DOCE CORAÇÃO - Livro I - Amor...

By JfbBauer

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Degustação do livro publicado na Amazon. Quando Grace se muda para a casa do novo marido de sua mãe não esper... More

Sinopse
Apresentação
Prólogo
Doce Rebeldia - parte 1
Doce Rebeldia - parte 2
Doce Amizade - parte 1
Doce Amizade - parte 2
Doce Romance - parte 2
Doce Encanto - Parte 1
Doce Encanto - parte 2
Doce Paixão - Parte 1
Doce Coração - Livro 1 - Amor Proibido - O que te espera na Amazon!
A continuação. Doce Coração Livro II Verdadeiro Amor

Doce Romance - parte 1

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By JfbBauer


Doce Romance

Tee Shirt - Birdy

Jason

Juan Lorenzo é descendente de espanhóis. O cara tem a maior loja e oficina de motos da cidade. Entende tudo do lance de motocicletas e está me ensinando tudo o que sabia. Eu sou um sortudo do caralho!

— Jason o que você tem que entender é que a corrente perde a lubrificação mais rápido em períodos de chuva, ou quando se trafega em regiões com muita terra. Sempre que andar de moto sob chuva intensa tem que lubrificar a corrente com óleo SAE80-90 antes da próxima saída. —Ele vai explicando e me mostrando como fazer. — Isso é simples qualquer um pode fazer em casa mesmo, mas este cliente não quer sujar as mãos de óleo e traz aqui para eu fazer, então eu faço.

— É claro.

— Bom, acho que hoje já está bom. Não quero seu pai meu aporrinhando por que estou te mantendo tempo demais na oficina e te impedindo de estudar.

— Tranquilo, Juan. Meu pai sabe como gosto de ficar aqui.

Há algumas semanas eu estou trabalhando na oficia e estou cada vez mais apaixonado pelas motos. Se é que isso era possível.

Ficar ali envolvido pelas coisas que tinha que fazer e que eu aprendia todos os dias me faz espairecer. Tira minha atenção de uma coisa que eu não paro de pensar. Uma coisa não. Uma pessoa. Grace.

Desde aquele dia na biblioteca eu a evito. Não havíamos mais nos encontrado no meu local secreto, o telhado de onde aprendi a apreciar as estrelas com minha mãe.

Sim, eu estou fugindo de Grace.

Porra!

Ela é para ser a porra da minha irmã de criação, e não a garota que eu estou a fim. Mas era isso. Eu estou a fim dela. Muito mais do que podia esperar. Muito mais do que fiquei a fim de outras garotas.

No começo, eu quis realmente ser apenas amigo dela. Confesso que sentia certa atração, mas nada em demasia. Porém aos poucos fui conhecendo melhor aquela menina, que aos poucos deixou de ser apenas uma menina aos meus olhos e passou a ser uma mulher.

Ela é doce, divertida e sem fazer nenhum esforço, linda. Ela tem algo que me atrai, algo inerente a ela que eu não consigo definir.

Na biblioteca, quase não resisto e a beijo. E cada vez essa vontade fica mais forte. Eu preciso resistir. Eu não sou muito mais velho, mas sou mais experiente. Grace é inocente demais, eu não quero ser aquele a tirar isso dela. Na verdade, eu quero sim, mas não devo.

Será que era assim quando um cara está gamado numa garota? Apaixonado? Sei lá! Nunca soube como é isso e não quero saber. Eu não quero estar apaixonado. Não quero uma namorada. Quero ser livre. Livre para partir assim que eu fizer dezoito anos, ou na melhor das hipóteses quando eu me formar na escola. Assim posso partir sem ter que dar satisfação, ou deixar alguém para trás.

Ninguém sabe sobre meus planos. Eu decidi que assim que possível vou atrás de minha mãe. Atrás de pistas. De algo. Não importa que eu não faça ideia de onde e como procurar. Já tomei a decisão.

Então me apegar a uma garota não está em meus planos.

Chego em casa e a primeira pessoa que encontro é meu pai.

— Elas estão impossíveis hoje — ele resmunga.

Eu sorrio. Ele não costumava reclamar da presença das mulheres em casa, parece que enfim ele se irritara com algo.

— O que houve? —Pergunto seguindo-o para a cozinha.

— Estão discutindo desde que Grace chegou da escola.

Essa é nova, penso comigo. Mãe e filha tinham uma relação maravilhosa. Mas quando se trata de mulheres eu não tenho muito conhecimento para dizer se o comportamento era o usual.

— Sabe por que estão brigando? —Pergunto por curiosidade.

— Grace foi convidada por um garoto da escola para ir ao baile da primavera na próxima semana e Luiza não está concordando em deixá-la ir.

Um sentimento novo, parecido com irritação ou raiva toma conta do meu corpo. Quem é a porra desse garoto que teve a coragem de convidar Grace para sair?

— Luiza não vai deixar — falo convicto.

— Não vejo mal algum afinal ela é uma menina ajuizada merece a oportunidade de se divertir — meu pai fala sem perceber minha irritação.

— Luiza não quer que Grace namore antes dos dezesseis anos, então esse... garoto vai ter que esperar.

Nestor me observa.

— Está parecendo esses irmãos mais velhos querendo proteger a irmã. Gosto disso, filho.

Não há nada de irmão nos meus sentimentos por Grace, mas não falo nada. Meu pai não precisa saber sobre isso.

Mais tarde, durante o jantar percebo que o clima ainda está tenso entre Luiza e Grace.

— Você podia falar com a mamãe, Nestor. Não há nada de mal em eu sair com Arthur.

— Arthur? Do segundo ano? Está de brincadeira!—não resisto em me intrometer — Aquele babaca é o maior galinha da escola, Grace.

— O maior galinha da escola se não estou enganada é você, Jason — ela diz em tom mordaz.

Percebo que Grace está chateada comigo. Não é por menos, eu voltara a ser um babaca com ela.

— Já falei que não, você não irá sair com esse rapaz, Grace.

— Luiza tem meu apoio — falo sem me conter.

— Isso não é da sua conta, Jason.

A raiva que Grace estava sentindo a deixa um pouco vermelha. Fico fascinado com o olhar de raiva dela, aquilo era sexy pra caralho.

— Mamãe, - ela volta a falar com Luiza — todas as minhas colegas vão ao baile até mesmo a Monica. É um baile de máscaras. Vai ser bem legal. É por isso que quero ir. E não por causa de namorar ou por rapazes. Sabe que não vou namorar até completar dezesseis. Combinamos isso. Eu prometi e vou cumprir.

Ela foi doce e firme ao explicar a Luiza o porquê queria ir. Eu vi a armadura da esposa do meu pai ruir.

— Eu tenho que ir com um par, essa é a regra do baile. Se não fosse por isso eu não aceitaria ir com Arthur.

— Eu levo você — me vi dizendo.

Porra! Nunca mesmo fui a essa merda de baile. Não gosto daquilo. Acho uma babaquice. E agora vou apenas porque não suporto ver a tristeza de Grace porque queria ir.

Se ela queria tanto ir, então seria comigo, e não com o babaca do Arthur que tentaria entrar na calcinha dela. Só em pensar eu vejo vermelho.

— Ótima ideia! Seu irmão a leva — Luiza diz animada.

— Ele não é meu irmão, mãe! — Grace quase grita.

— É claro. Foi um lapso. Vocês se dão tão bem que até parecem irmãos — ela se explica.

É a minha vez de bufar. Se Luiza soubesse o que se passa em meus pensamentos em relação à filha dela, não diria uma coisa dessas.

— Eu não vou com Jason — Grace disse emburrada.

Fico indeciso se ela ficava mais adorável brava ou emburrada. Ah Céus! Desde quando eu penso que uma garota era adorável? Tinha que haver algo de errado comigo.

— Estou falando sério, Grace, eu levo você ao baile.

— Ah é? Para que? Para me deixar de lado assim que uma das suas vadias aparecer?

— Grace! Olha o palavreado a mesa! — Luiza repreende a filha.

— Prometo ficar a noite toda ao seu lado se assim desejar — respondo, e sou sincero.

Grace fica indecisa.

— Não sei. Vou pensar.

— Acho bom aceitar, querida, será somente assim que sua mãe irá deixa você ir a este baile — meu pai, completa.

Naquela noite eu não quero mais fugir. Após meu pai e Luiza estarem dormindo há algum tempo sigo lentamente pelo corredor até o quarto de Grace.

Bato levemente e aguardo, ela não demora a abrir a porta.

— O que você quer, Jason?

O rostinho emburrado dela me faz sorrir.

— Trégua? —Peço com jeitinho, e logo posso vislumbrar um meio sorriso no rosto dela. — Vim convidar você para ver as estrelas.

— Achei que não me quisesse por perto, não me convidou mais.

— Sempre quero você por perto, Grace — falo sincero, mais sincero do que esperava.

Ao meu lado, deitada na manta sobre o telhado da varanda, Grace olha para as estrelas, concentrada.

— O que está pensando? — eu quero saber curioso.

Ela suspira antes de responder.

— Estou tentando entender você — vira seu rosto para mim. —Por que voltou a me ignorar, a ser um babaca? Achei que fossemos... amigos...

A voz dela parece magoada.

— Somos amigos. Eu... Grace, eu... a culpa não é sua. Sou eu que...

Sou eu que não posso sentir algo por você, não posso gostar de uma garota maravilhosa como você porque irei embora.

— Me desculpe, eu estou com algumas coisas na cabeça. Não queria magoar você.

Grace volta a olhar o céu.

— Vai mesmo me levar ao baile?

— Eu disse que iria.

— Vai dançar comigo?

Sorrio. Ela é tão encantadora.

— Se você quiser.

— Eu quero — diz e olha para mim sorrindo. Um sorriso lindo, puro que vem do fundo da alma.

Porra! Não tem mais volta. Eu estou me apaixonado por ela.

*

Minha vontade é resmungar até não poder mais. Ter que usar smoking para um simples baile escolar é a pior babaquice a que fui exposto até hoje. Mas é isso que eu estou usando hoje. A porra de um smoking.

Olho no espelho com a certeza de que se Nico pudesse me ver iria rir, mas rir muito. Minha vontade é arrancar essa roupa e desistir da ideia maluca desse baile, ou pelo menos ir com meu jeans e camiseta, mas eu não posso. Prometi a Grace.

Para ajudar a maldita gravata está torta. Já tentei arrumar umas cem vezes, mas a porcaria continua torta.

Uma batida na porta me chama a atenção.

— Entra — respondo.

Meio sem jeito Luiza aparece à porta. Ela nunca estivera no meu quarto antes.

— Posso entrar?

Não faço ideia do que ela quer.

— Claro.

— Nossa! Você está lindo, querido.

Sinto algo quente em minhas bochechas, acho que se chama vergonha. É eu estou encabulado pelo elogio da esposa do meu pai.

— Não gosto muito desse tipo de roupa. Não é confortável, além disso, a gravata não se ajeita.

— Posso ajudar?— ela pede.

Concordo ainda sem saber o que ela quer. Ela então parou a minha frente desfazendo todo o trabalho que tive, recomeçando tudo outra vez.

— Eu fazia muito esses nós quando meu pai ia às festas da empresa que trabalhava. Ele sempre a deixava como você fez, torta para o lado direito.

Ela termina o trabalho e olho no espelho, está muito bom, muito melhor do a que eu havia feito.

— Obrigado — agradeço.

— Por nada, querido. Jason... eu...

Ela hesita.

— Eu queria pedir que cuidasse de Grace para mim. Ela é já é uma moça, eu sei, mas no fundo é tão inocente. Tenho medo do que possa vir a acontecer... esses rapazes...

— Não precisa se preocupar. Não deixarei nenhum se aproximar dela.

— Cuide dela como sua irmã, Jason.

Eu não gosto do jeito como ela fala. Aquela não é o tipo de conversa que eu gostaria de ter com a mãe de Grace. Porém o que mais posso dizer? Falo o que ela espera ouvir de mim.
— Vou cuidar de Grace como se fosse minha irmã.
Luiza sorri agradecida.
Termino de me arrumar e fico esperando na sala. Não sei se foi a ocasião, mas meu pai libera para que eu e Grace fôssemos no seu carro. Foi por insistência de Luiza que ele aceitou essa contravenção. Contudo a escola ficando há poucas quadras de nossa casa também ajuda.
É claro que teve todo aquele sermão de não beber, não ultrapassar o limite de velocidade e todo o resto. Mesmo assim eu estou animado. Dirigir aquele carro importado sempre me dá prazer.

Minha animação começa a virar irritação quando Grace começa a demorar. Qual é o problema das garotas quando se arrumam para sair? Porque todas demoram tanto? Nas poucas vezes que tive encontros sempre acontece de eu mofar esperando.

Parece que com Grace não será diferente. Não que isso fosse um encontro. Nem perto disso. Eu apenas a levaria ao baile para que ela possa se divertir já que quer tanto ir.
Ouço o barulho na escada e suspiro aliviado, levantando.
— Até que enfim...
As palavras morrem antes de eu completar o pensamento. Toda minha irritação sendo substituída por admiração. Grace está fabulosa. Linda demais.
O vestido na cor cinza abraça suas curvas suaves com delicadeza, deixando a mostra as pernas longas e os ombros delicados. Era sexy sem ser vulgar.
Fiz bem em me oferecer para levá-la. Nunca que a deixaria, linda do jeito que está, perto de Arthur, o babaca.
— Você está linda! — Consigo dizer.
Tímida, ela sorri e fica ainda mais bonita. Como é possível?
— Você também está incrível, Jason.
Fico vaidoso, pois percebo nos olhos dela que realmente me aprecia.

— Vocês estão ótimos — Luiza diz sorridente. — Agora vão, para não se atrasarem. E Grace...

— Já sei, mamãe. Nada de beber ou ficar sozinha em lugares desertos.

— De preferência fique perto do seu... fique perto do Jason — a mulher do meu pai fala com um semblante preocupado.

— Não se preocupe Luiza, ficarei perto de Grace o tempo todo — falo aquilo olhando para Grace, e percebo os olhos dela brilharam. É como se ela quisesse justamente aquilo.

Não demora muito para que estacionássemos em frente à escola. Há vários carros parados e vejo vários de meus colegas saindo dos automóveis. A maioria em traje formal assim como eu e Grace estávamos.

— Isso é mesmo necessário? — pergunto segurando a máscara preta em minhas mãos.

— É um baile de máscaras, Jason, acredito que precise usar.

Grace diz divertida enquanto colocava a máscara que iria usar. Enquanto a minha era discreta na cor preta, Grace usará uma máscara rendada na mesma cor do vestido.

Assim que coloca sobre o rosto, ela fica com um ar de mistério. Gosto mais do que me permito admitir.

Entramos e o ambiente está muito bem elaborado com alguns tecidos formando uma espécie de tenda, e também muitas flores e algumas colunas. Parecia que estávamos na época medieval.

As músicas mais tocadas pelos DJs faziam o ambiente estremecer. E muitos jovens já dançavam.

Grace encontra sua amiga Monica e as duas riram e falavam essas coisas que garotas fazem. Eu não entendo porra nenhuma.

Naquele momento Katie, uma das minhas ex-ficantes passa por mim. Vestia um colado vestido vermelho e uma máscara tipo a de Grace só que na cor preta.

— Oi, Jason — fala com a voz que eu conheço muito bem. Era quando ela queria mais do que apenas me cumprimentar.

— Oi, Katie.

Ela se afasta e quando me viro Grace está a minha frente. Com o rosto emburrado.

— Você não precisa ficar atrás de mim a noite toda. Pode ir se divertir. — Grace fala como se eu quisesse uma desculpa para ir atrás de Katie.

— Eu prometi a sua mãe que ficaria com você a noite toda.

— Não precisa, Jason. Você não é minha babá.

Agora ela está irritada e eu confuso.

— Vou ficar, Grace.

— Quero que queira ficar perto de mim e não por que minha mãe te obrigou.

— Sua mãe não me...

Não termino de falar porque Arthur, o babaca, se aproxima.

— Oi, Grace. Nossa! Você está linda!

Agora eu também estou irritado. Muito irritado.

— Obrigada, Arthur. — Grace diz derretida.

— Eu vim com a Nati, minha prima — o babaca explica.

— Eu vi com o Jason.

— Seu irmão.

— Não somos irmãos — me intrometo.

O babaca parece sem graça a me ver perto, mas ele é audacioso o suficiente.

— Vamos dançar, Grace?

— Ela não pode já que é minha acompanhante – respondo.

— Não seja ridículo, Jason. É claro que eu posso dançar.

Sem que eu esperasse Grace pega a mão de Arthur e me deixa sozinho. Com cara de imbecil. Eu! Eu que na maior boa vontade a trouxe nessa porra de festa idiota. Agora eu não estou só irritado eu estou puto!

Minha vontade é de ir embora e deixá-la com o babava do Arthur. Mas eu não faria isso. Primeiro por que não confio no cara. E segundo eu havia prometido que ficaria por perto. Mesmo que ela não quisesse.

Fico perto do bar por um tempo vendo Grace dançar com Arthur, depois com as meninas que eram suas colegas. Nesse meio tempo várias garotas tentam me chamar para dançar ou para ir a algum lugar com elas. Não vai rolar. Eu não estou a fim. Preciso ficar de olho em Grace. Arthur está sempre a rondando.

— Quando vai parar de ser idiota?

A voz feminina me faz olhar para o lado e vejo a menina de cabelos azuis me encarando. Monica.

— Como é?

— Isso mesmo que ouviu.

Não entendo qual era a da garota. Não éramos amigos, mas nos respeitávamos por conta de Grace. Agora ela vem me ofender?

— Olha garota...

— Escuta! — ela me interrompe. — Quando vai tomar uma atitude, Jason. Não percebe o quanto a Grace gosta de você?

—Não se mete no que não é da sua conta, Monica.

Ela bufa, me dá um olhar irritado e volta a falar:

— Não era nem para estar te contando, mas você não se liga. Às vezes parece que gosta dela, mas sei lá. E se bobear o babaca do Arthur vai tirá-la de você e não quero minha melhor amiga nas mãos do Arthur... ele não vale nada.

— Grace gosta de mim? – estou perguntando a mim mesmo.

— Sim, gênio.

— Gosta... tipo apaixonada? – novamente pergunto sem esperar resposta.

Dessa vez Monica não diz nada. Não é necessário. É bem óbvio. Eu imaginava que ela sentisse algo, aquele dia na biblioteca não saia da minha cabeça. Mas uma coisa é suspeitar e outra é ter certeza.

Olho para a pista e a vejo novamente nos braços de Arthur. Ver aquilo gera uma energia desconhecida dentro de mim. Algo quente, potente. Ciúmes.

Sigo, decidido, em direção aos dois parando ao lado deles.

— Posso ter uma dança com a Grace, Arthur?

Eu não estou pedindo e ele nota. Não gosta muito, mas não retruca. Talvez tenha visto no olhar de Grace o mesmo que eu vejo: ela estava satisfeita que eu estou ali.

Assim que fiquei sozinho com ela, pego sua mão contra a minha e me aproximo enlaçando sua cintura. A música tee shirt, que sei ser a preferida dela começa naquele instante, com certeza é a canção perfeita para o momento.

De manhã, quando acordo
Gosto de acreditar que está pensando em mim
E quando o sol aparece em sua janela
Gosto de acreditar que estava sonhando comigo
Sonhando

Eu sei, porque passei
Metade da manhã
Pensando na camiseta que usa para dormir

Eu sei, porque passei
Quase o dia todo
Ouvindo sua mensagem
Vou gravá-la e nunca deletá-la

Quando te vi, todos souberam
Que gostei do efeito que causou em meus olhos
Mas ninguém ouviu o peso de suas palavras
Ou sentiu os efeitos que elas causaram em minha mente
Me apaixonando

Tenho certeza que sinto Grace estremecer quando começamos a nos mover ao ritmo da música. Posso jurar que ouço o coração dela bater alucinado, porém não posso ter certeza se é o meu ou o dela.

Apesar das máscaras que usávamos nos olhávamos nos olhos. Os de Grace estavam brilhantes. E os meus também. Eu estou fascinado por ela. Tudo nessa menina me atrai. Desde o começo. Eu só não quis perceber.

— Você não precisava dançar comigo...

— Grace...

— Jason, sei que isso tudo é um saco para você.

Olho-a, firme antes de dizer:

— Nunca estar com você seria um saco.

Suas bochechas se aquecem, corando. Um toque ainda mais especial dela.

— Lembra quando disse que eu merecia uma garota melhor do que Sofia?

Ela balança a cabeça assentindo.

— Eu descobri o tipo de garota que eu quero.

— E qual é? —pergunta tão baixinho que mal pude escutar por conta da música.

— Como você mesma disse... tem que ser uma garota que me veja. Que veja mais que o garoto bonito e gostoso que sei que eu sou.

Ela dá um leve sorriso.

—E modéstia é seu sobrenome.

Gosto que ela tente deixar o clima leve. Eu estou nervoso com tudo que vou dizer a ela.

Pra que negar? Eu sei que sou bonito.

— Eu nunca afirmei isso — ela ri ainda mais.

— Sei que me acha bonito — provoco-a.

Grace desvia os olhos, tímida, mas não nega.

— Então... eu preciso de uma garota que seja minha amiga, que ria das minhas babaquices. Alguém em quem eu confie...

Eu hesito e Grace fica à espera.

— Alguém como você – digo finalmente.

—Você... você quer dizer uma menina parecida comigo, com meu jeito?

— Não. Eu disse que é você.

— Jason...

Paro de dançar e agarro a mão dela.

— Vem comigo?

— Para onde?

Nem eu mesmo sei para onde, apenas sei que preciso ficar sozinho com ela. Não era na frente dos nossos colegas de escola que eu direi a ela como me sinto.

Contornamos o prédio da escola, estávamos nos fundos. Está um pouco escuro e totalmente deserto. Mas nada que impeça de ver o lindo rosto da menina por quem me apaixonei.

Fico de frente para Grace segurando sua mão.

— Jason... o que...

— Grace... eu quero ficar com você.

— Comigo? Você me quer?

Ela parece tão surpresa que sorrio.

—Sim, eu quero você, princesa.

— Mas... mas porquê? Você nunca deu bola para mim, nunca demonstrou interesse, e eu nem sou bonita...

— Pare com isso! — falo firme —você é linda. E eu estava me escondendo, fugindo das coisas que comecei a sentir... ainda não sei o que é isso Grace, mas quero tanto descobrir. Quero muito que me ajude a descobrir.

Sou totalmente sincero com ela e fico esperando uma reação. Esta não veio. Grace apenas me olhava.

—Você quer? Ficar comigo,Grace?

— Somente por hoje? Quer ficar comigo somente por hoje?

—Não. Quero ficar com você... sempre.

Ela pisca algumas vezes, depois lentamente sorri e olha para baixo. É tão tímida, inocente.

Aproximo-me mais, seguro suas mãos, acaricio seus braços subindo em direção aos ombros até ter minhas mãos em seu rosto.

— Quer muito beijar você, mas não com você usando essa máscara. Está linda com ela, mas quero ver seu rosto por inteiro.

Retiro a máscara dela e depois a minha. A ansiedade está escrita no olhar, e na tensão do corpo de Grace.

Novamente, seguro seu rosto entre minhas mãos aproximando meu rosto do seu. Posso sentir a respiração dela, o perfume delicado que exala.

— Não tenha medo, nunca iria te machucar – asseguro.

— Eu sei... — sussurra.

Fecho os olhos e sinto o ardor ao colocar meus lábios nos dela, como se fosse eletrocutado. Bom e ruim. Uma sensação estranha. A sensação de que este seria o melhor e o pior beijo da minha vida.

O melhor por que Grace é tudo que eu posso querer na vida. Mesmo com minha pouca idade, você sabe de cara quando encontra alguém especial. E o pior porque Grace ser tudo que eu quero na vida me dá a sensação de estar traindo minha mãe. Complicado isso não?

Apaixonado por Grace eu não cumpriria meu objetivo de ir atrás de saber o que havia acontecido com minha mãe. Ter Grace, eu tenho certeza, suprirá todo o vazio que eu sinto em meu coração. Isso me assusta. E no fundo eu sei que não posso ter as duas coisas: Grace e minha mãe.

Eu tenho que escolher.

-----

Oi, queridas e então, o que me dizem estão gostando? Espero que sim. Logo, logo estará completinho na Amazon, ai poderão ler tudo de uma vez. E eu também aviso que estou escrevendo o livro II que está cada dia mais lindo, e aviso: mantenham a mente aberta! kkk

Beijos e até mais.

JFB Bauer

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