A Trajetória da Consciência

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Como foi dito anteriormente, a consciência não é matéria e existe independente dela. Ela apenas a usa para manifestar-se nesta dimensão física, através de sua acumulação como nutrimento para formar o veículo pelo qual irá realizar, neste plano, as ações essenciais ao seu desenvolvimento intelectivo. Sendo que a forma física assumida por ela dependerá do material genético empregado e principalmente de seu estágio evolutivo.

Fisicamente falando, a genética é o método desenvolvido pela própria consciência, ao curso de muito tempo, através do qual transmite suas características biológicas de geração para geração. Esse potencial hereditário é o espelho de mutações, de experiências acumuladas em bilhões de anos, preservadas e transmitidas objetivando o melhoramento, a adaptação contínua do corpo físico.

Mas pelo visto existe também o que podemos chamar de paragenética, não física, ocorrendo no âmago da própria consciência. Ou seja, a paragenética é a herança de si mesmo, referente ao acúmulo de suas experiências, aprendizados e tendências capazes de influir na manifestação consciencial de uma vida intrafísica para outra. É essa que, pouco a pouco, se sobressai aperfeiçoando e dominando o corpo físico, abrindo possibilidades para melhor perceber as coisas e caminhar cada vez melhor em sua estadia física.

Vamos lembrar ainda que é possível a consciência começar com um princípio de inteligência, o qual vai desenvolver-se e aperfeiçoar-se por meio do exercício repetitivo chamado vida física. Ela, a consciência, é, portanto, a potência permanente que anima a forma física viva, independente de tamanho. Neste sentido, não se deve interpretá-la como a carne que anda, o corpo palpável, mas sim, a força sutil, invisível aos nossos olhos físicos, capaz das mais complexas e eficientes mutações físicas e conscienciais para a sua aprendizagem.

O vegetal, o vírus, o fungo, a bactéria, a ave, o inseto, o elefante, a baleia, o peixe, são exemplos dessas mais variadas formas produzidas por ela em seus diversos estágios de aprendizes. Logo, a árvore, a abelha, o boi, o cachorro, o elefante, a baleia, o homem, ou melhor, tudo que existe vivo é resultado evolutivo de microrganismos unicelulares. Só para ter uma ideia, essas formas unicelulares reinaram na terra soberanamente sem concorrentes por mais de dois bilhões de anos. E as provas estão por toda parte. Nenhum surgiu como vemos hoje ou foi criado pronto, conforme querem e impõem a maioria das religiões. Vamos explicar.

O que convencionamos chamar de princípio consciencial ou princípio inteligente – estágio primitivo da consciência –, passando a alimentar-se de energias presentes em um ambiente físico, em qualquer planeta apropriando pelo Cosmos, não só na Terra, materializa-se. Esses primitivos seres são incrivelmente adaptáveis e sobrevivem em ambientes extremamente inóspitos, como foi nos primórdios da formação deste planeta.

Bactérias que habitavam a Terra primitiva, por exemplo, viviam em colônias conhecidas como estromatólitos. Ali, sem as alternativas alimentares atuais, convertia a luz do Sol em seu próprio alimento, por meio da fotossíntese. Neste procedimento, o dióxido de carbono e a água são transformados em glicose. Desta transformação é liberado oxigênio. Esse processo físico-químico, a nível celular, continua atualmente sendo usado pelas plantas e alguns tipos de microrganismos e são estes, principalmente os vegetais, que fornecem a maior parte do oxigênio que respiramos.

Por meio da fotossíntese, as plantas e outros seres clorofilados, como, além desses, alguns protistas, bactérias fotossintetizantes e cianobactérias, capturam gás carbono [CO2] e água [H2O] e os usam na síntese de carboidratos, geralmente a glicose. A luz solar é o ingrediente fundamental neste processo. As moléculas de glicose podem formar amido, frutose, sacarose, convertidas em diversos outros tipos de substâncias. Nestes indivíduos, esses carboidratos são utilizados em atividades como respiração celular, formação de celulose, síntese de proteínas e outros.

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