~ Leah On~
Minhas mãos tremiam um pouco, estava apreensiva., respirava profundamente. Ao meu lado Sam arregalava os olhos para mim. Entendi o recado, capturei meu Buda interior, tentei parecer normal e relaxada. E não durou nem um minuto. O segurança segurou a ''minha'' identidade nas mãos, olhou-me sem muito critério e liberou-me para a revista.
Alguns passos depois, uma mulher parruda olhou o conteúdo na minha bolsa e depois passou o sensor de metais por cima do meu corpo. E segundos depois eu já ia de encontro aquele lugar que era menor do que eu imaginava e ao mesmo tempo grandioso. Tinha três andares em forma de quadrado, com sacadas com vista para o centro do palco ao qual um DJ já tocava.
Mesmo do solo dava para ver as pessoas dançando ao som da batida. Senti que viria muitas vezes mais naquele lugar.
- Uau, isso aqui é demais - Sam comentou logo atrás de mim- Vamos para o segundo andar, Caleb está lá.
Subimos às escadas e não demora muito avistamos Caleb, ele está conversando com um cara e uma garota.
Quando estávamos a poucos passos de chegar, ele nos avistou e veio nos cumprimentar animado, até demais. Logo avistei que ele estava com uma long neck de cerveja nas mãos.
- Gente, esses aqui são a Emma e o Peter - Nos apresentou ao casal e depois apontou para nós- Sam e Leah. - Falamos com o casal.
- Vocês fazem um par bonito- Elogiei.
- Vocês também. - eles rebateram, e Sam e eu rimos.
- Não somos namorados. - respondemos quase juntos.
- Ah nós também não - A garota disse sorrindo- Na verdade, gostamos da mesma coisa. - piscou para o seu amigo.
Era bem isso comigo e Sam então de cara nos demos bem com aquele casal de amigos. Eles já haviam terminado o ensino médio, eram de Dublin, mas agora estavam viajando pela Europa com seu canal no youtube, faziam vídeos sobre viagens e outras coisas legais.
Eu me dei bem com eles, mas não tanto quanto Sam se deu bem com Peter. Acho que era a primeira vez que acho que indiretamente falando, ele podia ser mais quem ele é. Não sei como, mas ele não precisou dizer nada, Peter parecia já saber de sua preferência, já que logo logo eles estavam conversando sozinhos.
- Vou no bar pegar mais uma rodada okay? - Emma informou e saiu.
Olhei para Sam e Peter, os dois estavam tão envolvidos, eu estava vibrando por dentro. Peter tinha os cabelos escuros e olhos castanhos penetrantes. Muito bonito mesmo. Meu melhor amigo merecia ser feliz e quem sabe dar uns beijos em alguém real.
- Você está diferente hoje Leah- Caleb comentou enquanto eu cantarolava a música que estava tocando.
- Eu queria mesmo ser outra pessoa ás vezes. - Quase soou como um desabafo.
- Então seja. Reconstrua-se. - ele apoiou-me. Olhei-o com gratidão nos olhos.
- Valeu. Sinto muito pelo lance com a Oliv- ele colocou os dedos em meus lábios impedindo que eu terminasse o nome dela. Uau. Alguém estava na sofrência.
- Não quero falar disso hoje- pediu, logo Emma chega com vários shots de tequila. Cada um pegou um dos copinhos então Caleb levou o seu e disse- À sermos novas pessoas todos os dias!!! - sorri e bebi. Aquele líquido desceu queimando tudo e ao mesmo tempo acendendo várias e várias células pelo meu corpo. - Vamos dançar?
À outra Leah pensaria por alguns segundos, mas a que eu queria ser, apenas segurou na mão de Caleb e o acompanhou até a pista de dança. Segundo Caleb, a pista mais animada parecia ser a da parte de baixo, então descemos.
Ficamos praticamente em frente à bancada do DJ, a batida eletrônica tinha dominado nossos corpos. Era tão bom pular e dançar loucamente como se estivesse sozinha em meu quarto.
Em determinado momento vi que Caleb não tirava mais os olhos de mim e não sei o que estava se passando comigo mas eu também não queria tirar os olhos dele.
Cada milímetro da sua aparência estava exaltada e Caleb Black nunca foi tão atraente à mim como estava sendo naquele momento. Acho que alguma onda elétrica estava envolta dos nossos corpos, ou talvez era magnetismo. Não sei. Era inexplicável. E dançando fomos nos aproximando cada vez mais e quando vi eu estava rebolando de costas para ele, seu corpo me tocando, suas mãos em volta da minha cintura, movendo-se sinuasamente sobre meu vestido.
Seu queixo tocou meu ombro e logo seus lábios encostam na minha nuca. Sua mão desce pelos meus braços. E nem cogito algo diferente, por que não? Por que não ficar com alguém tão lindo como aquele garoto?
Dançamos tão colados que parecíamos apenas um, a música avança e eu me sinto tão tontamente feliz. Então com um rápido giro pela pista, meu rosto congela. Mas congela mesmo, assim como todo meu corpo. Então pisco meus olhos algumas vezes.
Será que eu tinha desmaiado em algum canto e agora estava tendo alucinações?
Infelizmente não.
-Ouço no fundo, a voz de Caleb perguntando o que foi, mas eu estava parada, e suas mãos aos poucos já não estavam mais em mim. E à alguns metros de distância, do outro lado da pista, encostado em uma parede ao redor de alguns caras que conversavam animados, estava Ben. Ben.
O que diabos ele estava fazendo ali? Ah não. Eu era a menor de idade, eu que não devia estar ali. Ele olhava diretamente para mim, sem esboçar nenhuma reação evidente, só olhava. Eu já estava tremendo.
Após algum tempo consegui raciocinar. Precisava sair dali.
- Caleb, vou ao banheiro. - falei e obviamente estava com cara de quem viu um fantasma porque ele olhou como se eu fosse ter uma ataque epilético no chão a qualquer momento.
- O que está sentindo? - perguntou preocupado.
- Pode por favor dizer ao Sam que estou no banheiro? - pedi e ele assentiu.
E então saí disparada entre as pessoas, precisava de algum ar. Meu coração pulava, achei qu fosse infartar.
Assim que alcanço a saída e inspiro uma boa quantidade de oxigênio, não demora nem trinta segundos e já ouço aquela voz atrás de mim. Vejo um táxi atravessando a rua e eu só queria que ele parasse bem onde estou e eu me jogasse para dentro dele.
Não aconteceu.
- Leah... O que você está fazendo aqui? - Ben perguntou, e agora sei o que ele estava pensando e sentindo. Ele estava... Chocado.
- Eu só vim me divertir um pouco. - respondi sem encará-lo. Até que suas mãos tocam meus ombros, ah aquele toque. Não existia nada que tivesse tanto efeito sobre mim do que senti-lo me tocando.
Virei meu corpo e pude enfim encará-lo de frente. Ele estava tão bonito, com aquela camisa social com alguns botões abertos, os cabelos jogados para trás. Era tão difícil estar ali e ainda mais falar com ele.
- Isso aqui é uma boate em outra cidade, para maiores de idade, isso aqui não é lugar para você, e olha só como você esta vestida... - Arregalei os olhos. Eu estava com um vestido curto justo ao meu corpo e um pouco decotado, mas ele não podia falar daquele jeito comigo.
- Vai dar uma de machista agora e falar da roupa que visto, ''tio'' Ben- falei ironicamente a palavra tio.
- Você sabe que não é isso. Eu só... - ele passou as mãos em seus cabelos- Eu nem sei mais quem você é.
- Eu sou apenas uma garota que quer se divertir, ''tio'' Ben. - respondi novamente.
- Para de me chamar de ''tio'', já sei que não é isso que sente à meu respeito. - ele soltou o ar.
- Não é mesmo. Mas eu vou fazer o que?- quase gritei. Agora eu já estava nervosa, sentia meus batimentos cardíacos acelerados.
- Leah, por favor... - ele pressionou seus olhos. - Não queria que nada disso tivesse acontecido.
- E você acha que eu quis isso? - Olhei-o e pronto... Meus olhos já estavam lacrimejando. Que palhaçada. Eu nunca choro mas quando envolve Ben parece que eu sou um rio de lágrimas, não consigo evitar e me sinto uma idiota toda vez que choro em sua frente.
Não demorou nada para eu afogar-me em tudo que eu sinto. Sinto Ben envolver meu corpo em um abraço, desabei mais ainda.
- Sinto muito.- falei entre os soluços.
- Oh Leah, isso também está sendo difícil para mim. Você não imagina o quanto. É muito difícil...- Sussurrou ao pé do meu ouvido- Depois do nosso beijo... Algo em mim mudou.
A forma como ele dizia aquilo de forma tão dolorasamente lenta como se sentisse cada palavra. O que aquilo significa?
- Ben, o que... - tentei olhá-lo nos olhos mas ele encarou o chão.
- Vamos para casa comigo. - ele pediu e eu somente assenti. - Se quiser despedir-se dos seus amigos, podemos ir.
- Não, tudo bem. Eu quero ir com você.
Avisei à Sam por mensagem que estava indo embora. Talvez ele ficasse bravo por eu ter ido sem ele, mas eu só queria ir com Ben. Naquela noite, eu fui outra pessoa e vivi coisas que nunca imaginaria viver e agora, a forma como as palavras de Ben foram sussurradas, eu juro que nem sei mais que eu sou e nem o que fui.
Subi em sua moto e fiquei feliz por poder tocar seu corpo sem nenhuma culpa. Segurei em sua cintura e apoiei minha cabeça em suas costas. Ainda gogitava a possibilidade de ter desmaiado em algum canto da BlueLights e estar delirando até agora.
Achei que a gente tinha chegado em casa mas quando abri os olhos, era só uma curva próxima ao penhasco e uma enorme lua.
- Por que parou aqui? - perguntei.
- Sei lá... Sabe Leah, nunca pensei que ia estar em uma situação como essa mas - Falou sem sair da moto- Quero que não importa o que aconteça, a gente nunca pare de se falar ou fique bravo um com o outro, okay?
- Sim. Eu não quero nunca ter que ficar longe de você.
E depois dessas palavras seguimos até nossa casa. Só quando cheguei lembrei-me que havia dito que dormiria na casa de Sam.
- Eu falei que dormiria na casa do Sam hoje. - falei com Ben.
- Seus pais foram dormir cedo, eu digo a eles que você chegou antes de eu sair. Fique tranquila. - Aquele seria nosso primeiro segredo... Ah não, talvez nosso segundo ou terceiro.
- Obrigada. Boa noite-. - falei e ele me puxou para seus braços novamente, inspirei fortemente para capturar seu cheiro. A minha maior vontade era dormir ao seu lado. Mas claro que aquilo não poderia acontecer.
- Bons sonhos.
Ele disse.
Nem precisaria sonhar naquela noite. Parecia que eu já estava sonhando faz tempo. Deitei na minha cama e demorei umas boas duas horas para pegar no sono.
Leah Off
~ *****~
O fim de semana passou voando. Logo Sam já estava sendo despertado de seu sono pelo seu celular. A música que escolheu por gostar muito, agora já era uma das que mais odiava. Afinal, aquele barulho lembrava que ele tinha que acordar cedo e por si só já era um motivo para ter raiva da canção.
Tomou um banho quente e por mais que tivesse que ser rápido, aquele pequeno tempo sozinho em sua intimidade foi o bastante para fazê-lo lembrar da BlueLights. Era estranho a possibilidade de uma simples saída no sábado à noite havia feito em sua vida.
Pela primeira vez sentiu que alguém podia lê-lo mesmo sem conhece-lo. A identificação com Peter foi tão natural, logo os dois já pareciam conhecer-se à anos. Era uma sensação que Sam amou ter. Poder conversar com um homem a noite inteira, um homem gay, assim como ele.
- Samwell!!! Você vai acabar a água quente da casa? Isso lá é hora para ficar fazendo essas coisas? Sei que os hormônios nessa idade...
- PAI!!! - Sam gritou como um pedido de socorro para que seu pai parasse de falar. - Já estou saindo.
Em alguns minutos, ele já estava pronto. Colocou mais um casaco e sua touca já que especialmente naquele dia estava fazendo muito frio.
- Vamos, eu te levo- Louis disse após seu filho comer o cereal.
E logo já estavam no carro.
- Como foi ontem no cinema?- O pai perguntou enquanto saía da garagem. Sam demorou um pouco para assimilar o que na cabeça de seu pai havia acontecido no dia anterior.
- Oh, foi ótimo. - ele disse.
- Como vão as coisas com a Leah? - ele perguntou e o filho franziu as sobrancelhas.
- Como assim?
- Ué, você sabe, talvez agora que já estão mais velhos possam oficializar isso.
- Pai... - olhou-o- Leah e eu não temos nada, e nunca vamos ter. - seu pai arregalou os olhos ao ouvir isso.
- Uau. Que incisivo. Desculpa se eu fui intrometido, mas é que achei mesmo que fosse vingar. Qual o motivo? Ela não faz seu tipo?
- É... Definitivamente ela não faz meu tipo.
A conversa parou por ali. Louis percebeu algo diferente no tom de voz de seu filho. Logo eles estavam na porta da escola.
- Tchau pai, bom trabalho.
- Have fun. - Louis disse.
Sam riu internamente, a última coisa que ele iria fazer naquela escola em plena manhã de segunda-feira era divertir-se. Mas encontraria Leah, queria muito falar sobre a festa e sobre Peter pessoalmente, já que depois da festa não puderam mais se encontrar. Não demorou muito estava com sua amiga.
Leah chegou na escola junto com seu irmão.
Charlie estava relaxado, havia passado o fim de semana na fazenda de uns amigos. Havia dito um tempo para pensar. Havia concluído que alguns acontecimentos foram apenas confusões mentais e deviam ser deixadas para trás.
As aulas passaram lentamente.
Miller gritou aleluia mentalmente quando o sinal os liberava para sair. Ele tinha que encontrar uma garota. Foi animado até o ponto que marcaram.
- Oioi meu baby- ela disse ao vê-lo e abraçou-o. - Como você consegue ficar mais bonito a cada dia que passa?
- Olha quem fala. Você está maravilhosa, Emma. - ele a elogiou.
A garota irlandesa conhecia Charlie a algum tempo, sempre quando ela vinha para Holmes, os dois ficavam. Pediram uns petiscos no Outback e ficaram conversando.
- Está aproveitando a viagem? - ele perguntou acariciando sua mão.
- Oh sim, sábado fui na BlueLights, já ouviu falar? Não fica em Holmes, mas é até perto daqui. Uau, que lugar. Encontrei até o Caleb lá. - falou lembrando da ótima noite que teve.
- Hummm... Caleb não é? Vocês... - olhou-a maliciosamente.
- Nada. Aparentemente ele estava mais interessado em uma amiga que ele encontrou lá. Aí eu passei a noite toda segurando duas grandes velas, mas foi divertido. - riu.
- Por que duas?
- Sabe o Peter? Meu melhor amigo do canal? - Charlie assentiu- Caleb além da amiga também tinha encontrado um outro amigo também e aí esse cara e Peter simplesmente não se desgrudaram a noite toda. - Miller ficou intrigado com um detalhe.
- Não sabia que Caleb tinha amigos gays. - afirmou.
- Sério? Mas esses dois eram dua sua escola- Emma bebeu um pouco de sua Coca- Eram Leah e Sam.
Charlie se engasgou com sua própria saliva.
- O que? Leah e Sam eram os amigos de Caleb que foram na Bluelights? - Emma confirmou com a cabeça.
- Pessoas maravilhosas. Acho que Peter está até apaixonado. - ela comentou e ao olhar o garoto à sua frente notou que algo claramente o perturbava. - O que foi?
- Hã? - ele falou atordoado- Nada Emma, eu acho que preciso ir.
- O que?
- É... Sei lá.
- Charlie, me fala, eu fiz algo de errado? Você conhece esses dois?
- Ah sim, pode apostar que eu conheço. - falou, lançou algumas notas sobre a mesa, esgueirou-se e deu um beijo na bochecha da garota- Nos vemos, eu te ligo. Desculpa mesmo. Tenho que ir.
E somente saiu.
Só quando pisou na calçada, conseguiu sentir de verdade aquela sensação. Por que diabos seu peito queimava daquela forma?
Continua...
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Vai toma
Segurem esse capítulo!!! Ai gente scrr estou parecendo uam retardada com essa históriaaa, estou apaixonada demais
Estou curtindo minhas férias já, dormindo, vendo séries, quero me distanciar um pouco de algumas redes sociais, MAS o Wattpad não faz parte disso. Quero mais é ele juntinho e vou aproveitar para postar sempre um caps novo para vocês
Enfim
Deixem estrelinhas, tipo umas 555 <3
Comentem
Bjoooooes no coração de cada um de vocês
All the love
Drica