Esposa Temporária (Completo)

By PudimdeUva

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Solteiro procura... Tyler Newroth, um executivo em ascensão, era o relutante objeto do desejo de sua nova sup... More

︿﹏︿﹏︿
PRÓLOGO
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X - Penúltimo
Atrevida e Ardente
Definitivamente... Amor!

Capítulo XI - Último

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By PudimdeUva

Roxanne encontrou Tyler vagando pelo con­vés como um zumbi.

— Tyler, querido! Você parece estar precisando de um pouco de ar fresco. Vamos ficar aqui fora — ela convidou, deslizando a mão por suas costas. — Acabei de ver Emily entrando como um relâmpago. Andaram discutindo?

Tyler encarou-a sem responder, incapaz de raciocinar. Ela dissera não! Tinha tanta certeza dos sentimentos de Emily. Confusa, Roxanne levou-o para o bar da piscina.

— Acho que está precisando de um drinque e um ombro amigo.

Tyler deixou-se levar até a mesa de canto, no fundo do bar. Que idiota havia sido! Pedir uma estranha em casa­mento! Por que não imaginara que ela poderia dizer não?

Roxanne pediu as bebidas e dispensou o garçom que as trouxe com um gesto arrogante. Em seguida segurou a mão de Tyler.

— Meu bem, é óbvio que esse relacionamento não está dando certo. Não acha que seria uma boa idéia seguir em frente e ir cuidar de sua vida? Precisa conhecer outras pes­soas. Ainda tenho espaço em meu carne de baile — ela brincou, rindo.

Farto das insistentes investidas de sua chefe, Tyler puxou a mão que ela segurava com violência. Que o demitisse, se quisesse. A essa altura, podia matá-lo com um tiro no co­ração, e ficaria feliz com o fim de seu sofrimento.

— Deixe-me em paz, Roxanne. Estou cansado.

Um brilho furioso iluminou os olhos dela. Alguns segun­dos se passaram antes que Roxanne recuperasse o controle e dissesse:

— Tyler, eu sei.

— Sabe... o quê?

— Sei que ela não é sua esposa.

— Como sabe disso?

— Um passarinho me contou. E isso não é tudo que sei sobre sua preciosa e doce Emily. Na verdade, sei muito mais sobre ela que você.

— Do que está falando? Não estou com paciência para brincadeiras, Roxanne! Fale de uma vez, ou vai acabar vi­rando isca de tubarão! — ele explodiu.

— Ela não é uma sem-teto. Nunca foi, seu grande idiota!

— Do que está falando?

— Se quer saber mais, leia aquele maldito diário. Sabia que é objeto de um projeto de pesquisa? Também tem sido enganado, meu amigo. Para ela, você não passa de uma experiência. E ainda pensava que ela o estava ajudando!

— Vá para o inferno, Roxanne!

— Ei, vá com calma! Posso demiti-lo por insubordinação, sabe?

Furioso, Tyler encolheu os ombros e jogou algumas notas sobre a mesa. Em seguida levantou-se e fitou-a com ar pe­nalizado. Emily estava certa. Havia algo de patético na so­brinha de Denny Delmonico. Farto das mentiras de Roxan­ne, ele afastou-se sem olhar para trás.

— Emily! — Tyler trovejou, batendo na porta da cabine com tanta força que acabaria acordando todo o navio.

Temendo que ele se tornasse ainda mais barulhento, ela abriu e o deixou entrar.

— Onde está Helga? — Tyler perguntou agitado.

— Ainda não voltou.

— E Carmen?

— No cinema com a babá.

Emily torceu o lenço que usara para enxugar as lágrimas e respirou fundo, sem saber como livrar-se da dor e da agonia que ameaçavam enlouquecê-la.

— Acabei de ter uma conversa bastante interessante com Roxanne — Tyler disparou, as mãos na cintura e os olhos fixos em seu rosto. — Ela disse que sabe a verdade sobre nós.

Temendo que as pernas não a sustentassem, ela foi sen­tar-se no sofá.

— Então é verdade — ele suspirou, vendo-a esconder o rosto entre as mãos. — Acho que mereço no mínimo a mesma versão que ofereceu àquela... mulher.

— Eu não ofereci versão alguma, nem a ela, nem a nin­guém. Devia ser um segredo, mas Roxanne encontrou meu diário e... Juro que pretendia contar tudo, só para você.

— E o que está esperando? — Vendo o diário sobre a cama de Carmen, ele foi apanhá-lo. — Esqueça. Acho que posso ir buscar todas as informações direto na fonte.

Os trinta minutos seguintes foram os mais difíceis da vida de Emily. Tyler permanecia sentado no sofá, em silêncio, lendo seus sonhos mais íntimos sobre o futuro do relacionamento e conhecendo todos os detalhes de seu projeto.

Finalmente, quando já não suportava mais o suspense, ele fechou o diário e jogou-o sobre o sofá, a seu lado. Sem dizer nada, levantou-se e saiu batendo a porta.

Emily apanhou o diário, apoiou o rosto nele e ensopou-o com suas lágrimas.

Depois de muito procurar, Tyler encontrou Denny Delmonico e Helga abraçados, conversando como um casal de namorados. Esta era mesmo a noite das surpresas!

Sentira-se envergonhado diante do compromisso que ha­via lido naquele diário. Emily abrira mão de tudo por seu objetivo! Desistira de um lar confortável, de um emprego estável, de roupas finas e refeições quentes, só para concluir uma tese que ajudaria os mais necessitados. Ao contrário dele, que havia preferido a saída da mentira e da encenação para proteger sua carreira, em vez de comportar-se com a dignidade de um homem.

Se queria chegar a algum lugar com a mulher que amava, especialmente agora que sabia ser correspondido, teria de ser tão corajoso e despojado quanto ela.

Por isso havia revirado o navio até encontrar Denny Delmonico.

— Tyler, meu rapaz, estávamos falando sobre você — ele disse ao vê-lo.

— Gostaria de ter uma conversa com você. Uma conversa rápida — Tyler disparou sério.

— É claro. Também tenho algumas coisas a dizer. Por que não nos sentamos? — ele sugeriu, apontando para as cadeiras alinhadas contra a parede.

Tyler aceitou o convite e, uma vez acomodado, respirou fundo para reunir a coragem necessária.

— Sr. Delmonico, por mais que aprecie trabalhar para sua companhia, considero minha atual posição em Los An­geles insustentável.

— Eu já havia percebido...

— Sua sobrinha é uma ninfomaníaca, e não vou me submeter aos caprichos daquela maníaca. Ela vem me assediando desde que passei pela porta do escritório naquele primeiro dia, ameaçando prejudicar meu futuro caso eu não colaborasse e estou farto disso — Tyler explodiu, levantando-se para encarar o dono da Connstarr. — A única coisa que lamento é não ter dito isso antes, sr. Delmonico. Por favor, aceite meu pedido de demissão. Gosto da Connstarr, gosto do meu trabalho, mas não suporto sua sobrinha.

Denny também levantou-se.

— Filho, entendo sua posição, e quero que saiba...

— Por favor, não vai me fazer mudar de idéia. Se não se importa de dizer a Roxanne o que ela pode fazer com meu emprego, essa conversa termina aqui. Boa noite, senhor.

Antes que o estupefato Denny pudesse abrir a boca para responder, Tyler já havia partido. Para sempre.

— Emily!

Emily afastou o rosto do diário e prestou atenção na co­moção no corredor. Alguém havia gritado seu nome?

— Emily!

Oh, não! Era a voz de Tyler, e estava cada vez mais próxima!

— Emily!

Agora ele estava diante da porta, gritando como um lunático.

— Quer fazer o favor de falar mais baixo? — Roxanne interferiu, abrindo a porta de sua cabine.

— Cale a boca! — Tyler disparou.

Emily levantou-se e foi espiar a cena pelo buraco da fe­chadura. Ultrajada, Roxanne aproximou-se de Tyler e apon­tou o dedo em sua direção.

— Como se atreve a falar comigo nesse tom? Não vou admitir...

— Roxanne, posso falar com você como eu quiser. Ainda não sabe? Não trabalho mais para a Connstarr. Na segun­da-feira bem cedo seu tio Denny irá dizer onde sugeri que colocasse meu emprego.

Pálida, Roxanne voltou para a cabine e bateu a porta com violência.

— Agora é sua vez, Emily! Abra essa porta, antes que eu a derrube!

Temendo que ele cumprisse a ameaça, ela o deixou entrar. Sem dizer nada, Tyler tomou-a nos braços e carregou-a pelo corredor, divertindo os curiosos que acompanhavam toda a cena.

— Tyler! Ponha-me no chão!

— Não — ele respondeu, seguindo em frente. Minutos depois estavam novamente no convés, onde ele a pedira em casamento.

— O que está fazendo?

Colocando-a no chão, ele a encarou com olhos brilhantes.

— Estou pedindo você em casamento.

— Não — ela repetiu angustiada.

— Por que não?

— Porque menti para você.

— Nós dois estamos mentindo desde o momento em que nos conhecemos, mas você tem um bom motivo. E eu? Qual é minha desculpa? Se alguém errou, esse alguém sou eu. Será que pode me desculpar e aceitar meu pedido de casamento?

Aturdida, Emily precisou de alguns instantes para coor­denar as idéias.

— E quanto a Helga e Carmen? — perguntou. — Não posso abandoná-las.

— Nem eu espero que as abandone. Elas podem ser nossa família.

— Está falando sério?

— Estou. E agora? Quer se casar comigo?

— Quero concluir o projeto dos sem-teto.

— Concordo. Quer se casar comigo?

— E quanto à escola? Quero terminar meus estudos.

— Termine-os. Quer se casar comigo?

— E quanto à sua carreira na Connstarr? Roxanne vai pedir sua cabeça...

— Pedi demissão. Quer se casar comigo?

— Você demitiu-se?

— Era a atitude mais digna que eu podia tomar. Além do mais, achei que assim poderia ajudá-la a estudar os sem-teto. Afinal, vamos morar nas ruas.

— Faria isso por mim? — Emily riu.

— Querida, meu amor é tão grande, que viveria numa caixa de papelão, desde que pudéssemos estar juntos.

— Eu também — ela murmurou, temendo explodir de felicidade.

— Vai se casar comigo?

— Sim.

E com essa única palavra, Emily sentiu que estava che­gando em casa, desta vez para sempre.

~

Fim

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