Muralhas da Consciência

By jeromao

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E se tudo aquilo em que você acredita fosse baseado em mentiras? E se o Jesus da bíblia não existisse de verd... More

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Divinização da Ignorância
Os Deuses Hebreus
Quem Escreveu a Bíblia?
A Camisa
O Microcosmo dos Hebreus e a Realidade Atual
E Se Eu Estiver Errado?
E se Tudo for Uma Grande Mentira?
Cristo
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O Cristianismo
Arrebatamento
Deus ou Religião?
Energia e Consciência
Que é Deus?
Evolução e Reencarnação
O Saber
Crendices e Cura

A Trajetória da Consciência

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By jeromao

Como foi dito anteriormente, a consciência não é matéria e existe independente dela. Ela apenas a usa para manifestar-se nesta dimensão física, através de sua acumulação como nutrimento para formar o veículo pelo qual irá realizar, neste plano, as ações essenciais ao seu desenvolvimento intelectivo. Sendo que a forma física assumida por ela dependerá do material genético empregado e principalmente de seu estágio evolutivo.

Fisicamente falando, a genética é o método desenvolvido pela própria consciência, ao curso de muito tempo, através do qual transmite suas características biológicas de geração para geração. Esse potencial hereditário é o espelho de mutações, de experiências acumuladas em bilhões de anos, preservadas e transmitidas objetivando o melhoramento, a adaptação contínua do corpo físico.

Mas pelo visto existe também o que podemos chamar de paragenética, não física, ocorrendo no âmago da própria consciência. Ou seja, a paragenética é a herança de si mesmo, referente ao acúmulo de suas experiências, aprendizados e tendências capazes de influir na manifestação consciencial de uma vida intrafísica para outra. É essa que, pouco a pouco, se sobressai aperfeiçoando e dominando o corpo físico, abrindo possibilidades para melhor perceber as coisas e caminhar cada vez melhor em sua estadia física.

Vamos lembrar ainda que é possível a consciência começar com um princípio de inteligência, o qual vai desenvolver-se e aperfeiçoar-se por meio do exercício repetitivo chamado vida física. Ela, a consciência, é, portanto, a potência permanente que anima a forma física viva, independente de tamanho. Neste sentido, não se deve interpretá-la como a carne que anda, o corpo palpável, mas sim, a força sutil, invisível aos nossos olhos físicos, capaz das mais complexas e eficientes mutações físicas e conscienciais para a sua aprendizagem.

O vegetal, o vírus, o fungo, a bactéria, a ave, o inseto, o elefante, a baleia, o peixe, são exemplos dessas mais variadas formas produzidas por ela em seus diversos estágios de aprendizes. Logo, a árvore, a abelha, o boi, o cachorro, o elefante, a baleia, o homem, ou melhor, tudo que existe vivo é resultado evolutivo de microrganismos unicelulares. Só para ter uma ideia, essas formas unicelulares reinaram na terra soberanamente sem concorrentes por mais de dois bilhões de anos. E as provas estão por toda parte. Nenhum surgiu como vemos hoje ou foi criado pronto, conforme querem e impõem a maioria das religiões. Vamos explicar.

O que convencionamos chamar de princípio consciencial ou princípio inteligente – estágio primitivo da consciência –, passando a alimentar-se de energias presentes em um ambiente físico, em qualquer planeta apropriando pelo Cosmos, não só na Terra, materializa-se. Esses primitivos seres são incrivelmente adaptáveis e sobrevivem em ambientes extremamente inóspitos, como foi nos primórdios da formação deste planeta.

Bactérias que habitavam a Terra primitiva, por exemplo, viviam em colônias conhecidas como estromatólitos. Ali, sem as alternativas alimentares atuais, convertia a luz do Sol em seu próprio alimento, por meio da fotossíntese. Neste procedimento, o dióxido de carbono e a água são transformados em glicose. Desta transformação é liberado oxigênio. Esse processo físico-químico, a nível celular, continua atualmente sendo usado pelas plantas e alguns tipos de microrganismos e são estes, principalmente os vegetais, que fornecem a maior parte do oxigênio que respiramos.

Por meio da fotossíntese, as plantas e outros seres clorofilados, como, além desses, alguns protistas, bactérias fotossintetizantes e cianobactérias, capturam gás carbono [CO2] e água [H2O] e os usam na síntese de carboidratos, geralmente a glicose. A luz solar é o ingrediente fundamental neste processo. As moléculas de glicose podem formar amido, frutose, sacarose, convertidas em diversos outros tipos de substâncias. Nestes indivíduos, esses carboidratos são utilizados em atividades como respiração celular, formação de celulose, síntese de proteínas e outros.

Além disso, o vegetal necessita de outros nutrientes essenciais para materializa-se e manter-se materializado, como, por exemplo, o Nitrogênio. Alguns tipos de bactérias, conhecidas como fixadoras que vivem associadas às raízes de algumas plantas, captura esse elemento, presente na atmosfera na forma de N2, fornecendo parte às suas parceiras e recebendo, na troca, outros nutrientes. Quando esses microrganismos morrem [descartam seus corpos físicos], liberam-no no solo em forma de amônia [NH3]. A ação de outras bactérias vai transformar a amônia em nitritos [NO2] e nitratos [NO3], sendo este último o nutriente mais aproveitado pelas plantas e animais.

No entanto, o nitrogênio retorna novamente para a atmosfera, por meio de bactérias chamadas de nitrificantes. Elas transformam os nitratos presentes no solo em gás nitrogênio, o mesmo N2 que retornará à atmosfera e, consequentemente, ao processo inicial. É este o conhecido Ciclo de Nitrogênio. Cerca de 78% da atmosfera terrestre é composta por N2, porém poucos são os seres que conseguem assimilá-lo nessa forma. Ao comer os vegetais, os animais [bichos e gente] recebem esse nutriente que, ao ser descartado pelas fezes, fará parte novamente do mesmo ciclo.

A vida pode aparecer praticamente em qualquer ambiente. Tomando por base outras primitivas habilidades alimentares e a capacidade de sobrevivência física desses seres, podemos destacar, entre outros, os extremófilos, que são organismos hipertermófilos e vivem em fontes hidrotérmicas com temperaturas extremas; as algas Dunaliella algae, que vivem em ambientes extremamente secos; as bactérias Halobacterium halobium, que vivem em ambientes com dez vezes mais sal do que a água do mar; Os psicrófilos, que vivem em oceanos congelados, suportando mais de 15 graus Celsius negativos; os endolíticos, espécies que vivem dentro de rochas; a bactéria Deinococcus radiodurans suporta quantidades radioativas intensas de 15.000 Grays, enquanto o ser humano não suporta 15 Grays de irradiação. Ela também sobrevive ao frio intenso, à desidratação, ao vácuo e ao ácido; e o loricífero, um animal do gênero Spinoloricus que tem organelas especializadas para sobreviver sem oxigênio. E daí por diante.

Na Antártida, em 1999, dois metros abaixo no gelo, exploradores encontraram microrganismos, vida, em mais de 56º Celsius negativo. Recentemente, em 2013, foi descoberto na troposfera, em uma área entre 06 e 10 km do solo, a existência de bactérias vivendo naquelas alturas, sendo elas capazes de metabolizar os componentes de carbono presentes na atmosfera, provenientes de emissões de dióxido de carbono [CO2], principal gás causador de efeito estufa. Estão sendo realizadas pesquisas no tocante se elas poderiam produzir ou não efeitos diversos na meteorologia e no clima. O que é possível, pela produção de oxigênio que liberam em seu processo de fotossíntese.

Com já informamos antes, sabe-se hoje que, da energia gerada pelo Big Bang, pelas estrelas e supernovas, 75% é Hidrogênio, 23% é Hélio e os 2% restante, em pequena quantidade, é energia aprisionada, ou matéria sólida que, no caso de nosso planeta, poderemos chamar de barro, terra. Também sabemos que o Sol é a principal fonte fornecedora de alimentos a toda vida física na Terra. E tudo começa aqui, no reino vegetal, que é a base alimentar principal dos demais seres.

Assim, o vegetal alimenta-se do barro, retirando dali átomos e moléculas essenciais para formar as células de seu próprio corpo, complementado por outros elementos captados na Atmosfera, sendo o hidrogênio, o oxigênio, o carbono, o nitrogênio, o enxofre, o ferro, o fósforo, sobretudo em formas moleculares, os mais empregados. O composto H2O é um dos mais essenciais no processo alimentar.

Ao formar seu corpo, o vegetal pode ser comido por insetos e animais, e estes devorar uns aos outros para obter o alimento. Ou seja, a comida existente aqui na Terra é a própria terra decomposta pelos seres vivos! Ao nos alimentarmos de uma planta, de um animal, estamos comendo "barro" e outros elementos [todos produzidos pelas estrelas] transformados pela consciência em seu corpo.

No entanto, nesta dimensão, observamos que o que fez a consciência alcançar alto grau de desenvolvimento físico, que se percebe hoje, foi a mudança e aperfeiçoamento de seus hábitos alimentares. Nos primórdios da formação da Terra, esses primitivos organismos se alimentavam da própria terra, do barro, retirando daí e do calor do Sol seus próprios alimentos, como já informamos. E isso continua acontecendo hoje.

Observamos também claramente que esse processo primitivo de absorção de alimentos pelas consciências toma novo rumo com a complexidade evolutiva de seus corpos físicos. Neste ponto, com a inteligência ampliada e a possibilidade de locomoção, ela inicia novos hábitos para adquirir sua comida mais facilmente. Assim, o esforço de cada uma pela manutenção de sua própria vida, ou seja, do corpo físico, retirando alimento direto da Natureza, o nutriente bruto, faz com que os indivíduos se devorem, alimentando-se das energias uns dos outros, o que força metamorfoses em seus próprios corpos através destes conflitos.

Tomando por base as ocorrências evolutivas subumanas - embora vistas como aparente paradoxo – percebe-se ser esse processo de desmaterialização, o qual se convencionou chamar de morte, o mais eficaz e constante exercício à vida. É evidente que, ao sofrer agressões brutais, principalmente no desencadear do descarte físico, isso desperta no indivíduo impulsos que o faz ampliar essas lembranças, retendo as dolorosas informações, exercitando a inteligência, forçando-lhe a desenvolver mecanismos cada vez mais apropriados à sua própria defesa.

Assim, a necessidade de alimentar-se, absorver energias presentes nos outros, faz com que o engolido ou o afetado seja estimulado a desenvolver um corpo amargoso, fétido, tóxico, ampliando tais habilidades para desenvolver membros que possibilitem defender-se, revidar o ataque, correr e daí por diante. Conclui-se, portanto, ser a morte a origem do medo, retido, relembrado, exercitado [sofrido inúmeras vezes] em cada materialização, sendo esta a peça chave na conservação do corpo físico, impulsionando naturalmente a contínua mutação evolutiva. Mas é óbvio que isso ocorre lentamente, sortindo pequenos efeitos ao longo de muitíssimo tempo.

Portanto, notamos visivelmente que é através desse convívio mútuo repetitivo entre as consciências que, pouco a pouco, elas vão adquirindo, retendo, aprimorando suas experiências em busca de alternativas mais eficazes à sua proteção, para sua máxima permanência física. E toda vez que ela se desmaterializa, ou morre, isto é, perde o seu invólucro físico, leva consigo essas experiências, as quais serão relembradas instintivamente, repetidas, readaptadas e aperfeiçoadas durante novas materializações. Alcançando cada vez maiores níveis de lucidez, facilitado pela melhoria do corpo.

Dessa forma, após bilhões de anos de experimentos e avanços, elas alcançam a organização física humana. Porém, muitos de nós só conseguimos até agora modificar a forma corporal, conservando a mesma mentalidade subumana. Basta observar que ainda continuamos a devorar [comer] sem pudor algum as energias de nossos semelhantes de corpos menos evoluídos. E não estamos nem aí!

Um evento muitíssimo importante a ser observado também é que o predatismo ou o canibalismo, entre os princípios conscienciais, e até mesmo entre os subumanos um pouco mais adiantados, aponta não acarretar dívidas cármicas entre eles. Em nosso caso, todos os dias, inevitavelmente, matamos, ou melhor, desmaterializamos incontáveis desses microrganismos. Seja no banho, no escovar, no tomar medicamento, no mastigar. A morte, como já afirmamos, é um dos exercícios naturais à vida e, portanto, inevitável.

Porém fica bem óbvio que, quando tais consciências atingem um alto grau de percepções, bagagem essa que trazem como saldo o autodiscernimento, como no caso a espécie humana, as coisas mudam de figura e tudo se complica. De então, elas passam a ser responsáveis pelos seus próprios atos, acumulando dívidas cobradas por quem as sofreu, as quais precisam inevitavelmente ser resolvidas. E, quando são, impulsiona-as cada vez mais como consciências livres.

Em suas primeiras materializações, as consciências são apenas minúsculos organismos unicelulares que pouco a pouco vão se transformando em multicelulares. Antes, porém, em suas primitivas adaptações, a exemplo os vírus, ainda não são providos de células. Quer dizer, a formação unicelular em si é um passo evolutivo; a organização multicelular é mais um; desenvolver olhos, ouvidos, ossos, braços, pernas, sangue, órgãos sexuais, falar, parapsiquismo, entre tantos outros são resultado da constante evolução da consciência.

E tudo isso somente acontece porque, além de conservar seu melhoramento físico, repassado e aperfeiçoado geneticamente de geração a geração e mais tarde reaproveitado em novas materializações, ela também evolui em si mesma. Para isso, a primitiva consciência materializada, com o tempo, desenvolve o processo multiplicador de seu próprio corpo, cedendo parte da energia acumulada para materializar um semelhante seu, garantindo assim a contínua evolução física da própria espécie e a sua recompensa mais adiante pelo mesmo processo doador. E, dependendo de seu estágio evolutivo, essa reprodução pode ser assexuada ou sexuada.

A reprodução assexuada se dá por bipartição ou cissiparidade. Nesse processo estritamente material, tomando por base a bactéria, a célula bacteriana duplica seu cromossomo e se divide ao meio, apoiado no mesossomo, originando duas novas bactérias idênticas à original. Isto é, essa energia cedida materializa outros princípios conscienciais, pois a consciência em si não se reproduz. Lembrando que só vemos a bactéria porque ela está se alimentando, mas ela existe independentemente dessa matéria.

A reprodução sexuada ou transmissão genética ocorre por conjugação, transformação e transdução. A conjunção consiste na passagem [troca] de material genético entre duas bactérias através de uma ponte citoplasmática formada pelas fímbrias. Na transformação, a bactéria absorve moléculas de DNA disperso no meio. Esse pode ser proveniente, por exemplo, de outras bactérias mortas. Já na transdução, as moléculas de DNA são transferidas de uma bactéria a outra usando vírus [outros princípios conscienciais] como vetores.

Transferido, o DNA da doadora se recombina com o da receptora, produzindo novas misturas de genes, e esses cromossomos recombinados serão transmitidos nas novas materializações. E assim por diante. São essas constantes repetições e inúmeras combinações, repassadas pelas reproduções físicas entre si, que vão fazer com que esses organismos continuem evoluindo e, após muito tempo, se transformem em corpos físicos cada vez mais complexos.

No estágio humano, por exemplo, a formação do corpo físico demora aproximadamente 26 anos para ser concluída. E depende da reprodução gâmica, resultante dessa longa evolução, ocorrendo pelo espermatozoide [gameta masculino] e pelo óvulo [ovócito secundário]. Sendo que esse corpo não surge espontaneamente, independente da ingestão alimentar.

Observamos assim, com toda clareza possível, que tudo na vida física segue um roteiro lógico, racional, deixando suas pegadas, ou, melhor dizendo, vestígios no seu DNA [Ácido Desoxirribonucleico], que confirmam sua trajetória. Fora disso, o resto é imposição religiosa que não comprova nada.

Neste processo, para sua breve trajetória física, a consciência humana sai da dimensão extrafísica e é acolhida na dimensão física por outras consciências que se convencionou chamar de pais. Nesta dimensão, através dessas receptoras, ela recebe a matriz [física] para começar a alimenta-se das energias do próprio local e materializar-se. Para manter-se materializada, compulsoriamente continua a alimentar-se regularmente. Se extrapolar essa dieta sofrerá consequências negativas, como doenças decorrentes da obesidade, degeneração como decorrência da ingestão de álcool, de fumo e outras drogas ofensivas, mas, se souber se equilibrar, os frutos em sua estadia física serão bem mais saudáveis.

Quem consegue entender que o corpo físico é formado por energias degradáveis; que, dependendo do tipo ingerido, pode alterar e destruir estruturas orgânicas, levar prematuramente à morte física, mesmo que lentamente, além da degeneração moral, não deveria jamais consumir álcool, fumo ou outras drogas. E são as drogas socialmente permitidas [álcool e cigarro] que têm mais destruído vidas, lares. Pesquise e procure conhecer os males por elas causados.

Com a sua ferramenta física pronta, conforme aponta os fatos, apesar de sua bagagem íntima de experiências, o indivíduo passa a ser influenciado por seus contemporâneos, seja pelas experiências ou crenças destes, principalmente dos que o acolheram. Também recebe influências [positivas e negativas] daqueles que estão em dimensões não físicas. Positivas, quando vêm de consciex [consciência extrafísica, desmaterializada, espírito] afins; negativas, quando vêm daquelas a quem ofendeu; que permanecem em dívidas contraídas de oportunidades passadas. No entanto, é por meio de seus próprios erros e acertos que ele mais aprende, ampliando e retendo os conhecimentos ao logo de cada estadia física.

Com a decadência natural desse instrumento de manifestação, o indivíduo reluta para mantê-lo funcional o máximo possível, mas, inevitavelmente, chega o momento do descarte. E acontece. Livre deste peso, conforme experiências vivenciadas, confirmadas por projeções lúcidas, a consciência retorna à sua "terra natal." Lá, ele é recebido, acolhido, amparado por outras consciências que lhes são familiares. Recupera a lucidez, revê seus atos, erros e acertos. Sente paz íntima, bem estar, se errou menos, mas sofre muito, entra em melancolia pelos seus maiores erros, motivado, sobretudo, pelas cobranças de quem fez sofrer. Cobranças essas que também ressoam de grupos extrafísicos do qual sua vítima faz parte.

São estes os chamados grupos cármicos, ou o nome que se queira dar. Então, como resolver e reparar esses seus conflitos, sobretudo com tanta gente envolvida? Conciliando-se por aqui através de repetidas oportunidades físicas. Queimando-os, mandando para inferno, como fazem algumas seitas religiosas, é que não resolve.

Assim, para que possamos resolver nossos próprios litígios e aprender cada vez mais, se faz necessário submergir quantas vezes forem necessárias nessas energias físicas. Isso porque, na matéria, se facilita a neutralização de tais lembranças, sendo possível vítima e algoz se materializarem no mesmo lar, na mesma família, ou em outras próximas. É assim que, muitas vezes, não entendemos o porquê de se ter afinidades com uns, harmonia, de se sentir bem em certas companhias; e conflitos íntimos, fervorosos com outros, ou não se sentir bem na presença de determinados indivíduos.

Neste estágio, as retenções que fazem a consciência crescer [evoluir] não vem mais do exercício de matar ou morrer. Raciocinando, ela passa não mais a evoluir objetivando a sua própria defesa, mas sim como defensora umas das outras. A partir deste ponto, isto é, do estágio humano, quem deve resolver as pendências entre elas são elas mesmas. É o que ocorre conosco. E isso é precedente à evolução, pois as evidências apontam não existir um juiz divino ou um deus para julgá-las, punir ou absolvê-las.

O tribunal que julga e absolve está implícito em cada consciência, funcionando no automático. Sendo que os danos, as dores dos erros ou os benefícios dos acertos, acontecem simultaneamente ao ato, podendo ser duradouros ou não, agravados ou atenuados por influências de quem sofreu e causou, como também por outros afins. Aqui entra a necessidade do perdão, das conciliações.

Não existe, portanto, uma suposta interferência externa a beneficiar bajuladores de deuses ou quem paga achando que irá receber indultos futuros destes. Quem põe a mão no fogo sofre a dor a partir daquele momento, e não quando aparecer alguém para julgá-lo; quem mata outro começa a sentir as consequências de seu ato no mesmo momento, independente de julgamento ou não; quem faz o bem sente seus efeitos a partir do ato; quem pratica suicídio começa a sofrer de imediato.

Como ninguém morre, este amplia grandemente seus sofrimentos que achava, por ignorância, ter posto fim. Isto é, se sofria apenas por poucos motivos, agora passa a sofrer por bem mais. Isso porque cada um é responsável e prisioneiro de seus próprios atos. E, portanto, quem deve resolvê-los e não fugir, procrastinar.

Assim é esse magnífico caminho escola chamado vida física. Sendo necessário, em cada estadia, aproveitar ao máximo a busca pelo conhecimento, para que possamos aprender a conviver cada vez melhor uns com os outros; a nos auxiliar mutuamente, conscientes de que, do vegetal ao animal dito racional, ninguém é melhor ou mais especial. Pois somos todos companheiros indispensáveis e inseparáveis da mesma jornada. Quer dizer, se não fossem as bactérias, os vegetais, essas mais tenras formas vivas, nós também não existiríamos fisicamente aqui.

Somos todos, portanto, interdependentes uns dos outros. E como o homem se acha consciencialmente muito mais evoluído do que os demais seres, ele precisa repensar seus atos, suas atitudes perante os demais.

Observe que a bactéria, ao se alimentar do corpo humano ou de qualquer outro, não tem intenção de matar o indivíduo. Ela quer apenas comer. Já quando o homem pensa em alimentar-se, o seu objetivo é único e bem claro: matar. Portanto, ele precisa refletir um pouco e rever a sua pose racional, o seu conceito de ser especial, privilegiado; precisa também despertar em si a ideia de preservação de todas e quaisquer espécies; precisa ainda aprender muita coisa, como ser capaz de conviver em paz com todos, sem a necessidade de destruir nada, sequer um inseto.

E com isso, um dia, neste berçário evolutivo chamado Terra, ele será capaz de produzir seus próprios alimentos, a exemplo do que fazem os vegetais, sem a necessidade de matar seus semelhantes ainda inconscientes de si; que seja capaz de fazer isso não por medo de um deus, medo de ir para inferno, mas sim por conhecimento. E nada disso é impossível, depende exclusivamente de nós!

Ou será que os seres humanos tão racionais como se diz, já que comem compostos moleculares retirados do ambiente [do barro e do ar] em que vivem, com o avanço científico e tecnológico não seriam capazes de desenvolver mecanismos eficientes para a obtenção natural e produção de seus alimentos, neutralizando a matança de animais e plantas? Ora, o que torna isso mais difícil é a ideia divina, digo, religiosa, de que animais e plantas foram feitas por um deus para o homem matar e comer!

Então, atualmente, qual seria o alimento ideal para se evitar essas matanças? Alimentar-se do que eles produzem, de frutas e tantas alternativas existentes. Ser vegetariano também não resolve, não é correto, porque as plantas também são vida, consciências.

Mas quem reza ou ora agradecendo a seu hipotético deus pelo alimento em seu prato, achando que isso é fruto de tal divina bondade, não consegue perceber esses evidentes fatos.

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