Fools in love

Galing kay montgomry

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Do you think things would have been different if you had kids? (Meredith) * * * Após entrar em casa em um dia... Higit pa

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capitulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48

Capítulo 16

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Galing kay montgomry

Mark ficou por mais alguns minutos se olhando em frente ao espelho. Já deveria ter saído do hotel há cerca de 40 minutos. Tinha tudo o que precisava: um carro alugado, o endereço do Hospital Seattle Grace e força de vontade. A única coisa que ainda lhe prendia ali era o medo de encontrar com ela e receber o tão temido não, mas respirou fundo novamente e finalmente saiu da frente do espelho para andar até a porta do quarto.

Seattle era uma cidade completamente desconhecida pra ele. Ele nunca tinha estado lá, desejado estar lá, ou ao menos imaginado que um dia estaria. De todas as cidades da América, ele ainda se perguntava porque Derek tinha decidido ir pra um lugar tão diferente de Nova York. Eles eram de Nova York! Eram geneticamente programados para não gostar de nenhum outro lugar que não fosse aquela cidade! Mas ele sabia que se alguém poderia destoar disso, com certeza seria Derek.

Em poucos minutos ele entrou com o carro no estacionamento do hospital prestando atenção aos detalhes. O local não era tão grande quanto o Mount Sinai, mas era maior do que ele imaginava. Aproveitou a confiança que tinha no momento para entrar sem pensar muito no que aconteceria dali pra frente. Olhou em volta para se localizar, encontrou um balcão de recepção e se aproximou para pedir informação sobre o andar cirúrgico, percebeu que as funcionárias olharam pra ele impressionadas com sua aparência e não deixou de sorrir orgulhoso enquanto se afastava para entrar no elevador. Ele gostava daquilo.

Quando desceu no andar que lhe foi indicado, Mark logo avistou uma moça jovem e loira, em pé em frente a um computador, fazendo anotações em um bloco de notas. Imaginou que fosse uma interna, então se aproximou para pedir informação, mas seu instinto médico foi mais forte e sua atenção foi tomada pelas imagens de tomografia que ela via na tela.

- Invasivo, células grandes com histórico de DPOC? _ perguntou _ Esse cara já era, hein?

- Sensibilidade. Eu acho que eu gosto em um estranho _ a moça respondeu sorrindo.

Ela nunca tinha o visto na vida, mas não podia deixar de notar que ele era bonito.

- Você é novo aqui? _ perguntou.

- Visitando. Ainda estou um pouco confuso com a chuva. E olha que esse é meu primeiro dia na cidade.

- Você se acostuma.

- Tempo assim me faz querer ficar na cama o dia inteiro.

Ela ficou surpresa com aquele comentário, principalmente por ter sido dito em um tom um pouco sedutor.

- Nos conhecemos há alguns minutos e você já está falando em cama? Nada sutil.

- Sutileza nunca foi o meu forte _ ele comentou olhando nos olhos dela _ Porque? Você não sai com estranhos?

Ela tirou os olhos dos papéis e sorriu.

- Eu... Tenho como regra não sair com quem trabalha aqui.

- Eu fico tão feliz por não trabalhar aqui.

- Está dando em cima de mim? Em um hospital?

- Sim...

Ela sorriu e estendeu a mão pra ele.

- Meredith...

Então Mark sentiu um impacto forte atingir o seu rosto, fazendo com que seu corpo caísse no chão. Addison, que saía do elevador após deixar Katie na creche, se surpreendeu com o que via, mas ao contrário de todos os outros funcionários que assistiam a cena, ela não parecia assustada pela reação do marido.

- Que merda foi essa, Derek?! _ Meredith perguntou enquanto o neurocirurgião andava de um lado a outro mexendo a mão que tinha usado pra bater.

Talvez tivesse colocado muita força e quebrado alguma coisa.

- Esse é o Mark _ ele respondeu.

Ela não fazia ideia de quem era Mark, então se abaixou para ajudá-lo a levantar. Richard surgiu de um dos corredores. Alguns acompanhantes de pacientes, que transitavam pelo local, estavam parados para ver o que estava acontecendo.

- O que está acontecendo aqui? _ o chefe de cirurgias perguntou _ Você fez isso? Porque você fez isso?

Addison gostaria de sumir naquele momento ou ao menos que seu corpo obedecesse seus comandos e ela pudesse sair sem ser percebida, mas em vez disso continuou onde estava, assistindo de longe e boquiaberta. "O que o Mark está fazendo aqui?"

Derek olhou pra frente e sentiu ainda mais raiva quando percebeu a esposa. Ela olhava pra ele, pra Mark, pra Richard, claramente confusa. O chefe ordenou que Meredith levasse Mark para fazer um curativo e que Derek o seguisse até sua sala, fazendo com que, finalmente Addison saísse do lugar para seguir o marido.

- Esmurrando pessoas no meu andar cirúrgico? _ Richard perguntou fechando a porta depois que os cirurgiões entraram.

Addison pegou um dos saquinhos de gelo que Patrícia deixou na mesa para colocar sobre a mão machucada do neurocirurgião.

- Meu chefe de neurocirurgia esmurrando os outros no meu andar cirúrgico?

Derek tirou o gelo da mão pelo simples fato de ela ter colocado.

- Bota o gelo na mão _ Addison pediu.

- Minha mão está bem _ ele respondeu de mau gosto.

- Bote o gelo na merda dessa mão de 2 milhões de dólares! _ Richard ordenou fazendo com que ele deixasse o gelo sobre suas mãos _ Agora, alguém pode me dizer que está acontecendo?

Derek imediatamente olhou para a esposa, como se quisesse que ela respondesse aquela pergunta. Addison se sentiu envergonhada e respirou fundo ao ver que Richard continuava esperando pela resposta.

- Ele... Ele é o Mark _ ela respondeu em uma voz quase inaudível.

- E quem é Mark?

- Você não deve lembrar muito dele, não era um dos melhores internos _ Addison comentou _ Mas a gente trabalhava juntos em Nova York...

Ela não queria ter que admitir aquela história na frente de Derek, então ficou em silêncio por alguns segundos.

- E... Nós... Todos nós... Éramos bons amigos... Até que...

Ela calou-se diante dos olhares de raiva que o marido lhe lançava. Desviou para Richard, mas sentiu-se ainda mais envergonhada.

- Até que Derek nos encontrou juntos na cama.

Richard se surpreendeu e não deixou de mostrar aquilo no semblante. Até aquele momento ele não sabia o real motivo na crise do casamento dos amigos, então voltou-se pra Derek.

- Você esmurrou com força? _ perguntou.

- Sim, senhor.

- Então está tudo bem.

Ele deu duas batidas no peito de Derek e saiu da sala deixando o casal a sós. Addison ficou em silêncio, esperando que o marido dissesse alguma coisa, mas tudo o que ele podia fazer era deixar evidente em seu olhar a raiva que sentia naquele momento.

- O quê que ele está fazendo aqui? _ perguntou.

- Eu não faço ideia _ Addison respondeu _ Eu, realmente, não faço ideia.

Derek continuava lançando a ela um olhar de acusação.

- Eu não faço a mínima ideia _ ela repetiu se levantando.

Ela andou até a porta e saiu deixando o marido sozinho.

Derek ficou ali por alguns minutos, aquilo tudo havia mexido com muitos sentimentos dentro dele. Quando saiu da sala do chefe, andou pelos corredores do hospital sem saber muito bem pra onde ir. A única coisa que sabia era que não queria encontrar com Mark em nenhum momento. Estava caminhando em silêncio quando ouviu gargalhadas altas de Meredith, olhou para o lado e viu que ela estava rindo em uma sala de exames enquanto Mark dizia alguma coisa. Ele mesmo costurava a abertura perto do olho, enquanto a interna apenas segurava um espero. O neurocirurgião passou direto e caminhou até sua sala, onde pretendia ler o prontuário do paciente que deveria atender dali há alguns minutos, mas por mais que quisesse se concentrar no trabalho, era impossível. Ele podia sentir a energia de Mark a quilômetros e agora que sabia que ele estava na cidade que tinha escolhido para seu refúgio, não se sentia nenhum pouco confortável.

Antes que tivesse que sair para encontrar o paciente, recebeu um chamado em seu pager exatamente do quarto dele. Saiu do consultório apressado e ao chegar lá foi surpreendido por encontrar com Mark em frente ao rapaz, explicando algo pra ele e a mãe. O adolescente, além de ter um tumor no cérebro, tinha uma deformação no rosto devido um acidente genético.

- Mas como? Como isso é possível? _ a mãe do paciente perguntou.

- É um procedimento... _ como eu disse, é um procedimento.

- Dr. Sloan, posso lhe ajudar com alguma coisa? _ Derek perguntou fazendo-se notar.

"Esse idiota só pode estar querendo testar minha paciência..."

- Ele disse que pode consertar o meu rosto _ o paciente informou antes mesmo que Mark o fizesse _ Ele disse que pode me fazer parecer normal.

"Eu vou quebrar a cara dele."

- Outra cirurgia não é algo que eu indicaria _ Derek respondeu tentando ignorar a presença de Mark naquele quarto _ A sua condição é muito frágil, talvez não aguente duas anestesias seguidas...

- A gente pode operar juntos _ Mark sugeriu _ Não precisa submetê-lo a uma segunda anestesia.

"Só se for pra eu enfiar o bisturi nos seus olhos, seu filho da puta!"

- Dr. Sloan, você não trabalha aqui _ ele lembrou, tentando se manter educado.

- Não pretendo, mas parece que estou no lugar certo, na hora certa, já que...

- Mark... _ dessa vez Derek repreendeu quase perdendo a paciência, evitando que Mark completasse a frase.

Irritava que ele fosse tão bom em persuadir as pessoas com aquele sorriso canalha.

- Dr. Shepherd _ a mãe do menino disse _ O que o senhor pensa sobre isso?

Ela parecia realmente preocupada com o filho.

- Eu já disse, eu não indico...

Então ela voltou-se ao filho sem nem esperar o médico concluir.

- Querido, eu sinto muito...

- Mãe!

- A sua vida é mais importante que a sua aparência.

***

- A sua vida é mais importante que a sua aparência? _ Mark questionou em um tom indignado enquanto andava de um lado pro outro no consultório de Richard _ Você jura que levou uma mulher a dizer isso para o próprio filho só por causa do seu ego?! Eu tenho uma coisa para lembrar pra você, Derek: Nada disso tem a ver com você!

- Esse não é o ponto!!!

- O ponto é que o garoto quer consertar o rosto dele!!!

- O PONTO É QUE VOCÊ QUER APARECER!!! _ Derek gritou apontando para o ex-melhor amigo.

- Sim. E calculo que o seu chefe de cirurgias também. A imprensa adora fotos de antes e depois, Richard.

- Me chame de dr. Webber _ Richard disse.

Derek sorriu orgulhoso. Richard tirou os olhos do cirurgião plástico e olhou para Derek, que estava sentado à sua frente.

- Derek, por amizade a você gostaria de dizer não a esse... Cretino. Mas como chefe...

- Por favor, não faça isso... _ ele pediu.

- Dr. Sloan, se você conseguir que os pais assinem o consentimento, o caso é seu.

Derek respirou fundo.

- Pelo visto quem ganhou o segundo round foi o cretino _ Mark comentou.

Derek saiu do consultório batendo a porta, Mark foi logo em seguida e, quando estava andando no corredor principal, em direção ao quarto do paciente, finalmente se viu de frente com Addison, que deu as costas para voltar pelo caminho de onde vinha.

- Ah! Fala sério! _ ele exclamou correndo para alcançá-la _ Você não está nenhum pouquinho feliz em me ver?

- Volta para Nova York!!! _ ela disse sem parar de andar _ Não importa o que veio fazer aqui. Esquece.

- Ei! Todos nós cometemos erros, Addison. Nós três _ ele disse parando a frente dela para ser notado.

Addison tentou desviar, mas não conseguiu.

- Olha...

- Acontece que nessa história toda, quem saiu perdendo fui eu. Fui eu que perdi o meu melhor amigo e a mulher que eu amo!

O olhar de Mark no dela, fez com que ela se arrepiasse. Sabia que ele estava sendo sincero naquela afirmação pelo simples fato de que o conhecia desde sempre e sabia que ele não falava sério quase nunca.

- Para de dizer essas coisas.

- É verdade.

- Para de dizer!

- Ele sabe de tudo o que aconteceu? _ Mark perguntou _ Ele sabe de tudo o que você passou depois que ele foi embora?

Addison respirou fundo desviando o olhar, dando a Mark a certeza de que a resposta era não, Derek não sabia o que tinha causado quando saiu de Nova York levando Katie consigo.

- Como você espera que um casamento dê certo se você nem consegue ser honesta com ele?

- Porque você está aqui? _ ela perguntou.

- Por uma razão: levar você e a Katie pra casa. Eu sinto falta de você, Addison.

- Mas eu amo o meu marido, Mark.

- Mas ele não ama você! _ Mark rebateu.

Sabia que ela não gostaria de ouvir aquilo, mas era preciso.

- Ele ama aquela interna e nem está tentando esconder. Porque você quer passar por isso?

- Eu estou lutando pelo meu casamento. É isso que as pessoas adultas fazem. Sai da minha frente. Volta pra Nova York!

- E a Katie? _ ele perguntou se colocando novamente na frente dela.

- Não é da sua conta.

Addison finalmente conseguiu desviar dele para seguir seu dia de trabalho. Tentou se manter ocupada ao máximo até o final do dia, pois não demorou pra saber que Mark estava realizando uma cirurgia que seria de Derek, então tentou não imaginar o quanto de raiva estava tomando o marido naquele momento. No intervalo entre uma cesariana e outra, Addison procurou pelo marido, mas não o encontrou. Tinha reunido um pouco de coragem para conversar com ele, mas pelo visto aquela conversa teria que ficar para quando eles chegassem em casa.

Ao fim do dia, trocou de roupa e subiu até a creche para buscar a filha. A menina ficou feliz em ver a mãe, mas logo notou que ela estava aérea no elevador enquanto a ouvia contar sobre seu dia.

- Mãe... Mãe...

Addison não ouviu.

- Mãe, você está me ouvindo?! _ Katie perguntou mexendo a mão da mãe.

- Estou, minha filha.

A porta do elevador se abriu e Derek se surpreendeu em ver a esposa e a filha.

- Papai!!! _ a menina exclamou abraçando o pai, que a tirou do chão com facilidade.

- Meu amor... _ ele disse dando um beijo no rosto da filha.

A porta do elevador se fechou.

- A gente pode comer pizza hoje a noite? _ ela perguntou.

- Não, princesa. Hoje não.

- Por quê?

- Não estou com vontade de comer pizza hoje.

- Mas nós nunca mais comemos pizza.

- Quem sabe amanhã a gente come pizza, mas hoje não.

Katie deu um beijo no rosto do pai, o que fez com que Derek sorrisse antes de colocá-la novamente equilibrada sobre seus próprios pés.

- Vocês estão esquisitos _ ela disse levantando um pouco o rosto para olhar para os pais.

Os dois trocaram um rápido olhar e continuaram em silêncio. A porta novamente se abriu e algumas pessoas entraram.

- Eu não te vi o dia inteiro _ Addison comentou, querendo finalmente puxar um assunto com o marido.

- Eu não queria te ver _ ele respondeu com sinceridade.

A ruiva sentiu um arrepio com a resposta seca que lhe foi dada e respirou fundo enquanto o elevador voltava a funcionar.

- Eu não tenho culpa de ele ter aparecido, ok?

- Eu sei.

A porta se abriu novamente a um andar do térreo e, depois que duas pessoas saíram deixando a família sozinha, Mark entrou. Katie, que não o via há alguns meses, se surpreendeu e sorriu.

- Tio Mark!!! _ ela exclamou abraçando-o.

- Ei, macaquinha!!! _ ele disse retribuindo ao abraço.

Não esperava ver a garota no hospital, mas estava feliz em ver que ela estava bem.

- Vou de escada... _ Derek disse saindo do elevador assim que Mark entrou.

- Ah, Derek! Vamos lá! _ Mark exclamou segurando a porta do elevador _ Porque você perdoou ela e não vai me perdoar?

- Não eu não perdoei ela, mas com você eu não tenho a obrigação de tentar por causa do futuro da minha filha. Eu espero você no carro _ ele disse olhando pra esposa _ Vem comigo, Katie.

A menina já ia andar até o pai, mas Addison deu um puxão leve em seu braço. Não daria a Derek a chance de repetir o que ele fez em Nova York. Ele entendeu o recado.

- Espero vocês no carro _ ele disse.

A porta do elevador se fechou, então Mark olhou para a esposa do amigo.

- Você só precisa admitir _ disse _ Volta pra casa comigo.

Addison revirou os olhos.

- Vou para o bar ali em frente... Me encontra lá.

A porta do elevador se abriu e Mark saiu. Addison foi logo em seguida, mas em vez de andar até o homem loiro que estava há poucos metros, ela saiu com a filha pela porta principal e caminhou até o estacionamento.

- Mamãe, o tio Mark vai encontrar com a gente no trailer? _ Katie perguntou.

- Não.

- Mas e se...

- Não, minha filha.

Ela parou de caminhar e se abaixou um pouco para olhar pra filha.

- Escuta. Não fale do tio Mark com o papai, ok?

- Por quê?

- Porque sim.

- Papai e tio Mark brigaram?

- Mais ou menos. Mas vamos deixar que eles se entendam sozinhos, ok? Você não tem que interferir nisso.

Katie assentiu.

- Promete?

- Prometo.

- O que você não vai fazer?

- Não vou falar do tio Mark.

- Isso! Boa garota.

Addison deu um beijo no rosto da filha e então as duas encontraram com Derek no carro. Ele nem bem esperou que elas colocassem o cinto de segurança e logo saiu da garagem em alta velocidade.

- Derek, não dirige tão rápido _ Addison pediu.

- Não estou dirigindo...

- Você está correndo _ ela disse olhando pro painel de velocidade.

- Não estou não.

Sem que percebesse, Derek pisou um pouco mais no acelerador e ao fazer uma ultrapassagem na estrada, ouviu a buzina alta do carro ao lado, que logo se perdeu.

- Derek! _ Addison repreendeu.

- Mamãe, você acha que o tio...

Derek acelerou um pouco mais.

- Coloca o cinto, minha filha _ Addison perguntou para interromper a pergunta que sabia que a filha faria _ Derek, pare de correr na pista.

- Não estou correndo...

- Você está corren...

- NÃO ESTOU CORRENDO NA DROGA DA PISTA!!!

- VOCÊ NÃO ESTÁ ARRISCANDO SÓ AS NOSSAS VIDAS!!! _ ela rebateu no mesmo tom.

Imediatamente Derek olhou no espelho retrovisor e encontrou com o olhar de Katie, confuso e apavorado. Aos poucos seu pé parou de apertar o acelerador e Addison colocou a mão na testa antes de voltar-se a filha. Sabia que eles não deveriam ter gritado daquele jeito na frente dela.

- Está tudo bem _ ela disse acariciando o joelho de Katie _ Não foi nada, ok?

Derek procurou não comentar sobre aquilo. Quando estacionou em frente ao trailer, todos saíram em silêncio do carro e adentraram o local. Sem dizer uma palavra, ele entrou no banheiro para tomar um banho quente, então Addison pegou alguns copos de macarrão instantâneos para fazer alguma coisa para eles comerem.

- Katie, coloca a sua mochila no lugar. Não deixa jogada assim no chão, que alguém pode tropeçar e cair.

Em outra ocasião ela reclamaria por o trailer ser pequeno, mas sabia que Derek não reagiria bem a uma reclamação aquele dia. Katie obedeceu e logo sentou no assento da pequena mesa enquanto a mãe preparava o jantar no fogão de apenas duas bocas. O barulho da água do chuveiro podia ser ouvido.

Após preparar os três pratos de macarrão, Addison colocou um em frente à filha e sentou-se com um prato no único assento em frente a menina.

- Desculpa. A gente não deveria ter gritado _ disse trazendo o ocorrido no carro de volta.

Sabia que Derek não tocaria no assunto e que Katie não esquecia.

- Eu sinto muito por isso.

- Vocês brigaram? _ a menina perguntou.

- Não... Quer dizer...

Addison pensou em dizer que sim, enquanto Katie sugava o macarrão sem tirar os olhos curiosos dela.

- Não. Não foi nada. Eu sinto muito pelo o que aconteceu. Eu tenho certeza que o papai sente também.

Derek saiu do banheiro, enxugando os cabelos volumosos com uma toalha e deixou-a de lado, sem falar nada.

- Você não vai jantar? _ Katie perguntou.

- Não, princesa _ ele disse dando um beijo na testa da filha _ O papai está sem fome.

Ele olhou para Addison e andou até a cama, onde deitou com uma revista médica.

- Ele não sente muito não _ Katie comentou.

Por mais que os adultos detestassem admitir, ou preferissem acreditar, as crianças percebiam mais dos ambientes do que eles imaginavam e Katie sabia que estava acontecendo algo. Ela voltou a comer em silêncio e quando terminou o que tinha em seu prato, puxou o que deveria ser o do seu pai e comeu também. Addison recolheu os pratos e lavou-os na pia, enquanto a filha vestia o pijama. Ela, enquanto Katie subia na cama para deitar ao lado do pai. Derek desviou a atenção da revista médica, deixou-a de lado e puxou a filha para que ela deitasse em seu peito.

- Então, o que você fez durante o dia? _ ele perguntou dando um beijo na testa da menina.

Por algum motivo que ele não sabia explicar, ela o fazia se sentir mais leve. O cheiro dela era como alguma coisa mágica que o afastava de todos os problemas e lhe deixava relaxado. Addison pensou se era assim quando ela estava em Nova York e eles moravam sozinhos naquele trailer. Naquele dia, mais que nunca, ela estava se sentindo uma intrusa naquela vida. Derek tinha deixado claro naquele elevador que estava com ela por obrigação, por Katie.

Ela nem sabia que horas finalmente pode deitar na cama para dormir porque teve que ficar algum tempo sentada na mesa, esperando até que as vozes de Derek e Katie silenciassem, até que eles dormissem e sua presença não atrapalhasse a conversa deles. Também não conseguiu ter uma noite tranquila. Na manhã seguinte estava olhando pro teto enquanto ouvia a chuva fina batendo no trailer e causando aquele efeito relaxante que o barulho de gotas d'água caindo de forma simultânea causavam. Se sentia um pouco cansada, mas não conseguira parar de pensar em Mark e se ele não tinha razão ao dizer que ela estava perdendo seu tempo ao insistir em Derek.

Aquele era um sábado, ela teria que ir para o hospital, mas sabia que Derek não tinha que sair de casa tão cedo. Por isso mesmo ele dormia tranquilo, com Katie em seu peito, quando Doc começou a latir puxando de leve o lençol que embrulhava a família. Derek se mexeu.

- Ah Doc! Só um minuto. Eu já estou indo _ ele gemeu sem abrir os olhos.

O cachorro latiu novamente, então Katie se mexeu.

- Deixa que eu abro _ Addison disse tirando o lençol de seu corpo.

- Não. É a minha vez _ Derek gemeu ainda sem abrir os olhos.

- Não. Tudo bem. Eu levo... _ ela disse levantando-se.

Já estava acordada mesmo.

- A menos que você queira conversar.

- Lá vem ela...

- Não estou dizendo que a gente tem que conversar, mas... Seria bom _ ela disse _ Se você quiser, nós podemos. Você sabe... Aproveitar que a Katie está dormindo e... Eu começo e ai você pode falar sobre qualquer coisa.

Derek respirou fundo e apertou Katie um pouco mais.

- Addison, é cedo demais pra eu interpretar garota-pirando-em-uma-conversa.

- É que normalmente você começa a gritar quando está com raiva e o Mark apareceu ontem. Você ainda não gritou. A Katie está dormindo, você tem a chance de gritar. Então vá em frente... Grite.

- Eu não quero gritar _ ele disse sem abrir os olhos.

- Você não quer gritar?

- A Katie está dormindo e eu também só quero dormir.

Doc latiu novamente.

- O Doc quer fazer xixi e alguém tem que abrir a porta pra ele. Eu preciso levantar pra isso?

- Não. Eu faço.

Ela se afastou e abriu a porta para que o cachorro saísse, em seguida voltou a ficar em pé ao lado da cama, olhando para o marido e a filha dormindo. Depois de alguns minutos sentou-se e acariciou os cabelos de Derek, que se mexeu contraindo os lábios e respirando fundo, como se estivesse sendo incomodado.

- Eu vou ter que sair em alguns minutos.

- Ok. Eu só preciso ir mais tarde. Tenho uma cirurgia às 11:00 _ ele disse.

- Eu também.

- Hum...

- Quer dizer, tenho antes das 11:00, mas as 11:00 também tenho uma cirurgia.

- Ok, Addison. Me deixa dormir. Eu levo Katie comigo, ok?

Ela levantou da cama e começou a se arrumar para sair. Deu um beijo na testa da filha e acariciou o rosto macio da menina, fazendo com que ela se mexesse.

- Mamãe já vai _ disse em um sussurro.

Sem abrir os olhos, Katie jogou o braço no pescoço da mãe e abraçou-a dando um beijo na bochecha.

- Bom dia, mamãe.

- Obrigada, bebê _ disse Addison dando mais um beijo no rosto da filha.

A menina voltou a se aconchegar no peito do pai e Addison pensou em se despedir dele, mas desistiu e saiu do trailer. Doc correu em direção a ela e lambeu sua mão. Ela sorriu, então entrou no carro e saiu.

Derek acordou depois de algumas horas, quando Katie acordou. Após tomarem um bom café da manhã, eles se arrumaram para sair do trailer e, para surpresa de Katie, Meredith estava brincando com Doc lá fora. A moça se aproximou assim que os viu.

- Oi, Derek.

- Meredith...

- Tudo bem, Katie?

- O que ela está fazendo aqui? _ Katie perguntou olhando para o pai.

- Katherine! Isso é jeito de dizer? _ Derek perguntou _ A Meredith perguntou se você está bem. Ela vai fazer a trilha com a gente.

- Por quê?

- Porque ela também quer levar o cachorro dela para passear.

- Mas ele não é mais dela. Ela deu ele pra gente.

- Ele é de todos nós. Nós somos a família adotiva dele, então a Meredith é a família dele também.

- Mas eu quero ser a família de verdade, não adotiva _ ela disse passando a mão nos pelos macios de Doc.

- Mas é de verdade, filha. Olha, a Meredith é amiga do papai e também é a dona do Doc. Todos nós somos a família verdadeira dele, porque todos nós amamos ele.

- Mas ele gosta mais da gente, não é? _ a menina perguntou.

Ela era uma criança competitiva e parte disso se devia ao fato de não ter um irmão ou contato com muitas crianças. Ao menos aquela era a teoria de Carolyn Shepherd, a mãe dele.

- Filha, você não tem que pensar nessas coisas. Agora cumprimenta a Meredith como a menina educada que eu vivo dizendo que você é.

Katie voltou-se a moça ao seu lado.

- Bom dia, Meredith.

- Bom dia, Katie _ Meredith respondeu com um sorriso no rosto.

Ela e Derek haviam combinado de fazer aquela trilha há alguns dias.

- Vamos lá _ disse Derek _ Vem, Doc.

Eles seguiram para a trilha e Katie logo acelerou os passos para caminhar com o cachorro à frente. Meredith e Derek iam um pouco atrás, conversando.

- Ela adora ele _ a jovem comentou enquanto assistia Katie gargalhando com Doc.

- Sim. Ela sempre quis ter um cachorro, ou um gato, ou um ramster... Tinha uma época em que ela queria ter um coelho.

Os dois riram.

- Ela adora animais. Herdou isso de mim.

- Posso imaginar _ a interna comentou sem consegui imaginar Addison gostando de qualquer coisa que soltasse pelos.

- Desculpa pelo comportamento dela. Ela é mesmo um pouco egoísta.

- Herdou isso de você também? _ Meredith perguntou.

- O que disse?!

Ela riu do olhar de surpresa que ele lhe lançava e logo Derek também riu.

- É. Você é um pouco egoísta. É engraçado ver que ela é também. É como se ela fosse realmente uma mini você.

- Mini eu?

- Sim. Uma mini você.

Ele sorriu um pouco orgulhoso.

- Ela é a melhor coisa que eu tenho.

- A menininha do papai...

- Sim... A menininha do papai _ ele disse rindo.

Eles logo chegaram a um campo verde em frente a um pequeno lago, em que Katie sentou-se com o cachorro no gramado. Meredith e Derek se aproximaram e sentaram ao lado dela.

- Posso contar um segredo pra você? _ Meredith perguntou à menina.

- Hum?

- O Doc gosta mais de você do que de mim.

Então sorriu em ver o sorriso orgulhoso surgindo no rosto de Katie. Ela se abaixou e abraçou o cachorro enquanto fazia carinho nele.

- Ela já sabia _ Derek sussurrou, fazendo com que Meredith gargalhasse.

***

Após o passeio com Doc e a filha, Derek foi para o hospital. Ele deixou Katie na creche e seguiu para a sua cirurgia, que não foi tão empolgante, já que perdeu o paciente na mesa. Estava chegando ao balcão da enfermaria do andar cirúrgico, quando viu Addison com alguns copos de chocolate quente.

- Ah! Dra. Bailey _ ela chamou Bailey, que passava com seu grupo de internos e já havia voltado ao trabalho depois da licença maternidade _ Aqui está.

- O que é isso? _ a residente perguntou Bailey segurando o copo que lhe era entregue.

- Seu chocolate quente. Um ritual que tínhamos em Nova York. Quatro cirurgias, quatro mortes. Todo mundo precisa de um bom talismã.

Bailey levantou uma das sobrancelhas.

- Chocolate quente virou talismã?

- Ei! Não tira sarro do meu chocolate! _ Addison repreendeu.

- Ok. Obrigada.

Miranda seguiu em frente e os internos a seguiram.

- Meredith _ Addison disse parando a moça para lhe estender um copo de chocolate _ Obrigada pela sua ajuda hoje.

Ela havia auxiliado em uma cirurgia antes de sair para fazer a trilha com Derek. Ainda assim estranhou que Addison tivesse lembrado.

- Obrigada, dra. Montgomery-Shepherd.

Derek levantou uma das sobrancelhas enquanto se aproximava da esposa e via Meredith seguindo Bailey.

- Aqui está o seu _ Addison disse entregando um dos copos ao marido.

- Talismã? _ ele perguntou.

- Sim.

- E você deu um talismã pra Meredith?

- Dei. No espirito da amizade. Ela foi minha interna na minha primeira cirurgia de hoje.

Derek se surpreendeu e deu um gole no chocolate quente.

- Nós somos amigos da Meredith agora? _ Addison perguntou.

- Não. Não somos. Meredith e eu somos amigos.

- E eu e você somos casados, então por associação, Meredith e eu somos amigas.

Derek deu mais um gole no copo de chocolate. Não gostava daquela ideia.

- Muito grandioso da sua parte _ comentou.

- Sim.

- Mas não precisa fazer isso. Não é como se eu fosse ser amigos, digamos, do... Mark.

Addison sorriu ironicamente.

- Bem, nem eu. Agora termine o seu talismã antes que alguém morra.

Derek mexeu no computador e puxou Addison levemente pelo braço.

- Olha isso. Um aneurisma gigante _ mostrou.

- Uau! Vai tentar operar? _ ela perguntou.

- Estou intrigado.

Ela olhou para o marido, em seguida para tela do computador. Ele parecia estar bem se comparado ao dia anterior e ter feito com ela ficasse para compartilhar algo sobre o paciente que operaria era um bom sinal. Era sinal de que ele queria superar a noite passada. Então ela resolveu compartilhar algo também.

- Derek, você sabe quem é Catherine Deneuve? _ perguntou.

- Hum... Atriz, francesa, gostosa...

- Uma paciente minha, o marido dela na verdade, disse que eu pareço com ela.

Derek tirou os olhos da tela, olhou a esposa de cima abaixo e sorriu. Addison acompanhou.

- Ela não era loira? _ ele perguntou voltando-se ao computador.

- É... Eu não sei... De qualquer forma...

Ele parecia não ouvi-la mais.

- Ok. Você está ocupado _ ela disse dando um beijo no rosto do marido.

Então se afastou e voltou ao trabalho. Ele continuou ali tomando o chocolate quente, em seguida seguiu seu dia de trabalho. No intervalo de almoço, sentou-se na mesa que era ocupada somente por Meredith na lanchonete e se surpreendeu em ver que Addison se divertia na mesa ao lado, rindo com um desconhecido. Meredith percebeu que aquilo havia o incomodado.

- Addison sabe que somos amigos? _ ela perguntou.

Derek continuou olhando para a esposa e não sabia o que responder.

- Você já pegou os exames da sra. Brooker? _ ele perguntou querendo mudar de assunto.

Meredith percebeu o que aquilo queria dizer, então levantou-se para fazer seu trabalho. Derek continuou comendo prestando atenção em Addison. Assim que terminou sua comida, levantou-se também da mesa e andou até o quarto de sua paciente, onde Meredith já o esperava com os envelopes com os resultados dos exames em mãos. Ele deu uma rápida olhada e logo começou a explicar a cirurgia que pretendia fazer.

- Um excreto duplo de quê? _ a mulher negra de cabelos crespos que estava sentada na cama perguntou.

- Um excreto duplo de veias safenas _ Meredith respondeu.

- Eu vou usar duas veias safenas para drenar o fluxo de sangue em seu cérebro, em torno do aneurisma _ Derek explicou.

- Porque ninguém nunca mencionou isso antes? _ o marido da paciente, que segurava as mãos dela, perguntou.

- Essa cirurgia é feita muito raramente. Eu já fiz uma vez e assisti outra, mas não estou querendo atenuar os riscos.

- Riscos? _ a paciente perguntou.

- Os riscos são que o aneurisma se rompa na hora da cirurgia _ Derek respondeu.

- Mas existem boas chances de que isso não aconteça, não é? _ o marido perguntou.

Ele parecia preocupado.

- Não! _ disse a paciente, fazendo com que todos ajeitassem suas posturas em surpresa _ Não mesmo! Vamos pra casa e depois vamos para a Europa, para onde sempre quisemos ir e nunca tivemos tempo. O tempo é agora _ ela disse ao marido _ Estamos indo. É isso, dr. Shepherd.

Derek ainda tentou convencer, mas ela continuou relutante. Então ele pediu que Meredith preenchesse os formulários da alta e saiu do quarto. Estava andando no hall quando ouviu alguém lhe chamando.

- Dr. Shepherd, a gente conversar?

Ele virou e viu-se de frente com o homem negro e elegante que era o marido de sua paciente.

- Sim.

- Me desculpa se minha mulher ofendeu o senhor...

- Imagina... Não ofendeu.

- Eu não a notava _ ele disse.

- Como? _ Derek perguntou sem entender.

- Durante 15 anos, eu não prestei atenção nela. Quando a gente casou ela era tudo pra mim, mas depois de um tempo eu parei de notá-la, parei de vê-la, e desde que ela ficou doente, ela é tudo o que eu vejo e eu odeio o fato de que foi preciso isso para que eu a percebesse.

Derek ficou surpreso com o que lhe era contado.

- Eu amo ela e eu não quero que ela morra. Eu não quero que minha esposa morra. Então, fale com ela, dr. Shepherd. Tente convencê-la.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos. Então assentiu.

- Ok.

***

"Sam colocou mais duas garrafas de cerveja sobre o tapete no chão enquanto se sentava ao lado de Mark, que imediatamente pegou uma. Derek continuava olhando para o bloco de notas em suas mãos. Ao meio deles, muitas bolas de papel amassados faziam parte do cenário.

- Então? Como estamos? _ Sam perguntou _ Passa de novo o que temos do refrão.

Mark pegou o seu bloco de notas e começou a ler o refrão da música que ele e Sam ajudavam o melhor amigo a compor para o casamento que aconteceria dali há uma semana.

- Addison Montgomery, I met her in the summer she was cutting up a very dead body...

- Essa parte está estranha _ Sam comentou.

- O que está estranho? _ Derek perguntou preocupado.

- I met her in the summer she... Porque não usa summery?

- Quem usa summery como um substantivo? _ Derek perguntou.

- Addison Montgomery... I met her in the summer she was cutting up a very dead body... _ Mark repassou novamente a letra _ Você já pensou em um acorde pra isso?

- Ainda não. Cada coisa ao seu tempo _ Derek disse _ Agora estou mais preocupado em ver o que eu quero dizer pra ela.

Sam pegou seu próprio bloco de notas e riu lendo.

- Essa musica está ridícula.

- Cala a boca! _ Derek exclamou jogando uma das bolas de papel no amigo.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos, olhando para o bloco de notas, enquanto Mark e Sam trocavam um olhar.

- Sabe? Ainda está tempo de desistir _ Mark comentou.

- É... Faz os seus votos de forma normal mesmo...

- Estou falando desistir de casar _ Mark corrigiu _ Sabe? A Addison é uma garota legal, mas caras como nós podem se divertir por muito tempo antes de se amarrar a alguém.

Derek revirou os olhos diante dos comentários do melhor amigo. Então sua memória foi invadida com o dia em que estava sentado sozinho abaixo de uma das árvores da universidade, assistindo a um jogo de basebol, lembrando de seu pai e do quanto ele adorava aquele esporte. Ele e Addison ainda estavam namorando e ele não esperava quando ela sentou-se ao seu lado. Sem precisar que ele dissesse uma só palavra, ela percebeu que algo o afligia, então perguntou do que se tratava, mas ele não queria preocupá-la e só disse que não era nada de importante. Naquele momento, Addison deu um beijo leve no rosto dele e deitou a cabeça em seu ombro, dizendo que estaria ali para ouvir até as coisas que não tivesse importância.

Ele rabiscou rapidamente alguma coisa no bloco de notas e Mark e Sam se aproximaram para ver do que se tratava.

- Terminei! _ exclamou deixando o lápis de lado.

- Addison Montgomery, I met her in the summer she was cutting up a very dead body and in her eyes I saw my life, I knew that she would be my wife...

- Que rima péssima _ comentou Sam rindo interrompendo a leitura de Mark.

- And she would breathe the life back into me, for everyday until eternity.

Sam puxou o bloco de notas das mãos de Derek e fez uma anotação ao final, que Mark logo pegou pra ler.

- Or until I'd be as dead as that body.

Os três amigos gargalharam."

Derek respirou fundo e deu alguns passos para se aproximar da paciente, que esperava em frente ao hospital.

- Sra. Brooker...

Ela se surpreendeu em ver o médico.

- Eu estou esperando pelo meu marido. Ele está trazendo o carro.

- Sra. Brooker... Sei que a senhora está com medo de fazer a cirurgia...

- Não _ ela disse o interrompendo _ Eu não estou com medo porque eu não vou fazer.

- Não vai fazer a cirurgia por causa dos riscos médicos? _ ele perguntou.

- Não. Não vou fazer porque, pela primeira vez, em 12 anos, o meu casamento e a minha vida estão ótimos. Eu quero viver isso.

Derek se surpreendeu com a resposta que lhe era dada e por algum motivo pensou em Addison novamente.

- Por algumas semanas? _ perguntou _ Sra. Brooker, se essa cirurgia for um sucesso, a snhora poderá viver isso por décadas.

- Eu acho que você não entende o que eu quero dizer.

"Entendo." ele respondeu em pensamento.

- Eu não estou louca, dr. Shepherd. Eu não quero morrer, mas eu não quero voltar a ser um aquecedor de cama para o Kyle vestindo em um pijama de flanela, entende?

Derek sentiu-se atingido com aquele comentário.

- Entendo que você não queira ser tão passiva. Então lute. Lute pela sua vida! Lute pelo seu casamento! Me deixa operar você e tome uma decisão de que a partir de agora, você não vai mais deixá-lo se acomodar.

A mulher ficou mexida com o que acabava de ouvir. O marido se aproximou para levá-la até o carro, então ela anunciou que deixaria Derek operá-la, provocando em todos uma reação de felicidade.

Derek não perdeu a oportunidade. Rapidamente adentrou o hospital com o casal e levou a paciente para ser preparada para a cirurgia. Addison, que estava com o horário livre naquele momento, entrou na galeria do centro cirúrgico em que o marido estava operando. O local estava cheio, mas um dos internos levantou de seu assento para que ela sentasse.

Sem que ela esperasse, Derek tirou os olhos do procedimento que realizava e olhou pra ela por alguns segundos, como se estivesse percebendo naquele momento que ela estava ali. Então ele piscou e sorriu, surpreendendo a esposa que imediatamente retribuiu.

Após muitas horas no centro cirúrgico, Derek olhou em seu relógio de pulso para constatar que, àquela hora, Addison e Katie já deveriam estar em casa. Então ele trocou de roupa para voltar para o trailer. Assim que chegou, estranhou que não ouvia a voz de Katie ou a TV ligada. Ao entrar no pequeno trailer, se surpreendeu em ver que Doc estava deitado ao pé da cama, enquanto Addison lia uma revista médica sentada com alguns travesseiros em suas costas. Ele tirou o casaco e deixou-o em uma cadeira com sua bolsa de lado.

- Oi.

- Oi.

- Cadê a Katie? _ perguntou.

- A gente foi visitar o bebê da Bailey e ela quis ficar lá por mais um tempo. Eu tinha que voltar pra conferir esse artigo porque a Vivian me ligou e ela quer que eu revise alguns textos pra publicação do Mount Sinai. Eu vou buscar ela daqui a pouco.

Derek deitou próximo ao pé da esposa, tocando-o para chamar sua atenção. Addison estranhou aquilo e olhou-o por cima dos óculos vermelhos de armação retangular.

- O que é? _ perguntou.

Ele focou nos olhos dela, que eram dos mesmos azuis acolhedores desde a época da faculdade.

- Eu era indiferente? _ ele perguntou _ Você sabe... Em Nova York... Antes do Mark... Eu era indiferente com você?

Os lábios de Addison se abriram involuntariamente. Aquele era o tipo de pergunta que não esperava ouvir nunca do marido. Ela queria, porque era sinal que em algum momento eles conversariam sobre aquele assunto, mas sabia que Derek fugiria daquele confronto o quanto fosse necessário. Principalmente porque o confronto era com a consciência dele.

- Sim _ ela respondeu.

- Eu era ausente?

Aquilo também a surpreendeu. Não conseguia entender aonde ele queria chegar com aquilo.

- Sim.

- Eu tenho parte de culpa pelo o que aconteceu com o nosso casamento?

Aquela pergunta fazia com que ela se perguntasse se ele havia sido abduzido.

- Sim.

Derek engoliu em seco, assentiu com a cabeça, então sentou-se.

- Desculpa.

Addison silenciou-se.

- Estou me esforçado. Estou... Estou trabalhando nisso. Você sabe... Meredith... Vai passar. Eu acho.

Addison deixou a revista de lado e tirou os óculos de seu rosto.

- Ok _ ela disse sorrindo.

- Desculpa por ontem.

Nesse momento Addison sentiu algo bom no meio do peito e aquele sentimento fez com que todas as duvidas que Mark colocou em sua cabeça com aquela simples pergunta na saída do elevador, sumissem. Ela se aproximou do marido e deu um beijo no rosto dele exatamente como no dia em que ele estava sentado em baixo de uma árvore na faculdade. Em seguida olhou em seus olhos e sorriu assentindo. Derek retribuiu o sorriso e aproximou o rosto do para beijá-la.

Ela se surpreendeu com a intensidade do beijo, principalmente quando sentiu o corpo dele deitando o dela na cama e imediatamente abrindo os botões da blusa de seu pijama. Assim que todos os botões foram abertos, Derek puxou sua camisa pela cabeça e sentiu-se excitado em olhar para o abdômen nu da esposa. Aproximou o rosto de um dos mamilos e tomou-o em seus lábios, fazendo com que ela gemesse. Os dedos de Addison adentraram seus cabelos volumosos, massageando o couro cabeludo, enquanto sua respiração se tornava cada vez mais pesada à medida que seu outro mamilo começava a ser estimulado com a língua dele. Derek se afastou apenas para tirar o resto da roupa que cobria o corpo dela e sua própria calça, ficando apenas de cueca, e logo voltou a estimulá-la. Ele levou uma das mãos até a vagina da esposa e encontrou seu clitóris, enquanto olhava os olhos dela para ver a reação que teria.

- Hummmmmmmmmm...

- Goza pra mim... _ ele pediu fazendo movimentos circulares na zona bem lubrificada.

- Eu quero você _ ela disse em um gemido, fazendo com que ele sentisse uma pulsação em seu pênis.

- Você quer? _ ele perguntou só para ouvi-la novamente.

- Quero...

Então ele tirou a cueca e posicionou-se ao meio dela. Antes que a penetrasse, segurou seu pênis ereto com uma das mãos e passou-o por toda extensão da vagina, posicionou-o na abertura, mas logo tirou, o esfregando até o clitóris.

- Você quer me torturar? _ ela perguntou entre respirações ofegantes.

- Pode ter certeza que isso é uma tortura pra mim também _ ele disse antes de beijar o pescoço dela _ Você está gostosa.

- Sou sua...

- Só minha? _ ele perguntou sugando a orelha dela.

- Só sua...

Então ele guiou o pênis até a abertura e deslizou nela, gemendo, fazendo com que ela gemesse também. Começou com movimentos leves, enquanto sentia as mãos de Addison passando pelas suas costas, em seguida beijou o pescoço dela, sugou sua língua, seu queixo e toda extensão do ombro fino. Gostava quando via que ela estava se esforçando para auxiliá-lo com os movimentos e se sentia orgulhoso em ver que conseguia causar nela o mesmo prazer de anos atrás.

- Você está muito gostosa _ ele disse antes de beijá-la.

- É... Eu não preciso me esforçar pra isso.

Os dois riram. Então Addison virou e sentou sobre a ereção dele, fazendo com que ele gemesse alto a medida em que ela se esforçava para ter o máximo dele dentro dela.

- Estava com saudades da gente _ ela sussurrou segurando os pulsos dele contra a cama.

Derek levantou o pescoço para beijá-la, mas ela afastou o rosto.

- Não quer me beijar? _ ele perguntou com um sorriso no rosto.

Ela se movimentou saindo um pouco e voltando a entrar nele, que gemeu revirando os olhos.

- Eu estava com saudades da gente também _ Derek confessou.

Addison o beijou por alguns segundos e logo começou com os movimentos, que eram tão excitantes para Derek, que o deixava incapaz de beijar e sentir aquilo ao mesmo tempo. Ele gemeu, enquanto ela continuou.

- Deixa eu tocar em você _ ele pediu gemendo.

- Não _ ela disse apertando o pulso dele contra a cama, sem parar os movimentos.

- Eu preciso tocar em você.

- Fecha os olhos.

- Fechar os olhos porque se você está tão linda por esse ângulo?

- Fecha... _ ela pediu se movimentando um pouco mais rápido.

Derek obedeceu.

- Agora imagina... Você está tocando em mim...

Ela sentiu o pênis dele ficar um pouco mais duro.

- E você está movimentando o meu quadril...

- Gostosa...

Ela beijou o pescoço dele, quase o levando a loucura.

- Addison... Vamos lá...

- Aguenta firme, Derek... _ ela pediu enquanto se movimentava.

- Então não faz isso, eu...

Ela passou a língua pela orelha dele.

- Addison... Eu...

Ele tentou se controlar, mas os movimentos da esposa com a estimulação que ela fazia nele, não tinha como fazer com que ele segurasse aquilo nem por um segundo a mais. Gritou mexendo o quadril e sentiu seu orgasmo sendo liberado dentro dela

- Derek...

Ela continuou os movimentos. Ainda não havia chegado ao seu próprio orgasmo. Derek sentia uma leve dor em seu pênis e sua perna tremia um pouco enquanto Addison tentava ter o seu orgasmo. Em alguns minutos ela se contorceu e ele sentiu a abertura dela se contrair ao seu redor, fazendo com que ele revirasse os olhos sentindo um prazer leve. Então ela se jogou ao seu lado e olhou para o teto. Não disse uma palavra, o único som que ele podia ouvir era da respiração ofegante dela.

- A Katie precisa de um quarto só pra ela _ ele comentou se dando contar de que aquela era a primeira vez que eles transavam em uma cama em meses.

Addison olhou para o marido e sorriu com o comentário.

- Sim. Ela precisa.

- A gente poderia fazer isso de novo _ ele disse.

Ela virou para ficar de bruços na cama, então beijou o ombro dele.

- Eu tenho que buscar ela na casa de Bailey. Já está ficando um pouco tarde.

Derek passou as mãos nas costas dela.

- Deixa ela dormir lá e a gente pode fazer isso a noite inteira.

Addison gargalhou.

- É uma proposta tentadora.

- A gente pode fingir que esqueceu, não é? As pessoas esquecem as coisas.

Continuaram rindo. Há tempos não riam juntos daquela forma. Quando a graça acabou Addison olhou pro marido e acariciou o rosto dele.

- Eu te amo, Derek.

Ele abriu a boca para falar o mesmo, mas não conseguiu. Então se aproximou apenas para dar um beijo no rosto dela.

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