6 de julho de 2016
Meu caderno preto,
Estou exausto. Mentalmente exausto.
Esta disciplina está a dar cabo de mim.
Ontem foi o meu penúltimo exame e, amanhã, finalmente, o último. Depois... férias. Finalmente! Claro que não é certo. Poderei ter que ir à época de recurso. Mas acredito nas minhas capacidades e no esforço que fiz. Acredito mesmo que estarei livre disto amanhã à tarde! (Sim, isso mesmo! Quem é que marca o raio de um exame para as seis da tarde? Enfim...).
Fora o estudo, acho que estou bem. Tirando ontem, que quase matava o Carlos de tanto me ter falado na Sofia. Pelos vistos já se tinha encontrado com ela umas duas vezes. Cá eu, o único encontro que tinha marcado era com os exercícios. Quem me dera que eles me deixassem tão animados e fora de mim como os encontros que o Carlos andava a ter.
É quando corro que penso nela. Vou logo pela manhã, para me tentar abstrair. Mas dela... é impossível.
Eu tenho plena consciência do ridículo que isto parece. Quer dizer, eu só a vi aquela vez. Ajudei-a simplesmente a levantar do chão... e BANG! Como que fiquei quase apanhadinho por ela. Contudo, tenho de te confessar algo... não consigo tirar da cabeça que a conheço de alguma maneira. Que já a tinha visto antes. Não sei onde. Não sei quando. Mas uma sensação de familiaridade preenche-me quando a vejo nos meus pensamentos.
Bem... gostava de continuar aqui a falar, mas não posso. Para além de ter de ir estudar para o último exame, tenho de ir ajudar o meu irmão com as mudanças no seu quarto. O puto meteu na cabeça que está na altura de ter um quarto mais "à adulto" (o que quer que isto signifique), pelo que lhe darei uma pequena ajuda. Andamos sempre às turras, mas adoro o miúdo. Acho que da próxima vez que te vier escrever, te conto mais dele.
Até mais logo,
Pedro