BASTIDORES DO BSS

By EmideMorais

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Leu todos os livros da série dos Agentes do BSS? Teve alguma parte que você gostaria de saber como teria sido... More

1.Ramon acerta as contas com Rafe
2. Sam e a gravidez da Chloe
3.Chegada de Justine aos SKULLS
4. O felizes para sempre de Christian e Brianna
6.Will e o início da sua história de amor
7. Versão Voz e Violão do Tema de Murilo e Babi

5. A Chegada de Amélie

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By EmideMorais

Fritz estava insano na sala de espera. Ele segurava a gatinha endemoniada, Judith, bem perto do peito. Um dos seguranças veio até ele.

-Não é permitido animais no hospital.

O agente ignorou o recado e foi mais uma vez importunar a recepcionista.

-Está demorando muito. Vá até lá ver se está tudo bem.

-Está tudo bem. Ela está sendo preparada e logo o senhor poderá entrar.

-Eu deveria estar lá... com ela. É minha mulher, é minha filha, é minha Leoa e minha filhotinha.

-Senhor? Animais não são permitidos...

Virando-se para encarar o segurança com cara azeda e irritada, Fritz falou com impertinência.

-Não é um animal. É a Judi. Ela é da família e está apreensiva porque a mãe dela está se preparando para dar a luz.

Revirando os olhos com impaciência, o segurança falou mais grosso.

-Se essa gata não sair daqui, vou ter que pedir que se retire.

Nesse momento, os agentes do BSS entraram em peso e junto deles, suas mulheres. Fritz respirou aliviado. Ter sua segunda família ali era uma força que ele precisava. O homem caminhou até seus amigos que deram tapinhas de conforto em seu ombro. Marconi foi o primeiro a falar.

-Como ela está?

-Com dores. Ela está sofrendo.

Os caras riram. A maioria deles já tinha passado por isso e entendiam perfeitamente o desespero do amigo, mas tentaram ser camaradas.

-Vai ficar tudo bem.

Frits não estava convencido disso.

-Eles me disseram: "Espere lá fora que logo te chamamos", mas até agora nada e isso já faz horas.

Sam checou as horas.

-Mas não tem uma hora que ligou dizendo que estava vindo com ela para o hospital.

Carrancudo Fritz retrucou.

-Quem se importa? Pra mim parece que faz séculos.

Os SKULLS invadiram o hospital com suas presenças nada refinadas. Eles vieram até o Fritz e foram logo questionando. 

-Ela está bem?

-Está sendo preparada para a cesariana. 

-Vai dar tudo certo. 

Naquele momento Fritz pensou que quem tinha amigos, tinha tudo. Os agentes do BSS e os SKULLS eram unidos e se preocupavam uns com os outros e isso era algo que ele valorizava muito. Finalmente a médica auxiliar o chamou.

-Senhor Brenner?

-Sou eu.

-Pode seguir para o vestiário e colocar a roupa cirúrgica, por favor? A cesariana será feita em vinte minutos.

Nervoso, trêmulo e parecendo um pouco perdido, Fritz entregou a gatinha Judith para Justine.

-Cuida dela pra mim?

-Claro.

Ele olhou para seus amigos mais próximos, seus irmãos, seu comandante e acenou afirmativamente.

-Está na hora.

Babi colocou a mão na cintura do alemão.

-Vá ver sua garotinha nascer. Estaremos todos aqui quando voltar.

Acenando de forma desesperada, Fritz seguiu a médica para dentro do recinto, onde trocou de roupa e foi encaminhado à sala de cirurgia.

Leona estava respirando com dificuldade e soltava o ar em pequenos sopros compassados. Fritz se aproximou rapidamente.

-Leo.

-Fritz...

Ele segurou a mão dela com carinho.

-Nossa Amélie está quase chegando.

-Sim... (dois sopros) ... está...

O obstetra se aproximou, fez algumas perguntas de sobre o estado de saúde de Leona e ditou ordens médicas com um auto-controle que fez Fritz murmurar um palavrão. Sua Leoa estava rugindo em dor e o homem querendo saber quantos batimentos cardíacos ela estava emitindo?

Fritz respirou fundo e tentou se acalmar. Aquela era a melhor equipe médica, da melhor maternidade do Estado. É claro que o médico tinha que estar tranquilo, afinal se o bastardo estivesse tremendo de medo como iria tirar sua menininha de dentro da sua Leoa e traze-la ao mundo com segurança?

O alemão se lembrou de quando Leona começou a passar mal e posteriormente descobriu a gravidez...


Quase um ano antes...

Era a terceira vez que Leona ia ao banheiro. Fritz estava lendo uma notícia do The Boston Globe quando ela novamente se levantou da cama e seguiu para o Toilet. Pulando da cama com a ansiedade piscando em luzes de neon em sua cara, Fritz correu até a cômoda e pegou o teste de farmácia que estava ali desde o mês passado. Antes que ela tivesse fechado a porta, ele já estava lá dentro abrindo a caixinha. Leona suspirou indignada.

-Fritz... Quero usar o banheiro.

-Eu sei. Mas já é a terceira vez... Pode ser um sinal.

-O mês passado você comprou quatro testes... Acho melhor não criar expectativas.

Decepcionado, ele concordou e se virou para sair deixando o teste em cima da pia. Leona se sentiu mal. Há três meses tinham decidido que queriam ter um bebê e desde então Fritz estava enlouquecido com a ideia de ser pai. Estocou testes de farmácia e tinha até comprado um boné do Red Sox para o bebê que sequer tinha sido concebido.

O homem estava tão ansioso que Leona tinha começado a se preocupar.

-Tudo bem... estou tranquilo... não se preocupe.

As desculpas dele não serviam de nada porque assim que ela saísse do banheiro iria se deparar com os olhos questionadores dele. Sabendo disso, ela achou que era melhor fazer a porcaria do teste antes que Fritz enfartasse com a antecipação.

Ela fez xixi sobre o palito e esperou. É claro que ela queria ter outro filho, do contrário não teria concordado em parar com os anticoncepcionais, mas estava em paz e esperaria o tempo que fosse com tranquilidade, ao contrario de Fritz que estava insuportavelmente ansioso.

Leona achou que quando engravidasse, ficaria feliz e isso seria tudo. Filhos eram bênçãos celestiais. Seu menino, Leoni, era sua maior felicidade, embora tivesse vindo inesperadamente e fosse fruto de uma relação baseada na atração física e não no amor.

Mas quando a cor daquele maldito palito ficou azul e deu positivo, suas pernas bambearam, sua respiração faltou e ela teve que inspirar profundamente para controlar o descompasso do seu coração.

Atônita, ela abriu a porta do banheiro e olhou para seu homem, para seu amor, para a pessoa que tinha roubado seu coração de maneira irreversível.

Fritz arregalou os olhos quando viu a palito na mão dela.

-Leo?

-Fritz...

-O que é isso?

Ele se aproximou e estava empalidecido.

-Não me diz que... que...

-Po.Si.Ti.Vo.

Sem acreditar, Fritz piscou incontáveis vezes.

-Positivo?

-Positivo.

-Positivo?

-Fritz... positivo.

Balbuciando  POSITIVO como se fosse a única palavra do mundo, Fritz a tomou nos braços e a esmagou em um abraço forte e apaixonado.

-Nossa Amélie...

Leona riu.

-Não sabe se é uma menina.

-Eu sei. É nossa Amélie e eu já a amo demais.

Leona sorriu ternamente. Ele tinha dito desde o primeiro instante que decidiram tentar ser pais que seria uma menina e que teria o nome de sua avô, Amélie. Ela não fez objeções. O nome era bonito, mas não tinha a mesma certeza que ele de que seria uma menina. Fritz, entretanto, não parecia ter dúvidas.


Na sala de cirurgia...

O médico ordenou que ele ficasse do lado de lá do pano que cobria metade do corpo de Leona. Ela estava sonolenta e segurava a mão dele com força. Fritz beijou a testa dela incontáveis vezes enquanto assistia com certa relutância, a cesariana ser feita com maestria.

O som metálico dos instrumentos, seguidos das vozes competentes que conversavam em termos técnicos pareciam distantes na mente apavorada de Fritz. Ele sentiu que poderia desmaiar a qualquer momento, mas se esforçou em ficar firme porque não era um maricas.

Quando a barriga de Leona foi pressionada para baixo por algo que mais parecia um gancho de inox e o médico enfiou a mão inteira ( INTEIRA!!!! ) dentro dela e tirou um bebê acinzentado que começou a esgoelar imediatamente, Fritz ficou paralisado.

Durante toda a gestação eles evitaram saber o sexo do bebê, queriam desfrutar do elemento surpresa, mas no coração dele nunca houve dúvidas de que era sua pequena Amélie ali dentro da barriga da sua amada.

Com experiência e destreza, o médico segurou o bebê e cortou o cordão umbilical. A enfermeira chefe se aproximou com um lençol verde e limpo onde embrulhou o pequeno esgoelador.

Aproximando-se de Fritz, ela sorriu e disse.

-É uma linda menina.

0 coração de Fritz estourou no peito feito uma bomba atômica. Seus braços se esticaram para segurar sua filhotinha.

-Amélie... amor... é o papai.

-Me deixa vê-la Fritz.

Ele se aproximou e Leona beijou a cabecinha ainda suja da menina.

-Você acertou.

-Eu sabia...

Eles sorriram um para o outro e ele completou.

-... sempre soube que minha filha estava vindo pra mim.

Leona sorriu mais uma vez e se permitiu descansar.  A Leoa fechou os olhos e adormeceu quase que imediatamente. Fritz beijou sua mulher e olhou pra sua bonequinha beijando-a com imenso amor.

-Papai vai te proteger de tudo... de todos...

O bebê se remexeu e a enfermeira a pegou do colo do pai.

-Vamos fazer os exames de praxe.

-Posso ficar aqui?

-É melhor que espere lá fora. Logo sua mulher e sua filha estarão no quarto e poderá ficar com elas.

Ele concordou e saiu da sala com o coração apertado. Não queria deixar as duas mulheres da sua vida sozinhas. Estava abobalhado e encantado. A felicidade plena o atingiu por inteiro e inexplicavelmente o mundo pareceu absurdamente completo. Ele saiu da sala de cirurgia e correu para o saguão onde o BSS  e os SKULLS em peso esperavam por ele.

Sorrindo, Fritz se apressou  para junto de seus amigos e gritou eufórico.

-Nasceu!!! Minha Amélie nasceu!!!

Os agentes e os renegados vieram até ele enchendo-o de felicitações. Estavam felizes pelo alemão. Mais uma criança para completar a creche do BSS . Dylan Meyer sorriu. O ciclo finalmente estava completo.

Dias depois...

Leona estava amamentando quando a porta se abriu e Fritz entrou. Ela riu. Ele sempre entrava na hora que Amélie estava sendo alimentada. Seu alemão adorava ver sua filha mamando e quando a SKULL o questionou sobre isso, ele deu de ombros e disse apenas que era uma cena linda. 

Quando a menina terminou, ele a pegou no colo sem hesitar. 

-Pode deixar que eu a faço arrotar. 

Leona revirou os olhos, mas estava muito encantada em ver como sua filhinha era amada e em como Fritz era um pai extraordinário. Leone também estava irremediavelmente apaixonado pela irmã. Ela ficou olhando seu agente favorito bater delicadamente nas costinhas da pequena Amélie enquanto murmurava juras de amor eterno. Era engraçado, mas era bonito de se ver também. Seu filho tinha um pai amoroso e dedicado e sua filha também. Domenico e Fritz eram os melhores pais do mundo . 

Os olhos dela se umedeceram pela emoção. Leona tinha caminhado por estradas tortuosas, mas a vida foi misericordiosa e a abençou com um marido lindo e filhos maravilhosos. 

Vendo a emoção nos olhos da sua Leona, Fritz franzio o cenho preocupado. 

-O que foi amor?

-Nada... - Pensando melhor, ela se corrigiu. - ... ou melhor, Tudo. 

Sem entender, Fritz apenas a observou. A SKULL se explicou. 

-A vida é muito boa. 

Ele riu porque entendeu o que ela quis dizer... olhando para sua filhinha adormecida, Fritz concordou. 

-A vida é boa demais. 



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