Capítulo 7 (Por Maia)

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Acordo sonolenta. O sol já brilha lá fora, e algo me diz que hoje será um grande dia. Me levanto, pego uma toalha np guarda-roupa e vou ao banheiro. Tranco a porta e tiro toda a roupa. Quando olho para o vaso, vejo pequenas gotículas amarelas e faço uma careta.

- Ai, que nojo! - Exclamo. - Será que nenhum homem tem mira nessa casa? - Reclamo, fechando a tampa do vaso sanitário. Fico de baixo do chuveiro e tomo um susto ao perceber que a água está muito gelada. Logo depois do banho, me enrolo na toalha e saiu do banheiro. Entro no quarto e Kathryn estava me esperando sair do banheiro e Beatrix ainda está dormindo.

- Finalmente! - Exclama Kathryn, saindo do quarto rapidamente. Olho mais uma vez para Beatrix, conferimos se ela está mesmo dormindo. Só depois visto minhas roupas íntimas, uma saia branca jeans e uma blusa cinza de mangas da Calvin Klein. Calço uma sandália marrom e faço um coque frouxo no cabelo. Ouço meu celular tocar e ao atendê-lo vejo que é o Lysandre, meu namorado. Enquanto conversava com Lysandre nem percebi que Beatrix já havia se levantando e estava se trocando, desliguei o celular e saí para que ela tivesse mais privacidade. Desci as escadas cantarolando e no antepenúltimo degrau acabei pisando em falso e caindo por cima de alguma "coisa" (bem confortável, por sinal).

- Ai! - Eu e a "coisa" exclamamos juntas.

Ao levantar a cabeça, percebo que não fui amparada por uma coisa, mas sim por alguém. Quando meus olhos se encontram com os seus, todo meu corpo reage. Meu coração acelera, se torna difícil respirar e minhas mãos começam a suar.

- Ai, meu Deus! - Ouço alguém exclamar, atrás de nós. Viro a cabeça e bejo Beatrix no topo da escada, parecendo assustada. - Vocês estão bem? Podiam ter se machucado muito feio! - Ela corre ao nosso encontro para nos examinar.

- Eu estou bem. - Digo, olhando para os meus pés.

- Eu também. - Luke responde. Sua voz está mais rouca do que me lembro, o que é muito... sexy.

- Tem certeza de que não torceu o pé? - Beatrix me pergunta, preocupada.

- Sim, está tudo bem, não precisa se preocupar. - Forço um sorriso para ela. E eu ainda quis odiá-la! Eu sou tão idiota! - Eu vou tomar café da manhã, com licença. - Digo, saindo de perto dos dois. Me sento à mesa e logo depois Laura aparece.

- Onde você estava? - Pergunto, curiosa.

- Hã... Passeando! - Laura responde, parecendo um pouco nervosa. - E que cara é essa? Parece que viu um fantasma!

- Bom, eu acabei pisando em falso na escada e caí por cima de Luke, e aí sua namorada viu tudo. - Digo baixinho, para que ninguém mais escute.

- Teve barraco? - Pergunta, sentando-se em minha frente, interessada.

- Não. Na verdade, ela ficou preocupada comigo. E isso me fez sentir péssima por ter dito que não gostava dela. - Abaixo a cabeça, envergonhada.

- Preferia um barraco, mas tudo bem. - Ela suspira. Então, come um pedaço de bolo enquanto eu, um sanduíche de peito de peru.

- E o Peter? - Pergunto, quando termino de mastigar.

- Ontem eu quase tive uma pequena esperança, mas ela morreu hoje de manhã. - Revela, apoiando o rosto com as mãos, deixando o cotovelo em cima da mesa.

- Você tem que tentar conquistá-lo. - Falo a ela. - Ou falar logo tudo o que sente! - Exclamo

- Não é tão fácil assim... - Suspira pesado. — Da boca para fora parece fácil, mas não é! Se fosse, você teria falado para o Luke, meses atrás, que gostava dele. - Diz, me fazendo engasgar.

- Eu não... - Ela me interrompe.

- Nem vem com essa! - Me alerta. Então, me calo, resignada. Eu ia mesmo dizer que não gostava de Luke. Mas a quem estou tentando enganar? É claro que gostava dele! Na verdade, gostei dele mesmo durante o tempo em que estivemos separados. Até que Lysandre apareceu e, bom, me conquistou.

Escuto Kathryn descer as escadas, e cerca de uns quinze minutos depois, Austin também desce.

- Eu preciso que dois de vocês vá em outra fazenda a 15km daqui. - Anuncia a avó de Kathryn, aparecendo do nada. - Um tem que saber dirigir e o outro tem que trazer um novo animal para a fazenda no colo, já que a caçamba está ocupada com as coisas do meu marido. - Completa. Nós quatro nos entreolhamos.

- Poxa, esqueci de pegar uma coisa no meu quarto! - Laura anuncia, já saindo.

- Já terminei meu café da manhã, bom dia para vocês! - Falo saindo não somente da cozinha, mas da casa também. Respiro o ar fresco do local e sinto meus pulmões agradecendo. - Hum... O que eu posso fazer aqui? - Olho ao redor. Abaixo meus olhos para o chão e vejo pequenas pegadas de patinhas. Sigo as pegadas, e quando finalmente olho para frente, eu estava cara a cara com o grande portão do celeiro. Empurro o portão, mas parece estar trancado.

- O que você está pensando em fazer aí? - Ouço a voz de Luke, e me arrepio no mesmo segundo. Ao me virar na direção de sua voz, vejo-o se aproximando todo suado e com as mãos sujas de terra.

- Desvendar um mistério? - Respondo com uma resposta. Luke sorri.

- Que por acaso, seria? - Insiste em saber.

- Eu quero saber de quem são essas patinhas fofinhas. - Aponto para o chão. Luke franze o cenho.

- Agora eu também quero saber. - Então, ele pega uma chave do bolso e abre o portão. A fila de patinhas continuou seguindo adentro do celeiro, até que no cantinho do celeiro, bem no escuro, avistei uma bola branca que se mexia.

- Por que aquela bola ta se mexendo? - Perguntei agarrando o braço de Luke por impulso.

- Porque não é uma bola. - Falou indo até a "coisa" e pegando nas mãos. - É um filhote de coelho. - Falou esticando as mãos para que eu pudesse ver.

- Que fofinho! - Falei pegando nas mãos enquanto ele mexia seu focinho sem parar. - E a mãe dele? - Perguntei.

- Meu avô não cria coelhos, então acho que ele se perdeu. - Falou.

- Ele deve estar com fome. - Falei olhando para a sua barriga.

- É... - Luke concorda. - Vem cá. - Ele me puxa pela mão.

                                   ***

Entramos na cozinha e Luke pegou uma caixinha dentro do armário que continha uma seringa, ele lavou ela e logo depois pegou uma garrafa de leite na geladeira. Luke colocou parte do leite na seringa e me entregou.

- Acha que ele vai beber? - Perguntei.

- Não sei, só testando pra ver. - Falou. Coloquei a seringa em sua boca e fui apertando devagar, o coelhinho bebeu tudo.

- Ele deve sentir falta da mãe... - Falei acariciando seu pelo.

- Eu vou entregá-lo a minha avó, ela deve saber o que fazer. - Falou pegando de minhas mãos. Enquanto Luke foi levar o coelhinho que nem tive a chance de dar um nome eu fui assistir televisão. - Era da fazenda vizinha, da Bianca. - Falou.

- Quem é Bianca? - Perguntei interessada.

- Uma garota insuportável, não vale a pena conhecê-la. - Falou Luke.

- Eu... Então, desculpa por hoje mais cedo. Eu acabei pisando em falso e por isso cai em cima de você.

- Tudo bem, o que importa é que você não se machucou. - Ele sorri, mas seu sorriso não chega aos olhos. - Eu vou... Ver a Beatrix.

Volto meu olhar para a televisão e continuo assistindo, entristecida. Mas também, o que eu queria? Que Luke dissesse o quanto sentiu minha falta e finalmente desse fim a todas nossas palavras não ditas? É melhor esquecer de tudo isso. Estou com Lysandre agora, e ele com Beatrix. Nós seguimos nossas vidas e devemos permanecer assim. Mas por que meu coração não parece entender?

Literalmente Apaixonados [2° Temporada]Where stories live. Discover now