EVELYN
Caminho ao lado do Benjamin e tento passar pelo Wesley ignorando ele a todo custo. Aperto o braço do meu acompanhante e abaixo o meu olhar para não encarar ele. O barulho das vozes conversando pelo jardim aumenta mais a minha tensão. Minha vontade era sair correndo e voltar para o quarto do hotel e me esconder debaixo das cobertas e chorar muito. Mas não vou fazer isso, há muito tempo eu deixei de ser uma adolescente para tomar decisões tão infantis.
Eu sou uma mulher, e por isso eu tenho tomar atitudes de uma mulher, e não ficar chorando por alguém que não me merece. Vou tentar não chorar, mesmo que eu tenha vontade de chorar. Posso agir perto dele como se nada tivesse acontecido. Essa é a pior vingança, ignorar e fingir que nada aconteceu que mesmo depois de tudo eu continuo a mesma mulher de antes.
Lamentações não servem para nada, porque não vai mudar absolutamente nada. Infelizmente ele não me forçou a nada, eu fiz por livre espontânea vontade. E eu sabia que isso ia ter consequências, só não imaginava que aquele bipolar iria me humilhar daquela forma, pois eu não fiz nada para que ele fizesse aquilo.
Um maldito homem enviando das trevas do inferno chama o Benjamin que me pede desculpas e mandou ele eu esperar ele que ele volta logo.
Fico plantada no mesmo lugar e esperando o Benjamin, eu não vou entrar dentro da casa, pois eu não conheço ninguém que vai estar lá dentro.
— O que você está fazendo aqui? — Me assusto ao ver o Wesley ao meu lado segurando no meu braço com força.
— Solta o meu braço. — Digo retirando o meu braço do aperto da mão dele. — Não é óbvio o que eu estou fazendo aqui? Eu vim para a festa. Acho que eu vou ter que te fazer recordar que aquele senhor convidou todos que estavam na mesa para a festa.
— Mas você é uma simples secretária. E ainda veio acompanhada por aquele idiota. — Diz me olhando com fúria. — Pensei que ia esperar pelo menos alguns dias para dormir com outro homem.
Levanto a minha mão e bato na cara dele com deixando os meus dedos marcados.
— Idiota é você. — Falo baixo para não chamar a atenção das pessoas que estão no jardim. — Nunca mais me diminua ou ache que eu sou uma qualquer. Pois você sabe muito bem que eu não sou nenhuma qualquer. Até porque eu era virgem até ontem. — Digo olhando para ele com muito ódio do mesmo.
Ele se aproxima mais.
— Não venha se fazer de vítima porque ontem à noite você gostou muito do que eu fiz com você minha querida. — Sussurra no meu ouvido e me deixa no mesmo lugar paralisada com o que ele teve coragem de dizer para mim.
Idiota.
Observo ele ir para direção contrária do jardim onde tem uma enorme piscina e tem muitas pessoas conversando animadamente. Não posso negar que até o modo de andar dele é bastante sexy, ele possui um charme único.
Aquele idiota é tão lindo, tão irresistível que chega a me dar uma raiva enorme. Eu queria tomar raiva da cara dele, nojo, mas no fundo eu sei que eu não daria conta de sentir esses sentimentos por ele. Mesmo depois de tudo. Eu me senti bastante humilhada com o que ele disse, ele quis me diminuir pelo fato de ser secretária e depois insinuou que eu estaria dormindo com o Benjamin.
Muitas mulheres bonitas estão perto da piscina onde o Wesley está. Não mulheres "normais", mas sim aquelas mulheres que parece que saíram de uma revista de moda. Mulheres com o corpo e o rosto exuberante. Acho que se eu fosse comparada com elas eu seria o patinho feio. Porque eu estou bem longe de ter a beleza que elas possuem.
Eu não me considero feia, mas também não me considero bonita. Pois a minha beleza é normal, nada muito atraente, eu me acho completamente sem sal.
Benjamin vem sorrindo até mim.
— Desculpe por te deixar aqui. Prometo que não vou fazer isso novamente Evelyn. Ainda bem que o Wesley veio conversar com você. — Diz tocando nas minhas costas e me guiando para dentro da enorme casa.
Se ele soubesse o que o idiota me falou.
— Sim. — Respondo com um sorriso fraco nos lábios.
Um garçom com uma bandeja passa por nós.
— Quer algo para beber? — Ele me oferece uma taça de champagne.
— Eu não bebo bebidas alcoólicas Benjamin. — Digo negando a bebida que ele me ofereceu.
— Inacreditável.
— Claro que não. Eu só não gosto de beber bebidas alcoólicas.
— Só fiquei surpreso ao ver que ainda existe pessoas que não bebem bebidas alcoólicas. — Ele toma um gole da bebida que está dentro da taça que esta nas mãos dele. — Você realmente é diferente.
— Não. — Sorrio. — Ainda existi muitas mulheres como eu, mas vocês homens só ligam para a beleza e sempre escolhem mulheres fúteis. Mulheres que são bonitas apenas no exterior, mas no inteiror são horríveis. Vocês são muito bobos, se acham inteligente mas não são quando o assunto é mulheres. Vocês acha que conhecem as mulheres, acreditam quando uma mulher finge estar interessada, mas na verdade só estão interessada na conta bancária sem nenhum amor.
Ele me olha com o rosto ruborizado.
— Creio que você está certa. As vezes nos deixamos enganar.
— Essa festa é em comemoração à que? — Pergunto observando as pessoas andarem de um lado para o outro.
— Comemoração a nova sede da empresa dele que ele abriu aqui em Londres. — Ele sorri e coloca as mãos no bolso da calça. — Ele é dono de várias empresas na área de telemarketing.
— Ou seja, ele é muito rico. — Constato.
— Sim. — Ele pega na minha mão e me arrasta até a porta da cozinha onde da acesso ao jardim dos fundos, onde tem a piscina é onde está o maldito.
Sorrio para todos que passam pela gente. A primeira pessoa que vejo é o Wesley que está cercado por mulheres.
Tento não deixar transparecer a minha raiva por ver ele com tantas mulheres. Não é ciúmes, mas eu não gostei. É muito feio um homem ficar com tantas mulheres ao redor, não mulheres normais, mas sim as modelos que de longe se percebe que são mulheres fáceis e que só querem um homem rico para sustenta-las nos caprichos .
Torço meu nariz e olho para baixo e começo a encarar a água branquinha e cristalina da piscina.
Sou surpreendida quando vejo que o Benjamin está caminhando para onde o idiota está com as mulheres. Para o Benjamin não estranhar eu continuo seguindo ele de cabeça baixa.
— Oi Benjamin. — Wesley fala na maior cara de pau, como se não tivesse chamado o pobre Benjamin de idiota há minutos atrás.
— Olá Wesley. Vejo que você está muito bem acompanhado. — Benjamin diz olhando para as quatro mulher ao redor do Wesley.
— Sim. Eu estou muito bem acompanhando. — Ele puxa uma ruiva pela cintura.
Minha vontade era de vomitar.
Nojento. Eu estou com nojo da cara dele, esse idiota só está fazendo isso para conseguir me atingir. E devo dar os parabéns à ele, porque ele conseguiu.
Nunca imaginei que ele seria tão baixo ao ponto de me fazer ciúmes idiotas com mulheres idiotas como ele.
— Eu quero ir embora. — Sussurro no ouvido do Benjamin para que o tosco do Wesley não escute. — Eu não estou me sentindo muito bem.
— Mas ainda está cedo.
— Por favor. — Imploro.
— Ele tem razão Evelyn. — O idiota se pronuncia. — Ainda está muito cedo.
— Você fica calado pois eu não pedi a sua opinião. — Aponto para ele que ainda está agarrado a ruiva. — E você — Aponto para o Benjamin. — se não me acompanhar eu irei de táxi.
Saio andando como um furacão.
Se eu ficasse mais um segundo olhando para o Wesley eu juro que iria degolar ele e a ruiva. Isso que eu sou uma pessoa que se controla bastante mas quando estou perto do Wesley todo o meu autocontrole vai embora.
Como eu o odeio.
Sinto a mão no Benjamin me segurar pela cintura, ele sorri e me guia para fora da casa. Fico contente que ele não tenha ficado com o babaca, mas sim me acompanhado. Caminhamos até o portão de entrada e tive que aguentar o Benjamin parando a todo momento para que cumprimentar alguém. Isso me irritou bastante, porque quanto mais tempo eu fico nesse lugar mais eu tenho vontade de voltar e matar o Wesley.
Entramos no carro em silêncio. Se ele tiver um pingo de inteligência vai perceber que o clima entre eu e o Wesley — meu chefe. — não está nada bem.
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— Obrigado por me trazer. — Digo descendo do carro. — E me desculpe por não esperar até o final da festa.
Ele sorri.
— Por nada. Mas eu acho que a gente poderia marcar para sair outro dia.
— Pode ser. — Digo sorrindo. — Gostei da sua companhia. Você não é tão idiota quando pareceu ser na reunião.
— Você me achava um idiota?
— Sim. Você ficou dando em cima de mim descaradamente. Aquilo não foi nem um pouco bom Benjamin, você queimou o seu filme comigo, mas por sorte conseguiu recuperar isso hoje. Mostrando que também pode ser alguém bastante agradável.
Ele segura na minha mão.
— Eu só estava brincando com você Evelyn. Não era para ter levado a sério.
— Mas eu levei. Não gosto daquele tipo de brincadeira Benjamin. — Faço uma careta engraçada para ele.
— Então minhas sinceras desculpas querida. Quando você vai voltar para Nova York Evelyn? — Pergunta.
— Eu ainda não sei. Ainda temos mais duas reuniões, e não sei que dia elas vão ser, pois as pessoas que vão participar ainda não confirmaram presença, então eu tenho que aguardar a resposta deles para marcar a reunião. Então eu acho que vai ser no máximo daqui uma semana, mas eu acho que vamos embora bem antes.
— Ah sim.
— Já vou entrar. — Abraço ele. — Tchau.
Entro dentro do hotel deixando ele para atrás.
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Espero que gostem...💙