1 ano depois ...
Maia Narrando
Acordei ainda sonolenta. Luke me envolvia com seus braços. Desde que nos casamos sempre dormíavos de conchinha. Eu me sentia protegida. Como se o mundo pudesse acabar a qualquer hora mas só por estar nos braços do meu marido eu estivesse protegida.
Luke se remexeu e me apertou ainda mais contra si.
Senti uma ânsia de vômito e me levantei correndo até o banheiro. Só deu tempo de levantar a tampa da privada e me ajoelhar. Então coloquei tudo pra fora.
Quando terminei dei descarga, escovei os dentes e voltei pra cama. Eu estava sentindo enjôos e ânsia de vômito fazia umas duas semanas.
- Aconteceu alguma coisa? - Perguntou Luke, que estava sentado na cama.
- Não, nada de mais. - Falei sorrindo fraco.
- Tem certeza? - Perguntou.
- Uhum. - Assenti.
O telefone de Luke começou a tocar e o mesmo atendeu. Segundos depois ele desligou e foi correndo tomar banho.
Entrei no banheiro e abri a porta do box.
- Ta tudo bem? - Perguntei.
- Estão precisando de um cirurgião urgente. - Ele disse.
- Ah. - Falei e então saí do banheiro e fui me deitar novamente. Eu estava um pouco ... enjoada.
Quando Luke saiu do banheiro ele se trocou rapidamente, pegou sua coisas e antes de sair me deu um beijo de tirar o fôlego.
- Te vejo mais tarde. - Ele disse e então saiu.
Suspirei. Ele consegue me deixar cada dia mais apaixonada.
Peguei meu celular e digite no grupo das minhas amigas.
Maia: Acabei de vomitar, e estou enjoada 🤒
Laura: 🤔🤔 Isso me lembra a uma infecção estomacal.
Brenda: É, deve ser 😶
Juliana: Meu Deus! É óbvio que nn 😑
Ana: Isso só pode significar uma coisa 😨
Maia: O que??????? 😱
Kathryn: Gravidez. Você está grávida. 🙄
Maia: O QUE?
Laura: Vai comprar o teste na farmácia, estou aí em 30 mim. 🚗
Kathryn: Já tô indo também. 🚙
Ana: Vou só pegar minha bolsa! 👛
Juliana: Passa aqui e me dá uma carona, Ana. 🚕
Brenda: Também quero carona! 🚖
Saí do grupo atordoada. Eu estava realmente grávida? Havia um ser pequenininho crescendo dentro de mim? Passei as mãos por minha barriga.
Tomei um banho rápido e vesti a primeira roupa que eu vi pela frente. Peguei as chaves do meu carro e saí da farmácia. Quando cheguei na farmácia pedi cinco testes de gravidez, seria melhor pra tirar a dúvida.
Quando cheguei em casa e estava abrindo a porta vi todas as minhas amigas se aproximando.
- E aí, ta grávida? - Perguntou Laura.
- Eu espero que sim, meu filho precisa de um priminho. - Falou Kathryn.
- Eu estava na farmácia, então não. - Falei abrindo a porta.
Entramos dentro de casa e fomos para meu quarto. Peguei meus testes e fui até o banheiro.
Alguns minutos depois os testes estavam prontos, mas eu não tinha coragem de olhar.
- Olha logo, Maia! - Exclamou Juliana ansiosa.
- Quer que eu olhe? - Perguntou Ana.
- Não, sou eu que tenho que olhar é só que ... Eu estou com medo. - Falei receosa.
- Mas não é melhor olhar logo e se acostumar com a ideia? - Perguntou Brenda.
- Você tem razão. - Falei. Peguei os testes que estavam em cima da pia e olhei um por um, e todos estavam comprovando que eu ... estava grávida!
- Ah, meu Deus! Eu estou grávida! - Exclamei pensando na ideia de ter um serumaninho crescendo dentro de mim.
Minhas amigas entram dentro do banheiro e cada uma pega um teste de gravidez.
- Positivo. - Todas dizem em uníssono.
- Parabéns! - Diz Laura me abraçando.
Todas me dão parabéns e nós ficamos conversando por um bom tempo, até que elas têm que ir embora.
Logo anoiteceu e Joana, minha empregada, colocou o jantar à mesa. Luke chegou em poucos instantes, me deu um beijo na testa e foi tomar banho. Quando ele voltou se sentou ao meu lado e começamos a comer.
- Como foi o dia hoje? - Perguntei.
- Bem cansativo, fiz três cirurgias. - Respondeu. - E o seu?
- Bom ... - Peguei os testes que eu estava escondendo no meu colo e coloquei sobre à mesa, para que ele pudesse ver.
Luke pegou de um em um e depois deu um grande sorriso.
- Essa é a melhor notícia que você poderia ter me dado. - Ele disse e me rouba um beijo por cima da mesa.
- Eu fiquei um pouco nervosa mas agora acho que está tudo bem. - Falei sorrindo.
- Nervoso eu ficaria se cada teste positivo fosse um filho. - Ele me disse e nós dois rimos.
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9 meses depois ...
Me olhei mais uma vez no espelho. Nenhuma roupa parecia boa o suficiente. Não agora que estou com uma barrigona com gêmeos.
- Você já fez a bolsa dos bebês? Ela tem que estar pronta. Agora que você está com nove meses pode nascer a qualquer momento. - Disse minha mãe aparecendo atrás de mim.
Meus pais e minha irmã Isabella vão ficar um tempo morando aqui em casa pra me dar uma força com os gêmeos.
- Sim, fiz a deles e a minha. - Falei passando a mão na barriga.
- Eu vou pedir para Joana fazer o jantar. Fique aqui e não se esforce. - Ela me deu um beijo já testa e saiu.
Sentei na cama e conversei com os meus filhos.
- Oi. - Falei. - Quando vocês vão nascer? A mamãe já está cansada. - Eu disse passando a mão na barriga.
Tentei me levantar mas uma dor enorme me invadiu me fazendo dar um grito e cair sentada na cama de novo, então percebi que minha bolsa estorou.
- Eu estava brincando, não precisa nascer agora! - Falei desesperada.
- Maia?! - Luke gritou saindo do banheiro enrolado na toalha.
- Chegou a hora. - Falei mais pra mim do que pra ele.
E depois disso foi uma correria. Luke se vestiu rapidamente e me levou no colo até o carro, mamãe nos acompanhou e papai trouxe minhas bolsas.
Quando cheguei no hospital e estava sendo encaminhada para a sala de parto Luke recebeu uma notícia.
- Dr.Luke precisamos de você urgentemente, uma mulher foi baleada perto do coração e precisa urgentemente de uma cirurgia. - Disse um enfermeiro que se eu não me engane se chama Pedro.
Luke olha pra mim preocupado e depois para o enfermeiro novamente.
- Não tem outro cirurgião no momento? - Perguntou passando as mãos pelos cabelos.
- O Dr.Carlos está operando nesse momento e o Dr.Marcondes está de férias no Havaí. - Ele disse.
Luke ficou pensativo por um momento e olhou pra mim com tristeza.
- Vá e dê o seu melhor, eu vou dar o meu também. - Falei sentindo os olhos cheios de lágrimas.
- Eu amo vocês. - Ele disse e beija minha testa.
E então ele vai embora. Senti vontade de chorar mas não o fiz. Eu tinha que ser forte. Por mim e por os meus filhos.
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- AAAAHHHH! - Gritei pela décima vez. Eu devia estar empurrando o bebê por meia hora e nada.
- Vamos, seja forte, você consegue! Empurre! - O médico me incentivou.
- Eu acho que o meu útero que vai sair no lugar dos meus filhos ... AAHHHH! - Gritei quando a dor veio.
Minutos depois ouvi o choro do meu filho. Sorri de alívio mas logo meu sorriso desapareceu quando percebi que ainda não havia acabado.
Dessa vez fiz mais força, com esperança de acabar mais rápido.
A porta da sala se abriu como um estrondo e eu vi Luke entrando na sala.
Eu sorri e ele ficou do meu lado segurando minha mão.
- Empurre! - Gritou o médico.
- AH! - Gritei empurrando o bebê e apertando a mão de Luke com força.
Eu já estava ficando cansada, minhas forças estavam indo embora, mas eu tinha que continuar, eu não podia parar.
E depois de tanto empurrar pude ouvir o choro do meu bebê.
As enfermeiras colocaram meus filhos nos meus braços para que eu pudesse amamentá-los e eu pude ver que era um casal. A menina era ruiva assim como eu e o menino loiro como Luke. Eles eram lindos.
- Eles são lindos. - Disse Luke, mas sua voz parecia distante. - Podemos chamá-los de Rebecca e Noah, o que você acha?
- Eu gostei ... - Falei e logo depois apaguei.
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Luke Narrando
1 ano depois ...
Coloquei Noah no cercadinho e fui buscar Rebecca. Sem dúvida alguma Rebecca é a mais danada e que me da mais trabalho, o que me lembra um pouco a sua mãe. Mesmo com apenas um aninho ela é cheia de opiniões, é claro que ela não fala tudo ainda, mas quando ela não gosta de algo ela sempre resmunga, o que me faz rir muito.
Peguei Rebecca do berço e a segurei em meus braços. Ela tinha os cabelos ruivos de Maia e os meus olhos azuis. Com Noah era diferente, seus cabelos eram louros e seus olhos verdes.
- Papa. - Disse Rebecca. Eu me derretia todo quando ela me chamava assim.
Desci as escadas e coloquei Rebecca no cercadinho junto com Noah. Os dois começaram a brincar e eu vi Júlia entrando em casa.
- Cheguei. - Ela disse.
- Como foi de férias com seu marido e seus filhos? - Perguntei.
- Foram ótimas, obrigada por me pagar adiantada. - Ela disse sorrindo. - Agora pode deixar que eu cuido dessas fofuras.
Subi as escadas e entrei no meu quarto. Me deitei na cama e recebi uma mensagem de Kathryn, dizendo que viria almoçar aqui hoje. Junto com Austin e seus dois filhos. Na verdade três, já que ela está grávida de novo.
- Amor. - Falei chamando Maia que estava no banheiro. Minha mulher demorava uma hora no chuveiro.
- Oi? - Ela gritou.
- Kathryn e Austin estão vindo almoçar aqui. - Gritei novamente.
- Ta bom. - Ela disse saindo do banheiro já vestida.
- Amor, sabe o que eu tava pensando? - Perguntei.
- O que? - Ela perguntou deitando-se ao meu lado na cama.
- Que nós podíamos dar um irmãozinho pra Rebecca e para o Noah. - Falei beijando seu maxilar.
- Dois já estão bom. - Falou.
- É que nem aquele ditado: Um é pouco, dois é bom e três é demais. - Falei tentando convencê-la.
Ela me lançou um olhar. Aquele olhar.
- Ta, dois são suficiente. - Eu falei.
- Argh, as portas deviam ser mais largas! - Falou minha irmã entrando com seu barrigão enorme no meu quarto, junto com Austin e seus dois filhos: Daniel e Isaac.
- Tio Luke! - Disse Daniel me abraçando.
- Tia Mlaia! - Falou Isaac abraçando minha mulher.
- Oi carinha. - Falei bagunçando os cabelos louros de Daniel.
- Oi, meu amor. - Disse Maia com ternura, beijando a cabeleira ruiva de Isaac.
- Estou com fome, agora como por dois. - Diz Kathryn.
- E desde que você se casou quando você não come por dois? - Perguntou Maia, me fazendo rir.
Kathryn mostrou o dedo do meio.
- O papai disse que isso é feio. - Falou Daniel.
- Não é não. - Respondeu Kathryn.
- É claro que é! Não repitam isso que a mãe de vocês fizeram! - Exclamou Austin.
- Austin! Não coloque as crianças contra mim! - Disse Kathryn furiosa.
- Então não as ensine coisas feias! - Retrucou.
Maia e eu começamos a rir. Sempre era assim, eles brigavam por qualquer coisa.
- Vamos deixar eles aqui. - Sussurrou Maia.
Eu concordei e nós descemos as escadas. Quando chegamos na sala e os gêmeos viram Maia eles começaram a exigir atenção.
- Mamã! - Gritou Noah.
Maia pegou Noah no colo e eu peguei Rebecca.
- Eu fiquei com medo quando você desmaiou no dia do parto deles. - Confessei.
- Você pensou que eu fosse morrer? - Ela perguntou.
Assenti.
- Mas eu estou aqui. - Ela disse.
- Eu te amo. - Falei grudando nossos lábios com urgência, mas fomos interrompidos por dois serumaninhos lindos.
- Eu também amo vocês dois. - Falei rindo.
- Nós amamos. - Corrigiu-me Maia.
- Vocês nos deixaram sozinhos?! - Perguntou Kathryn descendo.
- Isso foi foi falta de educação! - Exclamou Austin.
Eu e Maia nos entreolhamos e então ouvimos toda a faladeira dos dois. Sempre era assim.