Uma História Bárbara [DEGUSTA...

By erikasbat

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Nota Introdutória
Capítulo I - Em que conhecemos os Brandeburg e seu círculo de amizades
Capítulo II - Um breve encontro com Tristan Von Trüppendorf
Capítulo III - O Urso Raivoso
Capítulo IV - Em que descobrimos o segredo de Berna
Capítulo V - O Urso Domado
Capítulo VI - No qual o Urso não desiste
Capítulo VII - Os planos matrimoniais do Chefe
Capítulo VIII - O banquete de Berna
Capítulo IX - A frustração de Kyrah
Capítulo XI - O aniversário das gêmeas
Capítulo XII - Ocupações de primavera na Aldeia
Capítulo XIII - Vãs esperanças
Capítulo XIV - O pedido e o mal-entendido
Capítulo XV - Crise na Aldeia
Capítulo XVI - Berna pede socorro
Capítulo XVII - O ritual
Capítulo XVIII - O vínculo inquebrável
Capítulo XIX - A sangria saxã e a traição do deserto
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Capítulo X - O ativismo de Tristan

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By erikasbat

Além de Kyrah, Una também vivia ausente. Não conseguia pensar em outra coisa além do seu grupo de dança. Passava a maior parte do tempo entre a taba dos bardos e a casa de Frania, uma franca que fora sequestrada por um guerreiro na última invasão.

Berna, assim, ficava só em casa. Ultimamente estava lendo uns manuscritos hebraicos que seu pai conseguira numa invasão e lhe dera sem nem imaginar o que eram. Não saía muito, pelo menos não de dia; de noite ela pulava a janela para ir a reuniões cristãs.

Como as gêmeas não estavam por perto, Berna conversava com Brunhild, mas acabava se aborrecendo e indo procurar Tristan. Nem sempre o encontrava. Às vezes ele a procurava. Naquela tarde, foi o que aconteceu.

Era um dia ensolarado, embora frio. Berna estava em seu quarto e, estendida de bruços na cama, lia um manuscrito que apoiara no chão. Tão imersa estava na leitura das Escrituras que não percebeu quando uma sombra apareceu detrás da cortina da janela e afastou-a. Era Tristan. Ele chamou-a em voz baixa.

— Berna! — a moça sobressaltou-se, sentando na cama.

— Ah, seu miserável! Que susto! — exclamou. Como Tristan arregalasse os olhos ao insulto, ela acrescentou rapidamente. — Me desculpe, eu estava distraída. O que você quer?

— Preciso falar com você — ele apoiou-se no umbral, fazendo menção de pular para dentro do quarto, sem a menor cerimônia. Berna o deteve.

— Não entre, deixa que eu saio. Se papai te pega aqui ele te mata.

— Ele está em casa? — questionou Tristan, afastando-se prontamente da janela.

— Não, está na rua, o que é pior, porque corre o risco de ele te ver pulando para dentro, e aí ele vai tratar de te varar com a espada, e... — brincou Berna, pulando a janela e levando o manuscrito.

— Desnecessário continuar — ele interrompeu. Enquanto eles se afastavam da casa, pegou o pergaminho da mão de Berna. — O que é isso?

— As Escrituras judaicas. Isaías, está escrito em hebraico, imagino que você não entenda. É coisa de cristãos — explicou Berna, serenamente. Tristan devolveu o livro.

— Bem, tem a ver com o que eu queria falar.

O coração de Berna deu uma cambalhota. Uma das coisas que ela mais queria era ver Tristan e Kyrah, que eram seus melhores amigos, convertidos. A perspectiva de que o rapaz estivesse interessado na ideia quase a fez passar mal de expectativa, mas as palavras seguintes dele jogaram uma balde de água fria na garota.

— Eu não quero ser cristão... — ele começou, um pouco hesitante. — Mas acho que se alguma coisa está errada, é dever de todos ajudar a corrigi-la. E... esse sacrifício de crianças é errado. Você disse que havia uma rede que trabalhava no salvamento delas. Eu quero participar. Quero ajudar. Como é que eu faço?

— Acho que posso dar um jeito — Berna ergueu os olhos para ele. — Mas não haverá mais sacrifícios humanos na nossa aldeia. Kyrah disse ao nosso pai para fazê-los com cabras, porque ele pode estar sacrificando bons guerreiros em potencial. E ele acatou a ideia, apesar do descontentamento dos sacerdotes - ela murmurou essa última palavra com evidente desprezo. Houve um instante de silêncio e Tristan continuou:

— Bem, não importa. Aposto como ainda há sacrifício humano nas aldeias aqui por perto. A gente pode ajudar. Eu quero, entende? — ele ficara muito sério e um pouco vermelho. — Nunca tinha me importado com isso até que pensei: "E se fosse com o teu irmão?", e a ideia me pareceu tão terrível que... Bem, eu preciso fazer alguma coisa.

Berna sentiu-se invadida por uma onda de ternura por aquele rapaz.

— Bom, eu posso te colocar em contato com quem faz isso, mas... — ela pensou se podia confiar nele. Era arriscado. E se ele traísse os cristãos? Tristan era seu amigo, mas... Berna suspirou. Uma das coisas mais difíceis para ela em ser cristã era aprender a confiar um pouco nas pessoas. Disse, por fim — Sim, vou fazer isso. Não importa o que venha a acontecer, porque Deus zela por nós — ela murmurou isso mais para si que para ele.

Berna cumpriu o prometido, e colocou Tristan em contato com o grupo de resgate. Tristan ficou maravilhado com a variedade de etnias que compunha esse grupo, num tempo de clãs e comunidades fechadas. Havia alemanis, celtas, gauleses, vândalos, hunos, gregos, romanos, e até sírios e etíopes. Uma salada nacional que Tristan muito apreciava. Até o aniversário das gêmeas, uns quatro meses depois disso, ele já havia auxiliado o resgate de três crianças e uma moça, e se sentia muito satisfeito.

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