After the dream - l.s (a/b/o)

By Wulfrico

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Enfrentar um sistema não era uma tarefa fácil. Enfrentar um sistema e lidar com os sintomas da gravidez, um c... More

Primeiros sintomas
Nossa família
Fracasso
Pequenas coisas
Preenchimento
História de família
Entregue-se a mim
Eu sempre escolherei você
Instinto paternal
Um novo desafio
Tempos de paz?
Energia sugada
Outro golpe do ciúme
Eu perco a cabeça quando o assunto é você
Esperança nas próximas gerações
Os benefícios da paternidade
Eu anseio por você
Eu tenho idolatrado a luz em seus olhos
Obrigado por sonhar comigo

Epílogo

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By Wulfrico


"Para Harry e Olivia,

cujo amor e companheirismo me permitiram sonhar."

Foram essas as últimas palavras que escrevi antes de mandar imprimir as páginas que seriam enviadas à editora. Mas essa era a dedicatória que daria início ao livro, minha declaração e meu agradecimento eterno às duas melhores escolhas que eu fiz em minha vida: o amor e a família.

Olhando agora para o volume de papéis em minhas mãos, um filme passava em minha mente: toda a minha luta para conseguir entrar na faculdade, meu primeiro dia, todas as discussões em sala, a apresentação de meu primeiro seminário, meu primeiro dia de trabalho em um grande escritório, minha formatura, meu primeiro dia como professor...

Era totalmente diferente analisar meu primeiro dia como aluno e meu primeiro dia como professor. Não era só o lado que mudava, já que agora era eu que estava diante da sala. Era também a minha confiança que estava totalmente diferente.

Como aluno, eu estava pronto para erguer as facas e me defender a qualquer custo, por isso passei cinco anos discutindo e fazendo minha voz valer, cinco anos provando para todo mundo que eu merecia estar ali mais do que qualquer outro.

Agora, como professor, eu não sentia que precisava provar algo a alguém. Eu estava ali diante da sala abarrotada de alunos. Eu estava ali disciplinando Direitos Humanos tendo um tópico inteiro dedicado aos Direitos dos Ômegas e tudo isso agora havia sido instrumentalizado e se transformado em meu maior sonho: um livro.

As coisas ainda não eram totalmente fáceis, em meu primeiro dia de aula tive um pequeno problema com um jovem alfa que riu assim que eu entrei na aula. Há alguns anos isso teria me irritado e me feito esbravejar, naquele dia eu coloquei meu melhor sorriso no rosto.



- Normalmente, eu faria como todos os outros professores e pediria para que vocês se levantassem um de cada vez e se apresentassem para a sala, mas hoje, devido ao comportamento do jovem alfa sentado aqui na frente, eu farei diferente. - Mantive o sorriso no rosto e o alfa petulante também manteve seu sorriso irônico. - Como se chama, senhor?

- Bane. Octavian Bane. - Ele disse com um tom debochado.

- Temos um aprendiz de James Bond. - Eu ergui uma sobrancelha para ele e a turma inteira riu, o que fez seu sorriso sumir por um breve tempo. - Sr. Bane, venha até aqui comigo.

- Não tem medo de ficar tão perto de um alfa, professor? - Ele debochou. - Vai que eu resolvo te atacar.

- Nesse caso, eu teria uma turma inteira como testemunha de um estupro, o que seria uma situação muito melhor do que os milhares de ômegas que são estuprados e nunca revelam isso a ninguém, carregando sozinhos o peso da violência. Ou dos milhares de ômegas que vão em busca de justiça contra seus agressores e falham por "falta de provas", afinal, é a palavra de um alfa imponente e superior, contra de um ômega, que provavelmente teve culpa em algum momento. Ou talvez dos milhares de ômegas que são acusados como instigadores de seus estupradores por terem um comportamento "inapropriado". - Fiz as aspas com os dedos. - Porque os alfas são claramente movidos apenas pelo instinto e não há racionalidade alguma, mas por essa lógica, você não poderia estar em uma universidade, já que te falta a racionalidade e você não é capaz de pensar como um universitário precisa. Logo, deveríamos abolir os alfas das universidades e dos trabalhos intelectuais e deixar isso apenas para os ômegas e betas. - Eu me virei para uma ômega sentada na primeira fila e o cumprimentei em provocação. - É o que acha? - O sorriso do alfa havia sumido completamente, mas o meu continuava intacto e a sala toda tinha risos contidos.

- É claro que não! - Ele esbravejou.

- Que bom que pensamos igual nesse aspecto. Alfas são totalmente racionais, capazes de trabalhos intelectuais incríveis e de manter seus instintos sob controle. - Pisquei para ele, o que só o enfureceu mais e fez os outros alunos rirem.

- Os ômegas é que não parecem totalmente capazes, não é? - Ele tentou novamente, forçando seu sorriso a aparecer novamente.

- Sim, esse era o ponto. - Eu fui até o quadro branco, peguei um dos pincéis atômicos e entreguei a ele. - Você, grande alfa superior e incrível, que não pode ter um ômega como seu professor, vai nos ensinar hoje. - Ele segurou meio receoso a caneta que eu estendia para ele. - Em meu cronograma, hoje estudaríamos as gerações de direito de Norberto Bobbio e o Bill Of Rights. Então eu gostaria que você nos explicasse sobre as três primeiras gerações de direito, sua relação com os três ideais proclamados pela Revolução Francesa, além de uma volta completa por todo o constitucionalismo e o liberalismo inglês, desde a Magna Carta de João Sem Terra até o Bill of Rights, passando pela Guerra das Duas Rosas, a Dinastia dos Tudor e a Revolução Gloriosa. - Ele olhou para mim atônito, depois olhou para a sala toda, vendo todos os olhares e sorrisos em sua direção. O alfa estava completamente sem chão e ficou longos minutos olhando para a sala, sem saber o que dizer, o que me fez sentir pena. - Você parece um bom garoto, Sr. Bane. - Eu iniciei, querendo diminuir seu sofrimento. - Não deixe que um preconceito tão superficial e infundado o faça passar por um idiota.

- M-me desculpe, professor. - Ele caminhou de cabeça baixa até a carteira.

- Bom, mais alguém tem algum problema com meu status biológico? - Eu ergui os olhos para a sala e o silêncio reinou, mas eu podia distinguir os olhos brilhando e os sorrisos imensos nos rostos dos três ômegas que compunham a sala.

Eu acabara de ganhar o respeito de minha turma.



Tomei um gole do chá que já estava até meio frio na caneca sobre a escrivaninha e sorri enquanto colocava as folhas que compunham meu livro em um envelope e o deixava ao lado do envelope do novo romance de guerra que Harry havia escrito. Os dois seriam enviados amanhã para a editora.

De repente o chá que eu havia tomado não pareia mais tão gostoso e eu senti o gosto azedo da ânsia de vômito em minha boca. Corri o mais rápido que pude até o banheiro e coloquei o chá a as bolachas que havia comido há pouco para fora. Era a terceira vez que eu vomitava hoje. Suspirei e coloquei as mãos sobre a barriga.

- Acho que não a muito o que negar agora, não é? - Abri um sorriso bobo encarando minha barriga lisa.

Já havia alguns dias que eu não me sentia muito bem, enjôos, tonturas, sono excessivo. Velhos sintomas que não me visitavam há alguns anos, mas que trouxeram uma felicidade enorme a mim e a Harry.

Eu havia deixado de tomar os supressores há alguns meses para que pudéssemos ter outro filho, mas demorou mais do que o planejado para que eu pudesse engravidar e isso estava começando a me incomodar quando amanheci enjoado e isso se tornou um hábito.

Hoje pela manhã eu havia feito um exame e o resultado chegaria agora a tarde por um entregador do próprio laboratório e minha ansiedade já estava me matando. Meu celular tocou e o nome de Lottie brilhou na tela.

- Alô? - Atendi, mas não obtive resposta. - Lottie? - Tentei de novo, mas só conseguia ouvir conversas e risadas distantes. - Alô? - Nenhuma resposta e eu desliguei.

Ainda achando tudo muito estranho, resolvi ligar para ela. E ela me atendeu após o quinto toque, quando eu já estava até desistindo.

- Oi, Lou! - Ela disse animada e eu podia ouvir as mesmas risadas e brincadeiras por ali. - Tudo bem?

- Eu é que pergunto. Você me ligou?

- Eu? - Ela parecia surpresa, mas logo riu. - Charlie estava brincando com o meu celular, na verdade, ele estava comendo meu celular, deve ter te ligado por engano. - Eu ri, imaginando meu pequeno sobrinho babando em cima do celular da mãe.

Gemma e Lottie haviam buscado Lucca logo após o nascimento de Olivia, trouxeram o filho para que todos conhecessem (e nos apaixonássemos pelo garoto de pele escura e cabelos cacheados, devo acrescentar) e voltaram com o filho para Paris. E seis meses depois Lottie me ligou eufórica dizendo que estava grávida. É uma dessas reviravoltas da vida.

- Acho que estou grávido. - Disse após um tempo de silêncio.

- Lou, isso é incrível! Vocês estavam tentando há um tempo, né? Eu nem acredito que vou ser tia de novo! - A animação de minha irmã me fez sorrir.

- Não é certeza ainda, estou esperando o resultado do exame chegar...

- Gemma! - A beta gritou. - O Charlie está colando chiclete no cabelo do Lucca! Cadê você? - Ouvi a voz distante de Gemma dizendo que estava ocupada e minha irmã bufou. - Lou, me liga mais tarde para confirmar, ok? Meus filhos estão colocando a casa abaixo e minha querida esposa está ocupada demais fazendo sei lá o quê. - Foi irônica.

- Está bem, vai lá desgrudar o cabelo do menino. - Gargalhei, me despedindo dela.

Desliguei o celular ainda rindo e ouvi a campainha soar, meu coração disparou e eu fui até lá, recebendo o envelope do laboratório. Subi as escadas até o quarto de Olivia, onde podia ouvir a conversa dela e de Harry.

A garota estava sentada na beirada da cama, com as duas pernas sobre os ombros de Harry, que estava sentado no chão. O alfa passava esmalte nas unhas dos pés da filha e Olivia colocava mais uma presilha em seus cabelos, que estavam coloridos e erguidos em vários lugares.

- Você está ficando lindo, papai. - Ela disse animada, pegando outra mecha dos cabelos dele.

- Você também, olha só. - Ele ergueu uma das pernas da garota para que ela pudesse ver o resultado do trabalho dele.

- Eu amo preto! - Ela bateu palminhas.

- Tenho certeza que os dois estão maravilhosos. - Eu disse chamando a atenção.

Harry me olhou e abriu um sorriso de covinhas e eu segurei para não rir ao ver seu cabelo todo bagunçado e colorido pelo trabalho de nossa filha. Ergui o envelope para que ele visse e seu sorriso aumentou. Fui até eles e me sentei ao lado de Olivia.

- Quer abrir? - Eu ofereci o papel para ele.

- Acho que você é quem deve fazer isso. Eu já tenho tudo confirmado. - Ele sorriu e eu revirei os olhos, porque ele insistia em dizer que nem precisava de confirmação, meu cheiro era o suficiente.

- O que é isso, papai? - Olivia apontou para o envelope em minhas mãos.

- Lembra quando nós falamos sobre um irmãozinho, amor? - Ela assentiu. - Isso vai nos confirmar se ele vem ou não.

- Então isso vai trazer o meu irmãozinho? - Ela fez uma careta confusa.

- Esse papel vai nos dizer se ele já está ou não dentro da barriga do papai. - Harry explicou.

- E como ele foi parar dentro da barriga do papai? - Ela ainda parecia confusa.

- Isso a gente explica outra hora, talvez daqui uns vinte anos. - Harry disse visivelmente constrangido.

- Vinte anos? Aham, vai nessa. - Eu o cortei. - Eu e o papai colocamos ele aqui dentro com muito amor e carinho.

- Nem tanto carinho assim, foi bem intenso. - Harry murmurou e eu fechei a cara para ele por estragar o momento.

- Colocamos o bebê aqui para que ele fique protegido e cresça saudável para depois vir ao mundo. - Eu peguei a mão dela e coloquei sobre minha barriga e ela sorriu.

- Eu vou ajudar a protegê-lo também, papai. - Meu coração acelerou pela felicidade e eu senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto.

- E você ainda tem dúvidas que vai dar positivo? - Harry riu, limpando minha lágrima, o que me fez rir.

Olhei brevemente para minha família. Os dois me encaravam em expectativa, tão ansiosos quando eu para a notícia. Fiz um agradecimento mental por tê-los em minha vida e finalmente me voltei para o envelope, abrindo-o e encontrando a palavra tão aguardada por mim: positivo.

Eu estava novamente grávido e o mundo novamente floresceria através de meu amor por Harry.

- X -

E assim eu dou adeus a minha mais marcante fic. Como eu já disse, Dream with me foi um divisor de águas na minha vida, tanto que eu não consegui dizer adeus e tive que fazer essa segunda temporada, que foi igualmente prazerosa e marcante.

Como eu disse, a cronologia ficou: Dream with me > After the dream > Epílogo de ATD > Epílogo de DWM. Mas qualquer coisa me pergunta que eu dou um help.

Eu só tenho a agradecer a todos vocês por continuarem comigo nessa temporada, por todos os favoritos e todos os comentários, vocês são incríveis e eu nunca vou conseguir agradecer o suficiente por todos os elogios que recebo. Mas posso dizer novamente um enorme OBRIGADA!
Eu espero mesmo ter conseguido atingir as expectativas e ter transformado isso em uma ótima experiência para todos e nem vou citar os users porque é tanta gente maravilhosa e tanto comentários incrível que eu correria o risco de ser injusta com alguém.

Para quem está me perguntando sobre novas fics, eu tenho duas fics Larry em andamento: Blue Strings e Enlace (que também é abo). Eu vou me dedicar totalmente a elas agora, principalmente porque esse ano eu vou trabalhar e meu tempo vai ser curto. Mas eu já tenho ideia para pelo menos duas fics Larry e uma delas será abo. Eu não posso falar quando vou postá-la, mas ficaria feliz se vocês me acompanhassem em minhas próximas histórias, além das duas que eu já escrevo.

No mais, novamente obrigada, espero mesmo que tenham gostado <3
XO

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