Samuka
Falta uma semana para a final dos jogos, todos os anos chegamos na final mas não ganhamos e espero que esse ano seja diferente. Acho que a minha maninha não está querendo nascer porquê ja passou uma semana do prazo que a médica disse que era pra ela nascer, minha mãe quer parto normal mas a médica disse que tem que nascer essa semana se não vai ter que fazer cesariana. Agora estamos aqui no intervalo, Thiago está muito estranho e Isabella também.
— Vocês podem ir na minha casa hoje às duas? — Isabella perguntou para nós.
— Eu posso — Thiago respondeu.
— Eu também? — agatah rqueou uma sobrancelha.
— Claro! E vocês dois? — olhou para mim e Alan.
— Tenho que ver se estou disponível — Alan brincou.
— Não tenho nada para fazer a tarde, então eu vou — murmurei.
— Tira um tempinho na sua agenda, sr. indisponível, por favor — Isabella fez drama olhando para o Alan.
— Só porque eu sou legal — sorriu.
— Avisa o Erick, Samuel? — eu assenti e seguiu para o corredor.
Isabella é muito misteriosa, nunca se sabe o que ela vai nos dizer, fui procurar o Erick e o encontrei no campo sentado no banco olhando pro céu.
— Hoje na casa da Isabella às duas — me sentei.
— Ok, espero que tudo se resolva logo — respirou fundo.
— Tudo o quê? — arquei uma sobrancelha.
— Isabella vai contar pra vocês, agora vamos pra sala — falou quando o sinal bateu
Acho que não é só a Isabella e o Thiago que estão estranhos, Erick também. As aulas foram normais, nada de surpreendente. Quando era uma e meia, tomei um banho rápido e me arrumei, desci as escadas e meus pais estavam sentados no sofá vendo televisão, meu pai não deixa a minha mãe um minuto sozinha.
— Eu vou na casa da Isabella, qualquer coisa me liga — beijei a testa da minha mãe.
— Tá bom, vê se não apronta nada — fiz um toque com o meu pai.
— Vou tentar — rimos.
Fui para a casa da Isabella, toquei a campainha e Violteta atendeu a porta me dando espaço para entrar.
— Isabella está no quarto, pode subir — avisou.
— Obrigado — agradeci.
Subi para o quarto da Isabella e o Erick, Agatha e Alan já estavam aqui, só faltava o Thiago.
— Cheguei, galera! O meu pai foi o culpado do atraso — Thiago entrou no quarto com um homem.
— Fofoqueiro! Senti saudades, Isa! — ele abraçou ela.
— Pessoal esse é o Mário, meu pai ele é delegado em São Paulo mas está de férias lá e veio pra Florianópolis, o delegado daqui é colega dele e o convidou para participar do caso da prisão de Leonardo e compainha. Esses são Alan, Agatha, Samuka e o Erick, que roubou a minha baixinha de mim — nos apresentou.
— Satisfação em conhecê-los! Vocês ja devem saber do que Leonardo é capaz, certo? — assentimos — Conseguiu descobrir quando ele vai vir, Isa? — olhou para ela.
— Sim, dia do jogo de Rugby, 3 de Dezembro. É o dia que vai ter mais movimento na escola, ele entra e ninguém percebe.
— Como está a bebê de vocês? — riu olhando pra Isa e Thiago.
— Gosto disso! — Thiago sorriu.
— A minha está guardada, mas acha necessário, tio? — Isabella questionou receosa.
— É só para proteção, o delegado sabe que vocês tem armas e ele liberou a usá-las mas com cuidado, ok? — os dois assentiram.
— Vocês são do mal? — Agatha olhou pra eles.
— Não, amor, só somos treinados para atirar, sem matar — Thiago balançou os ombros como se fosse a coisa mais normal.
— Espero não levar nenhum tiro novamente — Isabella sussurrou para si mesma.
— Sobre isso, você não poderia ter escondido da polícia, mesmo Leonardo ti ameaçando e se caso morresse quando ele atirou em ti? Não estão escondendo nada novamente, né? — Mário nos encarou sério.
— Não, pai, já contamos tudo! Diego passa as informações para o Leonardo, Isabella continua fingindo ser amiga dele e eu acho bom a gente tomar cuidado no dia do jogo, Samuka e Erick vão estar jogando então não precisam se preocupar, Agatha você tem que ficar o tempo todo no campo, nada de sair... — ela o interrompeu.
— E se eu precisar ir no banheiro?
— Vai de fralda! — Erick zombou rindo.
— Excelente ideia! — Thiago olhou para a namorada.
— Eu vou fingir que não ouvi isso, porque vai ser melhor pra vocês — os olhou brava.
— Ok, nervozinha, mas agora falando sério, não quero ninguém correndo perigo.
— Se tudo correr bem, todos vão ficar salvos, Isabella você é a que mais tem que tomar cuidado — assentiu.
— E se Leonardo tentar fazer algum mal a Kath e Karina estiver junto? — Alan estava preocupado.
— Era bom ela não ir ao jogo, seria arriscado ela estar com a Kath — Mário falou meio pensativo.
— Eu até poderia trancar ela dentro do quarto, mas acho que isso não adiantaria — Erick passou a mão nos cabelos, ele também estava com medo de acontecer algo com Karina.
— Não acho que Leonardo faça mal a Karina e se quiser fazer algo com Kath ele vai querer ela sozinha — Isabella se levantou.
— Samuka tem razão, se eu ficar do lado de Karina ela vai achar estranho, mas eu posso ficar a observando de longe, quando ela andar com a Kath — olhou para todos.
— Eu acho que a gente poderia colocar alguns policiais disfarçados dentro da escola, vou falar com o delegado, mas vou confirmar com vocês antes do dia do jogo — assentimos.
Meu celular começou a tocar e eu sai do quarto para atender, era o meu pai.
— Filho, sua irmã vai nascer, já estou chegando no hospital — disse tudo rápido.
— Calma, pai, eu já estou indo — desliguei — Gente, minha irmã vai nascer e eu preciso ir para o hospital — avisei quando voltei para o quarto.
— Eu ti levo, estou de carro. Tchau, pequena! — Erick deu um selinho em Isabella e se levantou.
— Manda um foto da sua irmã para nós ver, quando sua mãe voltar pra casa eu vou lá visitá-la — assenti.
Acenamos pros outros e saímos da casa e entramos no carro. Erick me deixou na frente do hospital enquanto foi procurar vaga, entrei e fui direto para a recepção.
— Oi, pode me dar informações da paciente Giovana Müller? — perguntei à recepcionista.
— Ela está na sala de parto, você pode esperar na recepção, o doutor chama os parentes quando o bebê nascer — respondeu e eu agradeci indo para a recepção.
— E ai, mano? — me sentei na cadeira.
— Ela está na sala de parto, a recepcionista falou que eu tenho que esperar — me acomodei no assento — Mano, eu vou ser sincero, Isabella é uma caixinha de surpresas! Nunca imaginei que a garota quietinha da sala teve uma vida complicada no passado, sabe atirar... O que mais falta descobrirmos? — olhei para ele.
— Espero que nada, mas as aulas de tiro era mais pra proteção, Isabella ficou com trauma depois que Leonardo atirou nela pela primeira vez, mas pelo que Thiago disse teve um tempo que o pai dele começou a receber ameaças e o Tio Raul também porque eles são amigos e ai eu acho que todos fizeram aula — disse calmamente.
Como temos que esperar, encostei minha cabeça no encosto da cadeira e fiquei olhando pro teto pensando sobre esses assuntos da Isabella, vai dar tudo certo e ninguém vai sair ferido.
Horas depois
Já estou cansado de ficar aqui esperando. Estava indo falar com a recepcionista quando o meu pai apareceu com um sorriso que quase não cabia no seu rosto.
— Nasceu! Vão levar a sua mãe pro quarto e já venho chamar vocês — concordei.
— Seu pai está bem feliz — Erick comentou.
— Está mesmo — sorriu.
Passou mais um tempo e ele voltou para nos chamar, entrei no quarto e a minha mãe estava deitada na cama, fui até ela depositando um beijo em sua testa.
— Cadê o bebê? — olhei em volta.
— Eles vão trazer para mim amamenta-la, Erick você ligou pro seus pais? — minha mãe olhou para ele.
— Nossa, tia, eu esqueci, vou lá fora ligar pra eles — saiu do quarto.
— Como você estava na casa da Isabella, ela deve ter avisado os pais dela, se não o Breno avisa — assenti.
A porta se abriu e a enfermeira entrou com um bebê enrolado em uma manta rosa claro, ela entregou o pacotinho para a minha mãe e ela sorriu segurando a maõzinha dela.
— Até que ela é fofa — fiz carinho em seu rostinho.
— Ela é muito linda, vou ti mimar muito, filha! — sorriu bobo.
— E a mamãe vai estar aqui para repreender o papai se caso ele der razão a você quando fizer birra — falou brincando com ela.
— Acho que você vai ser muito mimada, maninha, mas o teu mano vai estar aqui sempre que precisar — sussurrei para ela e beijei sua bochecha.
No começo eu estava meio inseguro com essa gravidez, porque sempre fui filho único e de repente minha mãe está garvida de uma menina, meu pai sempre quis ter outro filho e da para perceber o quanto eles estão felizes e eu também.