After the dream - l.s (a/b/o)

By Wulfrico

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Enfrentar um sistema não era uma tarefa fácil. Enfrentar um sistema e lidar com os sintomas da gravidez, um c... More

Primeiros sintomas
Nossa família
Fracasso
Pequenas coisas
Preenchimento
História de família
Entregue-se a mim
Eu sempre escolherei você
Instinto paternal
Um novo desafio
Tempos de paz?
Outro golpe do ciúme
Eu perco a cabeça quando o assunto é você
Esperança nas próximas gerações
Os benefícios da paternidade
Eu anseio por você
Eu tenho idolatrado a luz em seus olhos
Obrigado por sonhar comigo
Epílogo

Energia sugada

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By Wulfrico


– O que houve? – Eu disse assustado pela situação na qual o garoto se encontrava, mas ele não respondeu.

Luke se agarrou a mim em um abraço desajeitado, deixando o restante de suas lágrimas rolarem. Harry, que estava parado atrás de mim, olhava para ambos os lados, checando se estava tudo bem e se o ômega estava sozinho.

O alfa nos conduziu para dentro da casa, onde Niall abria espaço para que sentássemos no sofá e todos olhavam apreensivos para o garoto.

– Quem fez isso com você, Luke? O que aconteceu? – Eu tentei novamente e agora, mais calmo, ele se afastou, enxugando as lágrimas na manga de sua blusa e ergueu o rosto para me ver.

– Me desculpe aparecer aqui, é que eu não tinha mais nenhum lugar para ir. Eu estava tão perdido e você foi a única pessoa que eu pensei que poderia me ajudar. – Ele disse muito rápido, tentando se justificar, embora não fosse necessário.

– Está tudo bem, fico feliz que veio até aqui. Você está entre amigos. – Ele olhou ao redor e pareceu perceber que a casa estava cheia, o que o fez corar.

– Eu não queria atrapalhar...

– Você não está atrapalhando, Luke. – Liam interveio, visivelmente preocupado e inquieto diante da situação. – Nos conte o que aconteceu. Não me diga que foi seu namorado...

– Ashton? Não! – Luke tratou logo de se retratar, livrando o namorado, o que me fez respirar aliviado, já que essa também era a minha principal suspeita. – Ele nem sonha com o que aconteceu e nem pode, eu nem quero imaginar no que aconteceria se ele soubesse. Ele é muito amável e cuidadoso comigo, por isso sempre arruma brigas por minha causa, eu não quero que isso se repita, principalmente nesse caso.

– Ele ganhou alguns pontos comigo agora. – Harry murmurou e eu assenti concordando.

– Foi o meu pai. – Luke suspirou pesado, abaixando a cabeça, visivelmente triste e eu vi Des se mexer incomodado na cadeira. – Ele nunca foi uma pessoa fácil, nunca gostou de ser contrariado e é absurdamente rígido. Sempre riu de minhas escolhas e nunca perdeu uma oportunidade de me diminuir. Ele e Ashton sempre se deram bem, mas depois que começamos a namorar, ele vive dizendo que o Ash merece algo melhor, o que faz com que eles briguem. Hoje, durante o jantar, ele chegou a desejar que eu ficasse grávido, pra esquecer todas essas "ideias" e passasse a ser um ômega decente. – Fechei os olhos, controlando minha irritação perante a ignorância do pai do garoto. – Ash e eu ficamos bravos e saímos de casa, para não brigar e piorar a situação.

Ninguém falou nada, mas eu podia imaginar que a maioria ali se recordava do meu primeiro jantar na casa dos Styles , que teve um fim semelhante.

– Quando eu voltei, eu encontrei meus pais brigando na cozinha, vi ele dar um tapa no rosto de minha mãe, dizendo que a culpa pelo que eu me tornei era toda dela. – Podia sentir a tensão da sala aumentar, vendo os alfas inquietos e os ômegas assumindo expressões horrorizadas. – Eu nunca senti tanto ódio na minha vida. – Ele ergueu a cabeça e eu pude ver seus olhos faiscarem. – Eu o enfrentei, o empurrei e tirei de cima da minha mãe, dizendo pra ela subir pro quarto e trancar a porta, mas ela não foi, ela disse que era pra eu sair de lá, que estava tudo bem. Acredita que ela disse isso? – Eu não respondi, porque embora entendesse a indignação dele, esse comportamento era bem comum entre as pessoas que sofriam violência doméstica. ­– Então a raiva dele foi pra mim e bom... – Ele não disse mais nada, só limpou o sangue seco que estava parado no canto de sua boca. – Ele disse pra eu sumir daquela casa e da vida dele, porque se ele me visse ele faria pior, minha mãe me ajudou a levantar e disse pra eu sair dali. Eu não podia ir à casa de Ashton, ele ficaria furioso se me visse assim, eu não quero que ele se machuque por minha causa.

– Luke, querido, eu sinto tanto. – Minha mãe sentou ao seu lado e o abraçou, enquanto eu trocava um olhar significativo com Harry.

– Você fez bem em vir aqui, Luke. – Harry iniciou e eu concordei com um sorriso. – Você pode ficar conosco quanto tempo quiser, nossa casa está aberta pra você.

– Eu não posso ficar, tenho que voltar. Minha mãe não pode ficar lá com ele.

– Eu sei que tudo o que você quer é tirar sua mãe de lá agora, Luke. – Eu tentava ser racional, embora, provavelmente, tivesse a mesma reação que ele se algo assim acontecesse com a minha mãe. – Mas é melhor nós todos sentarmos e decidirmos o que fazer amanhã, com a cabeça fria.

Ele estava pronto para protestar e Des, que estava recostado à mesa da cozinha parecia pronto para fazer o mesmo, mas Perrie os interrompeu.

– Nós vamos tomar meios jurídicos para resolver, Luke. – Ela se ajoelhou na frente dele, tentando passar confiança. – Vamos resolver isso definitivamente. Sua mãe irá ficar bem. É pra isso que estamos todos aqui.

– Isso, confie neles, Luke. – Niall interferiu. – Agora o melhor a fazer é limpar o rosto e dormir. Amanhã você liga para o seu namorado, ele vem até aqui e todos decidem com calma o que fazer.

Ele parecia um pouco mais calmo agora, embora fosse visível que não estava confortável com essa decisão e eu nem o julgava por isso. Logo todos haviam partido, Lottie e Gemma foram para o quarto e eu fui ajudar o garoto a se ajeitar em um dos quartos restantes da casa.

– Me desculpe por atrapalhar a festa. – Ele disse baixinho, já deitado sob os lençóis.

– Não era exatamente uma festa, só estávamos comemorando uma boa notícia. Mas você não tem pelo quê se desculpar, eu fico aliviado em saber que você está aqui e está bem.

– Você está grávido? – Eu respondi a sua pergunta com um aceno de cabeça e ele se permitiu abrir um sorriso. – É realmente uma notícia para se comemorar, estou até invejando esse bebê por ter pais tão legais. – Eu senti minhas bochechas corarem pelo elogio. – Agradeça ao Harry por me deixar ficar aqui.

– Como ele disse, você pode ficar o quanto quiser.

Ele agradeceu novamente e eu sai do quarto, deixando que ele dormisse. Harry estava sentado na cama, encostado na cabeceira e com um livro na mão, que ele abandonou assim que eu entrei no cômodo.

– Estou tão cansado... – Comentei sentando na beirada da cama e tirando os sapatos. – Sem força até para trocar de roupa.

– Eu não me importo nem um pouco que você durma sem roupa alguma. – Ele abriu um sorriso malicioso e eu ri baixinho.

– Estou tão cansado que nem a ideia de fazer sexo me anima.

– Levando em consideração que você parece mais um híbrido de coelho do que de lobo, isso é realmente preocupante. – Eu gargalhei e ele me puxou para seu colo, me ajeitando entre suas pernas, deixando uma de suas mãos acariciar meu ventre ainda sem qualquer sinal da gravidez. – Toda essa história com Luke te sugou as energias, não foi?

– As energias e a felicidade. – Eu encostei minha cabeça em seu peito para ouvir as batida de seu coração, pois sempre funcionava como um calmante para mim. – Eu odeio saber que isso acontece e sempre vai acontecer, mas quando é com alguém tão próximo a mim parece pior, sabe? Eu me sinto ainda mais incapaz, como se nem nadar contra a corrente eu pudesse mais, eu só fico parado, sentido a água bater em mim e me afogar.

– Eu sei que não é fácil e que você se culpa quando coisas assim acontecem, mas você está longe de ser incapaz, amor. – Seu timbre desceu uma oitava, para aquele timbre rouco e calmo que eu tanto amava, e eu também já podia sentir, pela proximidade e união que tínhamos, que nossos corações batiam no mesmo ritmo. – Você está ajudando o Luke e vai ajudar ainda mais, é claro que o que aconteceu foi horrível, mas seria ainda pior se ele passasse a vida toda sendo reprimido pelo pai, não acha?

– Bom, pelo menos ele tem a nós dois e o Ashton. – Eu suspirei pesaroso.

– Por falar nele. Eu quero estar por perto quando ele descobrir o que aconteceu. – Eu o encarei confuso e ele explicou. – Por uma questão de segurança. Sei que assim como eu ou Liam, ele é controlado e amável, mas quando os alfas são submetidos a uma emoção tão forte quanto descobrir que nosso ômega foi machucado, é difícil controlar os instintos. É bem provável que ele tenha uma reação ruim e até violenta, quero estar aqui para garantir que ele não fará nada que se arrependa depois, como eu fiz quando você me contou sobre...

Sua voz sumiu e ele não terminou de falar, mas eu sabia que ele estava se referindo ao dia em que lhe contei sobre meu incidente com um alfa em rut. A única vez na vida que vi Harry perder para seu instinto e ter que usar sua voz de alfa para me afastar.

– É melhor a gente dormir. – Eu cortei o assunto, não querendo relembrar coisas ruins, então levantei e fui em direção ao banheiro. – Temos um longo dia amanhã. – Finalizei.

Harry sempre era o primeiro a acordar e eu já havia me acostumado a encontrá-lo na cozinha pela manhã. Mas dessa vez ele estava acompanhado de Luke, que tinha um semblante totalmente cansado, como se não tivesse dormido a noite toda, o que eu arriscaria dizer que aconteceu.

O ômega estava sentado em um dos altos bancos que ficavam próximos à bancada, tinha um xícara à sua frente e abria um sorriso mínimo em direção ao alfa que fazia o café e lhe tagarelava a história de seu mais novo livro.

– Bom dia. – Eu anunciei minha chegada, indo até Harry, selando seus lábios levemente e pegando a xícara de chá quente que já me esperava, como em todas as manhãs.

– Dormiu bem, amor? – Harry me perguntou enquanto colocava algumas panquecas em um prato e o colocava na frente de Luke.

– Não muito, já que eu acordei cedo. – Olhei para o relógio que marcava pouco mais de oito horas.

– Eu esqueço que pra você qualquer horário antes das nove e meia é cedo. – Harry debochou.

– Eu achei que chegava mais tarde ao escritório porque tinha assuntos a resolver, Lou. – O garoto me perguntou.

– E eu tenho. – Rebati. – Tenho assuntos seriíssimos a tratar com meu travesseiro. – Luke gargalhou e eu ri junto.

– Uma semana vivendo conosco e sua imagem totalmente imaculada do Louis some, Luke. Ele é absurdamente preguiçoso, bebe todos os dias, grita pela casa, reclama sobre tudo e todos...

– Tá, já chega. – Eu intervi, fazendo um leve bico diante das críticas. – Deixe que ele tire suas próprias conclusões sobre mim.

– Como estamos animados hoje. – Gemma anunciou, descendo as escadas com uma Lottie sonolenta atrás dela. – Geralmente o Louis é tão mal humorado de manhã.

– Hoje é o dia de falar mal do Louis? – Eu reclamei, sendo puxado por Harry pela cintura para que sentasse em seu colo e ele deu um beijo em meu ombro, antes de repousar uma mão sobre minha barriga acariciando ali, o que eu julguei ser uma mania que ele teria de agora em diante.

– Não sei, mas se for me convida. – Lottie piscou para mim e eu mostrei a língua pra ela.

As meninas tomaram café conosco, mas logo saíram, alegando que iriam a uma reunião com a empresa de publicidade responsável por lançar sua linha de maquiagem, portanto, ficamos nós três ainda sentados à mesa, jogando conversa fora como forma de aliviar o clima para o ômega ainda machucado sentado ali.

– Luke, você já ligou para o Ashton? – Eu inseri o assunto inevitável.

– Ele me mandou várias mensagens e fica ligando o tempo todo. – Ele disse com o semblante triste, bem diferente do que estava há alguns segundos. – Eu não sei o que dizer, pelo jeito ele sabe que eu não estou em casa, mas não sabe o porquê. Disse que minha mãe foi até a casa dele com as minhas malas, dizendo que era pra nós dois sairmos daqui. Eu nem sei o que pensar ou dizer.

– Ligue para ele, diga que está aqui e peça para que traga suas malas. – Harry aconselhou.

Luke assentiu e se levantou com o celular na mão, indo em direção à sala. Eu me levantei do colo de Harry e tirei a mesa do café. Pouco tempo depois ouvi o barulho de uma moto parando em frente a nossa casa e Luke correu até a porta, então deduzi que fosse Ashton.

– Meu pai saiu com o carro e por isso eu não trouxe as malas, mas eu precisava de te ver e saber o que... – Ele falou tudo tão rápido que nem olhou para o ômega, mas quando o fez, pareceu perder o rumo. – Quem fez isso a você? – Sua voz já estava bem mais grave e eu entendi o que Harry quis dizer ontem à noite.

– Oi, Ashton, eu sou o Harry. – Ele se apresentou rapidamente, percebendo as emoções do outro alfa e tentando acalma-lo. – É melhor conversarmos lá dentro, venha.

– Eu só preciso saber quem fez isso a você, Luke.

- X - 

Olá, amores! Demorei, mas cheguei. E adivinhem quem está de férias? Isso mesmo, a escritora favorita de todas vocês: J.K Rowling! Não, pera, sou só eu mesmo rsrs'
Só pra dizer que agora a tendência é que eu atualize mais rápido, mesmo tendo outras três fics pra atualizar ;)   

E então, o que acharam da história do Luke? Bad, né? E pensar que é bem comum os pais culparem as mães quando o filho é gay, aconteceu na minha família mesmo. Enfim, abordar mais isso vai depender da aceitação de vocês, então fiquem à vontade para comentar, dizer o que acharam e tals. 

Vocês viram como Larry tava casalzinho nesse capítulo? Conversando por olhares, conversando antes de dormir, sentando no colo, abraçando, acariciando barriguinha de bebê <3 Não é a coisa mais amor do mundo? Bom, eu quis fazer um capítulo "namoradinhos", porque o próximo capítulo promete abalar as estruturas do casal ;) MUAHAHAHAHA 

Sim, sou dessas bem más u.u 

Espero que tenham gostado. 

XO  

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