1.Ramon acerta as contas com Rafe

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A Leitora Nilcea, me escreveu pedindo para narrar o encontro de Ramon e Rafe que acontece no final do livro A Ladra. Depois que o irmão de Nick a esfaqueia e ela vai parar no hospital, a bailarina é socorrida pelo ex namorado e eles reatam a relação. O mexicano diz à ela que acertou as contas com seu irmão, mas a cena não foi escrita... Então ai está ela... 

Nilcea, obrigado pelo carinho. Essa cena é para todas as apaixonadas pelo BSS e em especial pra vc que a pediu. Bjs. 


...Ramon estava tenso e dirigia com os olhos vidrados no caminho que estava fazendo. Murilo olhou pra ele preocupado.

-Sabe que não pode mata-lo, não sabe?

-Eu posso. Ele esfaqueou a minha mulher. Pode ter certeza que o maldito bastardo nunca mais vai encostar um dedo nela novamente.

-Precisa ponderar os fatos. O homem é um bosta, mas é filho da única mãe que ela teve de fato. Matar Rafe significa que você nunca vai se ajustar à família dela e isso um dia vai separar vocês dois.

-O cara arrebentava a Nick na pancada e ainda abusava dela e eu tenho que pensar no que a porra da madrasta vai achar se ele for morar nos quintos dos infernos? Pelo amor de Deus Marconi.

-Ele é um covarde, uma correção bem dada e tenho certeza que o idiota nunca mais vai se atrever a sequer chegar perto dela.

O silêncio caiu sobre os dois enquanto Ramon continuava a guiar seu carro através do bairro de baixa renda onde o departamento de informação comandado por Murilo Marconi tinha descoberto que Rafe morava.

Foi relativamente fácil achar o rapaz que estava foragido desde que esfaqueara a irmã. Uma pergunta ou duas e os agentes chegaram ao local. Era um pub velho e mal cuidado e tinha uma meia dúzia de caras cheirados e mal vestidos ali.

O lugar cheirava a naftalina e a entrada de dois homens grandes, bem vestidos e com expressões ameaçadoras com certeza chamou a atenção ali. O parrudo com cara de viking que estava atrás do balcão falou com voz de soprano rouco.

-O que querem aqui?

Uau, aquela não era uma pergunta retórica, era? Nem tão pouco havia preocupação em ser agradável. Ramon recostou no balcão com os braços cruzados sobre a superfície.

-Procuro pelo Rafe.

-Ele não está aqui.

Ramon tirou seu distintivo federal e colocou com brusquidão sobre o balcão.

-Talvez você queira continuar com essa porcaria que chama de bar aberta por algum tempo ainda. Então, talvez, tenha que colaborar ou ficarei feliz em exigir o alvará de licença agora mesmo e como tenho certeza que não vai conseguir apresentar um, então... talvez...

-Ok. Ele está nos fundos... tem uma sala que ele usa pra fazer... a droga dos negócios que ele faz. Não tenho nada com isso, portanto, veja se não deixa o corpo aqui pra eu dar fim. A última coisa que quero é a polícia rondando meu local de trabalho. Tenho família pra sustentar.

Murilo apontou pra ele.

-Tem sorte que a gente tem outros assuntos pendentes. Tire uma licença, porque se precisarmos voltar aqui, com certeza eu vou exigir uma.

Os dois agentes seguiram para onde o dono do bar tinha indicado.

Rafe aspirou o pó branco e fungou algumas vezes. Os outros dois caras que estavam com ele fizeram o mesmo. A sensação de prazer foi imediata. Algo irradiando por dentro e dando a eles a satisfação rápida que buscavam na droga. A porta foi aberta com um supetão e os caras se assustaram levantando-se de imediato.

Os olhos de Ramon estavam fixos no desgraçado que havia metido um punhal na barriga da sua Fada. Com as armas nas mãos Murilo e seu amigo dominaram o lugar sem muito esforço.

-Sabe quem eu sou Rafe?

Surpreso pela abordagem direta, o irmão de Nick balançou a cabeça em uma negativa confusa e estreitou os olhos tentando se lembrar se conhecia ou não o grandalhão à sua frente.

-Sou o namorado da sua irmã.

Engolindo em seco, Rafe sentiu seu corpo formigar e tentou se justificar.

-Ela... a Nick... ela me provocou, ela tentou...

-Cala sua maldita boca Rafe.

Aproximando-se devagar, Ramon apontou a arma para o idiota viciado que tremeu na base e quase se borrou todo.

-Ela está sedada em um hospital porque um bastardo filho da puta enfiou um punhal nela.

Rodeando a mesa e tentando pegar alguma distancia do homem ameaçador que estava de frente com ele, Rafe olhou ao redor e agora se mostrava apavorado.

-Eu não tive intenção de feri-la, só tentei me defender.

-Se defender de uma mulher com a metade do seu peso e do seu tamanho? Seu covarde de uma figa.

Ramon disparou na parede em uma mira perfeita para assustar, para que Rafe sentisse o zunir da bala em seu ouvido e percebesse o quão encrencado ele estava. O homem se encolheu de medo.

Os outros dois homens que estavam ali espremeram-se no canto da parede com olhos arregalados e não sabiam se olhavam para Rafe, Ramon ou se preocupavam em estar sobre a mira da arma de Murilo Marconi.

Ramon colocou sua arma no coldre e apontou para Rafe.

-Venha aqui e tente se defender de mim.

-Olha cara... eu... eu...

-Pare de gaguejar como um mariquinha e tenta mostrar a dignidade do machão que você foi quando espancou minha mulher e a perfurou sem piedade na cozinha da casa dela.

A respiração de Rafe agora estava entrecortada e Ramon pensou que o idiota fosse enfartar. Isso seria muito ruim, porque ele queria matar o imbecil. Um ataque cardíaco não faria juz ao que ele merecia. Sem esperar Ramon avançou sobre Rafe e deu um soco de direita na cara do rapaz que voou para o outro lado da sala batendo na parede oposta se esborrachando no chão.

Rafe gemeu e sem tempo para se recuperar ele foi erguido pela camiseta e recebeu outra pancada de punho fechada no meio do nariz. Murilo ouviu o som de osso quebrando e tentou não intervir, mas não podia deixar Ramon bater no cara até a morte, mesmo que ele merecesse isso.

As porradas continuaram sem cessar. O rosto de Rafe se transformou em uma bagunça geral. Encolhido ele recebia os chutes de Ramon com gemidos de dor e chegou a um ponto que não conseguia sequer emitir som algum. Saindo do seu lugar, Murilo agarrou Ramon pelo tórax.

-É o suficiente campeão.

Insano, Ramon ainda tentou se desvencilhar do amigo, mas Murilo era forte e treinado e o deteve com segurança

-Não. Já chega Ramon. Lembre-se que ele é filho da mãe da Nick. Não pode ter a morte dele nas suas costas.

Respirando fundo, Ramon se afastou, mas ainda assim Murilo continuou entre ele e o que tinha sobrado de Rafe. O mexicano precisou de uns minutos pra se recuperar totalmente do seu estado de nervos e somente quando se sentiu mais controlado foi que ele se abaixou perto de um Rafe muito machucado e sussurrou raivoso.

-Chegue perto dela uma única vez e arranco suas bolas com as mãos. Tente alguma coisa contra ela e te mando com passagem só de ida para o inferno, mas não antes de te esquartejar inteiro a sangue frio. Estamos entendidos?

Com um aceno de cabeça mínimo e doído, Rafe foi deixado no chão sujo de uma sala velha nos fundos de um bar clandestino. Ele mal respirava quando o dono do local chamou a ambulância para socorrê-lo. Estava com algumas partes do corpo quebradas, mas sobreviveria. Não sabia de fato quais seriam as sequelas que ficariam depois de uma surra daquela, mas de uma coisa ele tinha certeza absoluta, nunca mais queria chegar perto de Nicole Palmer enquanto vivesse.

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