Logo escureceu e eu fui o primeiro a ir tomar banho e me arrumar. Não que eu estivesse morrendo de amores para ir para a festa country mas talvez fosse uma boa distração.
Vesti uma calça jeans de lavagem escura, uma blusa vermelha e coloquei meu gorro cinza, calçando logo em seguida um tênis branco da Nike.
As mulheres foram as próximas a se arrumar já que demorariam mais. Eu simplesmente não entendo como elas demoram tanto, o que tem de mais em colocar uma roupa, um sapato e sair? Mas não, elas tem que se maquiar, combinar as peças de roupa, escolher a bolsa, o salto ... Unfg! Isso é tão frustante.
Fiquei esperando sentado no sofá da sala. Aquilo demoraria muito. Pensei.
Alguns minutos depois senti mãos delicadas envolverem os meus olhos.
— Eu não sei quem é e não pretendo brincar dessa brincadeira chata de adivinhação. - Falei rispidamente.
— Você é muito grosseiro! - Exclamou Jéssica.
— E você muito grudenta! O que nós tivemos foi apenas um "fica" de meses atrás, então por favor, pare de encher o saco, eu não te aguento mais! - Falei já irritado.
— Isso quer dizer que você me odeia? - Perguntou.
— É, acho que sim. - Falei revirando os olhos.
— Existe uma linha tênue entre o ódio e o amor. - Falou com a boca colada ao meu ouvido, o que não me causou reação alguma.
Talvez seja por isso que você goste da Kathryn.
Subconsciente agora não, por favor.
— Se você fosse homem eu com certeza já teria te dando muitos socos. - Falei.
— Eu nunca tinha pensado nessa hipótese, mas ... Austin, você é gay? - Perguntou me fazendo gargalhar alto.
— Você é maluca garota? É claro que não! - Falei rindo.
— Tem certeza? Homens não recusam mulheres. - Falou franzendo um cenho.
— Sim, recusam. - Afirmei. — Principalmente as do seu tipo: Chatas e grudentas. Agora me dá licença porque a sua presença é muito desagradável. - Falei saindo dali.
Fui para fora de casa e fiquei esperando os outros encostado no carro do meu pai. Os meus pais e os pais Castellan's foram os primeiros a sair, se juntando a mim. Depois foi Beatrix, Peter, Lucas e Laura.
— Cadê a Maia? - Perguntei para Laura.
— Ela disse que ia ficar, não estava se sentindo bem. - Falou.
— Eu escutei bem? Minha menina não está se sentindo bem e ainda quer ficar sozinha? Desculpem, acho que vou ficar com minha filha. - Disse mamãe preocupada, como sempre.
— Ah não! - Falou a Sra.Castellan. — Mas eles não vão. - Falou apontando para os seus sogros. — Se ela sentir qualquer coisa eles podem ajudá-la.
— Tudo bem, sendo assim eu vou. - Falou mamãe.
No segundo depois a porta da minha casa (temporária) se abriu. Kathryn saiu de lá com uma calça jeans apertada e uma blusa azul do Mickey. Seu sapato estava com o cadarço desamarrado, mas ela não pareceu se importar.
— Então, vamos? - Perguntou fazendo um coque frouxo no cabelo quando se juntou a nós.
— Vamos. - Falou seu pai.
— Ah espera! Cadê o Luke? E a Maia? - Perguntou. Opa, opa! Agora que eu notei, cadê o Luke? De jeito nenhum ele vai ficar aqui sozinho com a minha irmã!
— Maia não está se sentindo bem. - Falou Laura.
— Luke amanheceu gripado, não para de espirrar e está até com febre. Me ofereci para ficar com ele mas o mesmo não aceitou, disse que era pra mim ir e me divertir. - Falou Beatrix um pouco insegura.
— Acho que vou ficar também. - Falei.
— Que frescura. - Falou Kathryn revirando os olhos. — Vamos logo! - Falou entrando no carro acompanhado por Lucas, seu cachorrimho.
— Vamos, por favor, Austin! - Falou Laura. — Eu não quero ficar sozinha lá.
Então acabei indo. Laura era como uma segunda irmã mais nova pra mim, sentia que era meu dever cuidar da mesma.
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A música Country absurdamente alta invadiu meus ouvidos de tal forma que achei que meu tímpano iria estourar a qualquer momento.
— Se algum cara chegar perto de você me avisa, eu encho ele de porradas! - Falei gritando para Laura, devido a música exorbitante.
— Okay. - Falou Laura rindo.
— Vou pegar uma bebida, quer? - Perguntei para a mesma.
— Não mesmo. - Respondeu. — Mas pensando melhor, se tiver refrigerante eu quero. - Disse Laura e eu me afastei.
Fui em direção ao "bar" (se é que aquilo poderia ser chamado de bar. Eram só algumas mesas com várias bebidas e garçons entregando as desejadas pelos pedintes) e vi que as opções de bebida eram extremamente pobres. Só tinha caipirinha e refrigerantes. Peguei dois copos de Coca-cola e saí a procura de Laura.
A pista estava cheia. Na verdade, todo o lugar estava cheio, parecia que toda a cidade estava agrupada naquele local, e as roupas das pessoas eram as mesmas.
Homens com: Calça jeans, blusa xadrez, botas e chapéu de cowboy.
Mulheres com: Calça/Saia preta, blusa xadrez, botas e chapéu de cowboy.
As únicas pessoas com roupas diferentes éramos nós, o que me permitia ter mais acesso a cada um.
Durante meu percurso pelos arredores da pista de dança acabei esbarrando em alguém e derramando os dois copos de refrigerante na pessoa.
— AUSTIN! - Gritou a pessoa e pude perceber que era Kathryn. Seus olhos azuis me encaravam fulminantes. E eu gostava daquilo. Gostava de irritá-la, trazia uma paz interior.
— Como da primeira vez. - Falei piscando o olho.
— Vai se ferrar! - Falou saindo de perto de mim marchando. Ri da situação e fui pegar outros dois copos de refrigerante.
— Mas dois copos de refrigerante, por favor. - Falei. O garoto me entregou e fui a procura de Laura, que não encontrei em lugar nenhum. Olhei ao redor mas tudo que eu vi foi um homem segurando o braço de Kathryn e ela tentando se soltar.
Fui em direção à eles marchando de ódio. Como aquele idiota do Lucas podia deixá-la sozinha? Que cara mais imbecil!
— Eu já falei pra me soltar, estou avisando! - Disse Kathryn o encarando séria.
— Qual é docinho, não se faça de difícil. - Falou o homem barbudo.
— OK, serão mais dois copos de refrigerantes estragados! - Exclamei jogando os copos com refrigerante no chão e arregaçando minhas mangas. — Acho que ela pediu pra soltar, você não ouviu seu imbecil? - Rosnei.
— Não se meta, cabelo de fogo. - Falou o homem barbudo, me fazendo fechar os punhos.
— Foi você que pediu. - Falei pronto para lhe dar uma surra, quando Kathryn me impediu.
— O que acha que está fazendo? Eu tenho tudo sobre controle, não se meta! - Falou enraivecida.
— Ah, por favor, né! - Exclamei cruzando os braços. — Não se finja de durona.
Kathryn revirou os olhos e acertou em cheio o nariz do homem com um soco. O mesmo cambaleou para trás. Kathryn finalizou com um chute na altura de sua cabeça, fazendo o homem cair desacordado no chão.
— Eu não sou uma mocinha indefesa, Austin. - Disse e saiu logo em seguida.
É, tenho que me lembrar disso.
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Literalmente Apaixonados [2° Temporada]
RomanceSEM REVISÃO Depois de alguns meses, Austin, Kathryn, Maia e Luke se reencontram. O amor nunca esquecido, e sim adormecido entra em chamas novamente. Porém, os mesmos ainda terão obstáculos a encontrar. Assim como amar pode doer, também pode curar, o...