O Cristalizar da Água - O Flo...

By millarbastos

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{CAPÍTULO INÉDITO! Mais detalhes em breve} Qual é o preço de se lutar por algo que você sempre acreditou ser... More

Antes de ler!
Sinopse
Capítulo 1 - Brianna
Capítulo 2 - Brianna
Capítulo 3 - Brianna
Capítulo 4 - Brianna
Capítulo 5 - Brianna
Capítulo 6 - Brianna
Capítulo 7 - Brianna
Capítulo 8 - Chad
Capítulo 9 - Brianna
Capítulo 11 - Brianna
Capítulo 12 - Brianna
Capítulo 13 - Chad
Capítulo 14 - Tirzah
Por onde eu ando...
CAPÍTULO 15 - BRIANNA
Eu estou de volta (e nem é click bait)

Capítulo 10 - Chad

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By millarbastos

Eaii? Mais um capítulo pra vocês! Obrigada pela paciência, já que tenho diminuído o ritmo das postagens justamente por não estar escrevendo muito. (E aí, quando eu consigo escrever, meu pc decide não salvar as alterações...) 

Mas enfim! Está aqui!

Aahh, e eu tenho um Blog - http://umlivroeumcha.com.br

Eu tenho um instagram do blog! - @abookandatea

O Florescer do Fogo está à venda! - www.clubedeautores.com.br

Aproveitem e deem uma passadinha no perfil da Deborahknapik !!

Beijinhos <3

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A PORTA FECHOU-SE COM UM ESTRONDO e eu fiquei parado olhando-a, sem entender o que havia acontecido. Olhei para Aikeen, para a porta, e de novo para o ancião, confuso com o que eu deveria fazer.

– Hum... Obrigado, eu acho. – Eu disse e me direcionei para a porta, pronto para ir atrás de Brianna.

– Fique onde está. – A voz de Aikeen ressoou atrás de mim.

Eu me virei e voltei a encará-lo.

– Você poderá encontrá-la hoje, à meia noite, na orla Oeste da Floresta de Torphin. – Ele respirou fundo e cruzou os dedos em cima da mesa de cedro. – Menina precisa de um tempo para...

– Sozinha? Na floresta? – Eu o interrompi quando me ocorreu do perigo que ela poderia estar passando. – Ela não pode ficar sozinha na floresta! Não com todos os serviçais à solta! Não no estado em que ela saiu... e não sem mim!

Aikeen ponderou as palavras e sorriu antes de falar.

– Eu nunca disse que menina estaria sozinha na floresta.

– E-Eu preciso ir até ela e garantir que ela está bem! – Eu apoiei as minhas mãos na mesa. – Não tem noção de como ela só sabe entrar em confusão o temp...

– Basta!

Sentei-me à cadeira mais próxima de Aikeen e fechei a boca, esperando que ele falasse alguma coisa. Ele, porém, permaneceu em silêncio, olhando para o espaço vazio logo acima da mesa com seus olhos brancos. Eu ia começar a falar alguma coisa, qualquer coisa, mas Aikeen voltou seu rosto para a minha direção e voltou a falar, agora, porém, com um tom diferente.

– Rapaz também precisa de um tempo sozinho. Para pensar nas escolhas e nas consequências. Aikeen sabe que rapaz não disse todos os motivos durante o concílio, sabe também que o porquê disso.

Eu engoli a seco.

Pensei que havia sido claro o suficiente com meus argumentos na reunião do concílio alguns minutos atrás para não deixar transparecer os meus reais motivos. O único ali que sabia de tudo era meu pai. Nem mesmo o líder da casa Huffenghon ou o da casa Sitzghonn – que teria todo o direito de intervir – se opuseram ao meu pedido.

Olhei para Aikeen por um longo minuto antes de responder.

– Vou repetir ao senhor aquilo que disse diante de todos os líderes de Torphin: fui chamado pelo Rei dos Antigos, Wuok, para servi-lo fora dessa terra e não me atrevi a recusar seu pedido. – Eu engoli a seco antes de continuar. – Não posso mais exercer meus direitos civis em Torphin.

– Aikeen entende essa parte, – o ancião respondeu com os olhos fixos em um ponto acima da minha cabeça. – Mas Aikeen vê algo a mais no coração do rapaz que ele não quer trazer à tona agora. Aikeen entende. Se rapaz não quer falar, não há problema. Aikeen fala. Cuidado com o coração, jovem. Do mesmo jeito que ele pode levar rapaz ao caminho certo, pode também enganar. É traiçoeiro quando não colocado no lugar certo.

Encarei Aikeen enquanto eu tentava entender o que ele estava querendo dizer. Tentei memorizá-las, pensando que em algum momento eu entenderia. Por enquanto, era um monte de palavras bonitas que não fazia sentido nenhum.

Comecei a balançar minha perna e batucar as pontas dos dedos na mesa, esperando que Aikeen dissesse mais alguma coisa.

– O rapaz pode ir. – Aikeen pigarreou antes de continuar, abrindo um sorriso educado. – Espere menina no momento certo, e ela virá até o rapaz. Enquanto isso, aproveite o último dia do rapaz como Cidadão de Torphin.

Fechei a gigantesca porta atrás de mim, e encostei-me a ela esgotado. Sentia que toda minha energia havia sido exaurida no concílio com os Líderes de Torphin, e as últimas gotinhas haviam sido usadas agora com Aikeen. Nesse mesmo instante, uma dor de cabeça terrível explodiu em minha cabeça e eu cambaleei. Apoiei-me à coluna mais próxima e segui pelo corredor, descendo a escada espiral e atravessando o jardim.

Enquanto caminhava até minha casa, eu não conseguia parar de pensar em Brianna. Aikeen disse que eu não poderia ir atrás dela até o momento que ela viesse sozinha, e isso simplesmente me corroía por dentro. Não se pode fazer um pedido desse. Eu já havia convivido com Brianna o suficiente para saber de sua facilidade em encontrar problemas. Imagens assustadoras de serviçais a encontrando e levando-a para longe invadiam minha mente e eu me peguei entrando pelo caminho que levava à floresta.

Parei onde estava, apertei bem os olhos e tirei o suor que escorria da minha testa quando notei som de passos inseguros atrás de mim. Suspirei de alívio e senti-me mais leve. Dei meia volta, abrindo um sorriso, quando me deparei com um par de olhos azuis.

– Você.

Automaticamente, todos os meus temores voltaram. Uma mistura de medo e anseio por Brianna, e uma pequena revolta e sentimentos de traição da parte daquela que me encarava hesitantemente. Cruzei os braços sobre o peito e apertei meu maxilar, esperando que Saffira falasse alguma coisa.

Ela engoliu a seco e contorceu os dedos das mãos.

– E-eu estava te...

– Seguindo. – Eu a interrompi.

– Procurando.

Saffira assumiu o olhar de autoconfiança por um pequeno segundo, antes de desabar novamente.

– E então? – Ela gaguejou ao sussurrar as palavras.

Eu ponderei a resposta por um longo tempo antes de responder.

– Já está feito.

Os olhos azuis de Saffira se encheram de lágrimas e um sorriso débil apareceu em seu rosto. Ela tirou um lenço do cinto em seu vestido e limpou o rosto, sem conseguir me encarar.

– Não sei o que dizer. – Ela alisou o lenço antes de usá-lo novamente. – Por favor, me perdoe por ter escondido tudo de você. E-eu não imaginava que iríamos... – Ela guardou as palavras para si quando notou a expressão de dor em meu rosto.

Não adiantava agora jogar para Saffira tudo o que eu realmente sentia em relação a ela. Eu sabia que não valeria a pena e que, muito provavelmente, eu me arrependeria depois.

Hesitante, eu me aproximei de Saffira e a abracei levemente. Ela afundou o rosto no meu ombro e chorou mais ainda.

– Não tenho como agradecer. – Ela murmurou quando nos afastamos. Saffira limpou o rosto novamente, guardou o lenço e alisou os cabelos loiros para trás do ombro. – Você está se tornando um grande homem, Chad.

Eu sorri desconfortavelmente. Olhei para trás, para o caminho que levava à floresta, e respirei fundo.

– Vamos. – Eu disse a ela quando meu estômago fez barulhos estranhos. – Ouvi dizer que teríamos um carneiro assado para o almoço.

Segui o caminho de volta ao centro de Torphin com Saffira ao meu lado, mas voltando meu olhar para a floresta a cada minuto.

O almoço com os Líderes de Torphin dessa vez não foi tão bom quanto costumava ser. Apesar de ter estado fora de casa pouco menos de um mês, parecia uma eternidade pelo que eu tinha vivido fora daqui, e o típico almoço das quatro famílias parecia estranha, desconcertada, distante.

Ackel, Saffira e suas irmãs mais novas Ranna e Kira, e os três Erralghonn, Ned, Vince e Clary sentavam à mesa ao meu redor na "mesa das crianças", como ainda chamávamos – apesar de o mais novo integrante ter completado doze anos recentemente. Abbey ocupava o assento ao meu lado, onde sempre fora o lugar de Tirzah, e não vê-la ali aumentou ainda mais meu desconforto.

Todos conversavam alegremente independente do meu nervosismo à mesa. Os mais novos, sem entender o que se passava, olhavam-me com estranheza nos olhos, como se não entendesse o motivo do meu silêncio e rápidos comentários. A verdade era que, apesar de eu estar ali, eu estava só em corpo. Minha mente rondava por toda a floresta ao redor de Torphin, esperando o sol mover-se em alta velocidade para que caísse logo a noite e Brianna pudesse voltar.

Abbey havia me perguntado de sua irmã umas dez vezes pelo menos. Em todas elas eu afirmava que ela estava bem e que só precisava de um tempo para pensar. Ela insistia em perguntar se Brianna estava bem e seus olhos enchiam de lágrimas quando eu demorava a inventar alguma resposta. Meu coração se contorcia ao imaginar a dor da perda recente de Abbey e eu tinha certeza que, apesar de estar levando a morte da mãe até que bem, ela não suportaria perder a irmã também.

Ackel, do outro lado da mesa, me encarava como se estivesse tentando ler a minha mente. Eu tentava soltar alguma piada quando ele me olhava sério, mas ele parecia não acreditar muito. Eu voltei a encarar meu prato. Apesar de ser meu favorito, a carne de carneiro descia pela minha garganta como se fosse um turbilhão de pedras cortantes, com gosto de cinzas. Tentei comer tudo o mais rápido que eu conseguia, na tentativa de fazer o tempo passar mais rápido.

Assim que todos terminaram e os casais da mesa ao lado começaram a se levantar para organizar as coisas, eu afastei minha cadeira e saí pelo corredor da minha casa. Sem ver muito bem para onde eu estava indo, caminhei apressadamente até encontrar um lugar aberto.

Abri as portas dos fundos e respirei o ar frio daquela tarde, grato por conseguir respirar melhor. Ziguezagueei pelo jardim de trás da casa até encontrar um lugar um pouco mais escondido pelas árvores e arbustos. Era incrível como apenas sentar na terra e encostar minha cabeça em uma árvore tinha o poder de me acalmar.

Pequenas raízes surgiram do solo ao meu redor e se enroscaram em meu dedo e eu consegui acalmar minha respiração ao me concentrar na terra, na sua calmaria e no seu silêncio.

Enrosquei meu dedo na grama e puxei algo como um fio, que se tornou um ramo com um pequeno botão na sua extremidade. O botão foi se abrindo e delicadas pétalas se ergueram. Quando ela terminou de se abrir por completo, eu tinha em minhas mãos uma flor que eu nunca havia visto antes. As pétalas eram de um laranja vibrante. O miolo era branco rosado, com pontinhos marrons minúsculos em todo o lugar. Eu a encarei e fiquei imaginando que talvez por isso que Astafleer era conhecida por suas flores exclusivas. Eu, inconscientemente, havia criado uma espécie nova de flor. Sorri ao notar que as cores da flor era nada mais que um reflexo de meus pensamentos em Brianna.

Arranquei a flor do solo e fiquei olhando para ela, girando-a com meus dedos quando eu vi que uma sombra me cobriu. Ackel sentou pesadamente ao meu lado e viu o que eu tinha em minhas mãos.

– Desde quando você gosta de flores? – Ackel me cutucou com o cotovelo, brincando.

– É uma longa história. – Eu ri, ainda me sentindo hesitante de contar a Ackel aquilo que eu havia me tornado. Ponderei as possibilidades e então me virei para o meu amigo. – Dê uma olhada.

Fiz o mesmo movimento com as mãos, e puxei outros fios do solo que, aos poucos, foram se tornando diversos tipos de flores diferentes, mas todas da mesma cor da primeira. Ackel abriu a boca várias vezes para falar algo, enquanto ele fazia uma careta de espanto.

– Certo... Pode começar a se explicar.

Passamos o resto da tarde ali, sentados perto das árvores que agora haviam se tornado meu refúgio, contando para Ackel tudo o que havia acontecido comigo desde que eu havia saído de Torphin, sem esconder nenhum detalhe. Ackel assentia e me encorajava a contar mais. Naquele momento eu soube que nossos desentendimentos haviam sido deixados para trás como se nunca tivessem acontecido.

O sol já havia se posto há algumas horas e eu finalmente me encontrava sentado em uma pedra em frente à orla Oeste da Floresta de Torphin. Eu segurava a flor laranja e brilhante em minhas mãos, girando-a de um lado para o outro enquanto eu me concentrava em não sair correndo em desespero atrás de Brianna. Aikeen havia garantido que ela estaria em segurança, e eu esperava que ele cumprisse o que havia prometido.

Eu já deveria estar há mais de meia hora. Já havia sentado, andado de um lado para o outro, e me sentado novamente quando ouvi um farfalhar entre as árvores à minha frente. Larguei a flor laranja na pedra e fui em direção ao som quando ouvi um grito à distância e o reconheci imediatamente. Meu coração se acelerou e eu senti a pulsação de sangue em todo o meu corpo.

– Brianna! – Eu gritei, andando de um lado para o outro ao me aproximar ainda mais da floresta. – Brianna, aqui!

Estava um breu, e eu não conseguia enxergar nada além de um metro à minha frente. Tentei sentir as árvores ali e enviei pedidos urgentes para que elas abrissem um caminho.

Logo, o som de galhos se desviando aumentou enquanto os galhos liberavam caminho e os arbustos se deslocavam na terra de uma forma que eu nunca havia visto antes. Ouvi o som de botas quebrando galhos e um gemido de choro.

Corri naquela direção chamando-a até que meu corpo colidiu com o de Brianna, que chorava compulsivamente. Ela se agarrou a mim e eu a ela, apertando-a como se ela pudesse escapar a qualquer momento.

– Está tudo bem, está tudo bem. – Eu sussurrei para ela, afundando meu rosto no emaranhado de cabelo laranja. – Eu te encontrei, está tudo bem.

Brianna sussurrava entre soluços.

– Eu sei, eu sei, mas não, não posso, por favor, não.

Eu coloquei a mão em seu rosto molhado e o levantei para que ela pudesse me ver.

– Ei, ei, está tudo bem.

Ela engoliu a seco antes de voltar a murmurar.

– O-o... l-livro Cha-chad... de Guyok. Eu s-sei. Eu sei. – Ela engoliu a seco e se contorceu, como se aquilo a causasse dor. – Em Werscheim. Casa na campina de Lughan. Logo.

E então, antes que eu pudesse dizer alguma coisa, Brianna desmoronou em meus braços.

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