AMOSTRA - Minha sapatilha mág...

By AndressaGomesM

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... Amor Humor Magia. O que você faria se pudesse retornar por uma hora inteira no tempo quando quisesse? In... More

Epígrafe e Aviso
UM
DOIS
TRÊS
QUATRO
CINCO
SEIS
SETE
OITO
DEZ
AMAZON

NOVE

651 155 193
By AndressaGomesM

Dormir deveria ser lei mundial. As pessoas deveriam ter um momento à tarde obrigatório para o sono, exclusivo.

É sério. A melhor coisa para o ser humano se chama dormir. Renova suas energias, te deixa relaxado, é gostoso, pode te render bons sonhos e é grátis.

Acordei da minha soneca da tarde aproximadamente às 18 horas. Decidi ir ao shopping testar minhas sapatilhas. Não estão entendendo? Irão entender logo.

Antes de tudo, usei as sapatilhas e voltei uma hora no tempo. Eram 17h e tive mais tempo para me arrumar pra sair.

Fui até a cozinha e peguei meu banquinho de madeira, levei até o quarto e o posicionei ao lado do armário. Subi e retirei de cima dele meu cofre, contendo meu cartão da poupança lacrado e intocado.

Hoje eu decidi gastar!

Guardei o cartão em minha carteira e separei minha roupa. Tomei uma ducha rápida e saí do banheiro cantarolando de roupão e toalha na cabeça.

Ao me despir do roupão, contemplei-me no imenso espelho que possuo em meu quarto. Ele é grande e consigo me visualizar inteira. Adoro.

Vesti minha lingerie e pus um vestidinho azul marinho todo em renda, sem mangas, de gola alta, superelegante, todo grudadinho no corpo até a metade da barriga, onde uma faixa reforçada separa a parte da saia mais folgada e rodadinha até dois palmos acima do meu joelho.

Vestido estilo boneca, amo.

Soltei meus cabelos negros ondulados e bastante compridos da toalha e decidi escová-los.

Fiz uma trança lateral super da moda e finalizei meu look com maquiagem completa, contendo batom vermelho e acessórios em prata.

Depois de arrumada, me calcei, separei uma bolsa grande o suficiente para que minhas sapatilhas coubessem junto com minha carteira e alguns acessórios e pedi um táxi para o shopping.

Chegando lá, olhei o relógio. Já se passaram 50 minutos desde a última vez que usei as sapatilhas, então precisava de mais uma hora e dez minutos para usar novamente.

Passei no caixa eletrônico para verificar meu saldo. Hum... R$42.800,00. Uau... Bastante coisa juntada em sete anos.

Segui para uma loja de grife, daquelas de rico mesmo, sabe? E pela primeira vez me senti poderosa e gastei quase oito mil apenas em uma loja. Demorei quase uma hora experimentando roupas e escolhendo, paguei as que comprei e fui ao banheiro.

Calcei as sapatilhas, fechei os olhos e cinco segundos depois os abri.

As sacolas sumiram.

Consultei o caixa eletrônico. Meu dinheiro ainda estava lá. Que maravilha!

Agora precisava esperar mais duas horas. Ainda eram dezenove horas e o shopping só fechava às vinte e duas.

Adoro magia.

Adoro minhas sapatilhas.

Adoro dar uma de rica e não gastar um real.

Decidi parar um pouco, fui até a praça de alimentação.

Por coincidência do destino, encontrei Alice, sentada em uma mesa, lanchando com um garoto superbonitinho. Deve ser um dos que ela mencionou outro dia. Não me aproximei, pois não sabia se era o Jonatas ou o Gustavo.

Comprei meu lanche e me sentei, feliz e sorridente. Apreciava cada pedacinho do lanche e quando acabei, percebi que Alice pediu licença ao garoto e foi em direção ao banheiro. Levei meus olhos até ela, que me viu e sorriu.

Fiz sinal pedindo para ela esperar no banheiro, ela entendeu e prosseguiu.

Levantei, mas algo me deteve.

Na outra extremidade da praça de alimentação vi Lorenzo, de preto como sempre, lindo e bem vestido, com companhia.

Uma mulher.

Branca de cabelos castanhos, estatura média e corpo cheio de curvas. Linda, por sinal.

Eu os vi caminhar até um restaurante da praça. Ele seguia com as mãos nos bolsos da calça e ela agarrando um braço dele, quando, de repente, ele parou e desvencilhou o braço da mão dela, levantou uma mão na altura do peito, espalmada, sinalizando "para" enquanto dizia algo. A mulher fez um biquinho estranho, ficou na ponta dos pés e o beijou. Ele permitiu o beijo rápido mesmo em meio à praça de alimentação e depois entraram no tal restaurante.

Não entendi porque ele me beijou naquele dia, se tinha namorada. Eu o vi beijando a tal mulher, apenas amiga que não era, certo?

Decidi esquecer esse cara estranho que tem tomado uma parcela bem significativa dos meus pensamentos. Fui até o banheiro me encontrar com Alice.

— Lorena, demorou! — disse, assim que me viu. — Meu Deus, você está pálida. Viu um fantasma?

— Sim, fantasma que anda de moto e beija mulheres por aí— afirmei, desanimada.

— Lorenzo? Ele estava com uma mulher, mesmo tendo te beijado ontem?

— Sim. Não tivemos nada, apenas um beijo. Ele é livre pra fazer o que quiser.

— Tá, mas... Enfim... Você viu o Gustavo?

— Vi. Muito bonito. Parabéns — sorri.

— Boba, ele é um fofo. Me faz rir e me ouve, sabe? Mas eu saí com o Jonatas semana passada e estou mega indecisa, pois nos beijamos e eu adorei. — Ela fez um rosto sofrido.

— Beija o Gustavo — sugeri.— Você não está comprometida com nenhum dos dois, apenas conhecendo — justifiquei.

— Não sei... Me sinto mal. Parece que estou traindo Jonatas. — Alice cruzou os braços, envergonhada.

— Então não é o Gustavo. Antes de achar que trai um dos dois, olhe para os seus sentimentos. Acha que estaria traindo seus sentimentos se beijasse Gustavo?

Ela pensou antes de responder.

—Acho. Ai meu Deus, eu gosto do Jonatas! — constatou, pelo que me pareceu, pela primeira vez.

— Resolvido.

— Obrigada, amiga, te amo! E você, o que vai fazer?

— Deixar pra lá. Nunca vivi em função de relacionamento, não será agora que viverei. Vou encarar tudo na boa.

Alice concordou comigo, então saímos juntas do banheiro. No corredor, avistei Lorenzo sozinho, vindo em direção ao local de onde saímos e fiquei nervosa.

— Alice, o que eu faço? — perguntei.

— Deixa comigo. No meu sinal comece a gargalhar olhando pro alto — disse. Assenti.

Caminhamos e quando estávamos quase de frente a Lorenzo, ela deu o sinal. Eu gargalhei olhando para o alto, continuando meu trajeto até o corredor principal do shopping com minha amiga, enquanto ela dizia:

—Mas é sério, amiga, ele é louco por você. Para de rir, o homem é um príncipe, até te levou flores naquele dia, não lembra?

Percebi pelo meu olhar periférico Lorenzo parar sua caminhada e virar o rosto em nossa direção.

Saímos da sua visão e começamos a rir.

—Amiga, você é uma atriz excelente! — disse a ela.

— Adorei! Agora esse Lorenzo motoqueiro cheiroso pirifado vai ver que não te merece!

Pirifado? — indaguei, enquanto a acompanhava até seu par, que a esperava.

Piriguete e safado. O que esse cara foi!

Rimos mais, então deixei minha amiga na companhia de Gustavo que, por sinal, é um amor de pessoa. Verifiquei as horas e vi que ainda faltava uma inteira até eu poder retornar no tempo.

Ou seja, a cena de agora a pouco não poderia ser apagada. Droga!

O tempo passou e usei minhas sapatilhas pela última vez quando, após as duas horas, fui ao cabeleireiro do shopping e fiz um corte chanel que ficou horroroso em mim.

Corri para o banheiro e, ao voltar no tempo, tive toda a minha cabeleira longa de volta.

Decidi parar de brincar com a sorte e cheguei em casa quase dez da noite. Tomei mais um banho e caí de pijama na cama. O dia seguinte era sábado e eu não tinha nada para fazer, apenas esperar um fato emocionante acontecer. Ou seja, nada de bom.

Dormi rapidamente, porém fui acordada pela madrugada com uma voz feminina tão cantante e suave que pareciam sinos de Natal no meu ouvido, dizendo:

"Não dependa da magia. Não dependa da magia. Não dependa da magia."

De quem seria essa voz?

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