Meu companheiro é o Alfa

Od Mags2s2

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-Você é minha! -Quem disse? -Eu disse e isso já basta! Více

Medos e opções
A Floresta
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Aviso
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Aviso
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21

Como tudo começou

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Od Mags2s2

             Larissa narrando:

  Já estava bem tarde, dou mais uma olhada no despertador e as horas não passam. Nessa última semana dormir havia se tornado uma tortura, pois todas às vezes que eu fechava os olhos o mesmo pesadelo passava como filme na minha cabeça e por mais que eu tentasse acordar, somente quando acabava, eu tinha controle do meu corpo.

  Tento ficar acordada, mas o silêncio da casa me transmite uma tranquilidade... permitindo que o sono me ganhe. Tento memorizar uma nota mental e me asseguro por um tempo de que isso seria o suficiente. "É só um sonho ruim, não deixe algo que não aconteceu te assustar assim tão fácil". Mas o fato é que o meu medo se baseava na possibilidade disso vir a acontecer.

  "Saio de casa escondida e meu corpo automaticamente percorre o caminho até a árvore que demarcava a entrada da reserva, é como se eu não tivesse o completo controle sobre minha ações, e só restava a minha mente tentar assimilar o que aconteceria em seguida, mas tudo parecia ser mais instintivo e menos racional. Sinto meu sangue esquentar, meus ossos já não são mais os mesmos... agora só o azul dos meus olhos era o mesmo, mas em outra forma. Já rodeada de árvores frondosas, caminho em direção ao rio, a floresta iluminada pela Lua Cheia estava mais convidativa, parecia discretamente abrir o caminho que eu deveria seguir. Meus olhos fitam a água por alguns segundos até que eu perca pouco a pouco o poder de discernir o real do imaginário.
Escuto ao longe uma voz abafada como se algo tentasse calá-la, me esforço em vão tentando ouvi-la, minha mente tenta lutar para assumir novamente o controle do corpo, mas algo semelhante a chute no estômago impede que eu continue resistindo, não consigo respirar mesmo com toda a minha atenção voltada para os pulmões. Sinto meu corpo tremer, a dor é fina e começa internamente sem lugar exato, mas ela sabe se fazer presente a medida que aumenta se tornando aguda e quase insuportável. Não ouço mais nada, nem a voz, nem as batidas rápidas e descompassadas do meu coração e estranhamente no meio do silêncio completo eu não sinto mais medo. Até que tudo volta ao normal como se não tivesse sido mais que um lapso. O zumbido do vento, o som das folhas mexendo e se despreendo dos galhos o canto e os ruídos mais peculiares de criaturas desde a mais singela até a mais robusta me trazem de volta. O ar preenche meus pulmões, as batidas ficam mais regulares, volto a sentir o peso sobre as minhas patas, meus olhos revelam o mesmo rio e as mesmas árvores. Toda a paz que aquele ambiente familiar me trasmite parece se exaurir e dar espaço para uma atmosfera pesada e sufocante. Eu não estava sozinha. Uma respiração mais lenta e mais pesada que a minha parece ressoar nos meus ouvidos, e agora substitui o que antes eu ouvia. As batidas do seu coração eram descompassadas e se juntavam as minhas formando uma sintonia quase perfeita, mesmo não sabendo quem estava ali eu não me sentia ameaçada, não tinha medo da sua presença, do seu cheiro e da distância que diminuía entre nós.

  Ouço o barulho das suas patas contra a grama úmida estalando um ou outro graveto pelo caminho, ele não tinha a pretensão de se esconder e por isso não calculava onde seria seu próximo passo, ele queria se fazer ouvido, queria que eu soubesse que ele estava ali. Isso me deixava ainda mais ansiosa, como eu nunca havia ficado antes, fechei os olhos ao invés de buscar os seus, deixando me confundir naquela atmosfera estranha, eu queria ver mais, mas você mesmo sem ter olhado nos meus olhos já começava a me ensinar que havíamos uma conexão que não sabíamos explicar, desejávamos o outro, precisávamos do outro e isso era doloroso e bom ao mesmo tempo, tudo em torno disso se tornava confuso, mas não era difícil de aceitar, porque era natural, instintivo e não racional ou algo que pudéssemos escolher e era ai que morava a dor.

—Larissa. Olhe para mim. —continuei com eles fechados, eu não tinha coragem para encará-lo ainda.

—Quem é você? — ele exitou por alguns instantes e continuou.

—Olhe para mim. — obedeci.

  Ainda não fazia ideia de quem você era, mas eu sentia que todos os meus segredos mais íntimos estavam ali escancarados, tudo passava tão devagar, o tempo parecia ser o que menos importava. Em nenhum momento você tirou seus olhos dos meus e eu dos seus, sua presença era marcante, imponente, mas seu olhar era humilde e cheio de afeto.
  Meus olhos se fecham involuntariamente e quando se abrem você não está mais lá. Era ruim estar sem você por perto, eu havia me apegado sem nem saber a quem. Para onde você tinha ido? Eu procurei por você, uivei por você, mas você tinha desaparecido e por um momento pareceu como se nada tivesse sido real.

   Eu já não caminhava, eu corria a sua procura, entrei na mata densa onde a luz da Lua não conseguia atravessar a copa das árvores. Até que um estalo vindo de alguns metros de onde eu estava faz minhas garras cravarem no chão. Acreditei que pudesse ser você. Então comecei a correr naquela direção e quando pensei ter chegado onde você deveria estar, outro lobo estava em seu lugar. Me observava com os olhos pretos como ébano que não tinham o mesmo brilho dos seus, esses me causavam calafrios e repulsa. Ele uiva e outros lobos surgem de dentro da Mata, fechando todas as rotas que eu poderia tomar como fuga. Ele se aproxima cada vez mais e salta sobre mim, tento me defender, mas tudo acontece tão rápido..."

  Acordei sobressaltada, meu peito subia e descia sem compasso, me cobri o máximo possível sentindo um nojo consumir o meu corpo. Olhei tudo ao meu redo, fitei a porta, pois eu já podia ouvir os passos de quem logo a abriria.

  Segundos depois meu pai entra parecendo determinado a tomar uma providência, suas olheiras estavam mais nítidas agora, e isso me fez pensar que eu não estava apenas causando um mal a mim mesma, mas a todos dessa casa.

—Está tudo bem? Ouvi você gritar.—falou se aproximando da cama.

—Está tudo bem, foi apenas um pesadelo. —não era a primeira vez que eu tinha esse sonho, mas não queria incomodá-lo com apenas um sonho ruim, afinal de contas não significava nada.

—Já chega, estou cansado desses seus sonhos, você só vive gritando e chorando todas as noites. —sua preocupação era evidente.

—Pai, vai ficar tudo bem. —dei um sorriso e o abracei .

—Tem razão vai ficar tudo bem.- ele se vira para a porta como se fosse sair, mas antes me dá um beijo na testa. — Amanhã irei levá-la para falar com a feiticeira.

—Não precisa pai. —dei o melhor sorriso que tinha no momento.

  Não queria falar com feiticeira nenhuma, mas eu queria que esses sonhos parecem, não aguentava mais ser refém da minha mente. Não ia ser algo tão difícil assim, ela no máximo iria me recomendar tomar alguma mistura com o gosto ruim e logo tudo iria voltar ao normal.
 
[...]

  Nunca demorei para acordar, mas é bem fácil levantar quando se passa à noite em claro. Decido pelo menos estar digna de aparecer para a feiticeira, então levanto, tomo o caminho para o banheiro e ao olhar para o espelho concluo que realmente não estava fácil olhar para a minha cara, as noites mal dormidas tinham seu custo.

  Deixo a água fria acariciar o meu corpo e levar a repulsa que eu sentia estar empregnada em mim.

  Saio do banheiro e volto para o quarto buscando uma calça e alguma blusa confortável para vestir, só faltava dar um jeito no meu rosto, então opto por passar um pouco de corretivo abaixo dos olhos, não ficou excelente, mas deu para camuflar um pouco.

  Assim que termino caminho até a varanda do quarto e fico observando a movimentação do clã. Algumas palavras de ordem se sobrepõem a outras de conversas corriqueiras formando uma mistura quase indecifrável e incômoda para ouvidos sensíveis e desocupados. Um misto de pessoas ocupadas armazenando toras de madeira, caças feitas recentemente e suprimentos para o inverno. Já as crianças apostavam quem conseguiria nadar até mais longe da margem e outras mais tímidas ou travessas demais ficavam correndo entre os corpos rígidos e focados dos adultos. Tudo estava exatamente igual no mundo real, mas na minha mente os olhos negros pareciam vigiar cada passo que eu dava. Às vezes eu tinha a leve impressão de escutar a sua voz tentando decidir por mim.
 
Larissa. Larissa?! Larissa! —minha audição muda de foco e meus olhos captam seu rosto preocupado com algumas rugas que se  acentuam ligeiramente entre as sobrancelhas cheias.

—Estava pensando longe. —pisco algumas vezes. — O que eu perdi? —recebi um suspiro como resposta.

—Seu pai me contou que você tem tido pesadelos, na verdade ele usou outras palavras que eu prefiro associar ao fato de que ele não consegue dormir a dias. —assenti. —O que você vê exatamente? — suas mãos acariciam a pele dos meus braços e descem para minhas mãos onde se fixam por mais tempo até cobrir as minhas mãos com as suas.

—Mãe... —não sabia como contar aquele sonho sem que fosse mal interpretada e eu sabia que até mesmo ela não estava pronta para entender o significado daquilo. E não era preciso preocupá-la sem ter certeza que era por um bom motivo.

—Tudo bem se não quiser falar sobre isso, pelo menos agora, mas quero explicações assim que voltar.  — confirmo e agradeço internamemte por ela não perguntar mais nada. —Todas nós passamos por isso, e com você não será diferente.

—Mãe... —eu queria poder dizer que isso não era como o que todas as outras mulheres haviam passado eu sabia que o aparecia para mim não era igual ao que acontece com as outras garotas.

—Larissa, precisamos ir. —meu pai aparece na porta com um sorriso frouxo e convidativo, ele não pressiona e isso torna tudo um pouco mais fácil.

Dou um beijo em seu rosto e aperto de leve a sua mão, ela me dá um sorriso em resposta.
 
[...]

  Entro no carro e sinto meu estômago embrulhar, quero acreditar que tudo vai voltar ao normal depois disso, mas no fundo uma sensação ruim me diz que tem algo de errado com esses sonhos e que eu deveria tomar cuidado, pois eles se repetiam tanto por um motivo.


Nota:
Oi gente, primeiramente quero agradecer por não desistirem da história, mesmo com ela passando por vários ajustes e por este motivo é possível que alguns capítulos estejam em branco. Por fim, peço que se sintam livres para comentar sobre o que estão achando do enredo, de como está sendo narrado e para alertar sobre quaisquer erros.

Muito obrigada pelo apoio.
E por favor não esqueçam da estrelinha. ☆

 
 

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