A noite não poderia acabar tão perfeita assim, eu voltei com a Camila de táxi porque ouve imprevisto e Justin não iria poder ficar mais comigo.
- Ele disse que era meu - Quase gritei dentro do carro.
- Ele disse "sou seu"? - Camila questionou
- Camila para de cortar meu barato, não foi bem assim e tals. Mais foi com esse sentido, ok? - Eu cruzei os braços.
Ela riu e pagou o táxi, eram mais de cinco horas da manhã e o dia estava nascendo.
Saímos do carro e entramos em casa.
Minha casa estava meio estranha, olhei para as janelas que eu mandei arrumar e estava tudo certo.
Tirei os saltos e Camila também deixando no pé da escada.
- Vou ir tomar um banho - Camila disse subindo as escadas e eu assenti.
Quando passei pela sala de novo, dando a volta para ir para sofá eu senti como se meu mundo estivesse desmoronando.
- Mãe? - Disse piscando os olhos repentinamente.
O corpo da minha mãe ensanguentado e estirado no tapete da sala.
- CAMILA, MEU DEUS CAMILA! - Gritei e me joguei ao lado do corpo da minha mãe.
Seu rosto era evidente marcas de socos, seu rosto estava inchado e roxo. O sangue pingando na sua testa e sua blusa completamente encharcada de sangue junto com o lado esquerdo do seu peito atingido por balas? Atiraram nela!
- Não faz isso comigo - Eu gritei com as lágrimas - Não faz isso comigo Deus, não por favor. Mãe? Olha pra mim, mãe acorda!
- O que aconteceu? - Camila correu descendo as escadas - Meu Deus, Tia Clara! - Ela levou a mão na boca.
- Liga pra Emergência, porra Camila! - Gritei ainda mais e ela correu para o telefone.
Deitei a cabeça da minha mãe nas minhas pernas e coloquei as mãos aonde tinha as marcas das balas.
- Por favor, não faz isso comigo - Eu disse chorando - Não faz isso comigo, não por favor. Você tá bem, você tá viva e vai ficar comigo. Mas pelo amor de Deus, não não não!
- Calma amiga - Camila tocou meu ombro - A Emergência já está mandando uma ambulância.
Camila olhou para a minha mãe, seus olhos eram de dó, dó de mim. Ela estava me olhando como todos me olhavam quando eu perdi meu pai, mas não vai ser assim. Minha mãe estava viva!
A sirene da ambulância ficou cada vez mais alta, os paramédicos invadiram minha casa e colocaram minha mãe em cima de uma maca tirando ela dos meus braços.
- Sinto muito - Uma mulher tocou meu ombro quando eu me desesperei.
- Sente muito pelo o que? Porque ela sente muito? Minha mãe vai ficar bem! - Eu gritei chorando.
Eu corri indo junto com eles para ambulância.
- Você não pode vir - Um médico me impediu.
- Ela é minha mãe, eu não vou sair um minuto do lado dela e não vai ser você que vai me impedir! - Disse tirando o braço dele de mim.
Entrei junto na ambulância e eles começaram a dirigir, alguns começaram a tentar fazer alguma coisa alí e a maioria balançava a cabeça dizendo que não tinha mais jeito.
- Ajudem minha mãe - Eu chorava - Por favor, ajudem ela - Eu abracei o corpo dela alí naquela maca - Ajudem ela!
Um homem me puxou me tirando e me afastando da minha mãe, as portas da ambulância foram abertas e tiraram ela entrando no hospital.
- Espera aqui - Um paramédico disse correndo pra Emergência levando minha mãe junto com os outros.
Eu me encostei naquela parede daquela sala de espera, deixando meu corpo cair minhas pernas fraquejaram e meus olhos derramavam lágrimas que estava acumuladas por todo esse tempo.
Eu rezava para Deus, eu rezava para o universo e eu rezava pra qualquer coisa que pudesse me ajudar.
Só não tirem ela de mim, eu faço qualquer coisa.
- Clara Jauregui - Um homem de branco disse e eu me levantei - Ela não aguentou, ela levou tiros certeiros no peito indo direto ao coração e pelo corpo ela já estava morta à horas.
Meu mundo caiu, eu estava sozinha. Definitivamente sozinha e eu perdi tudo.
Senti braços me rodeando, mas eu chorava loucamente molhando a blusa dele e eu levantei meu rosto.
- Ei, tudo vai ficar bem - Zayn disse me abraçando e ouvi o choro da Camila se misturar com o meu.
- Eu matei minha mãe - Eu disse soluçando - Eu matei minha mãe.