Atrasado, de novo.

By venyum

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"Tá atrasado, de novo!" Essas devem ser as palavras que Humberto mais ouve em seu dia a dia. Realmente, você... More

Nota do Autor + Personagens
Capítulo 1 - Prazer, atrasado.
Capítulo 2 - Prazer, timidez.
Capítulo 3 - Prazer, química.
Capítulo 5 - Prazer, diretoria.
Capítulo 6 - Prazer, olho roxo.
Capítulo 7 - Prazer, Julieta
Capítulo 8 - Prazer, Dave Paris.
Capítulo 9 - Prazer, aniversário.
Capítulo 10 - Prazer, ingressos.
Capítulo 11 - Prazer, sermão.
Capítulo 12 - Prazer, GPS.
Capítulo 13 - Prazer, Holi.
Capítulo 14 - Prazer, decepção.
Capítulo 15 - Prazer, desconhecida.
Capítulo 16 - Prazer, travesseiro.
Capítulo 17 - Prazer, sonho.
Capítulo 18 - Prazer, Moto Taxi.
Capítulo 19 - Prazer, feriado.
Capítulo 20 - Prazer, Romeu.
Capítulo 21 - Prazer, camarim.

Capítulo 4 - Prazer, basquete.

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By venyum

Até então, minha manhã estava ótima, por mais que como sempre eu tivesse me atrasado, veja bem, um fato histórico ocorreu hoje:

Eu entreguei minha apostila com os exercícios feitos pra professora e ganhei um visto.

Pois é, estava tudo tranquilo.
Chegou o intervalo e eu e meus amigos Bruno e Vitor fomos a cantina para compramos nossos lanches.
Bruno e Vitor sempre pediam café e eu, como se já não bastasse ter comido antes de entrar pra aula, acabei comprando um croissant de chocolate.

Acredite, eu não sou gordo, apesar de comer tanto.

Durante o intervalo, Bruno, Vitor e eu jogávamos basquete na quadra.
Tudo bem que nenhum de nós era muito alto, eu principalmente.
Mesmo tendo por volta de 1,65 de altura, acredite, eu conseguia jogar basquete e jogava bem.

Ficávamos treinando para a aula de Educação Física, até que Alice e Emily apareceram querendo jogar.

- Como é? Vocês? Basquete? - perguntei a elas.

- Sim, nós somos ótimas. - disse Alice.

Nós conhecíamos bem Alice e Emily, elas nunca jogavam quando o professor chamava, geralmente elas ficavam nas arquibancadas torcendo por nós.

- Só acredito vendo. - disse Vitor.

- Ah é? Vamos fazer o seguinte: 4 arremessos pra cada dupla, quem errar menos ganha e a outra dupla tem que pagar um lanche na cantina. - sugeriu Emily.

- Demorou! Vitor, já pode escolher: hamburgão ou croissant de chocolate? - disse eu.

- Muito engraçado, mas vamos jogar em vez de falar. - disse Alice me empurrando em direção a quadra.

Então nós tínhamos 4 arremessos, isso ia ser muito fácil.
Vitor e eu jogávamos bastante, enquanto Alice e Emily apenas assistiam.
A chance de vencermos era muito maior, então fomos em direção a quadra e começamos o desafio.

- Vamos deixar isso mais difícil, dois dos quatro arremessos tem de ser mais longe da cesta. - disse Vitor.

- Acho justo, senão fica fácil demais ganhar de vocês. - disse Emily.

- Vamos ver então, vou começar. - disse Vitor pegando a bola de basquete e se posicionando pro arremesso.

Ele não estava muito longe, arremessou e fez uma cesta de dois pontos facilmente, era o de se esperar, o cara jogava basquete desde os 11 anos.

Emily era a próxima, se posicionou e arremessou.

- ERRRRROOOOOOOOU. - disse eu.

Vitor e eu caímos na risada, não iríamos perder aquilo.

- É só pra vocês pensarem que tem chance de ganhar. - disse Emily.

Era minha vez, me posicionei para o arremesso, a distância até a cesta era relativamente pequena, não tinha como errar.

1...2...3... Cesta de 2 pontos.

- Boa. - exclamou Vitor.

- Não fez mais que a obrigação de acertar, agora vejam o que é uma cesta de verdade. - Disse Alice se posicionando para arremessar.

Eu nunca vi Alice jogando basquete, não esperava muito, na verdade, ela nunca gostou muito de esportes, então pensei: ela vai errar, certeza.

1...2...3... Cesta de 2 pontos.

Como é? Ela acertou?
Vitor e eu olhamos um pouco surpresos.

- Boa cesta. - disse eu.

- Ficou caladinho é Humberto? - disse Emily.

- Sorte de principiante, sem dúvidas. - disse eu.

Tudo bem, ela acertou, mas estamos ganhando de 2 a 1.
E agora os arremessos seriam de uma distância maior, a dificuldade aumentou.

- Ok, agora vamos arremessar daqui. - disse Vitor se posicionando mais longe da cesta e se preparando para arremessar.

Cestas de 3 pontos eram um pouco mais difíceis de fazer, mas nós treinávamos bastante, íamos conseguir fazer.

1...2...3...

- ERRRRROOOOOOOU. - gritou Emily.

O QUÊ??
Vitor me olhou com uma expressão de: como eu errei isso?
Eu estava me fazendo esta mesma pergunta, enquanto isso Alice e Emily riam muito nos provocando.

- Só digo uma coisa, o jogo está virando. - disse Alice.

- Eu não diria isso considerando que sua parceira errou um arremesso que estava perto da cesta, agora imagine de longe. - disse eu.

- Apenas preste atenção meu caro. - disse Emily se posicionando para o arremesso.

Observamos ela se posicionar para arremessar, logo perguntei a Vitor:

- Como tu errou aquilo mano?

- Mano, não faço ideia... Mas relaxa, pra ganhar suave ainda e se eu errei elas também vão errar. - disse ele.

1...2...3... Cesta de 3 pontos.

Ok, agora sim, a gente pode dizer:

- Fudeu. - exclamou Vitor.

Emily ficou toda animada por ter acertado a cesta de 3 pontos, mas o jogo não estava perdido.

- Boa cesta Emily, agora por gentileza, veja como se faz. - disse eu me posicionando para arremessar.

Okay, a distância é maior, porém eu já fiz várias cestas de 3 pontos e sempre acerto, vai ser moleza.

1...2...3...

Me virei antes mesmo da bola chegar na cesta, abri os braços e comecei a comemorar.

O que eu não esperava era Emily e Alice gritarem juntas:

- ERRROOOOOOU.

Olhei pra elas confuso, até que Vitor me disse:

- Não acredito que você errou também.

Alice e Emily riam muito.
Eu? Eu estava me perguntando:

COOMAAAASSSIIIIIIMM?

- Tudo bem, ainda temos chances, ela vai errar cara. - disse eu.

Alice se posicionou para o ultimo arremesso, ela não poderia acertar aquilo de jeito nenhum.

1...2...3...

- AEEEEEEEEEE - gritou Emily

Cesta de 3 pontos...
Alice realmente acertou e nós perdemos.

Vitor eu ficamos encarando as duas que não paravam de dar risadas.

- Porra, como tu errou essa cesta? - perguntou Vitor.

- Ta maluco? Você que começou a errar! - respondi.

Bruno veio até nós e falou:

- Sério mesmo que vocês perderam? 20 anos de curso porra!

- Vocês já sabem pra onde devem ir agora né? - disse Alice.

- Isso mesmo, pra cantina senhores.

-Droga. - Vitor e eu exclamamos ao mesmo tempo enquanto procurávamos dinheiro em nossos bolsos.

Ambos rimos, não nos importávamos de ter perdido feio, rendeu boas risadas e se tem uma coisa que posso dizer em relação ao nosso grupo, é que a unica coisa que nos importava era aproveitar os bons momentos.

Só que sempre existem pessoas afim de estragar os seus bons momentos.

Por diversos motivos, nem todos os lugares que você passar ou todas as pessoas que encontrar irão com a sua cara.

Comecei a perceber que haviam 3 pessoas nos encarando e logo em seguida começavam a rir de algo que viam no celular.
Certamente deveria ser algo relacionado a nós.

Não fui o único, Vitor e Bruno também perceberam já que as três pessoas estavam rindo tão alto que atraíam a atenção do pátio inteiro.

O pior é que nós conhecíamos os sujeitos e não eramos tão amigos assim.

Você percebe isso no exato momento que Bruno se levanta da arquibancada e grita pros sujeitos:

- A unica coisa engraçada aqui é o retardo mental de vocês.

Assim que ele acabou de falar, os 3 sujeitos começaram a rir mais ainda e a imitar o que Bruno havia acabado de falar.

Bruno se incomodou com os risos e foi em direção a eles, Vitor e eu o acompanhamos.

- Do que estão rindo babacas? - disse Bruno.

- Não é da sua conta. - disse um deles.

- Parece que o chifre dele detectou a piada. - disse o outro sujeito que começou a rir que nem idiota.

Queria saber do que estavam rindo, então enquanto não viam, peguei o celular da mão deles e vi que era uma foto da ex-namorada do Bruno.

Pra você entender melhor, Bruno namorava uma garota de outra escola, até que há mais ou menos 1 mês descobrimos que ela traiu ele com advinha quem?

Exatamente, com um dos babacas que estava ali na nossa frente, também conhecido como Hector.

- Devolve! - disse um deles.

Mostrei o celular pro Bruno e ele começou a rir.

- É só isso que você tem pra querer encher o nosso saco Hector? Nós já terminamos, ela segue a vida dela e faz o que quiser. - disse Bruno enquanto jogava de volta o celular pra eles.

- E com certeza ela deve estar bem mais feliz agora não é mesmo? - disse Hector.

Bruno queria ir pra cima de Hector, mas Vitor o impediu e disse:

- Não liga pra esses caras, só querem chamar a atenção.

- Deixa os retardados aí. - disse eu enquanto empurrava Bruno de volta pra onde estavam as meninas.

Porém enquanto voltávamos, por algum motivo senti alguma coisa vindo em nossa direção, por muito pouco Bruno não é acertado em cheio por uma bola de basquete, a sorte é que vi primeiro e consegui desviar a bola.

Não tinha dúvidas de quem havia jogado aquilo, Hector se levantou, voltei em sua direção puto e perguntei:

- Qual o seu problema cachinhos dourados? Se quiser mexer com meus amigos, vai ter que resolver comigo primeiro.

- A conversa não chegou nos atrasados ainda. - disse Hector.

- Mas o meu soco vai chegar na sua cara rapidinho, quer ver? - disse eu.

Bruno e Vitor já estavam do meu lado, Hector e seus dois colegas sempre tentavam nos incomodar e dessa vez conseguiram.

Uma coisa era certa: uma hora ou outra, a gente ia sair na porrada, era só questão de tempo.

O clima estava tenso e todos que estavam no pátio já chegaram perto pra ver a gente saindo na porrada, até que Alice e Emily entraram no meio e nos afastaram.

- Melhor ficarem espertos seus merdas. - disse Hector.

- Vou falar isso pra sua mãe quando pisar na cama dela hoje a noite seu retardado. - disse Bruno.

- Calem a boca e vamos sair daqui. - disse Emily nos empurrando.

Vocês acabaram de ver o tipo de pessoa que citei lá em cima.

Hector era um cara extremamente arrogante, egocêntrico e gostava de se achar por conta de sua família ser uma das mais ricas da cidade.

Não tem problema algum em ser rico ou ter uma vida financeira digna, o problema é deixar isso influenciar na formação do caráter de uma pessoa e acho que no caso do Hector, ele empacou nesse processo há muito tempo.

Mas talvez pior que isso, era sua implicância comigo em particular.
Andava sempre com seus bichinhos de estimação Luiz e Márcio que não são muito diferente dele, apenas não tem tanto dinheiro que nem ele.

Bruno, Vitor e eu  fomos em direção a cantina acompanhados de Alice e Emily.
Começamos a falar de coisas boas, no caso, uma coisa boa pra elas: iriam ganhar lanche de graça.
Porém Bruno parecia meio distante em seus pensamentos e quando perguntamos se havia algo de errado, ele respondeu:

- Eu sei que um dia vou ter a oportunidade de socar esses idiotas.

- Só tem um porém: não pode ser aqui na escola. Se levarmos mais advertências, vamos acabar sendo expulsos. - Disse Vitor.

- Merda... - resmungou Bruno.

- Do que eles estavam rindo tanto? O que tinha no celular? - disse Emily.

Todos ficamos em silêncio, até que eu respondi:

- Uma foto da Gabriela beijando o Hector.

- Ta zoando! Vamos voltar lá e meter a porrada naqueles imbecis então. - disse Emily.

- Esquece isso Emily... Eu me irritei mas foi só por um momento, não vou deixar esse tipo de coisa me incomodar. - disse Bruno.

- A gente tá com você cara. - disse Vitor - E também, a unica coisa que eles querem é te provocar, é só não dar bola que eles vão cair na real sobre como estão perdendo tempo.

- Só queria saber por quê o Hector implica tanto com vocês... - Alice estava me encarando com um olhar sério e preocupada.

- É uma longa história. - disse eu.

- Tenho bastante tempo e você vai me contar.

Para o azar de Alice e minha sorte, o sinal da escola bateu.

O assunto mudou enquanto começávamos a caminhar de volta a sala de aula, porém Alice não parecia satisfeita com alguma coisa, então perguntei:

- Você está bem? O que foi?

- Por quê não me conta o porquê dessa confusão toda com o Hector? Eu quero saber! - respondeu Alice.

- Não há nada de mais, ele só tem uma birra comigo desde que estudávamos juntos no colégio particular.

- Você ia mesmo brigar com ele na frente de toda a escola? Você não costuma resolver as coisas desse jeito.

- Claro que eu ia, ele vive atormentando a vida dos meus amigos e a minha também.

- Eu não quero te ver metido em confusão, não vale a pena, você entende?

Suspirei, realmente eu não gostava de resolver as coisas assim e Alice sabia disso, eu só não queria arrumar mais problemas pra cabeça, então respondi:

- Sim, eu entendo... Relaxa, não vai acontecer tá legal?

Alice e eu nos conhecemos há 5 anos, durante todo esse tempo ela sempre ficava brava comigo quando eu ia acabar na diretoria por ter feito alguma merda ou por ter arranjado briga com alguém.

Ja havia prometido a ela que não me meteria mais em encrenca, promessa é dívida...

Ao contrário do que Hector disse, eu ia começar a chegar na hora.

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