Acordo na manhã seguinte e penso seriamente se a noite passada foi um dos meus sonhos, eu estava apaixonada por um vampiro! E há uns meses atrás eu nem achava que esse mundo das sombras existia, eu acreditava no que minha avó acredita mas não cem porcento.
Nem eu mesma consigo compreender.
Eu não sabia que horas Justin viria, mas não me preocupei, levantei um pouco tarde e ajudei minha mãe a limpar a casa, eu com o andar de cima e ela o debaixo. Óbvio que o café da manhã foi uma bombardeio de perguntas e eu me limitei a palavras curtas, isso não a agradou mas eu não poderia simplesmente falar que tudo o que minha avó conta é verdade.
Por volta das duas da tarde eu já tinha tomado um banho e estava vestida casualmente, o clima em Forks estava parcialmente ensolarado, acho que Justin não irá vir. Eu estava fechando a janela por causa da brisa fria e no final da rua vejo seu carro em movimento.
Minha mãe estava no sofá vendo alguma série antiga, eu vestia um moletom simples e jeans escuro. Justin para o carro na entrada da minha casa e quando ele sai o raio de sol bate em sua pele e era como cristais pequenos que refletiam a claridade.
Ponho a mão sobre a boca, eu era louca. Aquilo era insano, mas era lindo, Justin estava de óculos escuros, habitual como sempre, Jeans folgados e uma camisa que cobria quase suas coxas. Ele sorri e acena pra mim e eu mexo alguns dedos retribuindo o gesto, ele vai para o hall fugindo do meu campo de visão.
Corro pegando minha bolsa jogando meu celular, carregador e carteira dentro e ouço minha mãe e ele no andar debaixo:
— Olá senhora Jackson! Eu vim buscar a Jasmine...
— Oh! Por favor não sou uma Jackson a muito tempo, entre. Me chame de Jessica, Justin certo?
— Isso. — Desço as escadas e vejo minha mãe encostar a porta atrás dela sorrindo de orelha a orelha. — Oi.
— Oi. — Minha mãe faz gestos atrás dele e eu tento disfarçar.
— Então querido, aceita um café?
— Mãe... Quem sabe na próxima okay? — Já estava ao lado de Justin tentando evitar perguntas embaraçosas, grudo em seu braço e ele entrelaça nossas mãos.
— Ok! Mas prometa-me que vira almoçar aqui em casa algum dia desses em! — Ela desiste conformada, Justin apenas assente com a cabeça e ela se despede.
— Dessa vez eu a trago antes das onze Jessica. — Ela pisca o olho para ele.
— Está tudo bem, é sábado. Divirtam-se!
Saímos de casa e meu rosto estava todo vermelho com certeza:
— Desculpe, a minha mãe as vezes é pior que uma adolescente.
— Eu gostei dela. — Ele ri e abre a porta pra mim.
— Para. — Brinco.
Não era segredo que os Cullen moravam fora da cidade, mas nunca imaginei algo como entrando na floresta Olimpic, da última vez que estive aqui eu não pude contemplar a beleza de arquitetura que era a casa deles:
— Renesmee e seus pais não moram aqui, eles moram a poucos quilômetros. — Ele explica, Justin apertado controle da garagem.
— Esse Porsche é lindo...
— Edward deu de presente pra Alice, é um modelo antigo.
— Não deixa de ser bonito. — Insisto.
Ele me leva para o interior da casa de três andares, a vista era linda, eles usaram vidros lisos em vez de parede e janelas. Um jeito único e de eles poderem ser eles mesmos.
— Carlisle e Esme estão fazendo a sobremesa, eles sabiam que você já almoçou... — Justin caminhava a minha frente.
— Alice?
— Não, não dessa vez. Foi mais um palpite! — Ele ri. — Rosalie e Emmett foram caçar.
Entramos na cozinha espaçosa, é como se eu perdesse o ar de novo, Esme e Carlisle eram dignos de estrelas de cinema, uma beleza estonteante.
— Vocês chegaram na hora certa! Acabamos de tirar a torta da geladeira. — Carlisle termina de secar o último prato e Esme toma ele de suas mãos para guarda-lo. — Sou Carlisle.
— Jasmine. — Aperto sua mão.
— Estávamos ansiosos para conhecê-la formalmente querida. — Esme me surpreende com um abraço. — Morar em Seattle tem suas desvantagens.
Olho para Justin confusa.
— Preferimos Forks, mas ainda não podemos voltar, muitas pessoas lembrariam de nós. — Carlisle explica.
— Gosta de torta de limão?
— Minha favorita na verdade ... — Sorrio.
— E a Renesmee? — Justin pergunta pra Carlisle. Esme me entrega um prato com uma fatia.
— Gosta de suco ou prefere um refrigerante?
— Suco está bom. — Respondo.
— Renesmee está com a Bella caçando. Edward está na biblioteca. — Carlisle e Justin saem da cozinha. Esme aparece no meu campo de visão toda sorridente e carismática.
— Está no segundo ano não é? — Aceno com a cabeça. Coloco um pedaço da torta na boca e acabo por soltar um gemido de contenção.
— Você pode me passar a receita depois? Isso é maravilhoso... — Esme da uma risada e eu a acompanho.
— Como está sendo tudo isso pra você?
— Parte de mim quer que eu entre em pânico e suma daqui, mas a outra parte, ela me acalma e é como se tudo isso fizesse sentido. Como se eu já fosse desse mundo entende? — Esme parecia ser uma boa ouvinte e alguém que não me julgaria. — Acho que essa parte é a qual está ligada as minhas visões... — Dou os ombros.
— Justin me contou sobre isso, como são elas?
— Intensas e bem reais, é como se eu te tocasse agora e soubesse seu passado através dos seus olhos entende? Mas isso não é uma regra, eu posso ver assim que te toquei ou quando estou dormindo, o que era mais frequente.
— Você gosta desse dom?
— Não é questão de gostar,mas sim de costume sabe? Eu me acostumei a isso, aliás antes de tudo isso eu apenas tinha com algum parente que não conhecia de algum amigo meu, eles eram bem raros.
— E agora estão cada vez mais frequentes... — Ela completa e eu afirmo, tomo um gole de suco. — Justin contou sobre sua descendência polonesa, isso está ligado também?
— Justin parece ter falado muito de mim... — Minhas bochechas coram e ela da uma risadinha e pede desculpas. — Não tudo bem, acho que Renesmee também tenha falado não é mesmo?! — Ela afirma. — Minha avó veio de lá muito nova. E ela diz que somos descendentes de bruxas, mas as que praticam curandeirismo... Ela explicou que esse dom aparece na nossa descendência não importa quantas gerações pule e eu dei a sorte.
Esme levanta da sua banqueta e vem até a mim e me abraça:
— Bem vinda a família querida.
Ouvimos risos e olhamos para a entrada da cozinha, Justin e Edward riam de algo e brincavam com as mãos, mas era tão rápido que eu mal podia acompanhar. Edward era sem dúvida muito bonito, elegante ao seu modo.
Carlisle dessa vez não os acompanhava, ele devia estar em algum cômodo dessa casa enorme:
— Jasmine...Como está?
— Estou bem obrigada... — Esme pega meu prato e copo já vazios põe na pia. Justin vem ao meu lado.
— Vem quero mostrar a casa antes que Renesmee apareça. — Ele pega na minha mão e me levanta da banqueta.
— A torta estava maravilhosa, obrigada!
— Que isso querida, vou guardar para você poder levar.
— Licença... — Peço aos dois e Justin me leva para fora do cômodo. — Esme é bem simpática.
— Ela é um amor... — Comentamos já um pouco longe da cozinha, ao subir mais um lance de escadas pude ver o quadro com chapéus de formatura. — Isso... Meu Deus eles adoram a escola? — Rimos.
— É algo para eles se divertirem, eu só entrei na onda, afinal eu nunca conclui o ensino médio. — Fomos para a biblioteca e eu pude ver alguns quadros.
— Esse são os Volturi... — Aponto para a pintura de Aro. Justin apenas abana a cabeça confirmando-me. — Aquele é o Carlisle... — Digo chocada. — Como ele se tornou, você sabe?
— Quando estava com os Volturi eles me contaram que Carlisle os encontrou, eles tentaram convencer Carlisle a tomar sangue humano mas ele se recusava. Acontece que Carlisle tinha um passado o qual levava ele a isso... Eu nunca cheguei a perguntar, mas Edward deve saber a causa. Depois que Carlisle deixou os Volturi ele encontrou Edward a beira da morte e decidiu o adotar como seu filho, logo depois ele encontrou Esme da mesma forma se assim posso dizer.
— Nossa... — Murmuro. Olho para a prateleira de livros e acabo por me encantar ainda mais, ficamos ali mais alguns minutos e Justin me leva para então o último lance de escadas que seriam os quartos.
— Este é o quarto de Alice e Jasper, Rosalie e Emmett do outro lado, de Esme e Carlisle no final do corredor onde fica o quarto de Alice... O meu é o antigo quarto do Edward, que fica na direção do da Rosalie. — Eu não chego a entrar nos quartos para não invadir a privacidade dos casais.
Porém Justin me leva ao seu quarto e percebo que ele não tinha cama, acabo me lembrando que ele tinha me dito na noite anterior.
O quarto era mobiliado por um closet, uma estante de livros e cds, tinha uma escrivaninha onde poderia ser a cama e um sofá de frente para o uma tv com playstation. O mais incrível daquilo ali era que no lugar das janelas e a parede, tínhamos o vidro, a casa toda era dividida como cômodos assim, parte da parede substituída pelo vidro:
— É lindo, ter essa vista, a cada por do sol e ao nascer... — Vou para perto da grande parede de vidro.
Justin me abraça por trás e apoia sua cabeça em meu ombro:
— Sabe o que é ainda mais lindo? Enxergar o mundo através de seus olhos. — Ele sussurra ao pé do meu ouvido.