hope • hs | book 1 (CONCLUÍDO)

By -nwangel

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■ ʟɪᴠʀᴏ 1 Melissa Lee sofre com um dom de ver espíritos e sua vida se resume em trabalhar num lugar para louc... More

𝑷𝑹𝑶𝑳𝑶𝑮𝑼𝑬
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐎𝐍𝐄
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐖𝐎
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐑𝐄𝐄
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐅𝐎𝐔𝐑
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐅𝐈𝐕𝐄
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐒𝐈𝐗
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐒𝐄𝐕𝐄𝐍
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐍𝐈𝐍𝐄
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐄𝐍
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐖𝐄𝐋𝐕𝐄
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐄𝐄𝐍
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐅𝐎𝐔𝐑𝐓𝐄𝐄𝐍
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐅𝐈𝐅𝐓𝐄𝐄𝐍
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐒𝐈𝐗𝐓𝐄𝐄𝐍
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐒𝐄𝐕𝐄𝐍𝐓𝐄𝐄𝐍
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓𝐄𝐄𝐍
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐍𝐈𝐍𝐄𝐓𝐄𝐄𝐍
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘 𝐎𝐍𝐄
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘 𝐓𝐖𝐎
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘 𝐓𝐇𝐑𝐄𝐄
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘 𝐅𝐎𝐔𝐑
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘 𝐅𝐈𝐕𝐄
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘 𝐒𝐈𝐗
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘 𝐒𝐄𝐕𝐄𝐍
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘 𝐍𝐈𝐍𝐄
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘 𝐎𝐍𝐄
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘 𝐓𝐖𝐎
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘 𝐓𝐇𝐑𝐄𝐄
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘 𝐅𝐎𝐔𝐑
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘 𝐅𝐈𝐕𝐄
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘 𝐒𝐈𝐗
𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐈𝐑𝐓𝐘 𝐒𝐄𝐕𝐄𝐍
𝙉𝙀𝙒𝙎 𝙐𝙆
𝙇𝙄𝙑𝙍𝙊 𝘿𝙊𝙄𝙎 (𝘼 𝙉𝙀𝙒 𝙇𝙄𝙁𝙀)

𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐄𝐋𝐄𝐕𝐄𝐍

495 127 126
By -nwangel

⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐄𝐋𝐄𝐕𝐄𝐍:
⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐔𝐌𝐀 𝐌𝐀𝐋𝐃𝐈ÇÃ𝐎
⠀⠀⠀⠀⠀⠀É 𝐉𝐎𝐆𝐀𝐃𝐀 𝐂𝐎𝐍𝐓𝐑𝐀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐌𝐄𝐋𝐈𝐒𝐒𝐀

“Eu não queria tê-la pressionado daquela maneira, mas... eu pensei que me entenderia. Não estou confuso com os sentimentos, Melissa, estou mesmo apaixonado…, não me deixe.

Xx

Era uma mensagem do Henry no meu celular, sendo a quinta daquela manhã. Eu não fui trabalhar, as forças que eu tinha simplesmente foram embora depois do que vi no dia anterior. Ver mamãe daquela maneira me destruiu e era pior ainda saber que eu não conseguia mudar a situação.

Eu gostava do Henry, mas eu não podia arriscar e colocar a sua vida em perigo, já que o espírito do seu irmão me ameaçava a todo momento. A verdade era que eu estava confusa. Harry me fazia mal, não queria que eu me aproximasse do irmão e havia me torturado. No entanto, ele me levou até a única coisa que eu fui capaz de amar naquele mundo: a minha mãe. Eu não sabia dizer quais eram as suas intenções, mas o fato era que isso não importava. Suas palavras sobre ela  fizeram sentido, então eu não conseguia acreditar que pudesse ser apenas manipulação da parte dele. Eu acabaria fazendo o que ele queria, logo não fazia sentido me levar até alguém que eu amava para garantir de vez a minha ajuda.
     — Por que jogou o corpo da minha mãe naquele rio? Você poderia tê-lo deixado aqui — eu falei, devidamente atordoada. Harry estava parado perto da janela, me observando como se quisesse ler os meus pensamentos. Ele estava até bem mais nítido, como se estivesse vivo de verdade, e eu não entendi o porquê.  
     — Não fiz isso.
    
Aquilo me fez pôr toda a atenção nele, já que eu havia passado todo aquele maldito tempo achando que ele tinha sido o responsável.
     — Isso não é verdade — acusei, irritada e jogando o celular sobre a cama.
     — Não estou mentindo, Melissa.
     — Se não foi você, então quem foi? Ninguém sabia que ela tinha se matado. Apenas eu, você e... — parei de falar, assim que Bruce apareceu na minha cabeça. Fiquei fitando Harry e pensando em todas as possibilidades. 
     — O que foi?
     — Bruce, ele…

Pus as mãos na cabeça e não evitei ficar frustrada. Eu não tinha pensado na possibilidade de que ele poderia ter jogado o corpo da mamãe no rio, porque eu não sabia que a sua crueldade era tanta. Eles dois viveram juntos e, mesmo que ele não a amasse, teria tido coragem de fazer isso com ela?

Por impulso, desejei ir até o quarto dele. Não o ouvi saindo naquela manhã, então ele ainda estava dormindo. Eu realmente não me importava em interrompê-lo, queria apenas que ele admitisse na minha cara, que fosse corajoso o suficiente como foi ao jogar o corpo da mulher dele para os abutres comerem.
     — Melissa, espera... — pediu Harry, chegando perto de mim e segurando o meu braço, como se fosse evitar a minha morte mais uma vez —, onde você pensa que vai?
     — Me solta.
     — Não adianta fazer nada, acredite em mim — revidou, com mais atitude e autoridade do que eu. — A sua mãe já está morta, aceite isso e não perca o seu tempo, porque ele é mais precioso do que você imagina.
     — Você não entende mesmo, não é? — joguei, e com isso ele me soltou. Eu precisava ouvir Bruce dizendo o que havia feito. Eu queria ter consciência do que as pessoas à minha volta eram capazes de fazer. No fim, saí de perto do Harry e entrei no quarto do Bruce, o encontrando sentado e murmurando alguma coisa inaudível. Ele transparecia tristeza, na verdade, e logo quando me viu se levantou. — Foi você, não foi? Foi você quem a jogou naquele rio?!

Ele arqueou a sobrancelha e olhou pro chão, como se estivesse visualizando todas as coisas que não podiam ser vistas por mim naquele instante.
     — Eu espero mesmo que ela tenha ido pro inferno — foi o que disse, com os dentes cerrados. A imagem da minha mãe naquele estado me veio na cabeça de repente e foi tudo para que as lágrimas voltassem a aparecer. Tive vontade de pular no pescoço dele, mas eu não tive coragem o bastante.
     — Como consegue dizer algo tão horrível assim? — joguei, muito perplexa. Harry estava atrás de mim, eu conseguia sentir o seu ar gélido e tinha quase certeza de que o meu pai também sentia a mesma coisa. — Ela era a sua mulher, era a minha mãe!
     — Mas ela mereceu, Melissa! — Bruce gritou, e parecia fora do controle, pela primeira vez na minha frente. Me assustei com aquilo e olhei para Harry, me esquecendo totalmente de que estava na frente do meu pai e que ele observava cada gesto meu. — Tem alguém aí, não tem? — perguntou, olhando para atrás de mim.
     — Você está louco! — exclamei, sabendo que aquela frase também poderia ser destinada a mim. — Não muda a merda do assunto!...
     — Você não pode interferir em nada, Melissa, seja o que for. Você não vai conseguir ser feliz e eu tenho certeza disso — disse, furioso. Se desfazer do corpo da minha mãe não era uma coisa que eu imaginava vir dele, mesmo depois de tudo, mas pelo jeito eu não conhecia toda a sua maldade, principalmente quando o vi me amaldiçoando. — Ninguém vai ajudá-la, seja qualquer pessoa que estiver com você..., agora.
     — Eu disse que não adiantaria em nada, ele odeia você e está conseguindo deixá-la mais fraca. Consigo perceber isso, então saia daqui — ouvi Harry dizer, perto do meu ouvido.

Limpei os olhos e corri em direção ao meu quarto, trancando a porta em seguida. Do outro lado do cômodo, ouvi algo sendo jogado na parede e logo surgiram passos pela escada. Bruce havia saído de casa.

Acabei chorando muito, como se a minha alma estivesse prestes a sair. Cada centímetro do meu corpo me enviava mensagens de como desistir de tudo, de que havia um jeito sim daquela dor passar. Mas também enviava respostas de insegurança, mostrando que não seria tão fácil assim, simplesmente porque Harry estava por perto.
     — Não chore, está gastando ainda mais suas energias. — Harry segurou o meu rosto e me fez olhá-lo. Eu estava irritada e triste por conta de todos, tudo no meu corpo doía, então por que Deus não me ajudava? Eu estava precisando de ajuda, mas por que ele não me ouvia?
     — Por que Bruce odeia tanto a minha mãe e eu? — sussurrei, fitando os seus olhos, que estavam escuros demais, quase impossibilitando a perspectiva de que na verdade eles eram verdes.
     — Eu... não tenho respostas pra isso — respondeu, e incrivelmente senti verdade nas suas palavras.
     — Ele só está me fazendo sofrer ainda mais — desabafei, fechando os olhos e sem conseguir respirar direito pela aproximação do Harry. Odiando aquele espírito ou não, ele estava sendo a única coisa a qual eu poderia pelo menos dizer o que o meu coração gritava.
     — Logo você vai conseguir acabar com toda essa raiva, Melissa. Na verdade, vai precisar muito dela depois, já que ela lhe dará forças, e então tudo se resolverá. — Assim, ele acariciou o meu rosto, o que fez eu ter mais confusões ainda. Harry era muito mau na maioria das vezes, mas havia momentos que ele parecia tão… diferente. — Eu prometo.
     — Não sei o que dizer pro Henry — comentei, tirando as suas mãos do meu rosto e me afastando dele —, ele está nervoso demais.
     — Não precisa continuar indo trabalhar, se quiser — avisou, e eu voltei a olhá-lo novamente. — É apenas uma questão de bom senso.
     — Eu não posso, Harry. Eu sou a única que cuida de tudo aqui. Preciso pagar a água, a energia, a comida… Se eu paro de trabalhar, essa casa vira um caos.
     — Fique calma — pediu ele, se aproximando da janela mais uma vez —, logo mais não vai ser preciso. Apenas tenha paciência.
     — Como assim?
     — Quando você fizer o que eu planejei, as coisas irão mudar e... — Harry parou, passando a olhar através da janela —, e acredito que não poderá mais viver aqui. Será arriscado demais.
     — O que vai fazer? — questionei, muito curiosa e com esperanças de saber o que se passava em sua mente. Harry então me fitou e me analisou, parecendo pensar bastante no que ia dizer. Ele lembrava de alguma coisa do passado e eu sabia daquilo.
      — Eu a amava muito, Melissa — disse, a voz mais longe, flutuando pelo ambiente carregada de algo que eu deduzi ser a tristeza —, só que eles foram injustos comigo e não me ouviram.
      — Você… não matou a sua mãe?

Senti pena e a melancolia veio com força. Algo no meu coração não me mostrou mais aquilo, que ela tinha sido morta pelo Harry, principalmente depois de ouvi-lo dizer que a amava. Eu conseguia ver nos seus olhos o quanto a infelicidade tinha tomado conta do seu espírito, e não poderia ser arrependimento ou culpa. Não era aquilo o que parecia. Parecia frustração e... desentendimento.
     — Você acreditava mesmo que eu a tinha matado? — Ele levantou os braços em perplexidade, e estava irritado novamente.
     — Eu...
     — Você é tola, e eu não posso lhe mostrar nada se não passar a confiar em mim. Pro inferno, Melissa…, eu não posso lhe mostrar! — exclamou, se aproximando com brutalidade. Daquela vez o meu medo chegou em um alto nível, assim que ele agarrou o meu braço, grosseiramente.
     — O que quer que eu faça?! — revidei, também passando a receber a sua raiva. — Eu não consigo confiar em você!

Como ele poderia me dizer que eu tinha que confiar nele depois de tudo o que havia feito. Aquilo era impossível. Eu não podia simplesmente confiar em um espírito que odiava o próprio irmão e que tinha a maldade cravada em sua alma.
     — Isso vai se tornar muito difícil se não começar a pensar direito — falou, sem se importar em machucar o meu braço. — Você tem o livre-arbítrio e eu não posso interferir em nada, então você tem que confiar em mim! 
     — Você me machuca demais — atirei, me soltando bruscamente. — Faz eu me sentir mal a ponto de me induzir à morte! Eu quero você longe de mim e não vou confiar nas suas palavras de maneira alguma! — Os seus olhos pareciam pegar fogo e eu não consegui pensar direito quando ele passou a me puxar para dentro do banheiro. — Não…, para com isso! — gritei, tentando evitar que ele me puxasse. Porém, a sua força era enorme e ele parecia explodir de tanta fúria. Ele iria esmagar o meu braço caso continuasse a apertá-lo daquela maneira. — Harry!
     — Com certeza não quer o meu irmãozinho longe, não é mesmo? — perguntou, os dentes cerrados. Logo, me fez agachar e passou e empurrar a minha cabeça para a banheira cheia de água.  
     — Não faz isso, está doendo! — implorei, a garganta passando a doer e sentindo a enorme tortura de ter o cabelo puxado com força. — Harry, para com isso!...
     — Eu já disse que vocês não vão ficar juntos! O seu pai tem razão, você nunca vai ser feliz e vai arder no inferno, assim como eu. — Dito isso, ele enfiou a minha cabeça dentro da água. Me desesperei quando comecei a sentir a falta de ar. — Era isso o que você pedia todos os dias, não era? — perguntou, depois de puxar a minha cabeça para perto do seu rosto. — Isso não vai acontecer… e eu não vou sumir da sua vida. Eu não vou sumir enquanto não tiver me vingado pelo que ele fez comigo — e voltou a enfiar a minha cabeça para dentro da água novamente.
     — Harry — ouvi alguém sussurrando, depois de longos segundos —, não deixe que isso o consuma…

Parecia ser a voz da minha mãe.

Consegui tirar a minha cabeça da água assim que não senti mais Harry me empurrando. Comecei a tossir e a chorar. Sentei no chão e procurei o espírito dele com os olhos. Lhe encontrei sentado também, encostado na parede e... amedrontado. Pela primeira vez o vi fraco e com medo. Me perguntei o que havia acontecido com ele e o porquê da minha mãe tê-lo chamado, e não a mim. Há poucos segundos eu estive prestes a morrer, mas ela chamou pela pessoa que estava tentando me matar. Por quê?
     — Está doendo... — mamãe voltou a sussurrar e eu me desesperei, tentando parar de chorar. — Está doendo, Harry.
     — Me desculpe... — disse ele, e eu não consegui saber se ele estava se dirigindo a mim ou à minha mãe. — Eu não queria.
     — Mãe, você está aqui? — perguntei, olhando para todos os lados do banheiro. — Onde ela está? Me fala onde ela está, Harry! — gritei, atordoada. Ele respirou fundo e, depois daquilo, percebi que estava chorando.
     — Está na minha cabeça...

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