A Empregada Extraterrestre

By diogofrade33

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Elizabeth Dunn conta neste livro a sua verdadeira história. A sua missão, enquanto habita no planeta Terra... More

Prólogo
1 - A Chegada
2 - Philip Williams
3 - A Discussão
5 - Parte 1: A Consequência
5 - Parte 2: A Tortura
6 - A Revolução
7 - A Mudança
8 - Os Inquilinos
9 - O Avião
10 - O Hotel: Parte 1
10 - O Hotel: Parte 2
11 - O Passar dos Anos
12 - George Clark
13 - O Conto de Um Verameriano
14 - A Visita
15 - Perguntas
16 - O Retorno
17 - Elitrópolis
18 - Perigo
19 - A Cidade
20 - Drama
21 - Confissões
22 - Imprevisto
23 - Invasão

4 - Intrusos

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By diogofrade33


Terça-feira, 23 de julho de 1918

Passaram-se 23 anos desde que comecei a namorar com Phillip, infelizmente, a esperança média de vida da Terra atualmente é muito menor do que a de Veramer, isso fez com que Phillip morresse o ano passado, vitima de uma trombose, segundo consegui apurar.

Por causa das mulheres serem tratadas como inferiores, sou sempre julgada quando ando sozinha na rua. Sempre que os casais ou mesmo outras mulheres olham para mim de lado tenho uma vontade tremenda de me vingar. Mas não posso fazê-lo, uma vez que assim seria como os habitantes do meu planeta; maus, egoístas e carrancudos. Quero de alguma maneira provar que sou diferente deles. Isso eles já perceberam, contudo quero provar-lhes que é muito melhor ser-se bom do que mau.

Decidi por isso, começar uma revolução. Chamei-lhe "A Emancipação feminina". Antes de aplica-la, fiz um plano com todas as coisas que tenciono que sejam mudadas. No topo da lista, coloquei moda. Estas saias são um inferno, para além de causarem um calor insuportável, são desconfortáveis e pouco práticas. Por isso, desejo que as novas saias sejam pelos joelhos, e usar mais cores para além do castanho, cinzento e o preto. Coloquei também a importante utilização de maquilhagem. Uma das coisas que mais marcará a revolução será o corte de cabelo à garçonne.

Com esta revolução, as mulheres poderão andar sozinhas nas ruas, fumar em sítios públicos e trabalhar: ganhar o nosso próprio ordenado. O facto de os maridos terem saído para a guerra ajudou o facto das mulheres ficarem com os trabalhos deles; nas fábricas e et cetera. Preciso de alguém para se juntar a mim na revolução. Pedirei ajuda às minhas novas amigas. As outras, devido a todas doenças e não haver métodos de cura, morreram, apesar de só se terem passado 23 anos. Atualmente tenho 42 anos na idade dos humanos. Mas a minha aparência está semelhante àquela que eu tinha quando cá cheguei, o que faz com que as pessoas que me conhecem e que ainda estão presentes se questionem.

Não existem registos meus. De acordo com os registos do estado americano eu sou uma mulher sem identidade que não é reconhecida. Mas claro "E o boletim de identificação que me foi dado quando cá cheguei?" Bem, aparentemente esse boletim apenas serve para enganar aqueles que mo pedirem. Um agente da polícia pediu-mo quando estava a andar sozinha na rua. Obrigou-me a ir consigo à esquadra da polícia, praticamente me arrastando como se eu fosse uma carga que este é obrigado a suportar. À chegada da esquadra, ele pediu ao secretário que procurasse os dados de uma mulher de nome "Elizabeth Dunn". O meu verdadeiro nome não tem tradução em qualquer língua terrestre, pois em veramerer é uma compilação de ruídos estranhos que os terráqueos nunca iriam entender. Como não existiam fotografias nas nossas folhas de dados, teríamos que dar a nossa identificação antes que o oficial nos fizesse alguma pergunta, para depois estes verificarem se a informação coincidia com aquilo que procurava. Não encontraram nada parecido com aquilo que eu referi.

Está a apontar-me a arma.

Estendi-lhe a mão com a palma virada para cima, com os dedos quase encostados. Esta ação fez o oficial congelar, mesmo com o quente temperatura que se fazia sentir dentro da esquadra devido ao calor do verão de Nova Iorque.

O secretário engoliu a seco, e passados alguns momentos colocou as mãos no ar para mostrar a sua rendição. Fê-lo, e como não gosto de magoar inocentes, saí da esquadra. Havia muita gente a olhar para mim naquele momento, mas eu não queria saber.

Retirei a minha nave do bolso secreto que mandei coser na parte de dentro do meu vestido, e atirei-a ao chão. Ao tocar no chão, a nave voltou à sua posição original, que corresponde ao tamanho dos primeiros carros inventados.

Sei que o caminho a minha casa era pequeno, mas não podia arriscar a ser apanhada para depois estudarem o meu corpo extraterrestre. Levantei voo, e as pessoas que estavam a olhar para mim deixaram novamente de olhar, devido ao raio que — desta vez invisível — a nave lançou. Tomei a liberdade de ligar o campo de invisibilidade da nave, para poder olhar os agentes confusos que saíam à procura da nave que estava mesmo por cima das suas cabeças.

— Onde é que ela foi? — grita um dos agentes — Viu uma mulher de chapéu azul? — perguntou a um cavalheiro que passava na rua. Claramente que respondeu que não, graças ao raio de esquecimento da nave — Encontrem-na. Descubram com quem ela está casada, se for preciso virem a casa dela do avesso, quero saber quem é esta galdéria.

Oh, eles não sabem com quem se estão a meter.

Dou graças a Deus por a casa de Phillip ter um jardim na parte de trás da casa; isto dá-me espaço para estacionar a minha estimada nave. Há uns anos, decidi fazer uma "limpeza"; isto implicava retirar da nave tudo o que tivesse haver com Veramer. Por causa do meu poder exercido, o governo do meu planeta natal não tem agora qualquer acesso às coisas que me deram por engano.

Saí da nave a correr e esta encolhe-se para depois entrar à socapa no meu bolso. Aproveitei o facto de ter desejado que as minhas coisas mais importantes em Veramer estejam aqui para elaborar um plano. Tenho que me preparar para a chegada deles.

Quarta-feira, 24 de julho de 1918

Apesar da ameaça dos polícias de ontem, hoje sinto-me como nova; acho que nunca tinha tido um sono tão gratificante como este desde que vim para cá. Acho que finalmente me habituei ao colchão do quarto de Philip. Assim como ele, a empregada que nos servia faleceu; mas de velhice. Ela já não estava para nova, por isso mesmo assim pode-se dizer que viveu bastante.

Enquanto estou na sala a ler o The New York Times, oiço um estrondo, mesmo apesar da sala principal ser um pouco longe da entrada. Pareceu-me ouvir o barulho das armas fabricadas em Veramer; um barulho muito parecido com uma explosão.

Eles chegaram.

Mas como é que eles descobriram onde é que eu estava?

Durante toda esta cena, olho para cima do encosto de costas do sofá, e não vejo ninguém, por isso decido correr para a cozinha que é onde guardo a minha arma fornecida pela nave, e claro: onde estão todos os objetos cortantes.

A forma de comunicação que oiço entre eles faz-me entender que são de facto veramerianos. Mas pelo reflexo do espelho do vestíbulo percebo que estão disfarçados de humanos.

— Elizabeth? — gritam eles, mesmo antes de se desmancharem em risos — Aparece traidora, para que possamos dar cabo de ti — dizem em verameriano.

Como demoro para responder, eles arrombam as portas das divisões com os pés à minha procura. Não vão ter sucesso, uma vez que desejei que me tornasse invisível neste momento. Como a arma apenas me vai servir par os assustar, primo o botão de segurança e coloco-a no meu bolso secreto do vestido. Estou nervosa; mas não há razão para tal.

Em todos os grupos de veramerianos estúpidos, há sempre um líder. O desta equipa está disfarçado como um polícia magricela com uma farda que lhe aparenta ficar grande. Vou assustá-los. Começo pelo "polícia" gorducho.

Como todas as entradas vão dar ao vestíbulo; nós os 5 estamos aqui.

Enquanto eles estão de armas içadas à minha procura, abro uma porta que estava para ser aberta por eles. Sem que tenham tempo para reparar em alguma coisa, deito o gordo no chão e arrasto-o até a porta, fechando-a bruscamente de seguida. Reparo no olhar de preocupação no líder; parece estar a engolir a seco e a suar de surpresa. De seguida, levanto o seu ajudante e colo-o ao teto, depois programando-o para que se pareça morto quando as suas costas tocassem na madeira castanha.

Só restam 2. Por isso ( e por não me lembrar de mais nada ) faço desmaiar o pequeno franganote, deixando-me sozinha com o líder.

Determinada a assusta-lo, declaro como terminado o meu desejo de invisibilidade, deixando-me exposta ao líder. Este assusta-se, e faz com que a arma esteja pronta a disparar.

Deito uma risada cínica.

— Achas mesmo que isso me vai afetar? — pergunto em veramereriano. Apesar de parecer durona, tenho a certeza que estou tão assustada como o Intruso que encontro à minha frente — Não vai largar a arma?

A sua respiração abranda, pelo que percebo que está a segundos de disparar. Estendo o dedo indicador da minha mão esquerda e faço a sua arma se espetar na parede, com a faclidade que uma faca afiada teria.

Num ato de fúria, simulo que o estou a estrangular. E, apesar de o estar a fazer no ar, ele coloca as suas mãos no pescoço a respirar com dificuldade. Vou andando com ele "na minha mão", e encosto-o à porta de entrada fechada.

Por entre custosas respiradas, ele pergunta:

— O que és tu?

— Sou uma mulher. Uma mulher terráquea.

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