Sob Sua Vigilância

By natyrangel

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Spin-off independente da duologia Retratos. Compre na Amazon e leia revisaco e com 3 capítulos inéditos. http... More

Prólogo
Capítulo 1 # Olivia
Capítulo 2 # Bruno
Capítulo 3 # Bruno
Capítulo 4 # Olivia
Capítulo 5 # Bruno
Capítulo 6 # Olivia
Capítulo 7 # Olivia
Capítulo 8 # Bruno
Capítulo 9 # Bruno
Capítulo 10 # Olivia
Capítulo 11 # Bruno
Capítulo 12 # Olivia
Capítulo 13 # Bruno
Capítulo 14 # Bruno
Capítulo 15 # Olivia
Capítulo 16 # Bruno
Capitulo 17 # Olivia
Capítulo 18 #Bruno
Capitulo 19 #Bruno
Capítulo 20 # Olivia
Capítulo 21 #Olivia
Capítulo 22 #Olivia
Capítulo 23 #Olivia
Capítulo 24 #Olivia
Capítulo 25 #Bruno
Capítulo 27 #Bruno

Capítulo 26 #Olivia

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By natyrangel

Olivia olhou em volta no seu apartamento e agradeceu por ter tirado umas horinhas no fim de semana anterior para arrumar a casa. Tirou apenas a toalha do braço do sofá, colocou seu Dólmã sujo no cesto de roupas e pronto.
Agora que parou seu coração martelava em seu peito e ela até tentou respirar fundo enquanto tentava cronometrar o tempo que Bruno levaria para subir. Não sabia se esperava perto da porta, ou se esperava na sala. Ligou a televisão num volume baixo e decidiu que deixaria a porta aberta e ficaria sentada no sofá. Ou em pé.
Meu Deus, não sabia o que fazer, deixou a porta aberta e foi até a cozinha beber um copo d'água, sentia sua boca seca só com o nervosismo. Não ia perdoá-lo. Pelo menos não hoje, iria apenas escutar. Ele iria embora e ela teria tempo para pensar depois.
Quando voltou da cozinha viu Bruno fechando a porta. Ele se virou e olhou para ela, estava estranho, parecia um pouco desleixado em relação a hora que passou no restaurante. A roupa um pouco amassada, estava com os olhos um pouco fechados. Na verdade parecia que ele tinha acabado de acordar.
- Você não devia deixar a porta aberta, é mais seguro esperar que toquem a campainha, percebeu que não tem porteiro nesse prédio? Poderia ser qualquer um, você faz isso sempre?
- Bruno, por favor, o Jota não está mais te pagando. Afinal, de onde você veio?
- "Tre fratelli"
Olivia conhecia aquele nome.
- O que você estava fazendo no bar? Não estava com a Júlia?
- Você conhece o bar?
- Sim, já fui algumas vezes depois do trabalho. Mas você não veio para ficar de papo. E pelo que vejo só tomou coragem porque bebeu, então vamos, me fale a sua versão.
Bruno andou até Olivia e com a proximidade ela pode perceber que ele tinha bebido. O cheiro de álcool a incomodou, mas aquela situação era totalmente incomoda para ela. Como um homem que está sem procurá-la há meses aparece em sua casa bêbado de madrugada querendo se explicar? Será que ele não percebe que isso só lhe dá pontos negativos?
- Primeiro, não estou bêbado. Aquele barman me roubou uma fortuna pelas três doses que pedi.
- Impossível, escolhemos esse bar por ter bebidas baratas.
- Pois ele me cobrou cinqüenta euros com três doses de uísque, sabe quanto é isso?
- Bruno, pra pagar isso, você teria que beber uma garrafa inteira.
- Eu só lembro de três doses.
Olivia viu que ele deu um sorriso afetado, mas apesar da provável bebedeira Bruno não parecia tão embriagado.
- OK Bruno, eu não sei se você está fazendo isso de propósito pra me deixar mais puta, se for, está conseguindo. Estou há meses esperando por qualquer notícia sua e justamente hoje você aparece aqui achando que eu vou ficar feliz em te ver. Estou cansada, trabalhei feito uma maluca e nem a minha paz em casa você está respeitando.
Ele bocejou? Ela viu aquilo direito?
- E pelo jeito estou te entediando.
- Não. Liv, eu não te liguei porque estava envolvido em umas coisas e sei que se eu te ligasse não iria resistir e te contaria.
Por um instante ela achou ele um tanto ansioso, mas agradeceu por ele não tocá-la hora nenhuma mesmo que ele esteja balançando um pouco.
- OK, vamos sentar, você parece mesmo que vai cair a qualquer hora.
Eles sentaram no sofá que infelizmente tinha só dois lugares, ou seja, seus joelhos quase se tocavam.
Ela respirou fundo, cada segundo naquela situação parecia uma eternidade.
- Liv, você tem que entender que eu não sabia que você era a filha do Jota quando te encontrei no mercado.
- Eu sei.
- Sabe? - falou confuso.
- Conversei com seu amigo Fausto antes de vir. - Ao perceber a mudança no olhar de Bruno acrescentou. - Pedi para que ele não te contasse. Não tem que ficar zangado com ele.
Ele assentiu, mas parecia triste.
- Então porque ainda assim veio embora? Podíamos ter conversado e...
- Bruno, eu fugi do Jota, não de você. .

Na verdade, um pouco dele também, mas preferiu ficar quieta sobre isso.
- Não gosto de saber que mesmo depois que você descobriu não tenha me contado. Eu conheci sua família, estávamos nos aproximando e então descubro isso. Você teve chance de me contar e não contou. A primeira vez pode ter sido sem intenção, mas depois você escolheu mentir.
- Eu não escolhi, Liv, eu não podia contar.
- Porque eu era só seu serviço, eu sei.
- Não... No início eu tentei ver dessa forma também, mas eu quis você antes disso. Não com intensidade de agora, mas...
Como assim não com a intensidade de agora? Quase perguntou, toda hora queria interrompê-lo, falar o que pensava, mas já falou mais que havia planejado.
- Todo dia eu quis te ligar, mas sabia que se o fizesse todo o plano de prender o Jota poderia ir por água abaixo.
- O que?

Liv achou que tivesse escutado errado. Como assim prender o Jota?
- Desculpa falar assim, apesar de tudo ele é seu pai, mas Fausto descobriu de alguma forma que ele tinha dado fim num homem numa pousada e começamos a procurar provas para prendê-lo. Fausto tem conhecidos na polícia e armamos uma entrega de cocaína - ele interrompeu ao perceber a reação de Liv. - Desculpa, eu devia ter falado antes, quando procurávamos por pistas e estudávamos os movimentos dos empregados dele, descobrimos que ele também estava envolvido com tráfico e junto com a polícia conseguimos prendê-lo em flagrante. Eu vim no primeiro voo...
Olivia estava sem reação, sentiu um peso enorme sair de cima dela. Ele estava pagando pelo seu crime, ela acreditava que ele fez muito mais, mas infelizmente não tinha nada para comprovar.
- Ele está preso? - Foi só o que ela conseguia assimilar após Bruno ter jogado tudo aquilo encima de Liv.
- Por pelo menos vinte anos.
Vinte anos. Estava livre dele por longos vinte anos. Se sentiu um pouco culpada pela ponta de felicidade. Pensou em Patricia. Será que ela estava se virando sozinha?

- Patricia já sabia o que ele tinha feito. - ela quase achou que Bruno tinha lido a sua mente - Quando eu fui na casa dela antes de ir pro aeroporto ela aceitou a notícia e quando viu minha mala me pediu para dizer que estava bem.

Olivia concordou

- Ok, eu te escutei, agora eu preciso de...

Olivia parou de falar com o susto. Bruno a abraçou pela cintura, encostou seu rosto em sua barriga e o toque quente dele quase fez parecer que ela não estava usando blusa. Ficou um tempo com os braços levantados no ar sem saber se encostava ou não em Bruno, mas talvez fosse melhor que ficar ali feito uma maluca. Apoiou-se nos braços que a envolviam.

- Eu só preciso de cinco minutos de abraço.

Olivia tentou em vão não sorrir e agradeceu por ele não ser capaz de ver seu rosto.

- Estou contando no relógio.

Podia jurar que sentiu o rosto de Bruno sorrir em sua barriga, mas ela também poderia estar imaginando.

- Eu sei que eu te magoei Liv, mas eu não sabia o que fazer, estava com medo de me ferrar com seu pai, eu não sabia quem ele era e se ele resolvesse se vingar, se ele te usasse para algo que eu não pudesse impedir, eu só fiz isso pra te proteger e não porque ele estava me pagando. Mesmo porque não recebi nada. Bom, eu tive que receber para manter o disfarce que não sabíamos de nada, continuamos com ele, mas... Não é isso que eu quero dizer. Merda, estou igual a Júlia.

Olivia não se importava. Não disse nada, mas ela poderia ficar ouvindo ele por horas.

- O que eu quero dizer é que mesmo que você não acredite, eu te amo...

Ficou rígida.

Bruno sentiu na hora que ela ficou completamente paralisada nos seus braços, mas continuou como estava.
Ela tentou absorver aquelas palavras, mas ele continuou falando.

- Eu não queria dizer isso porque poderia te assustar e pelo visto eu estava certo, mas hoje eu te vi entrar num carro quando estava saindo do restaurante e me passou pela cabeça que você tinha seguido em frente, que estava com outro e eu não te culparia, seria totalmente minha responsabilidade. Mas o alívio ao ver que, eu vou deduzir ser, sua amiga Rafaella me fez perceber que eu poderia te perder só porque eu não tive coragem de te contar a verdade. E não digo a verdade sobre seu pai, mas também sobre o que eu sinto por você.

-Na verdade tem um amigo da Rafa que ia... - Ela parou de falar quando ele começou a apertar sua cintura.

- Ai, não consigo respirar.

Ele se soltou e a estudou para saber se não tinha machucado e para isso precisou solta-la.

- Não me diz essas coisas, por favor.

Ela deu um sorrisinho.

- Ok. Não ia dar em nada mesmo.
Ele sorriu.
- Acabou meu tempo né? - Mudou para uma cara triste que quase a fez rir.
- Sim, há muito tempo. - Ela ainda tentava não sorrir quando ele suspirou derrotado, mas completou - Posso dar mais trinta segundos de abraço se prometer ficar totalmente calado.

Ele riu, fingiu fechar um zíper na boca e a abraçou da mesma forma que antes. Dessa vez ela não se assustou e apenas retribuiu o abraço.

Trinta segundos depois, contados no relógio e ela se moveu para ele sair.

- Ok, ficou obedientemente quieto, agora... Bruno... Bruno...

Ela sacudiu ele um pouco o que fez ele segurá-la com mais força, ainda assim não acordou.

Ela riu. Que situação mais idiotamente perfeita é essa?

Pelo menos teria mais tempo para pensar naquilo tudo.
Meu Deus ele disse que a amava e ela queria dizer o mesmo para ele, só queria parar de sentir aquele incômodo com a mentira. Talvez o tempo curasse, mas a pergunta que não queria calar era se ela deveria ficar com ele nesse tempo ou não.

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