The law

By bechloelight

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Camila Cabello está saindo da faculdade de direito. Uma mulher observadora dos detalhes e forte promessa na a... More

Capítulo 1 - Dois caminhos
Capítulo 2 - Milagres de Veronica Iglesias
Capítulo 3 - O encontro
Capítulo 4 - Destino?
Capítulo 5 - O julgamento part 1
Capítulo 6 - A parceria
Capítulo 7 - O julgamento part 2
Capítulo 8 - Lembranças
Capítulo 9 - Pausa na rotina
Capítulo 10 - O caso de Davidson James
Capítulo 11 - Os últimos momentos
Capítulo 13 - Los Angeles part 2
Capítulo 14 - Adeus
Capítulo 15 - O início do trabalho
Capítulo 16 - Separando as peças do quebra-cabeça
Capítulo 17 - Em busca da resposta certa
Capítulo 18 - Alá Taylor Jauregui
Capítulo 19 - Percepções
Capítulo 20 - Perdidas
Capítulo 21 - O julgamento de Sinu Cabello part. 1
Capítulo 22 - Esqueça...
Capítulo 23 - Passo 1 para esquecer
Capítulo 24 - Rebobinando...
Capítulo 25 - Deixando-a de lado
Capítulo 26 - Metáfora
Capítulo 27 - Entre nós duas
Capítulo 28 - Quase na cara da justiça
Capítulo 29 - O julgamento de Sinue Cabello part. 2
Capítulo 30 - O julgamento de Sinue Cabello part. 3
Capítulo 31 - Provações
Capítulo 32 - Final

Capítulo 12 - Los Angeles part. 1

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By bechloelight

Pov Lauren

O aeroporto internacional de Miami se encontrava parcialmente cheio. Estava sentada a alguns minutos, frente ao portão de embarque esperando a chamada para o embarque no vôo que me levaria até Los Angeles.

Sinceramente, eu já não sabia por que havia aceitado viajar. No momento que pus os pés naquele lugar quis voltar ao conforto de minha casa. Demorei algum tempo ali validando minha passagem e liberando tudo caso Camila aparecesse. A passagem dela estava praticamente paga, mas eu precisava de sua autorização para usar sua identidade e CPF para uma compra pessoal, já que ela é minha empregada.

"Atenção, chamada de embarque para o vôo 1744 com destino a Los Angeles."

Respirei fundo ao ouvir as palavras que saiam da pequena caixa de som e me levantei pegando minha mala na cadeira ao lado. Passei a grande alça dela por minha cabeça deixando-a cruzada em meu corpo. Caminhei até o portão de embarque número três e fiquei em pé na fila indicada.

Os homens a minha frente começar a checar os documentos e as passagens daqueles que estavam ali. Pouco depois eu estava na frente da fila. Entreguei minha identidade ao homem e corri os olhos pelo local uma última vez. Eu havia me conformado de que viajaria sozinha, quando avistei a morena de longe. Ela trajava uma saia preta colada ao corpo, uma blusa xadrez na cor vermelha com as mangas terminando em seu cotovelo. Nos pés ela usava um salto, aberto, simples e baixo, com um pequeno laço vermelho na cabeça.

Me virei para o homem que olhava meu documento.

- Pensando bem... - disse pegando de sua mão. - eu volto depois.

Ele me olhou confuso, mas abriu espaço para que eu voltasse. Contornei a fila e caminhei até a mulher que observava de longe.

- Achei que não viesse.

- Eu não sabia se viria até alguns minutos atrás, senhorita.

- Por favor, sem formalidades. Você é minha convidada nessa viagem, não tenha medo de me chamar de Lauren. - ela nada disse, apenas assentiu. - Eu preciso de sua autorização para usar seus documentos na compra da passagem.

- Tudo bem, pode usar.

Peguei o celular o celular no bolso e o desbloqueei, apenas dando um "ok" na página em aberto.

"Última chamada para embarque no vôo 1744, com destino a Los Angeles."

Olhei a mulher a minha frente que me parecia um pouco acanhada. Sua feição triste me mostrava como estava abalada.

- É o nosso, me acompanhe por favor. - disse me virando e caminhando de volta a fila que agora estava vazia a não ser por mim e Camila.

Entreguei novamente minha identidade e a passagem ao homem, que desta vez deu uma rápida olhada e me deixou passar. A morena se aproximou e entregou seu documento. Nesse momento, ergui meu celular com as informações da passagem de Camila. O homem assentiu e ela passou, me acompanhando pelo corredor até a entrada do avião.

Ela caminhava cabisbaixa a minha frente, entrando na aeronave. Parei bem atras dela esperando que todos a nossa frente se sentassem, para que pudessemos nos acomodar.

- Fiz questão de selecionar para você a poltrona ao meu lado. - disse fazendo sinal para que ela passasse e se sentasse na janela.

A morena passou de vagar pela poltrona e se sentou na janela. Tirou a mochila que levava nas costas e colocou-a no colo. Me sentei ao seu lado e fiz o mesmo com a mochila que carregava. Pouco tempo depois uma das aeromoças passou com uma vasilha de balas e chicletes. Paguei algumas balas e dois chicletes. Abri uma com a boca e entreguei duas a Camila, junto a um dos chicletes.

- Coma, vai ajudar na pressão do ouvido quando decolarmos.

- Obrigada. - disse pegando o que havia em minha mão.

Coloquei o sito e senti o começo dos movimentos. O avião andava agora até a pista de decolagem.

"Senhores passageiros, quem vos fala é o comandante Drake e eu vou leva-los a Los Angeles essa manhã. O vôo tem uma duração de cinco horas e meia com previsão de chegada em L.A. as onze e meia, já levando em consideração ao fuso horário.No trajeto não foram vistas áreas de turbulência. Espero que todos estejam confortáveis e que tenham uma ótima viagem."

Logo após isso ser dito, um vídeo instrucional começou a ser exibido, com todas aquelas instruções de saídas de emergência, máscara de gás e outras coisas que obrigatoriamente deveria ser passadas.

"Pedimos aos passageiros que desliguem seus aparelhos celulares e qualquer aparelho que possa interferir na decolagem."

Foi o anúncio dado pouco antes de pararmos na pista. Minutos depois voltamos a andar e decolamos.

Estávamos agora no início de um vôo tranquilo, de duração média. Camila olhava a janela distraída enquanto eu peguei meu notebook e o liguei para analisar alguns documentos sobre os casos seguintes.

[...]

Voavamos a pouco mais de duas horas. Guardei o notebook na mochila e puxei a mesa que estava fechada contra a poltrona a minha frente. Pretendia começar a fazer algumas anotações quando vi uma moça loira se aproximar de mim trazendo o carrinho logo atrás.

- Deseja alguma coisa, senhora? - ela perguntou.

- Tem algum suco?

- Claro!

A mulher se abaixou e pegou uma jarra, com o que me parecia ser suco de laranja, e colocou em um copo antes de me entregar.

- Obrigado.

Levei o copo a boca, tomando um pouco do líquido. Coloquei-o encaixado no buraco da mesinha e tomei a caneta em mãos. Organizava as idéias em mente para escrever quando senti algo em meu ombro. Olhei para o lado e vi a cabeça de Camila em meu ombro. Talvez ela tivesse dormido por tédio, ou mesmo por cansaço. Provavelmente não tenha dormido bem pelo ocorrido. Melhor que não a acordasse.

Tratei de não fazer nenhum movimento brusco enquanto juntava a caneta e os papéis na mesa, dando um último gole no copo de suco. Esperei que a loira voltasse e entreguei o copo vazio. Guardei minhas coisas na mochila e me acomodei na cadeira.

Camila dormia um sono que me parecia pesado, mas ao mesmo tempo, seu semblante doce deixava tudo mais leve.

A observei por alguns minutos antes de adormecer.

[...]

O avião havia pousado a alguns minutos. Saímos do mesmo e tomamos o transporte até o prédio do aeroporto. Como nenhuma das duas despachou bagagem, pudemos passar direto pela esteira, e seguir até o portão de desembarque. Assim que saímos, pude vê-la a nos esperar.

- Laur! - Taylor disse acenando de longe.

A mais nova se aproximou me abraçando.

- Que bom que veio! - concluiu mostrando um sorriso é encarando Camila.

- Tay, essa é minha nova secretária,. Camila Cabello. Eu a trouxe para se distrair um pouco. Camila, essa é minha irmã mais nova, Taylor.

- É um prazer. - Camila disse com um leve sorriso no rosto, entendendo a mão para cumprimentar minha irmã.

- O prazer é meu. - disse retribuindo o jesto. - Pensei que fosse vir com Vero quando me disse que traria uma pessoa.

- Vero está muito ocupada hoje na empresa.

- Vero ocupada? Iglesias me surpreende as vezes.

Soltei uma risada e comecei a andar, seguindo para fora dali.

Caminhamos pelo aeroporto em direção ao lado de fora. Taylor nos guiou até o carro que havia estacionado por perto, então o destrancou entrando no mesmo. Abri a porta de trás para Camila e me sentei com ela ao seu lado.

- Então Camila, como suporta minha irmã dentro daquele escritório? - Tay disse colocando a chave na ignição e ligando o carro para nós tirar dali.

- Ei! Eu não sou tão insuportável assim. - protestei.

- Eu vejo o trabalho com sua irmã como uma forma de aprendizado. Eu amo direito e nesse ramo, qualquer ajuda no início é bem vinda. Estar com sua irmã naquele escritório é apenas um impasse nesse caminho. - disse sarcástica.

Abri a boca em uma falsa expressão de espanto por suas palavras. A morena soltou uma risada leve e descontraída e eu retribui. Pelo visto, trazer Camila foi uma ótima maneira de faze-la se distrair e eu havia começado bem, arrancando dela uma risada.

O caminho curto do aeroporto até em casa foi feito em meio a uma descontraída conversa entre mim e Taylor. Logo ela estava chegando até o grande portão de ferro a frente da casa, que foi aberto por um homem mais velho de terno e cap. Dirigiu até mais a frente fazendo a volta em um lindo chafariz e parando o carro frente as escadas na fachada da casa.

Desci do carro esperando que Camila saísse para que eu fechasse a porta. Assim que fiz isso pude ouvi a voz de minha mãe me chamar enquanto descia as escadas.

- Lauren, minha filha! - disse caminhando em minha direção e me dando um forte abraço.

- Oi mãe.

- Oh Lauren, eu estou com tanta saudade!

- Eu também estou mãe.

Ela me soltou e sorriu antes de ver Camila ao meu lado.

- E quem é essa? - perguntou.

- Camila Cabello, secretaria de sua filha. Prazer. - Camila disse estendendo a mão que minha mão tratou de segurar.

- O prazer é meu. Mas... Secretaria? Não me diga que viajou até Los Angeles para trabalhar Lauren Michelle!

Sorri para a mulher que me olhava indignada.

- Não, não. Camila é só uma convidada.

- Lauren! - ouvi a voz de meu pai me chamando e fui até ele para lhe dar um abraço, recebendo um beijo na bochecha.

- Pai!

- Senti sua falta, minha menina.

- Eu também senti a sua.

Taylor deve ter empurrado Camila pois ela veio meio sem jeito até meu pai, que a olhou curioso.

- Camila senhor. - se apresentou mais uma vez.

- É um prazer, mas pode me chamar de Mike. - disse respirando fundo antes de continuar. - Creio que vocês devem estar com fome, e eu espero que sim! Preparei um Ravioli especial para vocês. Venham entrem, vamos comer.

Seguimos meu pai entrando na casa. Passamos pela porta e caminhamos até descer novamente pelas escadas chegando a grande sala de estar, muito bem clareada ja que a casa não é cercada por paredes ao fundo. Entramos a direita, passando pela cozinha onde meu pai ficou, e chegando a sala de jantar que tinha a mesa posta para cinco pessoas.

Tratei de sentar ao lado esquerdo da mesa e pedir para que Camila ficasse ao meu lado. Taylor se sentou a minha frente e minha mãe ao seu lado.

"Tay, pode me ajudar por favor?" Pediu meu pai.

A morena se levantou e foi até a cozinha trazendo uma vasilha de tamanho médio com queijo e meu pai veio logo atrás, trazendo em cima de uma madeira escura e brilhante uma grande travessa cheia de Ravioli com molho branco. A travessa foi colocada na mesa e os dois se sentaram.

- Espero que ainda tenha o meu Ravioli como preferido. - disse pegando meu prato e o enchendo com a massa.

- É claro que sim, não há outro melhor.

- Gosta de massa Camila? - ele perguntou colocando meu prato na mesa e pegando o dela para servir.

- Sim senhor. Acho que massa e frio combinam perfeitamente, principalmente com um bom vinho. E não pode faltar o queijo.

- Ah, é claro! Por falar nisso... Taylor, pode pegar o vinho na geladeira?

Ela se levantou e saiu em busca da bebida, enquanto ele entregava o prato a Camila e tratava de servir Taylor.

- Trabalha com a Lauren a muito tempo? Pensei que ela estivesse com Rachel.

- Eu avisei que Rachel iria se mudar. - disse cortando o ravioli ao meio e o arrastando no prato para que ele pegasse um pouco do molho branco.

- Não senhor, - Camila começou a responder. - fazem só alguns dias. Mas já à acompanhei a dois casos.

- E muito bem acompanhado. Camila tem um grande potencial a ser explorado. - completei antes de levar a boca a outra metade da massa.

- Imagino. Me parece bem nova, creio que deve ter se formado a pouco, certo?

A morena balançou a cabeça em concordância.

- O curso foi terminado, a turma está a espera apenas da cerimônia.

- Ah claro.

- Seus pais devem estar orgulhosos! - minha mãe exclamou. Parei o movimento que fazia com a colher em direção a boca e fitei minha mãe. Mechi os labios como se dissesse um "não", a alertando para mudar o assunto. Agradeci por Taylor voltar nesse momento com o vinho, quebrando o silêncio.

- Trouxe o vinho! Todos aceitam?

- Sim, por favor. - pedi estendendo a mão para pegar uma taça. - Camila?

A morena apenas balançou a cabeça mostrando que aceitava. Tay abriu a garrafa e despejou o líquido nas cinco taças.

- Então Camila, por que escolheu a advocacia?

Droga!

Praguejei mentalmente com os olhos fechados. Eu sabia a resposta daquela pergunta, e não era algo que eu queria fazê-la dizer. Se olhássemos como estava sendo o almoço, ele não estava atingindo o motivo de eu ter trago ela para Los Angeles. Eu mudaria de assunto quando, para minha surpresa, ela respondeu.

- Foi... - ela respirou fundo. - meu pai. Ele era advogado e eu acabei me interessando pela profissão.

Depois de sua resposta, ficamos em um silêncio absoluto, que nem.o barulho do atrito dos talheres no prato ousaram quebrar até que eu fizesse algo.

- Então... Pai, como vai o restaurante?

- Ah, sim. Estamos indo muito bem. Triplicamos nosso lucro desde que você se foi.

A partir dali começamos uma conversa sobre as ideias de meu pai para o restaurante e como as coisas têm ido, até o almoço acabar.

- Onde fica o banheiro? - perguntou Camila.

- Fica depois da sala. Basta sair por essa porta e voltar a sala, que você vai ver.

Ela se levantou e saiu pela porta na qual tinha lhe mostrado. Assim que ela saiu do cômodo, olhei para os três a minha frente e abaixei o tom da voz para falar.

- Por favor, nenhuma pergunta sobre a família dela.

- Mas...

- Não! - interrompi Tay. - Sem família, sem emprego. Entenderam?

- Sim. - responderam em um uníssono.

Me levantei da cadeira e comecei a ajudar meu pai a retirar a mesa. Juntei os pratos vazios e coloquei minha taça e a de Camila sob eles, levando tudo para cozinha e colocando na pia. Depois disso, fui até a sala. Me deparei deparei com Camila olhando as fotos no raque da televisão, em específico uma delas.

- Meu irmão mais novo, Chris.

Ela nada disse, apenas continuou olhando e provavelmente se perguntando o por que dele não estar aqui. Abri a boca para dizer mas recuei. Devido ao almoço que tivemos essa era uma história que seria melhor ficar para depois.

- Venha, eu vou te mostrar seu quarto.

Me virei dando as costas para ela e atravessando a sala, seguindo para a escada. Ela veio logo atrás de mim, virando no topo, seguindo por um corredor pequeno até um espaço mais amplo, onde se podia seguir a esquerda ou passar por mais um corredor à direita. Caminhamos até o fundo desse corredor, onde eu coloquei a mão na maçaneta e abri a porta.

- Do outro lado fica apenas o quarto de meus pais. A primeira porta do corredor é o quarto de Taylor, e é aqui que você vai ficar.

O quarto tinha, a esquerda, uma cama de casal com a cabeceira encostada na parede. Em ambos os lados haviam bancadas de madeira, presas a parede e em uma delas encontrava-se uma luminária. À esquerda, uma estante cheia de livros ocupava a parede e ao seu lado uma outra porta dava acesso a um banheiro. A frente, uma grande janela tomava quase toda a parede, dando vista a toda a área na frente da casa.

- Sinta-se em casa! Pode ler os livros se quiser. O meu quarto fica ao lado, caso não me ache, provavelmente estarei lá.

A morena apenas assentiu e caminhou para perto da cama onde já se encontravam suas malas, que Taylor fez o favor se trazer.

- Estarei lá em baixo. Se acomode e desça se quiser. Fique à vontade. - disse antes de me afastar e fechar a porta.

Pov Camila

O sol entrava pela janela deixando o quarto totalmente iluminado. Olhava cada parte da casa que se mostrava mais luxuosa a cada minuto.

Apesar de ter dormido na viagem, eu me encontrava exausta. Precisava urgentemente de um banho e um bom cochilo. Assim que Lauren saiu, me senti mais a vontade e abri minha mala. Peguei um par de roupas mais leves do que as que eu usava e troquei, me deitando na cama. Me revirei por alguns segundo a procura de uma posição confortável para dormir e acabei adormecendo rapidamente pelo cansaço.

Três horas depois, acordei. O sol já n batia mais a janela e o quarto se encontrava um pouco frio. Me levantei ainda sonolenta e procurei por minha mala. Peguei nela uma toalha e caminhei até o banheiro para um banho.

O banheiro, como todo o resto da casa, era bem luxuoso. Havia uma enorme banheira que possuía também um chuveiro. Um amplo espaço ficava entre a banheira e a pia, deixando o local bem maior do que o necessário.

Tirei minhas roupas, deixando que caíssem no chão. Caminhei até a banheira e entrei ligando o chuveiro. Pensei que um banho de banheira pudesse ser bem útil agora, mas considerando que não estava em casa, seria melhor que não gastasse tanta água.

Senti a água quente cair sobre meu corpo e a sensação relaxante foi imediata. Durante um tempo fiquei só sentindo esse contato, até que peguei o shampoo que havia levado e comecei a passar no cabelo.

Fiquei cerca de doze minutos no banheiro. Passava o sabonete no corpo pela segunda vez quando ouvi batidas na porta do quarto.

"Camila?"

Ouvi a voz de Lauren do outro lado da porta.

- Sim?

"Será que eu posso entrar?"

- Anh.. Eu já estou acabando, só um minuto.

Coloquei o sabonete de lado e tirei o sabão do corpo. Fechei o registro e tomei a toalha colocando-a em meu cabelo. Depois de retirar grande parte do excesso de água, enrolei o tecido branco no corpo e caminhei até a porta do banheiro para abri-la e em seguida abrir parcialmente a porta do quarto.

Lauren me olhou por alguns segundos sem dizer nada. Só aí percebi que talvez não devesse ter aberto a porta, só de toalha, na frente da minha chefe.

- Anh... V-você não quer se vestir primeiro? Eu posso esperar.

Senti seu desconforto pela situação. Ela olhou para meu rosto e por um tempo nossos olhares se esbarraram. Um arrepio tomou conta de meu corpo enquanto olhava o verde intenso e brilhante de seus olhos. Pude vê-la engolir em seco e então saí do transe que havia entrado.

- E-eu... - pigarreei - Eu vou me vestir então.

- Tudo bem.

Dito isso, ela se virou de costas para a porta que eu cuidei de fechar. Caminhei em direção a cama que ainda tinha minha mala ao seu pé e deixei a toalha de lado. Coloquei uma calça jeans e uma uma blusa cinza, justa, que deixava a mostra um pedaço de minha barriga. Joguei o cabelo de qualquer jeito para um dos lados e caminhei até a porta, a abrindo por completo dessa vez.

- Posso? - Lauren disse fazendo menção para dentro do quarto.

- Claro. - disse me afastando da porta para que ela entrasse.

- Vejo que já se acomodou bem, isso é bom.

- Eu cheguei cansada.. precisava dormir um pouco, e também de um bom banho.

- Imaginei que sim. Suponho que esteja muito bem e relaxada agora.

Balancei a cabeça em concordância.

- Bom, nesse caso... Eu fui muito paciente até agora para deixar que você ficasse cerca de quatro horas, sozinha, nesse quarto. Eu te trouxe aqui para se distrair e isso não inclui se trancar aqui.

Eu apenas a observava falar. Lauren parecia estar realmente empenhada em tirar minha atenção de qualquer coisa que me lembrasse o ocorrido. Eu só ainda não entendia o porquê...

- Sei que pode estar acanhada por estar em minha casa, mas não vou deixar que isso atrapalhe. Venha, vamos dar uma volta, não aceito não como resposta.

Por alguns segundo a observei sem nada dizer. Análisei as chances que teria de recusar o convite. Me divertir, ou pelo menos tentar, não estava em meus planos agora. No entanto, eu estava em sua casa, a seu convite, recusar não era uma opção.

Coloquei as mãos no bolso da frente da calça e olhei brevemente para o chão.

- Tudo bem...

- Estou a sua espera lá em baixo.

Foi o que ela disse antes de deixar o quarto.

Voltei a minha mala, onde peguei o que precisava e logo desci, encontrando Lauren em pé na sala.

- Vamos? - assenti.

Eu sinceramente não sabia o quão aberta poderia ser com ela. Pensava que o simples fato de ter me trazido para Los Angeles, queria dizer que estava disposta a conversas pessoais. No entanto, por trabalhar para ela, eu não conseguia assimilar algo a mais do que as conversas assimiladas à trabalho.

Saímos da casa e caminhamos até a garagem. A morena fez com que o portão fosse abrindo aos poucos e mostrando os cinco carros parados no local. Lauren apertou um botão em um pequeno controle que estava em sua mão, dizendo os faróis de um Jeep Wrangler Sport piscar.

- A maioria é do meu pai. O Jeep é meu é o Aston Martin Super Sport é da Taylor.

Olhei para ela, parada ao lado do Jeep, e mordi os labios ligeiramente mostrando que não havia entendido o que ela dissera. Ela soltou uma leve risada e continuou.

- O vermelho é da Tay. - balancei a cabeça mostrando que agora entendia. - Entra.

Caminhei até o carro e abri a porta para entrar.

- Onde vamos?

- A El Matador! É a... - ela olhou para mim e pigarreou. - Você vai ver.

Ela colocou o pé na embreagem e ligou o carro, saindo da garagem, andando pela propriedade até sairmos pelo portão.

[...]

Demoramos alguns minutos para parar o carro no meio de uma trilha no meio de algumas árvores. Havia outro carro parado no local, como estávamos distantes, presumi que iríamos ao mesmo local.

Desci do carro e caminhei em direção à Lauren, que fechou a porta e foi para trás do carro, pegando uma grande bolsa térmica.

- Quando foi que colocou isso aí?

Ela sorriu colocando a alça transpassada em seu corpo e disse:

- Você passou quatro horas naquele quarto. Foi tempo suficiente para pensar no que faríamos, sair, comprar a bebida, a comida e... preparar a sobremesa.

Soltei uma risada leve e levei a mão à nuca.

- Venha. - ela disse esticando a mão que segurei e fui guiada até uma trilha em meio as árvores.

Fizemos uma leve caminhada, subindo cada vez mais, até chegarmos ao topo. Agora no alto, eu via a imensidão do mar em uma pela praia, sem muito ao decorrer da margem. No meio dela havia uma grande pedra, erodida aos poucos pela ação da água.

- Aqui estamos... El Matador.

- Uma praia! - disse sorrindo.

- Uma linda praia.

Olhava a paisagem linda a minha frente, cada detalhe. Fechei os olhos ouvindo o barulho do mar, que estava bem calmo. Me senti bem relaxada e, por um momento, me esqueci de tudo e me entreguei ao passeio. Depois de alguns segundos assim, ouvi Lauren.

- Podemos descer ou ficar aqui em cima, o que prefere?

- Vamos descer.

Passei a sua frente na trilha e iniciei a descida até a praia. Assim que cheguei, retirei o sapato e coloquei o pé na areia. Caminhei em direção ao mar e coloquei meus pés na água que se movimentava calmamente.

Vi que Lauren havia se sentado na areia, logo atrás de mim, em um ponto onde a água ainda chegava. Fui até ela, que abriu a bolsa e retirou dela duas latinhas pequenas e azuis com detalhes prata, e me deu uma. Coloquei o dedo em baixo do lacre e o puxei, abrindo a latinha e levando a boca. O líquido cítrico e alcoólico tomou conta de minha boca.

Me sentei ao seu lado na areia e contemplei a paisagem da praia vazia.

- Não é uma praia muito frequentada. - ela disse.

- Uma pena... Tão linda. - lamentei dando mais um gole na bebida.

- Particularmente eu acho uma terapia observar paisagens. Ainda mais aqui. O lugar é tão calmo. Costumava ver aqui para pensar. - a morena levou a lata à boca. - Achei... que você talvez precisasse pensar.

E eu precisava. No início achei que sua intenção ali era me fazer esquecer o que aconteceu. De certo modo era, mas só durante os primeiros momentos. O que na verdade ela queria que eu fizessem, dra enfrentar o que aconteceu.

- Imagino que tenha uma pergunta à me fazer.

E eu tinha, é claro. Poderia estar abalada, mas um advogado não consegue deixar de ser advogado de uma hora para a outra, e perguntas sempre rodeiam nossa mente.

- Faça. Não se acanhe por ser pessoal.

Respire fundo.

- Seu irmão. - ela soltou uma risada abafada, como quem não se surpreendesse com o que disse. - O que aconteceu com ele?

- Vamos fazer assim, você me fala sobre seu pai, e depois eu falo sobre meu irmão.

Ergueu a lata, como um sinal de que quisesse saber se eu concordava e eu bati levemente minha latinha na sua, dando um gole em seguida.

- Meu pai sempre foi um bom homem. Ele teve grandes dificuldades para se formar e quando conseguiu ficou muito feliz. Conheceu minha mãe quando era mais jovem e depois eles se casaram. Me tiveram algum tempo depois. Aos sete, minha mãe me deixava na aula e eu fugia para ir ao prédio logo ao lado ver meu pai em seus julgamentos. Ele já tinha tentado me retirar, mas percebeu que não daria em nada, então parou de insistir. Vi vários dos seus casos. Minha infância foi cercada de carinhos e valores. São ótimos pais.

Dei uma pausa para beber o resto da bebida. Lauren logo pegou mais uma e me deu.

- Eu estava assistindo o seu maior julgamento, a cinco anos atrás, quando no final o réu se levantou e lhe empurrou. Era um grande assassino em série. Ela bateu a cabeça no chão e fomos ao hospital. Lá descobrimos a doença. No início foi tudo tranquilo, mas as coisas começaram a se complicar.

Senti meu olho levemente umedecido.

- Eles me ensinaram tudo. O que sou hoje é graças a eles. Até hoje somos só nós aqui, já que viemos de Cuba. Eles são tudo para mim! - as lágrimas começaram a descer lentamente. - Eu sinto... Sinto um buraco no coração. Família sempre foi tudo para mim. Eu estou perdida. Se algo a mais acontecer...

Não. Eu não choraria agora. Respirei fundo e sequei meu rosto. Lauren abriu sua segunda lata e deu um grande gole antes de respirar fundo e começar.

- A pouco mais de um ano atrás, tinha um grande assassino à solta. Chegamos a estuda-lo na faculdade. Havia uma sequência e um ritual impecável nas mortes, a não ser pelas duas últimas. Dez mulheres foram mortas da mesma forma, mas nas duas últimas houve uma mudança no comportamento. Na décima primeira um bilhete foi encontrado. O assassino disse que já estava decidido a se "aposentar". Faria um último ato, e se entregaria. A décima segunda vítima foi a namorada do meu irmão. Mike andava meio deprimido e ela resolveu leva-lo a uma festa. No meio da noite ela desapareceu. Por uma hora meu irmão procurou por ela, até que recebeu um telefonema para encontra-la na rua ali perto. Os policiais o viram com o corpo e dispararam contra ele. Precisava ser julgado, então foi levado ao hospital. Ele contou tudo para mim. Logo depois ele morreu. Foi meu primeiro caso. Levei o depoimento de meu irmão à delegacia, e depois de dois longos julgamentos, provei sua inocência. O real assassino foi encontrado dois meses depois.

Ao terminar ela ficou um tempo olhando para o nada.

- Eu sinto muito. - ela negou.

- Não sinta. Por meu primeiro caso ter sido pessoal, me tornei a advogada que sou... Perdi meu irmão mais novo em uma enorme tragédia, mas isso me fortaleceu. Por um tempo, achei que tudo tinha acabado, mas eu contornei a situação e me tornei alguém melhor. - nos entreolhamos. - Entende o que quero dizer?

Eu apenas assenti. Entendia perfeitamente o que ela dizia. A única certeza que temos na vida, é que um dia morreremos. Pessoas morrem todos os dias, mas seus ensinamentos permanecem. O valor que para nós ela tinha, ainda existe. Resta que saibamos usar esses ensinamentos e leva-los até o fim. Eles sempre estarão conosco, de um jeito ou de outro. Ninguém nunca vai 100% embora, se ainda nos restam as lembranças.

Com isso em mente, dei meu último gole na bebida. Foi como se tudo tivesse ido embora junto com ela. Depois de algum tempo sem nada dizer, Lauren me olhou.

- Mais uma? - perguntou.

Sorri.

- Não pare de me dar até acabar. - ela riu.

Assumiu uma falsa pose de séria e disse:

- Então gosta de beber Srta. Cabello? - dei uma risada descontraída, livre de qualquer preocupação e ficamos à nos olhar. - Interessante. - disse me dando mais uma lata.

***

OOOOOI POVOOOO

1° Desculpa o atraso.. estive bem enrolada esses dias.

2° Obrigada a todo mundo q tá lendo 😘❤

3° Preciso de alguém q saiba mexer em aplicativo de montagem, para fazer uma capa para mim.

4° Dedico esse cap a todos que já perderam alguém que amava muito..

Espero q vcs tenha gostado! N esqueçam de votar e comentar pq eu me alimento do sofrimento de vcs cm essa fic MUAHAHAHAHA.

Bjs e até o próximo 😘😘

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