[N/A: Olá pessoas! Terminei duas fanfics ontem e vou postar mais duas entre hoje e amanhã.
O inverso do perfeito também é uma adaptação e ela possuí uma sidefic ziam que chama Perfeito. Não precisa ler as duas para entender, mas a história fica bem completinha se ler as duas. Perfeito só tem cinco capítulos, mas eu preciso pensar antes de postar porque uma da spoiler da outra, então... Primeiro capítulo de Perfeito só amanhã, talvez.
Me baseei em vários lugares antes de criar o universo dos puppets, dentre eles filmes como Gamer, A Ilha e mangás tipo Zettai Kareshi e etc. Ainda assim, o mundo é diferente, vocês vão ver.
Capa nova pela linda da muffim_triste. Obrigada meu anjo, ficou realmente incrível <3
Boa leitura e comentários me deixam feliz, ok?]
Fechou a página da internet pela milésima vez.
O que estava fazendo da própria vida? Estagnado para sempre naquele ponto de sua existência onde não conseguia seguir em frente? Toda vez que se lembrava daquele sorriso, daquele toque, daquele cheiro... Tudo parecia perder o sentido. Estar vivo parecia perder o sentido.
E então, o que lhe restava? Buscar por aquele conforto momentâneo em coisas que de fato não o auxiliariam a sair de seu estado lastimável?
Se bem que... O que era mais lastimável? Não ter coragem nem para tentar tirar os pés da areia movediça ou ficar lutando insistentemente contra a maré de si mesmo?
Harry Styles simplesmente não tinha a resposta.
Por fim, sabendo que jamais sairia do impasse, resolveu que deixaria a sorte decidir por si.
1. Comprar.
2. Não comprar.
Anotou as duas opções, rapidamente, num pedaço de papel e em seguida buscou o celular que havia em seu bolso, digitando uma mensagem simples.
"Zayn, sem me perguntar o motivo, diga: 1 ou 2."
E menos de um minuto depois, a mensagem que selaria seu destino dali para frente, chegou.
"1"
• •
Não sabia o que esperar de sua compra.
Nem sabia se queria saber o que esperar.
Os pais tinham pelo menos cinco deles na própria casa, mas isso se devia ao fato de seus genitores serem absurdamente ricos. Desde que fora morar sozinho, não queria mais tanto luxo para si, por mais que ainda mantivesse um cartão dos pais consigo e pudesse gastá-lo como bem quisesse.
Menos de 10% da população mundial tinha acesso a esse tipo de compra. Era uma quantidade absurda de dinheiro por um produto ainda experimental. Seus pais diziam que valia a pena. Ele não tinha tanta certeza, principalmente porque não queria usá-lo para os mesmos fins que o senhor e a senhora Styles os usavam.
De qualquer forma, seja quais fossem suas divagações sobre o assunto, nunca pensou que sua encomenda chegaria numa caixa metálica de quase dois metros de altura por um de largura, posicionada pelo entregador bem no meio de sua sala.
A caixa tinha um símbolo estampado em sua tampa. Algo que lembrava duas asas postadas nas laterais de uma coroa. Harry se pegou pensando que os donos da empresa se consideravam os próprios deuses da nova era.
Havia um pequeno aparelho com um teclado numérico implantado nele, como um sistema de segurança. O entregador havia lhe entregado um papel, com os dizeres "insira seu registro de nascimento no local indicado" e foi isso que fez.
O registro de nascimento era uma série de números que todos os seres humanos eram obrigados a receber após nascerem. Essa série era implantada num pequeno chip que todos os nascidos vivos recebiam antes mesmo de saírem da maternidade. Um mecanismo de reconhecimento que ficava logo abaixo do cotovelo direito, posicionado acima do músculo e ligeiramente abaixo da epiderme. Invisível, insensível e indolor.
Todos deveriam saber os próprios RN. Não precisavam de documentos, nem de nada que provasse quem eram. Um passar de infravermelho acima do antebraço e o chip diria tudo que era necessário - e até algo mais - sobre uma pessoa.
Digitou os números que sabia de cabeça e a tampa abriu-se sozinha.
Lá dentro havia um rapaz. Seu rosto quase todo encoberto por uma máscara de oxigênio firmemente presa a ele. Seus olhos fechados como se estivesse em sono profundo e vestido apenas com uma túnica única e branca, feita de seda.
Ao lado dele, uma espécie de tablet estava ligado e operante, como se implorasse para ser manuseado. O Park se decidiu por verificar aquilo antes de mexer em algo que não devia e fazer alguma besteira.
"Parabéns, Harry Styles!
Você acaba de receber seu novo OFX551, o mais novo servente da nova geração produzida pela PuppetsLine.
O modelo selecionado para atendê-lo foi escolhido a partir do questionário de preferências que o senhor preencheu durante a compra. Aparência, personalidade e características especiais; todas elas inclusas em nosso produto.
Agora, siga as instruções abaixo para ativá-lo: -"
Harry começou a ler o que deveria fazer. Puxou delicadamente o pequeno corpo para frente, vendo que o mesmo estava sendo devidamente sustentado por vigas de aço inoxidável que mantinham-no de pé e ao mesmo tempo davam ao comprador uma linha de movimento.
"Procure, em seu novo Puppet, dois braceletes. O mais fino deles, preto, deve ser colocado em seu próprio pulso."
Assim sendo, o Stylesbuscou pelo objeto descrito nas inscrições, encontrando-o pendurado a uma corrente que rodeava o pescoço do rapaz desacordado. Abriu o feixe com cuidado e colocou-o no próprio punho, vendo uma pequena luz branca brilhar no mesmo e apagar-se em seguida.
Depois, seguindo o manual, colocou o segundo bracelete - esse um pouco maior, prateado e com uma pequena tela de LED - no pulso do rapaz que permanecia em seu mundo de sonhos. A tela ganhou vida também, mas ao contrário de seu irmão menor, permaneceu com a luz acesa.
"Seu Puppet só acordará depois de a máscara de oxigênio ser removida e você chamá-lo pelo nome"
Logo abaixo dessa frase, estava escrito a nomeação desse ser que até agora só havia sido referido como Puppet e OFX551. Nada pessoal.
Harry retirou aquilo que cobria quase todo o rosto do menino e seu coração deu uma cambalhota no peito violentamente. Entretanto, não mais violento do que a ardência que chegou aos seus olhos, querendo transformar-se em lágrimas.
Eles eram tão parecidos.
Não como se fossem clones, mas como se fossem irmãos. Os mesmos traços delicados, a mesma altura, os mesmos lábios finos e rosados, a mesma pele de sol de outono... Era tudo tão, tão dolorosamente semelhante.
-Louis. - Falou em alto e bom tom, enquanto via o bracelete no pulso pequeno brilhar novamente e uma pequena agulha sair do mesmo, furando a pele delicada que sustentava o adorno no lugar e, aparentemente, injetando alguma coisa ali.
Como num passe de mágica os olhos delineados do rapaz abriram-se numa expressão surpresa.
Ele piscou repetidas vezes, respirando fundo e tentando de maneira desajeitada - devido seus movimentos trêmulos - soltar-se das vigas de aço que o apoiavam.
Harry deu um passo à frente, ajudando-o da maneira mais delicada que conseguiu a soltar os braços e pernas, até que o menino - bem mais baixo que ele - estivesse de pé pelas próprias forças.
-Você é meu dono. - Constatou ao olhar para o braço do mais alto que carregava o bracelete. -Como devo chamá-lo? - Perguntou; sua voz deixando claro que o pequeno não deveria ter saído da adolescência ainda. Quinze anos? Talvez dezesseis?
- Harry - Respondeu, controlando a voz embargada ao ouvi-lo falando a palavra dono. Claro... Eles eram extremamente parecidos, mas acabava ali. Ele jamais iria chamá-lo de dono... Na verdade, provavelmente ridicularizaria seu nome de alguma forma. -Só Harry... Sem nenhuma formalidade na frente, okay?
O pequeno assentiu com a cabeça prontamente.
-Não sei se leu o manual, mas preciso que você configure seu bracelete com meu sistema. Eu explico como fazer. - O mais alto dos dois o encarou, em dúvida. -Fique atrás de mim. - Louis falou e seu dono concordou, postando-se às costas do menino.
-Na minha nuca você vai encontrar uma placa metálica. - Ele tinha razão. Junto à linha da coluna do pequeno havia uma área de metal que parecia simplesmente colada lá. -No centro dela tem um botão. Se você pressioná-lo, ele vai abrir e ejetar uma saída muito parecida com um USB. Puxe com cuidado. - E Harry o fez, vendo o pequeno plug aparecer. Ele o puxou delicadamente e ouviu Louis soltar um grunhido incomodado, como se algo dentro dele estivesse vindo junto.
O fio, puxado até a base, só tinha 5 centímetros, mas era o suficiente.
- Conecte-o ao seu bracelete e espere uma pequena luz nele, brilhar. - Obedeceu, fazendo a ligação, que durou menos de trinta segundos antes de uma luz vermelha piscar três vezes e voltar a apagar. -Agora, coloque tudo no lugar e feche.
O conector tinha sistema de retração, então todo o trabalho que o Styles teve foi apenas em selar o pequeno compartimento ao mesmo tempo em que sentia uma pressão leve tomar seu pulso.
Louis virou-se para ele.
-O que eu fiz, com isso? - O mais alto dos dois, indagou.
-Fez a conexão de dados que te transformam, permanentemente, em meu detentor. Ligou seu bracelete ao meu sistema nervoso para que eu consiga medir suas emoções. - Respondeu, simples.
-Sistema nervoso? - E a cabeça de Harry pareceu entrar num transe incurável. -Só seres vivos tem sistema nervoso.
-Sim... - O pequeno respondeu, como se não tivesse entendido direito o desconforto de seu mestre. -Se eu fosse uma máquina, não precisaria de uma mascara de oxigênio. Não sou um robô, Harry. Sou... Uma pessoa.
E Harry Styles sentiu sua pressão cair drasticamente.