sentir, mas, sem motivo algum você escolher ser um idiota. – Harry se aproxima a cada palavra, seu corpo cobrindo o de Louis e sua voz baixa bem em sua orelha: - Então, você acha que o problema sou eu, Louis?

Louis não responde. Ele sabe que se abrir a boca nesse momento nada do que sairá o ajudaria a escapar da situação em que ele se meteu. Ele permanece parado, ainda não olhando nos olhos de Harry, que também permanece em silencio.

- Louis. – Harry tenta, sua voz assumindo um tom mais calmo que o anterior. – Louis, olhe para mim. – Louis ignora, e seja por orgulho ou teimosia, ele teme olhar nos olhos de Harry. – Louis, eu não vou poder te ajudar se você se recusa a olhar para mim ou falar comigo.

- Não há nada a falar. – Louis diz, finalmente virando-se e olhando nos olhos de Harry. – Podemos continuar, Mestre?

Pela primeira vez, Louis vê o brilho de raiva nos olhos de Harry. É rápido e quase uma faísca, mas esteve lá, e por um momento ele teme que tenha ido longe demais. Harry suspira, fechando os olhos, e quando os abre novamente, seu rosto está em branco assim como seus olhos.

- Okay. – Harry se ergue, colocando-se de joelhos sobre a cama, ainda vestido com sua camisa e jeans. – Vire-se.

Louis olha para as correntes em seus pulsos e de volta para Harry, que apenas ergue as sobrancelhas, esperando. Ele suspira, revirando os olhos rapidamente e se contorcendo enquanto tenta virar-se sobre a cama com os pulsos presos.

Louis espera, parado na posição em que Harry lhe pediu.

- Louis, essa é a última vez em que vou perguntar e se a resposta for a mesma, eu vou continuar com a cena. – Harry diz a suas costas. – Louis, há algum problema?

Louis fecha os olhos, suspirando. – Por que você acha isso?

- Porque você está distraído, irritando com algo e agindo como um idiota, e nem mesmo conseguiu olhar em meus olhos momentos atrás.

- Mas não é nada. – Louis diz. – Podemos continuar, por favor?

Harry não responde de imediato, e mesmo que Louis possa não ver seu rosto, ele sabe que Harry o está o avaliando. Ele não entende esse hábito de Harry em querer ver tudo dele, e não entende principalmente nesse momento, em que ele quer ter a doce distração que a submissão lhe proporciona e proporciona a Harry por meio dele, e que agora está sendo negado.

- Tudo bem. – Harry finalmente diz, inclinando-se sobre Louis e desatando a corrente de seus pulsos. – Levante-se e vá até as barras no teto.

Louis levanta-se, mordendo a língua para se impedir de comentar do por que ele o mandou se virar por nenhuma razão aparente. Seus joelhos fracos enquanto anda até o meio do quarto, onde acima de si, há inúmeras barras de metal. Ele acompanha com os olhos Harry andando pelo quarto, pegando em seu caminho correntes e a vara de madeira, colocando-a sobre a cama, a corrente vibrando em suas mãos.

Harry se vira, seus olhos descendo pelo corpo de Louis e voltando-se lentamente, deixando Louis mais consciente do fato de que ele está totalmente nu e Harry totalmente vestido. Ele se aproxima, seus olhos nunca desviando dos de Louis enquanto as correntes fazem barulho em suas mãos: - Junte seus pulsos a sua frente.

Louis o faz, o elo frio contra sua pele, apertado o suficiente, mas não algo que o machucaria. Harry ergue os braços de Louis sobre sua cabeça, prendendo a outra ponta da corrente em uma das barras, puxando-as até que Louis está com os braços esticados e sobre a ponta dos seus pés.

Harry não se afasta, seu corpo a centímetros do de Louis. Ele desce suas mãos, segurando a coleira em torno do pescoço de Louis e a puxando, não o suficiente para machucar, mas o suficiente para Louis suspirar. Ele havia se esquecido dela, e mesmo que eles tenham a usando em uma base regular, é a primeira vez em que o peso da mesma eventualmente se tornou inconsciente a Louis.

Harry sorri uma vez, afastando-se e voltando com a vara em mãos.

- Masoquismo sempre foi uma curiosidade minha, e somente aumentou quando você apareceu. – Harry bate a vara sobre sua coxa direita, a surpresa e a dor repentina tirando um suspiro de Louis. – Eu acho que se bater em você por tempo suficiente, você goza.

Um misto de emoções cruza Louis nesse momento, dos quais ele nem mesmo tenta nomear. Ele olha para Harry com olhos arregalados, um suspiro escapando dos seus lábios. Seus olhos descem para a vara na mão de Harry, sua mente automaticamente tentando projetar o que virá a seguir mesmo que ele saiba que pensamento algum poderá ser fiel ao retrato real.

- Vou bater cem vezes, e quero que conte cada uma delas. – Harry diz, começando a andar em um círculo lento ao redor de Louis, sua presença e voz quase o oprimindo em expectativa. – Se você perder a conta, voltaremos do começo. – Harry volta a seu campo de visão, parando a sua frente, a vara em sua mão. – Se chegarmos ao cem e você ainda não tiver gozado, voltaremos do começo, e será assim até você gozar. Qual é a sua cor?

- E seu eu gozar antes dos cem? – Louis pergunta, sua voz saindo quase ofegante.

- Então iremos parar. – Harry responde as suas costas, a vara dessa vez correndo no vão entre suas nádegas, Louis puxando uma respiração entredentes. – Responda a minha pergunta.

A mente de Louis corre, tentando pensar coerentemente em meio à confusão em que ele se encontra.

O problema em ser masoquista é, no final das contas, se o dominador não é um sádico de primeira, então as punições no sentido comum da palavra não funcionam como intimidação. Tendo isso em mente, a dor pode deixar de ser um desafio. Mas nesse momento, isso foge totalmente a Louis. Por mais que a dor provenha prazer eventualmente, o máximo de pancadas ao qual ele se submeteu foram na casa dos vinte, e não com uma vara de madeira. Cem pancadas, e ele ainda tendo que gozar sem qualquer outro estímulo sem ter ideia se ele é capaz de algo assim é o suficiente para intimidá-lo, percebendo que toda essa expectativa em torno da dor é, ironicamente, sua punição.

De certa forma a ideia se torna desagradável a Louis. Parte dele não quer fazer isso e uma parte teimosa – e mais que provável masoquista – de si diz que ele é capaz, que deveria fazer isso e que, afinal de contas, a submissão não é submissão de verdade se só se submete ao que lhe agrada.

- Verde. – Louis diz, sua voz mais forte do que ele esperava – e se sente. A ideia ainda o faz hesitar, mas há também o fato de que ele confia em Harry. Ele sabe que se ele dizer a palavra de segurança, Harry irá parar imediatamente.

Harry balança a cabeça uma vez, e então volta as costas de Louis, que fecha os olhos. Seu coração bate forte em seu peito e ele se encolhe, seus músculos tensos. Ele tenta se preparar, dizendo a si mesmo que não é a sua primeira experiência com dor, e que no fim ele irá olhar para trás e isso vai ter sido uma boa experiência, e ele se esforça para acreditar nisso.

O primeiro golpe vem rápido, não pegando Louis de surpresa, mas por mais que ele tente, ele nunca estará preparado para isso. Ele suspira e as correntes balançam, dizendo um "um" rápido para depois morder o lábio quando dois golpes seguem o último.

Harry concentra os golpes sobre suas nádegas, Louis respirando fundo a cada sucessão de golpes, o som de sua respiração, as correntes, a vara contra sua pele e os números saindo por entre seus dentes serrados sendo o único som no quarto, e nesse momento, ele estava concentrado nisso e na dor. Então, Harry bate com força entre suas coxas, acertando em cheio as marcas que Harry deixou ali a não muito tempo, a dor se sobrepondo e o golpe ecoando pelo cômodo assim como o grito entredentes que Louis solta. E o silencio que toma o cômodo depois de sua voz tomar a sala é mais alto do que o barulho em si.

Louis pisca rapidamente, afastando os primeiros vestígios de lágrimas, e além do som de sua respiração ofegante, há apenas o silencio. Ele nunca fez isso antes, e nem mesmo pôde controlar antes que o som saiu de seus lábios, e agora Harry está em sua linha de visão. Ele apenas o observa, e Louis o encara furioso, não só pela dor, mas também pela parte dele que apesar de tudo, deseja tudo isso, seu pau ainda ereto como prova disso.

Harry continua a encará-lo, a pergunta clara em seus olhos, e Louis dá um curto aceno. Depois de alguns segundos, ele aproxima-se, seus olhos em Louis enquanto estende uma de suas mãos e a corre sobre sua virilha, o toque leve fazendo Louis puxar o ar entre os detes e sua raiva aumentar ainda mais pelo homem a sua frente o provocando. O golpe vem sem Louis esperar, a dor tirando um gemido ao mesmo tempo de prazer e dor, e ele diz o número, sua voz rouca.

O próximo golpe vem, assim como outro e outro. Entre as suas coxas, dor sobrepondo dor, tão perto do seu pênis que o temor o assoma por um instante. Ele tem que fechar os olhos, e nem mesmo tenta conter as lágrimas ou gemidos, cada fibra do seu ser concentrada em Harry e nas ondas mistas de dor e prazer que ele causa.

Louis sabe que, depois de algumas pancadas com qualquer implemento que seja, seu corpo meio que se ajusta a dor. Ainda dói, mas algo muda em sua mente e a dor lhe traz um prazer delicioso. Mas nesse momento, quando os números assumem entre os cinquenta, ele fica confuso, o ritmo rápido fazendo-o cuspir os números tão rápido quanto ele tenta se ajustar a dor, sua respiração rápida. Essa é a cena mais intensa ao qual ele esteve, e por volta do oitenta, ele é uma bagunça suada e com lágrimas, mal se segurando sobre as pontas dos pés, seus braços doloridos pela suspensão e prováveis marcas em seus pulsos, sons que ele nem mesmo registra caindo de seus lábios em meio aos números, e seu corpo caminhando para o orgasmo.

Ele não achou que isso poderia acontecer. Antes, ele precisava de um trabalho extra para alcançar seu orgasmo, o que por sua vez o deixava cada vez mais frustrado, e mesmo que esse problema tenha sumido a partir do momento em que Harry passou a ser parte de sua vida, o episódio que o levou até o momento presente e Harry lhe dizer que ele gozasse levando em conta seu lado masoquista, grande parte do seu medo era de que sua pele sangrasse e ele não conseguisse. Perto do cem, sua respiração estava descontrolada, seu corpo tremendo, e na centésima batida, ele goza.

Ele sabe que posteriormente irá rir disso, mas depois de ter aguentado tudo isso, ele apenas vai. Louis quer tanto que o consume, o orgasmo cruel e doloroso, seu corpo tremendo de um modo que as correntes tilintam alto pelo quarto em acompanhamento aos sons que saem do fundo de sua garganta, seus olhos fechados e sua cabeça tombada para trás enquanto ele goza por todo o chão e sobre si mesmo.

Quando ele volta a si, é como sair de um transe, seu corpo ainda tremendo e seus olhos molhados olhando em volta, registrando Harry gemendo atrás de si, o som molhado de sua mão sobre seu próprio pênis e com um último gemido, Harry vem sobre a bunda de Louis. Louis respira fundo, depois de alguns segundos Harry soltando seus pulsos e Louis coloca-se sobre seus pés, meio apoiado em Harry. Louis sorri calmamente, piscando seus cílios e dizendo, sua voz fraca:

- Eu te odeio.

Harry sorri de volta, seus dedos correndo calmamente pela franja de Louis. – Eu sei. Beba isso e depois vamos tomar um banho.

- Okay. – Louis responde, sua voz lenta e calma. Ele pega a garrafa que Harry estende para ele e em longos goles ele toma quase metade da mesma, água escorrendo pelo canto dos seus lábios. Ele entrega a garrafa a Harry, que a coloca em qualquer lugar e depois de tirar a coleira de seu pescoço e jogá-la sobre a cama, gentilmente puxa Louis, incitando-o a andar. Louis sorri novamente, preso em sua nuvem pós-orgasmo: - Você gozou bem rápido agora pouco, hm?

- Você sabe que eu não tenho chance contra sua bunda. – Harry sorri novamente, e Louis apoia sua cabeça em seu ombro, suspirando quase sonhadoramente enquanto Harry o leva pelo corredor até seu quarto e banheiro. – Vou encher a banheira, tudo bem?

- Não, eu quero o chuveiro. – Louis diz, afastando-se de Harry e puxando o vidro do box, entrando e dizendo de lá enquanto abre o chuveiro: - Você vem?

Louis não espera para ver se Harry o segue, fechando os olhos e colocando-se sobre o fluxo de água quente, apoiando uma de suas mãos nos azulejos a sua frente. Tremores ainda tomam seu corpo, e a região de suas nádegas, entre e no alto das coxas ardem sobre a água quente. Ele terá problemas para sentar por uns bons dias e as marcas permanecerão em sua pele por mais tempo ainda, mas eventualmente, a dor passará e sua pele voltará ao aspecto imaculado. E por mais que o tempo leve as lembranças palpáveis dessa cena, e mesmo que Louis nunca poderá colocar em palavras o que realmente sentiu nessa cena, ele sabe que nunca esquecerá disso.

Louis pode sentir a presença de Harry antes que ele o toque, então ele se apressa em dizer: - Desculpe por antes. Não há problema algum com você, eu só estava sendo idiota.

- Tudo bem. – Harry murmura atrás de si, seus lábios arrastando-se sobre sua nuca e suas mãos cuidadosamente tocando no mergulho de sua cintura. – Quer falar sobre isso?

- Sim, mas depois. – Louis murmura, abrindo seus olhos e virando seu rosto, pressionando seus lábios em qualquer lugar em que ele possa alcançar, caindo por ser o queixo de Harry. – Vamos falar sobre a cena.

Harry sorri, Louis fechando o registro do chuveiro e segurando a mão de Harry enquanto eles saem do box. Eles se enrolam em toalhas e vão para o quarto, Louis jogando a sua dentro do cesto depois de se secar, entrando no closet de Harry e indo diretamente para o grande espelho.

- Nossa. – Louis murmura, girando em seus pés, seus olhos no reflexo de corpo inteiro a sua frente. Ele leva uma mão cuidadosamente para uma marca fina que atravessa o alto de sua coxa direita, não profunda o suficiente para sangrar, mas vermelha e sensível ao toque. Enquanto Louis gira ao redor de si mesmo, olhando as marcas, ele admite que esperava algo pior do que o que ele vê, que ele sentiu pior do que o que se mostra para ele agora. Então ele dá de ombros, voltando ao quarto e deitando-se de bruços sobre a cama, seus pés apoiados contra a cabeceira e seus olhos na TV a sua frente.

Harry entra no quarto minutos depois, trazendo uma bandeja e colocando-a a frente de Louis sobre a caixa de madeira retangular que ele deixa aos pés da cama e guarda algumas coisas. Louis sorri para ele, pegando a aspirina e o copo de suco de laranja e os tomando, pegando um dos sanduíches e dando uma grande mordida, virando-se para olhar para Harry sentado ao seu lado, esfregando as mãos juntas e o cheiro doce do óleo chegando a ele.

- Você começa ou eu?

- Pode ser você.

- Okay. – Louis suspira, deixando metade de seu sanduíche no prato e apoiando seu queixo sobre seus braços cruzados sobre a cama, o primeiro toque das mãos de Harry sobre as marcas o deixando tenso, o toque gentil o relaxando aos poucos enquanto ele fala: - Foi a cena mais difícil e intensa que tivemos até agora, pelo menos para mim. Mas eu gostei. Eu não achei que eu era capaz de algo assim, mas como isso tudo parece apenas gostar de me mostrar de que eu sou capaz e somente não sabia disso, dessa vez não foi diferente.

Louis fecha seus olhos, aproveitando o toque quase neutralizante de Harry. O que ele disse provavelmente não faz sentido, e ele acha que nunca poderá pontuar o que ele realmente sentiu. Mas nesse momento, ele sente relaxado e quase realizado e sim, com uma dor literal na bunda que irá durar dias, mas que eventualmente irá passar. Mas a descoberta ao qual ele tem feito sobre si mesmo nos últimos meses será para a vida toda, e ele realmente não se importa se para alguns isso não parece crível.

- Acho que é a sua vez.

- Okay, mas eu tenho uma pergunta. – Louis abre os olhos quando Harry se deita de bruços ao seu lado, apoiando sua bochecha sobre seu braço e Harry o imitando, seu cabelo úmido parecendo macio e seus olhos num tom verde claro. – Em algum momento você quis parar?

- Sim, o tempo todo. – Louis responde sinceramente. – Mas eu sabia que se eu parasse eu sempre voltaria a essa cena com a dúvida de que se eu iria ou não conseguir. E também havia esse sentimento de que se eu parasse, iria decepcioná-lo e me decepcionar por meio disso.

- Louis, não. – Harry se suspira, inclinando-se mais perto de Louis, seus rostos a centímetros um do outro. – Eu já vi isso antes e parece um pensamento comum entre subs, e eu sei que estou longe de entender, e mesmo que não há problema algum nisso, eu espero que não cheguemos a um ponto em que você tenha que dizer a palavra de segurança, mas se o fizermos, eu pararei tudo, sem qualquer decepção por minha parte.

Louis fica em silencio, seus olhos correndo por toda a metade do rosto de Harry, e ele não pode parar a si mesmo enquanto procura algo que entregue Harry, porque é realmente desconcertante o quanto ele sempre diz a coisa certa. E ele não encontra nada, apenas expressão suave e lábios vermelhos e entreabertos, olhos verdes claros como cristal e sinceros voltados para ele.

- Você sabe, eu não te odeio realmente. – Louis sorri, estendendo uma mão e sim, o cabelo de Harry é tão macio quanto ele esperava. – Agora, é a sua vez de dizer o que achou da cena.

- Bem, eu gostei. – Harry sorri, inclinando-se quando Louis afasta a mão de seu cabelo como se pedisse mais, e Louis o faz, um sorriso em seus lábios enquanto corre seus dedos pelos fios. – Não é a minha primeira cena deste porte, mas foi a mais intensa e talvez devido a sua resposta, mas como sádico e Dominador, a cena foi realmente prazerosa. – Harry morde o lábio inferior um momento, seus olhos desfocados por um momento. – Mas quando você gritou e eu parei, eu realmente fiquei em dúvida se continuava ou não. Você obviamente, me olhou como se quisesse me matar somente com a força de um olhar, e eu não sabia se era pela dor que eu estava infligindo ou porque eu havia parado, mas em seguida você acena e eu continuo, mesmo com suas lágrimas e clara aflição. – Harry pisca um sorriso apertando quando diz: - Pode parecer hipócrita o que direi e eu sei que você estava totalmente de acordo, mas isso pareceu cruel.

Louis limpa seus lábios com as costas das mãos coloca o copo vazio de suco sobre a bandeja e se inclina, seus lábios pressionando demoradamente sobre a bochecha de Harry. Conversar depois da cena é algo que perpetuou do começo da relação deles como um modo de deixar Louis confortável e tirar dúvidas, mas que agora se tornou algo deles, quase como uma forma de cuidado - já que esse meio tanto ambos podem ter consequências físicas quanto psicológicas -, e depois de qualquer cena eles conversam sobre a mesma abertamente e de forma sincera, uma garantia um ao outro de que estão bem, na mesma página e sem ressentimentos ou culpas.

- Eu não acho. – Louis diz, sorrindo, os dois movendo-se para se acomodarem juntos, Louis com um braço através das costas de Harry a acariciando a curva do seu quadril, Harry suspirando de onde ele se enfiou entre o ombro e pescoço de Louis. – Eu estava lá, e foi tão divertido que eu até gozei sem toques, como um adolescente cheio de hormônios.

Harry ri suavemente, um sorriso se abrindo nos lábios de Louis, que continua: - Se formos por essa linha, eu provavelmente sou um louco sem amor próprio ou ingênuo demais para deixar você fazer isso comigo. Mas eu não sou louco e você sabe como eu me amo, e estou longe de ser ingênuo, mas gostam de ir pelo lado ruim quando dão de cara a algo que não entendem, como o sadomasoquismo, e é assim. – Louis dá de ombros. – Mas algo que aprendi nesses últimos meses é que sempre haverá pessoas lá fora criticando não importa o que eu faça, e foda-se elas. Eu não acho que você foi cruel. Você acha que eu fui louco, sem amor próprio ou ingênuo?

- Não. – Harry responde, trazendo seu rosto para a frente de Louis, seus narizes roçando com a proximidade. – Você é mais que isso.

- E eu acredito em você. Você acredita em mim?

- Sim. – Harry sorri, grande e suas covinhas pontuando suas bochechas, um sorriso bonito que toma seu rosto e todo o caminho até seus olhos, Louis se deixando ficar admirado por alguns segundos. – Obrigado. E desculpe, eu só criei um drama agora.

- De nada, e não se desculpe. – Louis sorri, erguendo suas sobrancelhas. – E é bom você criar drama de vez em quando, eu era o único e é bom um certo equilíbrio.

Eles sorriem um para o outro, voltando a aconchegar-se, o som da TV em algum programa de culinária ao fundo junto ao tráfego calmo de fim de semana além das janelas. Louis fecha seus olhos, sua respiração indo leve até que ele está quase cochilando e tem que se impedir, piscando seus olhos abertos.

- Acordado? – Louis pergunta, Harry respondendo com um som suave de sua garganta. – Bem, por mais que eu odeie estragar esse momento, eu meio que estou tendo problemas com o proprietário da galeria que eu sou contratado, e é por isso que eu estive aéreo e irritado mais cedo.

- Oh. – Harry se afasta um pouco para olhar Louis nos olhos. – E está tudo bem?

- Sim, mas ele soube daqueles dois clientes que Jesy conseguiu e começou a falar alguma merda sobre o contrato que eu assinei. – Louis suspira. – Eu não quero perder a galeria, mas também não quero continuar lá com um chefe que quer me prender lá por meio de ameaças e um contrato que eu assinei.

- Você pode me trazer o contrato para eu olhar, e depois se as ameaças deles forem infundadas, eu terei o melhor prazer em ir lá conversar com ele. – Louis sorri, a imagem de um Harry em um dos seus ternos e pasta, a expressão séria e postura confiante na galeria passando por sua mente. – Por que você não me disse antes? Eu teria pegado mais leve ou...

- Não, eu queria aquilo. – Louis o interrompe. – Você sabe que eu sou um pouco controlador – Harry ergue as sobrancelhas, Louis empurrando seu ombro e continuando. - E que isso no começo foi grande parte do motivo de ter sido tão teimoso, e não faça essa cara eu sei que ainda sou teimoso, mas hoje eu queria me distrair e deixar esse controle de fora e toda essa merda que me meti. – Louis suspira. – Durante as cenas eu fico tão centrado naquilo que me esqueço do resto, e isso era algo que eu não percebi antes, mas tem me ajudado muito.

- Sempre que precisar. – Harry responde, Louis revirando os olhos e rindo. – Agora, me diga por que você não me disse antes?

- Sim, sim, eu não queria te dizer nada porque você já está em sua situação de merda. – Louis dá de ombros. Há algumas semanas Harry conseguiu um caso de homofobia no trabalho e que envolve um CEO famoso de NY, que poderia ser facilmente resolvido em uma de suas salas de conferencias se o CEO em questão não fosse um idiota, em negação a qualquer proposta e parecendo disposto a arrastar isso para os tribunais, e isso um efeito direto em Harry, que fica cada vez mais frustrado e estressado. – Então, eu apenas preferi deixar isso de lado por enquanto.

Harry suspira e em seguida beija Louis, seus lábios pressionando-se algumas vezes antes de se afastar. – Eu não quero que você faça isso novamente e me desculpe se meu trabalho o está afetando também, mas você é meu amigo e seu apoio tem me ajudado agora, então eu espero o mesmo de você.

- Okay. – Louis sorri. – Se você quer escutar meus problemas, tudo bem.

- Eu adoraria escutar seus problemas. – Harry responde, beijando a bochecha de Louis, bem perto do seu nariz. – São o ponto alto do meu dia.

- Sinto muito. – Louis sorri, acomodando-se melhor na cama e fechando os olhos. – Uma soneca antes da maratona de Lost?

- Feito. – Harry responde, desligando a TV e o quarto ficando em silencio. Louis aos poucos cai na sonolência, a dor nem mesmo sendo percebida. Eventualmente, a voz baixa de Harry corta o silencio, baixa: - The Only One, Secret Door, Anywhere e Imaginary.

- O que? – Louis pergunta, não abrindo os olhos.

- Minhas músicas favoritas do Evanescence. Você perguntou ontem. – Harry responde, acrescentando em seguida. – A quem estou enganando? Eu gosto de todas, e tenho uma foto da Amy e seu filho Jack na minha galeria.

Louis ri, acomodando-se com o rosto sobre o ombro de Harry. – The Open Door é o meu álbum favorito, mas eu gosto das outras músicas também. E lembra Your Star, o quadro que você tem no seu escritório? Quando eu estava finalizando-o a música começou na playlist, então...

- Confesso que pensei nisso.

Harry ri suavemente, Louis sorrindo ainda com os olhos fechados, e não demora muito até que eles caiam no sono, Louis pensando em Your Star, tocando quase como uma canção de ninar.

.

Outro tapinha em seu ombro, sorriso trocado, cartões e novos números em sua agenda. Louis suspira, as pontas dos seus dedos frios e molhados pela condensação da taça de champanhe em sua mão, seus pés começando a ficar doloridos pelo tempo de pé nos sapatos caros e lustrosos, tendo que se impedir de trazer sua mão e afrouxar o nó de sua gravata. Ele leva a taça aos lábios e faz uma careta pela bebida quente, olhando ao redor atrás de uma pessoa em especial.

- Um beijo pelos seus pensamentos. – Harry está sorrindo para ele quando Louis se vira, uma taça de champanhe gelada com um morango flutuando dentro da bebida borbulhante estendida para ele.

- Esse homem que eu conversei agora é um curador de uma galeria de arte relativamente famosa, então acho que estou bem. – Louis sorri, aceitando a taça e colocando a antiga sobre a bandeja quando um garçom passa e toma um gole, ficando nas pontas dos pés e beijando Harry nos lábios. – Você provavelmente deve estar mortalmente entediado e cansado de olhar pinturas abstratas.

- Não, eu estou me divertindo. As pessoas são simpáticas e eu acho legal o modo espirituoso como elas falam, deve ser algo comum entre pessoas desse meio porque você tem seus momentos. – Ele sorri, tomando um gole de seu champanhe, os dois entrando num corredor com quadros dos dois lados, algumas poucas pessoas paradas em frentes a alguns. – Mas eu mal pude falar com você, sempre tinha alguém disputando sua atenção.

Louis ri, afastando a franja de seus olhos com um gesto suave. – Jesy está fazendo um ótimo trabalho, eu acho.

Harry concorda, seus olhos seguindo o movimento quando Louis pega o morango de dentro da taça e o coloca na boca, seus olhos azuis em Harry enquanto limpa o suco doce de seus lábios com a ponta da língua. Harry se aproxima, apoiando uma de suas mãos no fim da coluna de Louis e seus lábios se abrindo para falar, mas eles são interrompidos quando um casal os aborda.

A exposição segue como qualquer outra ao qual ele já tenha ido. Essa é uma boa oportunidade para ele conseguir contatos e conhecer pessoas novas. E tanto quanto ele goste dos clássicos, ele gosta do novo, de passar por cada quadro e apenas olhar, conseguir ver o traço do pincel na tela e imaginar a inspiração por trás da arte.

Eles continuam ao redor, conversando com mais algumas pessoas e por fim com o artista por trás da exposição, que por uma agradável surpresa gosta de futebol americano e conhece o trabalho de Louis, o que os leva a uma conversaagradável e uma foto, números trocados e promessas de se encontrarem novamente. Louis gosta disso e gosta de Harry ter ido com ele, porque tanto quanto eles podem facilmente levar uma conversa quando sozinhos, em dupla eles fluem mais facilmente ainda.

- Finalmente. – Louis diz, sentando-se sobre um banco num canto da galeria. – Sapatos idiotas, na próxima irei de chinelos.

- Hm, Lou... – Louis ergue os olhos para Harry a sua frente, que parece estar segurando um sorriso. – Acho que você está sentado sobre uma escultura, ou um banco muito estranho.

Louis olha para o banco, seus olhos se arregalando e ele rapidamente pondo-se de pé, olhando ao redor e suspirando aliviado quando assume que ninguém mais percebeu isso. Ele volta-se para Harry, que está rindo suavemente com uma mão sobre sua boca: - Está se divertindo?

- Sim, sim. – Harry responde, sorrindo e apoiando seu ombro na parede ao seu lado. – Mas eles não servem nada além de champanhe, e eu meio que estou com fome.

- Eu também. – Louis suspira, apoiando uma mão sobre sua barriga. – Tem tanto tempo assim desde o jantar no restaurante antes de virmos?

- Duas horas. – Harry diz, erguendo as sobrancelhas e guardando seu celular no bolso. – Eu posso sentir o cheio de cachorro-quente vindo dessa janela atrás de mim, que tal?

- Perfeito. – Louis sorri, pegando a mão de Harry e o puxando pela galeria, despedindo-se de algumas pessoas no caminho. – Na próxima vamos trazer algum lanche.

- E beber menos, mesmo que seja de graça. – Harry faz uma careta. – Acho que estou um pouco bêbado.

Louis sorri, apertando a mão de Harry e beijando seu ombro sobre o paletó. Eles procuram pela calçada, encontrando o carrinho que cachorro quente do outro lado da rua. Os dois se apoiam contra uma vitrine e um cachorro quente cada um, Louis praticamente fechando os olhos em apreciação na primeira mordida.

- Droga, isso é bom. – Harry resmunga, tomando outra grande mordida em seu lanche. – Eu tinha me esquecido disso.

- Sim. – Louis diz. – Eu conheço alguns lugares meio anônimos que servem as melhores pizzas, hambúrgueres e saladas que eu já comi na vida, deveríamos ir.

- Okay, mas esses lugares meio anônimos são limpos, certo?

- Eu levei minha família lá quando eles vieram no inverno, Harry. – Louis responde, fingindo indignação. – É claro que são limpos!

- Tudo bem! Eu acredito em você! – Harry ri, erguendo as duas mãos. Louis sorri, terminando seu cachorro quente e apoiando-se totalmente contra a vitrine, suas duas mãos nos bolsos da sua calça social. – Onde mais levou sua família?

- Central Park e Bryant Park, ao Met, a Biblioteca Pública, a Times Square... – Louis divaga, sentindo os olhos de Harry sobre si. – Não fomos a muitos pontos turísticos famosos, tanto porque eu não vejo graça neles quanto porque é sempre cheio de pessoas, especialmente na época, mas eu tenho meus lugares favoritos e que não estão em guias turísticos, e foi bom.

Ele olha para Harry, que está apoiando em um ombro contra a vitrine e de frente para si, um sorriso carinhoso em seus lábios e olhos brilhantes. – Tenho certeza que sua família gostou.

- Sim. – Louis sorri, seus olhos se perdendo por alguns segundos enquanto se lembra deles, e que mesmo que ele fale com eles regularmente por chamadas telefônicas e Skype, faz quase seis meses desde a última vez que ele os viu pessoalmente. E Harry parece perceber o breve momento, porque logo diz:

- Então, você não gosta de pontos turísticos famosos da cidade?

- Não que eu não goste, é que eu realmente não ligo. – Louis dá de ombros, feliz pelo rumo da conversa ter mudado. – Eu gosto do museu, da biblioteca e os parques são bons, mas acho que para por aí.

- E a estátua da liberdade?

- Bem, eu nunca fui, então...

- Empire State?

- Não. – Louis sorri ante a expressão quase chocada de Harry.

- Agora eu não lembro de outros, mas... – Harry abre um grande sorriso, erguendo uma mão com o indicador erguido. – Eu vou leva-lo a os pontos turísticos cheio de pessoas de Nova Iorque, e você vai adorar.

- Eu vou?

- Sim. – Harry afirma, e o modo como ele realmente parece animado com isso faz Louis querer rir, e abraça-lo. – Vamos sair com câmeras e chapéus, e no fim você terá uma camisa ou chapéus estampada com "Eu, coração vermelho e grande, NY"

Louis ri, colocando uma mão sobre seu rosto. – Meu Deus, você é outra coisa.

- Obrigado. – Harry responde, aproximando-se e apoiando um dos seus braços sobre os ombros de Louis. – Você sabe que não estou brincando, certo?

- Infelizmente, sim. – Louis suspira, um pequeno bico formando-se em seus lábios. – Mas admito que estou um pouco curioso sobre como isso será.

Louis apoia seu rosto no ombro de Harry e o olhando de baixo, um pequeno sorriso em seus lábios. Harry o olha de volta, seu sorriso espelhando o de Louis até que não está, seus olhos verdes indo dos azuis até os lábios de Louis entreabertos, inconscientemente molhando-os com a ponta da língua e se inclinando, Harry refletindo seus movimentos, seus olhos caindo fechados.

Take My Breath Away começa a tocar alto, Louis assustando-se afastado. Harry suspira, pegando seu celular e franzindo a testa, Louis podendo ver o nome de Niall junto a uma foto antes que Harry aceite a chamada.

Louis vira-se para a rua, várias pessoas passando por eles, conversas altas junto ao tráfego como plano de fundo. Ele leva seus dedos aos lábios e os toca, sem realmente prestar atenção a conversa de Harry ao seu lado, apoiando a parte detrás de sua cabeça no vidro frio atrás de si. Harry desce seu braço dos ombros de Louis ao longo de suas costas, sua mão firmemente segurando sua cintura e o puxando para mais perto de si, seus olhos em Louis quando ele se volta.

Harry despede-se de Niall e finaliza a chamada, suspirando enquanto coloca o celular de volta em seu bolso. Ele se volta para Louis, erguendo uma sobrancelha ante a expressão do outro. – O que?

- Nada. – Louis dá de ombros, lutando contra um sorriso. – Essa música agora apenas não vai sair da minha cabeça por dias e eu quero assistir Top Gun.

- Eu assisto com você, e... – Harry se inclina, sua voz baixa e seus lábios roçando na orelha de Louis, um arrepio descendo por sua espinha. – Acho que eu sei um modo muito bom de te tirar essa música da sua cabeça. - Louis sorri, uma de suas mãos entrando debaixo do paletó de Harry e subindo por suas costas, a camisa macia sobre seu toque. - Mas Niall precisa de nós, desculpe.

- Está tudo bem com ele?

- Sim, bem eu acho que sim. – Harry responde. – Ele disse para irmos no apartamento dele "sem perguntas".

Louis franze a testa, mas logo depois sorri em entendimento, Harry sorrindo e segurando sua mão enquanto eles param na beira da calçada para chamar um táxi. – Oh sim, ele provavelmente fez alguma merda.

- Com certeza. – Harry responde, franzindo a testa quando mais outro táxi passa direto por eles. – Por que é tão difícil pegar um táxi?

- Não é difícil. – Louis desce da calçada, colocando seu polegar e o indicador em sua boca e assobiando, o táxi ao qual ele estava olhando parando a sua frente. Ele se vira, sorrindo sobre o ombro para Harry. – Vamos?

Eles vão em um silencio confortável no táxi, e quando eles chegam, Louis tomba a cabeça e olha para o prédio, que tem o estilo antigo de Nova Iorque assim como o seu. Ele segue Harry pela escada e depois de abrir a porta com uma chave que Niall o havia dado, eles sobem para o segundo andar, encontrando a porta do apartamento de Niall aberta.

Eles trocam um olhar antes de entrar, parando no meio da sala de estar e olhando em volta, o apartamento em total silencio. Harry chama: - Niall?

- No quarto! – Niall grita pelo corredor, Harry andando na frente pelo corredor até o quarto de Niall, assim que a porta se abre e os dois entram Niall gritando novamente: - Sem perguntas!

Louis congela na porta assim como Harry, seus olhos voltados para a situação a frente. Niall está deitado em sua cama, um dos seus pulsos presos a madeira da cabeceira com o que parece uma camiseta, seu corpo nu com a exceção de uma calcinha vermelha que Louis tem certeza que é comestível mal cobrindo sua virilha, seu rosto vermelho com um pênis desenhado em caneta preta em sua bochecha direita em direção a boca e a palavra "IDIOTA" em letras grandes em sua testa. Louis e Harry trocam outro olhar antes da gargalhada de ambos tomarem o quarto.

- Isso não tem graça! – Louis pode ouvir Niall gritando da cama. Louis se inclina, seus olhos começando a lacrimejar enquanto ele ri, Harry se apoiando nele em um estado semelhante, lágrimas já escorrendo dos seus olhos enquanto ele cai sentado e puxa Louis junto.

Louis não sabe quanto tempo eles permanecem rindo, mas quando ele finalmente consegue respirar normalmente e apenas algumas poucas risadas lhe escapam, ele está deitado no chão do quarto com Harry ao seu lado, seu estomago dolorido pela força das risadas e limpando os últimos vestígios de lágrimas.

- Isso foi bom. – Harry suspira, num impulso colocando-se sentado, seus olhos brilhantes e bochechas rosadas voltadas para Louis: - Mas agora temos que ajudar um amigo.

Louis faz uma careta, mas se levanta, aceitando a mão de Harry. Eles se viram para Niall, que impossivelmente ficou mais vermelho e agora olha para ele com olhos azuis brilhando em puro ódio. Louis tem que cobrir sua boca para impedir-se de rir mais.

- Terminaram? – Niall pergunta, sua voz entregando toda a sua raiva. Harry se aproxima, claramente lutando contra uma risada, e Niall grita novamente: - Sem perguntas!

- Okay... – Louis diz, mordendo o lábio inferior e sentando-se na ponta da cama de Niall, os olhos azuis do outro em si. – Então eu vou supor que alguém que te odeia muito te convenceu a vir até seu apartamento, tirar toda a sua roupa e vestir uma calcinha comestível, amarrá-lo com a sua camiseta e então desenhar um pênis e 'idiota' em sua testa, e ir embora. Suponho que você não conseguia se soltar, então por pura sorte você podia alcançar seu celular e ligou para um amigo. – Louis balança a cabeça, uma risada escapando de Harry, que senta-se no chão e treme em suaves risadas, uma de suas mãos sobre seu rosto. Niall está quase roxo nesse momento, olhando para Louis com o máximo de raiva que ele consiga transmitir com um olhar. – Mas, eu só estou supondo.

Louis dá de ombros, Harry soltando outra risada alta, batendo sua mão sobre sua boca e olhando para Louis com olhos pequenos e brilhantes.

- Por favor Harry, isso nem foi tão engraçado. – Niall suspira, fechando os olhos e quando os abre, sem qualquer raiva e um leve sorriso em seus lábios: - Isso vai ser um daqueles micos que todo mundo ficará sabendo e irão repetir por anos?

- Com certeza.

- Que se dane. – Niall resmunga. – Só me tirem dessa merda.

Louis levanta-se e dá a volta na cama, sentando-se ao lado de Niall para soltar a camiseta, Harry pegando um cobertor e jogando sobre Niall. Eles o deixam sozinho e vão para a sala, sentando-se no sofá até que Niall volta totalmente vestido e sem qualquer desenho ou palavra em seu rosto.

- Obrigado por terem vindo e eu amo vocês por isso. – Niall diz rápido, um sorriso que beira o nervosismo em seu rosto: - Que tal irmos para o meu bar? As bebidas são por minha conta!

Louis ergue uma sobrancelha, seus olhos indo de Harry a Niall: - As bebidas de graça são algum tipo de suborno para mantermos nossas bocas fechadas?

- Eu não disse nada. – Niall dá de ombros, erguendo as duas palmas a sua frente. – Você quem disse.

- Oh, que bom. – Harry levanta-se, sorrindo para Niall: - Porque nós colocamos no grupo com Liam, Zayn e Perrie, então seria tarde demais para suborno.

- Eu realmente odeio vocês. – Niall resmunga, seu rosto vermelho enquanto ele se vira e se dirige a porta da frente. – Vamos logo! Eu quero beber e dançar com a minha garrafa ao som de uma musica romântica.

O Night's Horan acaba por ser convenientemente no fim do quarteirão do prédio de Niall, e os três vão caminhando até lá, e mesmo sendo segunda feira, a calçada está cheia assim como o interior do bar. Niall se despede deles e vai para trás do bar para ajudar, Louis ficando em uma mesa enquanto Harry vai pegar algumas bebidas.

Ele olha em volta enquanto espera, o ambiente diferente a cada vez que ele tenha vindo, nessa noite as luzes atrás do bar em um tom de vermelho quente, a luz mais baixa que o usual, as mesas com enfeites de flores de papel e o palco, onde uma banda toca uma música lenta, há toda uma parede no fundo feita de pisca-pisca e pequenos corações pendurados no teto, e ele entende melhor o que Niall disse sobre dançar com uma garrafa.

Harry volta, colocando as bebidas sobre a mesa e puxando uma cadeira para perto de Louis. Louis sorri, apoiando-se contra o lado de Harry e tomando um gole da gim-tônica em seu copo.

- Então, conte-me sobre o seu momento "sem perguntas".

- Como você sabe que eu tenho um?

- Todos temos, Harry. – Louis sorri. – Eu tenho, e se você me contar um dos seus, eu te conto um dos meus.

- Então você tem mais de um? – Harry ergue as sobrancelhas, o canto esquerdo dos seus lábios se erguendo em um sorriso de lado. – Feito. Você primeiro.

- Okay. – Louis suspira, colocando seu copo sobre a mesa, suas sobrancelhas franzindo e seus lábios se projetam em um pequeno biquinho enquanto ele pensa. – Hm... Há uns dois anos eu fui num encontro às cegas e o cara acabou por ser realmente um idiota, ele gritou com a garçonete porque ela entornou um pouco da cerveja quando colocou o copo sobre a mesa e ficava se gabando de umas "brincadeiras" machistas que fazia em seu trabalho, então eu obviamente tinha que dar o fora dali. Eu não queria criar uma cena no meio do restaurante, então eu pedi licença para ir ao banheiro e logicamente, pular a janela. Não era a primeira vez e nem a última e não me orgulho disso, mas diferente das outras, dessa vez as coisas não foram muito bem, e suponho que a janela antes tinha grades e quando a arrancaram ficou um pedaço da barra de metal, mas eu não sei exatamente como eu acabei pendurado do lado de fora da janela pelas calças, sem conseguir me soltar e em beco sujo, odiando o fato do jeans ser forte a ponto de me deixar suspenso. Eu não ligaria a Zayn ou Perrie porque eles sabendo ou não a história, iriam usar isso por anos para tirar sarro de mim, então eu liguei para Liam. Na época ele e Zayn não estavam exatamente namorando, então nós fizemos um trato de que eu ajudaria Liam com Zayn e em troca ele não iria perguntar nada a mim sobre a situação e não contar a ninguém sobre. Fim da história, Liam é um homem de palavra e eu aprendi a olhar melhor as janelas antes de sair por elas.

Harry está rindo, ele já estava rindo antes mesmo de Louis chegar no fim da história. Louis sorri, satisfeito, tomando um gole de sua bebida e cutucando Harry com o cotovelo: - Okay, é a sua vez.

- Certo. – Harry respira fundo, tomando um longo gole de sua bebida. – Eu tinha uns dezenove anos e era as férias de verão, então eu e mamãe e Robin fomos a Disney e Archie, que é neto de Robin de um filho de outro casamento, foi conosco. Eu sempre gostei de ir e com Archie foi melhor, mas Robin e minha mãe depois de um tempo não compartilhavam nossa animação, então eles foram sentar um pouco e eu e Archie continuamos no parque, e havia esse restaurante de comida mexicana, onde nós comemos demais e acabou não caindo bem para mim. Eu literalmente sai correndo no meio do parque e por sorte Archie não se perdeu e minha mãe não soube disso, mas eu não cheguei ao banheiro a tempo, e quando cheguei já era tarde. Eu não sabia o que fazer, e estava pensando seriamente em usar um saco de lixo quando Archie saiu e voltou com uma saia azul, provavelmente da Cinderela, que ele havia encontrado e bem, eu não tinha escolha, então deixei uma bagunça no banheiro e andei orgulhosamente pelo parque com uma saia de princesa, torcendo para nenhum guarda me parar e provavelmente ser preso por roubar uma fantasia do parque e estar sem cuecas por baixo no meio de milhares de crianças. O "sem perguntas" é quando eu encontrei minha mãe e Robin, o que só durou cinco minutos porque Archie contou a eles como ele tinha salvado o tio Harry depois dele sujar suas calças.

- Oh meu Deus. – Louis cobre sua boca com uma mão, seus olhos lacrimejantes pelas risadas. – Archie parece tão fofo!

- Sim, ele é. – Harry sorri, seus olhos ganhando um tênue carinho junto a diversão. – Agora ele já tem quase treze, mas eu ainda sou seu tio favorito.

- O único eu suponho.

- Idiota. – Harry ri, os dois permanecendo em silencio com um sorriso nos lábios. – Então, você quis pular a janela no nosso primeiro encontro?

- Sim, eu considerei isso. – Louis admite. – Mas eu também estava curioso, e no fim eu acabei no seu colo. Acho que valeu a pena impedir um tornozelo machucado ou ficar pendurado pela janela.

- Ou você entalar. – Harry diz, rindo quando Louis lhe dá um soco no braço. – Okay, okay, desculpe.

Eles se encaram em silencio por alguns segundos, a tensão os cercando, até que Louis desvia o olhar e o momento se quebra. A banda sobre o pequeno palco começa uma nova música, um sorriso se abrindo nos lábios de Louis quando ele reconhece a canção, esquecendo-se de ficar irritado com Harry. Ele empurra a cadeira e se levanta, Harry o olhando curiosamente quando ele estende sua mão: - Uma dança?

Harry sorri, aceitando a mão de Louis em silencio e deixando-o guia-lo até a pista improvisada, onde outros casais também estão reunidos. Louis sorri, estendendo seu braço para passar sobre os ombros de Harry, os dois rindo quando fazem o mesmo movimento.

- Okay, não é tão difícil. – Harry murmura, segurando suas mãos juntas perto do seu peito e sua outra não na cintura de Louis, que segura sua nuca e enrola seu dedo indicador ao redor de um cacho macio. – Bom?

- Bom. – Louis responde, mexendo seus pés calmamente, Harry acompanhando-o. – Devo me preocupar se você irá pisar nos meus pés?

- Com certeza. – Harry responde, seus olhos sobre Louis, mordendo o lábio inferior antes de perguntar, sua voz baixa: - Conhece essa música?

- É claro que sim. – Louis responde, o perfume de Harry mais forte quando eles aproximam seus rostos, suas bochechas esfregando-se suavemente. - Hold me close and hold me fast, The magic spell you cast, This is La vie en rose.

- When you kiss me heaven sighs, and though I close my eyes, I see La vie en rose. – Harry o acompanha, deixando o próximo verso os envolverem com a voz do vocalista. – Sabe que dia é hoje?

- Segunda, seis de junho. – Louis responde, afastando-se para olhar Harry nos olhos. Ele ergue as sobrancelhas, a realização aos poucos o tomando quando percebe o sorriso de Harry. – Você se lembrou?

- Três meses. – Harry responde. – É claro que me lembro do dia que comprei um não-submisso por milhares.

- Aquilo foi exagerado, e meio louco. – Louis balança a cabeça, os dois praticamente parados, seus corpos se mexendo juntos suavemente. – Bem, seu eu soubesse que você se lembrava, eu não o teria arrastado para uma galeria.

- Não se preocupe com isso, eu realmente gostei. É bom ser um pouco mais culto. – Harry sorri, suas mãos subindo da cintura até o pescoço de Louis, seus dedos acariciando a pele macia distraidamente. – Mas eu ainda terei a minha sobremesa inglesa?

- Eu planejava um pudim caseiro de Yorkshire, a receita da minha avó, mas Jesy nos ligou então... – Louis dá de ombros. – Suponho que eu não tenha sido tão sutil sobre isso?

- Considerando que você nunca cozinha e só o faz uma vez ao mês e numa data específica, não foi difícil. – Harry sorri. – Mas eu ainda quero o meu pudim.

- Mesmo eu tendo acabado com a programação restaurante, cinema, minha sobremesa e sexo incrível para fechar a noite, que agora eu percebo é um padrão no dia seis nos últimos três meses?

- Mesmo assim. – Harry sorri, inclinando-se e beijando a bochecha de Louis, seus lábios se arrastando até que ele está falando sobre a boca de Louis. – Mas isso não quer dizer que temos que mudar nossos planos.

Louis sorri, beijando Harry com força e em seguida puxando-o para a saída, suas mãos ainda juntas. Eles acabam na cozinha do apartamento de Louis no intuito de preparem o pudim, e mesmo que tenham se distraído, a ilha da cozinha sendo usada para além de cozinharem, eles terminam a noite sentados no chão da cozinha e nus, com o pouco do pudim que conseguiram fazer e assistindo Top Gun no celular de Harry. É simples, e perfeito.

x

Heey amoras, tudo bem??

Demorei novamente, não é? Então eu quis compensar com esse capítulo com mais de 11k de palavras. Gostaram? O que estão achando da fic até agora?

Desculpem qualquer erro, eu perdi as vezes em que li e reli atrás de algum erro, mas algo sempre consegue passar.

Desde que comecei a fic, a cena desse capítulo estava certa e estaria lá, seria um ponto importante, por assim dizer. Assim que terminei o capítulo, fiquei meio incerta, porque eu leio e li muito para ter uma base para fic, então a cena que escrevi é facil para mim, nada que me deixe chocada. Mas, eu não deixei de pensar de que talvez a cena que possa deixar alguém desconfortável ou algo parecido, e mesmo que eu sei que alguns de vocês são bem informados sobre BDSM, a preocupação ainda ficou lá. Bem, se a cena te deixou desconfortável, desculpe, eu tentei não deixar muito pesada, mas como eu disse antes, minha perspectiva sobre cenas em particular é diferente, assim como a de cada um. 

Bem, acho que é só isso! Eu vou tentar não demorar muito com att, okay?

amo vocÊs!! Xoxoxo

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