Caio Mkaby
- Como ela está? – Me levanto rapidamente quando vejo um médico caminhando em nossa direção, sentindo o coração querer sair pela boca.
- Ela está passando por uma bateria de exames e sendo entubada neste momento. Seu estado é grave pelo grande impacto sofrido, em algumas horas teremos resultados mais precisos, porém já se confirma ossos fraturados e traumatismo craniano.
Iremos induzir o coma para que seu corpo reaja da forma correta. – Termina e meu coração é destruído por completo.
- Isso foi culpa sua. – Acusa Sophia em prantos.
- Sophia, pare com isso. – O amigo tenta intervir.
- Eu quero vê-la, por favor. – Peço baixo.
Após algumas horas sou liberado para entrar por pouco tempo, depois de realizar todos os procedimentos higiênicos adentro o cômodo gélido e me deparo com minha menina maluquinha, seu corpo inteiramente cheio de aparelhos espalhados.
Uma lágrima solitária escapa e me aproximo, segurando sua pálida e fria mão.
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Se passa uma semana desde o acidente e Lilian continua sem melhora ou reação.
E eu? São sete dias em que o mundo perdeu sua cor.
Não consigo deixá-la sozinha, vou apenas resolver alguns casos e volto quase que correndo para o hospital, para seu lado.
Há alguns dias muitas pessoas apareceram querendo prestar algum tipo de ajuda ou lamento, até mesmo Jorge, dizendo que veio consolar seu amigo pelo terrível acontecimento, ficou algum tempo e logo se foi.
Estou tão concentrado no papel em minha frente que mal ouço o celular tocar, o atendo no último chamado.
- Sr Mkaby?
- Ele mesmo. – Confirmo.
- Pode comparecer ao hospital com urgência? – A voz feminina soa novamente, me fazendo levantar em um pulo e alcançar todas minhas coisas.
- Aconteceu alguma coisa? – Pergunto angustiado, descendo as escadas.
- Compareça o mais rápido possível, por favor. – Diz por fim, finalizando a ligação.
Saio correndo atraindo vários olhares, buzinas xingamentos e provavelmente inúmeras multas.
Chego ao hospital ofegante e vou até o leito onde Lilian está e encontro uma equipe de médicos, e a sala vazia. Não, por favor não.
- O que aconteceu? – Minha voz quase falha.
- Uma pessoa conseguiu ter acesso e desligou, ou melhor, tentou desligar os aparelhos da Senhorita Muniz, além de desferir cortes no corpo da mesma. – Explica uma das médicas e sinto meus olhos arderem.
- E ela? Por favor, me diga que ela não..- Meu coração parece se despedaçar.
- Conseguimos estabiliza-la após muitas tentativas, mas seu quadro teve uma piora. – Um alívio misturado de raiva me consome.
- Quem foi? – Me altero.
- Uma mulher, senhor Mkaby. Está na sala de segurança.
- E Sophia? Onde ela estava nessa hora? E agora?
- Está dopada, por conta do nervosismo. – Explica.
- Preciso ver a Lilian, por favor. – Imploro e me levam até outra sala.
E como se fosse possível ainda mais cheia de aparelhos e agora com cortes espalhados por todo o braço.
Vê-la daquela maneira me dói tanto.
PLÁGIO É CRIME!