Oliver Turner e os caçadores...

By LuanBelloni

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Oliver já estava indo mal na escola antes de um goblin aparecer e fazer uma brincadeira de mau gosto com sua... More

BOOK TRAILER
Tudo começa na detenção
Eu não sabia que goblins andavam em bando
Dragões do mal, podem destruir o mundo
Definitivamente, ogros não jogam baseball
Um dia quase normal no Memphis Botanic Garden
Quase virei o almoço de um troll fedorento
CONCURSO PROMOCIONAL (ENCERRADO)
Um velho decrépito não vai com a minha cara
Voamos em um avião velho
Uma gangue de hienas tentou nos roubar
Visitei o playground de um deus
Brinquei de pegar com um pinscher assassino
Um monstro invadiu os meus sonhos
Ganhamos um GPS mágico
Retrospectiva
Comemos peixe com o papai noel havaiano
Um rinoceronte ressentido tentou arrancar a nossa pele
Uma divindade da água nos acolheu
Maia entra em uma briga
Passamos por um liquidificador gigante
Lutamos em um formigueiro
Falei demais, mas dessa vez foi bom
Um homem de vestido me desafia
RESULTADO SORTEIO COMEMORATIVO
Participei do pior programa de auditório do mundo
Tomei uma decisão difícil
Um ótimo dia para ser incendiado
Mais uma surpresa no caminho
WATTYS 2015
Um frisbee gigante quase me cortou ao meio
Um cara com voz de robô coloca fogo em tudo
Sim, os vikings tomavam refrigerante
Tacos de bilhar feitos com ossos de guerreiros mortos? Não, obrigado
Quem entraria na boca de uma caveira gigante? Eu mesmo
Agora eu entendo o verdadeiro significado de: Dragão de Fogo
Recebo ajuda de um velho amigo
Epílogo
ENTREVISTA
FESTIVAL DE VERÃO
FICHAS DOS PERSONAGENS
NOTAS DO AUTOR
REDES SOCIAIS
AVISO

Minha vida é uma mentira

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By LuanBelloni

— Rendar! — exclamei

Finalmente estava diante do monstro.

Devo dizer, meus conceitos sobre ele estavam completamente equivocados. Pelo menos em relação a sua aparência. Eu esperava uma criatura horrenda. Com mais de cinco metros, cheio de escamas e cuspindo fogo para todos os lados. No entanto, ele era apenas um homem.

É claro, não era um homem qualquer. Sua presença demoníaca fazia o meu sangue congelar. A sensação de estar perante a criatura, era semelhante à de estar na presença de Belenus, porém de uma forma negativa.

Rendar parecia ter a mesma idade do deus do fogo, entretanto, suas vestes o diferenciavam. Ele usava um terno vinho, ao invés de um uniforme de batalha. O paletó era bem ajustado em seu corpo, como se tivesse sido feito sob medida. Sobre uma camisa preta ostentava uma gravata da mesma cor do terno. Seus sapatos negros e lustrados refletiam os rios de lava que se estendiam ao nosso redor.

O dragão de fogo era elegante.

Guardando seus flancos estavam dois inimigos conhecidos.

Na esquerda, uma hiena velha me encarava com um olhar raivoso. Era um gnoll. Ele brandia um machado enorme, e em seu rosto exibia uma suntuosa cicatriz — deixada por mim, dias atrás.

No outro lado, com uma postura militar, estava o General Dáblio. Sua máscara aterrorizante permanecia parcialmente quebrada, revelando um olho misterioso.

Rendar se colocou a frente, abrindo os braços como se quisesse nos abraçar.

— Oliver Turner, enfim nos encontramos — ele disse. Sua voz era arrastada, como se estivesse sussurrando diretamente no meu ouvido. Isso causava arrepios até na alma.

Em segundos estávamos segurando nossas armas sagradas. Maia puxou uma flecha de sua aljava mágica e a preparou no Arco do Sul, apontando diretamente para as criaturas. Minhas mãos empunhavam firme a Espada do Oeste.

Não se aproximem! — ordenou Maia esticando ainda mais a corda de seu arco.

O gnoll rosnou e atacou. A flecha dela voou direto para o ponto entre seus olhos, e ele foi reduzido a uma nuvem de fumaça preta instantaneamente, espalhando sua essência sobre o lago de lava.

Rendar deu uma gargalhada.

— Devo lhe agradecer por isso. Estava cansado dessa criatura irracional — disse o monstro.

— A próxima será sua — acrescentou Maia, determinada.

O General se pôs na frente do dragão. Rendar o afastou e encarou a garota profundamente.

— Eu poderia destruí-la com apenas um sopro, filha da água — declarou a criatura. — Mas, nesse momento quero apenas conversar.

— Nós não temos nada para conversar com você, Rendar! — exclamei. — Viemos aqui para matá-lo.

Novamente o monstro gargalhou. Eu repeti mentalmente minhas últimas palavras, mas tinha certeza que não havia feito nenhum tipo de piada — às vezes elas saem sem que eu perceba.

— Você é ousado, Oliver Turner. Admiro isso em um guerreiro.

Eu apertava o punho da minha espada como se estivesse tentando espremê-lo.

— Não preciso de sua admiração! — bradei.

Rendar sorriu com escárnio.

— É claro que não. Você é forte. Foi capaz de conquistar a Chama Sagrada em sua primeira missão — ele disse. — Porém... ainda tem muito que aprender.

Minhas pernas pareciam concreto seco, não conseguia me mover e muito menos raciocinar com exatidão. As palavras que saíam da boca da criatura eram como lâminas afiadas cortando meus ouvidos.

— Entretanto, ao contrário de Belenus, eu sou um deus misericordioso. Vou lhe dar uma chance para sobreviver — acrescentou o dragão com os olhos faiscando. — Junte-se a mim — disse ele estendendo uma das mãos.

Fiquei tentado a perguntar o que ele queria dizer com: ao contrário de Belenus. Também senti um impulso para avançar e cortar seu braço estendido. Mas, por fim, atentei-me às últimas palavras.

— O quê?! Unir-me a você? — questionei. — Nunca!

Dáblio permanecia parado à direita de seu mestre. Em posição de guarda, esperando uma ordem para atacar.

— Pense melhor, Oliver — declarou Rendar com um sorriso sarcástico estampado no rosto. — Prometo que se lutar ao meu lado, protegerei sua mãe e sua namorada — concluiu ele apontando para Maia.

Foi inevitável, eu corei.

— Err... nós não somos namorados.

Um dragão maligno em minha frente, tentando recrutar-me para o lado sombrio e a única coisa que vem em minha mente é isso. Parabéns, Oliver!

— Ele está tentando confundi-lo — disse Maia à minha direita. — Não escute o que esse monstro diz.

Rendar revirou os olhos, impaciente.

— Pense bem. Estou lhe dando uma oportunidade única.

Minha cabeça doía ao ouvir as palavras do monstro. Não que eu estivesse cogitando aceitar a proposta, de fato não estava. Mas alguma coisa me incomodava nisso tudo.

— Eu disse que não! — exclamei com raiva, algumas partes do meu corpo começavam a faiscar. — Não permitirei que você destrua o mundo.

— Ora, garoto. Esse mundo está condenado há muito tempo. Inveja, raiva, orgulho, ganância. Tudo isso existe desde o princípio, as guerras surgiram por causa das atitudes do ser humano — explicou Rendar. — Eu criarei um novo mundo, um mundo perfeito.

— Deixe-me adivinhar, governado por você? — perguntou Maia.

O dragão direcionou o olhar para ela, seus olhos eram como braseiros acesos.

— É claro que sim. Os seres humanos precisam de um líder com pulso firme. Eles precisam ser punidos por seus erros.

A raiva estava crescendo dentro de mim. Já era difícil conter os meus poderes, se eu me soltasse, logo estaria em chamas saltando para cima do monstro.

— Isso é errado — murmurei. — Eu aprendi com alguns amigos, que nem todo mundo é igual. Você não pode punir a humanidade, pelos erros de poucos.

— Sim, eu posso. Eu sou um deus. Todos devem se curvar diante de mim e aceitar a punição divina — afirmou ele com os braços abertos.

Meus dentes estavam trincados, não conseguia apertar mais forte o punho da espada.

— Já disse, nós iremos lhe impedir!

— Você é teimoso e corajoso, Oliver Turner. Seu pai também era — sussurrou a criatura —, mas ele acabou cedendo e se curvando diante de mim.

Nesse momento eu perdi o controle. A raiva explodiu dentro de mim e ataquei sem pensar.

Investi contra ele, empurrando minha espada contra seu peito, mas Dáblio se colocou a frente rebatendo meu golpe com algum tipo de barreira de fogo. A espada ricocheteou em seu escudo desequilibrando-me. Rendar me olhou, divertindo-se. Então, o General fez um gesto rápido com uma das mãos e eu voei pela caverna.

Quase caí dentro do lago de fogo. Maia correu até mim, para verificar se estava tudo bem. Minha camisa estava chamuscada e meu braço arranhado pelas pedras do chão.

— Não ouse falar do meu pai — gemi. — Ele foi um guerreiro honrado que deu sua vida por esse mundo.

— Não seja tolo! Entre todos os guerreiros que me seguem, seu pai é o mais fiel — declarou o dragão.

Era impossível dizer o que doía mais: minha cabeça ou minha alma. Sentia um aperto no peito, como se o monstro estivesse espremendo o meu coração.

— Você está mentindo! — gritei. Lágrimas começavam a marejar os meus olhos.

— Oliver, ele está tentando enganá-lo. Está tentando desestabilizá-lo com mentiras — aconselhou Maia.

Rendar mexia os olhos vibrantes de mim para a garota.

— Essa é a verdade, Oliver. Siga o exemplo de seu pai e curve-se diante de seu novo mestre — ele disse.

A raiva que há pouco me controlava, se transformava em angústia.

— Não acredito em você...

O dragão começava a ficar inquieto.

— Vou provar que digo a verdade — declarou ele.

— Dáblio — chamou —, aproxime-se.

O general obedeceu ao chamado e posicionou-se logo à frente.

— Retire sua máscara — ordenou o dragão.

Nunca havia conhecido meu pai. Tudo que tinha, eram algumas fotos e as histórias engraçadas que minha mãe contava sobre ele. Ela dizia que tínhamos a mesma personalidade, mesmo em momentos difíceis ele esboçava um grande sorriso e dizia que tudo ficaria bem. Durante toda minha vida acreditei nisso, mesmo sem conhecê-lo, ele era um exemplo para mim. Quando Maia contou-me que, na verdade, meu pai era um bravo guerreiro, fiquei ainda mais orgulhoso. Afinal, ele havia lutado para defender os dois mundos e dado sua vida por essa causa.

Quando o General Dáblio retirou sua máscara, no mesmo instante percebi que tudo no que eu acreditava era mentira. De fato, aquele monstro era o meu pai. Ele estava diferente das fotos, cabos saíam de sua cabeça como se fossem dreadlocks. Seu olhar era profundo e distante. Ele não estava sorrindo, da forma que eu o imaginava. Mas era ele.

— Não po-ode... — As palavras eram processadas pelo meu cérebro, mas não conseguiam sair pela boca.

Maia também estava em choque. Seus olhos arregalados fitavam o que um dia foi o meu pai. A garota ficou tão exasperada que acabou deixando sua flecha cair.

— Oliver... — chamou Dáblio com sua voz mecânica. — Escute-o. Rendar não é o que você pensa.

— Não... — balbuciei.

— Junte-se a nós — insistiu ele —, no final, podemos voltar para casa e ser uma família novamente.

Rendar observa a cena com satisfação. Nesse momento, as lágrimas lavavam o meu rosto. Isso era demais para mim.

Passar por uma série de desafios malucos? Tudo bem, eu posso encarar. Enfrentar um dragão milenar? Claro, sem problemas. Agora, descobrir que o meu pai, na verdade é um traidor? Isso é mais do que posso suportar.

Eu gostaria de saber o que aconteceu. Talvez ele tenha sido enganado. Quem sabe tenha sofrido lavagem cerebral. No entanto, isso não importava agora. Eu sabia da minha responsabilidade. Não poderia desviar-me do objetivo. Se nós falhássemos, seria o fim da raça humana.

Levantei-me com a ajuda de Maia, então encarei o General.

— Não sei o que aconteceu com você — disse olhando-o diretamente nos olhos. — Mas eu sou um caçador de dragões, descendente de Belenus. Meu destino é exterminar desse mundo todas as criaturas malignas, e é isso que vou fazer!

Novamente, Rendar se pôs a gargalhar. Enquanto meu pai apenas baixou o olhar.

— Mais uma vez você está enganado — afirmou ele ajeitando a lapela do paletó.

Eu estava pronto para atacar, a Chama Sagrada pulsava dentro de mim.

— Sim, você se tornou um caçador de dragões. Belenus o escolheu para isso. Mas, você não é um descendente dele — disse o dragão. — Na verdade, Oliver... você é meu descendente. 

***
Fala pessoal,
O que acharam desse capítulo? Essa foi uma grande reviravolta, como será que o Oliver vai reagir diante dessa revelação (não vale dizer: ele vai fazer uma piada kkk).

Se gostou, mete o dedo nessa estrelinha logo. Se estiver a vontade (pode ficar sempre a vontade) deixa um comentário, prometo que respondo o mais rápido possível.

Era isso, minha gente! Beijos e até o próximo!

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