Isabella
Hospital é muito chato! Ficar olhando para essas paredes brancas, teto branco, tudo branco, me deixa angustiada. Será que não podem colocar uma corzinha pra alegrar o ambiente? Estava distraída, que só ouvi a porta abrindo de uma vez revelando Diego, Thiago, Alan e por último o Erick, que revirou os olhos olhando pros meninos.
— Vocês poderiam ser civilizados no hospital — falei rindo.
— O Thiago que me empurrou. Bom dia, Bella! — Diego beijou a minha testa.
— Era eu que ia dar bom dia primeiro — Thiago revirou os olhos.
— Para as duas crianças! Como você está, Isa? — Alan me abraçou com cuidado.
— Estou ótima! Acho que já posso sair desse hospital chato. Por que a Agatha não veio? — Thiago arregalou os olhos.
— Esqueci dela lá fora, vou... — foi interrompido pela porta se abrindo.
— Obrigado por me deixarem lá fora, idiotas. Oi, Isa! — me abraçou.
— Desculpa, amor, foi sem querer — coçou a nuca.
— Cadê o Marcelo, Danilo e o Júlio? — Diego questionou.
— Ninguém madou trazer os três patetas — Agatha se sentou no sofá.
— Era para não vir lugar vazio no táxi, só espero que eles não agarrem nehuma enfermeira — Erick falou e todos nós rimos.
— Meus pais estavam lá fora quando vocês chegaram? — assentiram.
— Vamos ficar a manhã aqui com você enquanto eles descansam no hotel que se hospedaram, eles disseram que seu irmão está chegando daqui à pouco.
— Não era necessário o Júnior vir do Rio para me ver.
— Ele se preocupa contigo, baixinha — a porta se abriu.
— Ufa, até que enfim encontramos o quarto! — Danilo entrou com Júlio e Marcelo.
— Aonde vocês estavam? — Diego olhou para eles.
— Marcelo quis ir na lanchonete e ele come tão lento que é capaz da gente dormir e acordar e ele ainda estar comendo — Júlio explicou.
— Eu gosto de saborear a comida! Qual é a graça de comer rápido e você nem sentir o sabor direito do alimento? — perguntou sendo óbvio.
— Até que enfim ele disse alguma coisa que preste, já que o caminho até aqui não falou nada de interessante — Agatha zombou.
— Oi, mana! — Júnior entrou falando e olhou pro pessoal — Por que só tem garotos aqui? — arqueou uma sobrancelha.
— Será que eu sou um garoto e não estou sabendo? — Agatha franziu a testa ofendida.
— Oi, Júnior! — sorri.
— Você está bem? — me abraçou.
— Estou bem. Já posso ir embora? — questionei esperançosa.
— Amanhã à tarde você vai ter alta, mas vai pra casa.
— Ah não, eu quero voltar pro acampamento.
— Impossível você voltar pro acampamento, para de ser teimosa — Thiago murmurou sério.
— É mesmo! Eu vou no hotel resolver umas coisas com o nosso pai e volto daqui à pouco, vê se não aprontam nada — olhou para todos no quarto.
— Nem somos bagunceiros — Alan deu de ombros.
— Imagine se fossem — Júnior beijou minha testa e saiu do quarto sem falar com mais ninguém.
— Não falem muito alto — assentiram.
Peguei meu celular e mandei uma mensagem pro Erick, mesmo ele estando aqui no quarto.
Por que está tão quieto?
Acordei meio lerdo hoje
Mais que o normal?
Até por mensagem você é engraçadinha, né?
Vai falar que
eu estou mentindo?
Está sim!
Olhei pro Erick e ele estava sorrindo olhando o celular, me olhou e andou até a beira da minha cama.
— É tão bom ti ver sorrindo, pequena — fez carinho no meu rosto.
— É que eu estou feliz de ver vocês aqui — sorri de lado.
— Cecília queria vir, só que não é muito bom grávida no hospital e o Daniel é muito preocupado — explicou.
— Ele só quer cuidar do filho, eu acho muito fofo a preocupação dele com a Cecília.
— Tudo vocês garotas acham fofo — riu.
— O que você está falando das garotas, Erick? —Agatha olhou para ele.
— Eu disse que acho fofo a preocupação do Daniel com a Cecília, aí o Erick falou que tudo as garotas acham fofo — cruzei os braços.
— Vou ter que concordar com ele pela primeira vez na vida — Diego falou.
— Garotas tem medo de tudo — foi a vez do Júlio falar.
— Do que vocês tem medo? — Marcelo olhou para mim e para a Agatha.
— Eu tenho medo daquelas baratas com asas, além do inseto ser assustador, ele ainda tem asas. Isso é horrivel! — rimos do jeito engraçado que ela falou.
— Eu acho que não tenho medo de nada — respondi, eu queria responder que tenho medo do meu ex-namorado maluco, mas eu não quero falar dos meus problemas com o pessoal.
— Nem de altura? Barata? Cobra? Largatixa? A minha namorada tem medo da maioria dos animais, um pouco eu acho que é exagero — Danilo comentou.
— Achei que todos os amigos do Erick eram solteiros, pelo menos um se salvou — Agatha murmurou surpresa.
— Eu tenho uma curiosidade sobre a Agatha e a Isabella — Marcelo se levantou, como se pedisse atenção.
— Qual curiosidade? — Agatha perguntou confusa.
— O que nerd's como vocês fazem fora da escola? — todos olharam para ele.
— O que você acha que fazemos? — arquei uma sombrancelha.
— Vou ser sincero. Para mim vocês passam dia e noite estudando, porque acho impossível alguém ser tão inteligente quanto vocês.
— É um tapado mesmo, não é porque somos inteligentes que a nossa vida é só de estudos, fazemos coisas que qualquer pessoa faz — Agatha revirou os olhos, ela não estava bem hoje.
— Tipo o quê?
— Vamos ao shopping, cinema, academia, parque... tudo que um ser humano faz — dei de ombros.
— E ainda pratica Longboard, Isa — Alan acrescentou.
— Uma garota? Em que modalidade? — Marcelo arregalou um pouco os olhos.
— Cruising e Downhill Slide.
— Desce ladeira? Ja ganhou meu respeito.
— Até uma garota é mais corajosa que você, Marcelo — Danilo zombou.
— Não é questão de ser corajoso, só não quero machucar o meu corpinho lindo — se gabou.
— É só usar equipamento de segurança — Diego disse o óbvio.
— Um dia eu desço! Agora eu vou lá comer alguma coisa que eu já estou com fome — saiu do quarto.
— Eu vou lá comer uma coxinha — Diego se levantou.
— Trás uma escondida pra mim? — perguntei animada.
— Nada de coxinha, Bella — saiu.
Os outros saíram também, só Erick que ficou comigo, ele se deitou do meu lado na cama.
— Até que é macia essa cama — me deitei.
— Sim. Eu quero uma coxinha! — choraminguei me virando para ele, tomando cuidado com a minha perna.
— Quando você sair do hospital, você come, eu levo na sua casa se quiser — beijou a ponta do meu nariz.
— Vou comer umas trinta — ele riu.
— Você aguenta comer tudo isso?
— Talvez, mas não duvide — rimos.
— Posso ti beijar? — assenti.
Nos beijamos calmamente. Eu adoro esses momentos, só nós dois, queria tanto que fosse assim sempre.