Psicose (Livro I)

By andiiep

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Melissa Parker é uma psiquiatra recém-formada que encontra seu primeiro emprego em um manicômio judiciário. E... More

Aviso Inicial
Prólogo
Um - St. Marcus Institute
Dois - A holandesa de Cambridge
Três - Inesperado
Quatro - Sutura
Cinco - Insônia
Seis - Happy Hour
Sete - Progresso
Oito - Passado
Nove - Proximidade
Dez - Embriaguez Acidental
Onze - Hormônios!
Doze - Corey vs Brian
Treze - Fotografia
Quatorze - Helvete
Quinze - Perigo
Dezesseis - Triângulo
Dezessete - Sobrenatural
Dezoito - Confusão
Dezenove - Corey vs Brian (parte 2)
Vinte - O plano mirabolante de Corey Sanders
Vinte e Um - Render-se
Vinte e Dois - Bipolaridade
Vinte e Três - Mensagem Sobrenatural
Vinte e Quatro - Intimidade
Vinte e Cinco - O inferno converte-se em paraíso
Vinte e Seis - Não Há Compaixão Com a Morte
Vinte e sete - Quebra-Cabeças
Vinte e Oito - O Passado Condena
Vinte e Nove - REDRUM
Trinta - Veritas Vos Liberabit
Trinta e Um - Plano de Fuga
Trinta e Dois - Luxúria
Trinta e Três - Preparação
Trinta e Quatro - Vai Dar Tudo Certo!
Trinta e Cinco - Um Sonho de Liberdade
Trinta e Seis - Scotland Yard
Trinta e Sete - Reencontro
Trinta e Oito - Vigilância Constante
Quarenta - Encontros e Desencontros
Quarenta e Um - Armadilha
Quarenta e Dois - Salvação?
Quarenta e Três - Tentativa e Erro
Quarenta e Quatro - O Infeliz Retorno
Quarenta e Cinco - Do Pó Vieste...
Epílogo
AUTO MERCHAN

Trinta e Nove - Corpo e Alma

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By andiiep

Naquela noite, Melissa não dormiu. Prendeu sua atenção a um terror de Stephen King e manteve os olhos bem abertos, apenas esperando o investigador Josh Bethel chegar ao prédio administrativo. Quando ele caísse bêbado em sua cama, poderia sair ao encontro de Corey.

Melissa postou uma cadeira ao lado da janela e não conseguia se concentrar em mais de três frases do livro sem que espiasse o portão do St. Marcus, o jardim e a porta do administrativo, caso tivesse perdido alguma coisa. O tempo não passava. Olhar no relógio achando que havia se passado quinze minutos era apenas o trabalho de constatar que só se passaram cinco.

O 'New In' não era o lugar mais animado e empolgante do mundo, pensava ela, indignada com a incapacidade do imbecil do investigador de vir de uma vez dormir. O risco de sair naquele momento e ser pega no flagra por ele era bastante grande. Um risco, por óbvio, que não poderia correr.

Foi com alívio que Melissa acompanhou as figuras de Brian e do investigador Josh Bethel cruzarem os portões de ferro do St. Marcus. Passava das quatro da manhã. O casaco já estava preparado, próximo à porta, as botas calçadas nos pés, enquanto colocava as luvas e a toca na cabeça. Os ouvidos grudaram na porta, esperando o barulho que os dois rapazes fariam quando passassem por ali. O quarto de Brian ficava antes, mas o do investigador Josh Bethel era logo após o dela. Quando a porta ao lado fosse trancada, Melissa poderia sair com tranquilidade.

Não demorou muito para que as duas vozes graves e conhecidas reverberassem no tom bêbado e alegre. Melissa rolou os olhos. A porta de Brian se fechou, então os passos do investigador Josh Bethel eram tudo o que fazia eco no corredor. Ele caminhou lentamente e pareceu encontrar dificuldades para enfiar a chave na fechadura, devido ao barulho que fez. Melissa esperou impaciente, batendo os pés no chão, até que ele finalmente abrisse a porta e se trancasse lá dentro. E quando ele o fez, não hesitou em abrir silenciosamente sua própria porta, para sair no corredor vazio e silencioso.

Melissa andou na ponta dos pés, para que os saltos pequenos de suas botas não fizessem barulho, enquanto apertava o pesado casaco contra o corpo. O frio era cruel naquela altura do ano. E Corey estava enfrentando esse frio sem muitas roupas quentes em uma cabana abandonada no meio de uma floresta. A constatação fez uma pontada atingir em cheio seu coração. Com sorte, ele estaria longe de tudo aquilo nas vinte e quatro horas seguintes. Seu plano funcionaria e, assim que pudesse, estaria junto dele.

Já nos jardins do St. Marcus, Melissa tomou o cuidado de não frequentar o campo de visão das câmeras de segurança, e agradeceu pelo quão relapso era o guarda que vigiava os portões. Difícil seria o dia em que o encontraria acordado e alerta, como deveria estar. A incompetência dele era uma dádiva momentânea, todavia.

Embrenhar-se naquela floresta era sempre uma tortura, mas o pensamento de que após aquela aventura desnecessária o grande prêmio seria um encontro com Corey Sanders, fazia Melissa continuar. Ela já conhecia, superficialmente, o caminho. Parecia ligeiramente familiar, e o medo de se perder ali quase não existia, embora o mal estar fosse um companheiro insistente.

O mapa estava em suas mãos, por precaução. Vez ou outra Melissa o consultava, apenas para ter certeza de que estava no caminho certo. E, de fato, estava. Antes que o sol nascesse, a cabana já podia ser avistada. Apenas porque Melissa sabia que ela estava ali. Era difícil enxergá-la camuflada em meio à mata fechada.

As janelas de madeira estavam fechadas, Melissa pôde constatar quando se aproximou, encontrando dificuldades para andar por entre as árvores. A porta estava apenas encostada, entretanto. Do lado de dentro era tudo escuro e cheirava a grama fresca, lama e... Corey, se é que era possível sua mente ser tão ridiculamente apaixonada assim.

Ou talvez fosse seu coração.

O responsável por seu encantamento dormia na cama de campanha encostada à parede. Tinha um travesseiro fino sob a cabeça. O corpo estava enrolado precariamente em um cobertor insuficiente para a cruel baixa temperatura. Melissa entrou, para sentir aquele aperto no coração ao perceber que ele dormia, mas o corpo estava trêmulo devido ao frio.

Melissa deu um passo atrás do outro com calma, evitando o máximo de barulho possível. Não queria assustar Corey, e, com certeza o faria se não fosse cuidadosa o bastante. Ao se aproximar da cama, ela não conteve o sorriso nos lábios. Apesar da situação adversa, ele estava lindo.

Ela não queria acordá-lo, mas não resistiu ao impulso de lhe tirar algumas mechas do cabelo que caíam sobre a testa. Corey se remexeu incômodo e Melissa se ajoelhou ao seu lado.

— Shiu. — Ela sussurrou, acariciando-lhe o cabelo — Sou só eu, está tudo bem.

Como se fosse mágica, a voz dela voltou a acalmar Corey, e então ele adormeceu novamente.

Velar pelo sono de Corey por um tempo era uma boa ideia, afinal. Ou seria uma boa ideia, se eles tivessem tempo para momentos como tal.

Contrariada, Melissa se obrigou a despertar Corey de seu sono aparentemente bem aproveitado. Uma vez fora do St. Marcus, a hora do sono possuía diversas conotações mais positivas.

— Corey? — Chamou, em um sussurro baixo e calmo. A mão continuou o carinho na cabeça dele, que parecia estar sendo desfrutado.

Ele se remexeu e resmungou, mas não acordou.

— Corey?! — Melissa chamou novamente, levantando o tom de voz. A outra mão chacoalhou o corpo dele.

Então Corey abriu os olhos de uma vez, assustado. Deu um pulo para trás e só se acalmou quando, em meio à escuridão, foi capaz de reconhecê-la. Melissa sorriu.

— Bom dia. — Foi o que ela disse.

— Nunca mais faça isso, doutora. — Corey levou uma mão ao peito arfante.

— Isso porque eu acordei você com jeito... Se tivesse chegado aqui gritando teria feito o quê?

— Provavelmente te matado.

— Não é a recepção que eu esperava. — Melissa franziu os lábios e cruzou os braços. Ainda estava ajoelhada ao lado da cama.

— Nunca se deve acordar um homem que dorme. — Corey lhe respondeu, com uma expressão entendida.

Então sentou na cama, desenrolando-se das cobertas, e a puxou pelo braço, para que Melissa sentasse ao seu lado.

Ela quis relutar por um instante, mas a força que a mão dura de Corey fazia em seu braço, aliado ao característico formigar da pele, a fez desistir. Melissa subiu na cama e recostou as costas contra a parede de madeira mofada da cabana.

O braço forte de Corey imediatamente a envolveu e a trouxe para mais perto. Ele estava quente. E o seu cheiro característico impregnou as narinas dela como sempre fazia. Melissa sorriu e deixou que sua cabeça usasse o ombro largo dele como apoio. Corey beijou o topo de sua cabeça em seguida.

— Posso saber o que faz aqui uma hora dessas? Ainda nem amanheceu...

— Tem um horário certo para ver você agora?

— Não... — Corey negou calmamente, e a leve risada que deu fez sua voz reverberar de um jeito gostoso nos ouvidos de Melissa. Ela fechou os olhos. 1 Mas eu acho que deve ter alguma coisa errada... Você está tensa, doutora.

— Já pode parar de me chamar de doutora, Corey, não sou mais sua médica.

— Não importa.

— Por quê?

— Porque você sempre vai ser minha doutora. E embora você diga que não gosta, eu sei que te excita ser chamada assim. Por mim, é claro.

Melissa levantou o rosto, apenas para encontrar o sorriso maroto que brincava nos lábios dele. Apesar das olheiras e da pele pálida, era uma imagem a qual ela gostava de apreciar.

— É tudo sobre sexo, então?

— Não, claro que não. Vai muito, muito além de sexo... Mas ele é uma parte importante de tudo isso. Se não fosse pelas minhas habilidades sexuais você não teria se apaixonado por mim.

Melissa corou no mesmo instante. E não fosse pelo breu que os cobria, Corey com certeza teria visto, e seria um motivo constrangedor para explicações. Seus olhos brilhantes, entretanto, ele viu arregalar, e não conteve um sorriso satisfeito.

— Quem foi que disse que eu estou apaixonada por você? — Melissa tentou, mas nem chegou perto de parecer indiferente.

— Não precisa dizer. Um olhar diz mais que mil palavras. — Ele disse teatralmente, enquanto piscava.

Melissa riu.

— Você está tão clichê hoje, Corey Sanders...

— Culpa sua que me acordou a essa hora em meio a um sonho razoavelmente bom.

— Com o que estava sonhando?

Corey não respondeu. Sorriu fechado misteriosamente, então começou a levantar da cama.

— Aonde você vai?

— Tomar um banho.

— Boa sorte com a hipotermia. — Melissa riu.

— Eu tenho você pra me esquentar.

Melissa mordeu os lábios. Ao mesmo tempo em que dizia a frase com o tom malicioso - mas o rosto sereno de um anjo - Corey tirava a camisa preta de mangas compridas que usava (provavelmente deixada ali por Kate). Mesmo no escuro, os músculos e tatuagens dele saltavam aos olhos.

— Tudo bem...

— Mas se quiser pegar lenha para acender a lareira quando eu sair... — Ele disse, quando já se trancava no pequeno cômodo que era o banheiro.

— Se acender a lareira não dá pra ver a fumaça do alto? — Melissa perguntou.

— Não. As árvores são muito altas e a fumaça dispersa antes de ser vista.

— Tudo bem. — a doutora assentiu, pensando que seria mais fácil raciocinar seu plano de tirá-lo de lá se estivesse fora buscando lenha.

A ideia de que ele estava há poucos metros tomando banho poderia distraí-la de formas que não eram adequadas para o momento tenso que viviam. Ou talvez fosse, apenas para jogar a tensão para longe por alguns instantes.

Aprumando-se em seu casaco, Melissa deixou a cabana, e caminhou pelo arredores procurando lenha seca. Àquela hora da manhã, em que o sereno ainda predominava e o orvalho caía das árvores, era difícil encontrar qualquer coisa seca naquele lugar. Mas Melissa obteve sucesso no local em que a mata era tão fechada, que não dava pra ver o céu. Sob grandes rochas ela juntou alguns gravetos que lhe serviriam de alguma forma. Depois de um tempo, que julgou ser o suficiente para Corey se lavar e se vestir devidamente (de modo que não a faria ser dominada pelos hormônios que se descontrolavam com uma facilidade absurda na presença dele), Melissa voltou. Sua contagem do tempo, porém, era falha. Ou Corey demorava mais no banho do que uma pessoa normal.

Ele acabava de abrir a porta do banheiro quando Melissa entrou. O corpo definido de músculos tatuados estava completamente molhado, tomado por gotículas de água, que fizeram inveja a Melissa. De repente ela sentiu vontade de ser todas elas, de poder tocar todas as partes do corpo de Corey.

A toalha branca enrolada na cintura dele deixava em destaque suas entradas bem desenhadas. Melissa queria desenhá-las com a ponta das unhas. Daquela distância, ela podia ver os poros de Corey eriçados pelo frio, e quis sentir a textura de sua pele arrepiada contra seu tato. Queria ser a responsável por mandar o frio que fazia o corpo dele tremer para longe.

A simples imagem de Corey chacoalhando os cabelos molhados com uma das mãos, enquanto um sorriso quase tímido tomava seus lábios, deixou-a momentaneamente paralisada. Melissa não sabia para onde olhar primeiro. Seus olhos gulosos dominados pelos hormônios queriam uma panorâmica completa e detalhada de tudo que era aquele homem à sua frente. Ela não estava segura de que seu coração não iria sair pela boca, de tão disparado que estava. Seus braços tiveram que segurar com força os poucos gravetos que coletara, para que não caíssem desordenados pelo chão.

O brilho reluzente que vinha do olhar de Corey era um que Melissa ainda não havia tido a oportunidade de apreciar. Havia tanta coisa diferente ali. Tanta coisa diferente do sofrimento calado de sempre. Talvez, pela primeira vez, ela estivesse enxergando a verdadeira essência de Corey Sanders. E isso a deixou feliz. Muito feliz. O que só aumentava o êxtase em seu corpo, porque se aliava com a poderosa excitação que já estava em vias de se tornar incontrolável.

— Já pode parar de me encarar como se fosse um prato de comida, doutora. — a voz rouca e levemente trêmula pelo frio de Corey reverberou pelas paredes de madeira da cabana.

Melissa acordou do transe em que se encontrava. Ultimamente, Corey era o responsável por levá-la aos campos vastos de sua imaginação. Mas também era o responsável por trazê-la de volta à realidade cruel em que viviam.

Pelo menos, nas duas dimensões, havia Corey para fazer companhia, então não importava o quão bom ou ruim estivessem, contanto que estivessem juntos.

— Agora sabe como eu me sinto quando me olha... — foi o que Melissa conseguiu responder, quando as palavras que escolheu fizeram algum sentido em sua cabeça.

Corey sorriu lindamente. Melissa conteve um suspiro.

— Você nunca me olhou desse jeito antes...

— Porque você nunca tinha aparecido todo molhado apenas enrolado em uma toalha na minha frente...

— Não sabia que esse era um dos seus fetiches sexuais, doutora, senão teria providenciado antes...

— Eu também não sabia. –—Melissa respondeu, e jogou os gravetos que vinha segurando com tanto afinco no chão — Mas acho que sem a toalha é muito melhor.

Ela deu os passos que a separavam de Corey. Não foram muitos. Então seu corpo estava tão próximo do dele, que podia senti-lo tremendo devido à baixa temperatura. O cheiro do sabonete que usara estava ali, fazendo-a deliciar-se ainda mais com a sua presença.

— E quanto à hipotermia, doutora?

— Estou aqui para esquentar você, não é mesmo, Sanders? — seu sorriso foi sujo.

De um modo que ela jamais imaginou ser capaz de projetar. Mas ali estava. Porque Corey era capaz de despertar personalidades desconhecidas adormecidas no mais profundo interior de Melissa. E ela adorava isso.

Enquanto suas unhas deslizavam pela pele molhada e arrepiada do peito forte de Corey, ela o fisgava pelo olhar com intensidade. Não o deixaria desviar por nenhum motivo, o fim do mundo incluído entre eles.

Corey correspondia, e sua intensidade fazia a barriga de Melissa ser dominada pelo já conhecido furacão de sensações. Sem economizar na força, as unhas de Melissa desceram do peito dele, deixando dez finos rastros vermelhos por onde passavam, e então foram ao seu abdômen definido. A expressão de prazer e dor de Corey era algo impagável. Porque ele parecia selvagem, apenas esperando o momento certo para tomar Melissa e fazer com ela o que quisesse. E ela deixaria, porque não havia modo de convencer a si mesma de que não era inteira e completamente dele.

Um fator inevitável daquela relação irracional.

Ao chegar ao baixo ventre de Corey, Melissa mordeu o lábio inferior, numa lentidão que o fez acompanhar com os olhos cada centímetro de carne que deslizava por entre seus dentes. Melissa sorriu, ao mesmo tempo em que suas unhas caminhavam para cada uma das perfeitas entradas dele. E as desenharam em seguida, sem que o contato visual se partisse em qualquer momento.

Quando uma das mãos de Melissa brincou com a barra da toalha que envolvia a cintura de Corey, foi a vez de ele morder os lábios. Com força. E ele prendeu a respiração quando o dedo dela desatou o nó que o cobria. A toalha caiu ao chão. E Melissa sentiu Corey estremecer entre suas mãos, ao mesmo tempo que ela sorriu, de um modo maroto, como uma garotinha que acabou de fazer uma travessura.

Corey não se moveu. Continuava com as mãos inertes ao lado do corpo, apenas esperando o próximo passo de Melissa. Os olhos grudados nos dela, ignorando os movimentos atrevidos de suas mãos. Uma delas voltou a arranhar seu abdômen e a outra desceu por seu baixo ventre, passando as unhas ali de modo tão fraco, que ele quase não sentia, mas o fazia arrepiar ridiculamente de ansiedade.

Melissa não demorou muito para chegar ao ponto que Corey desejava, entretanto. Ao fechar a mão em torno do membro dele, sentiu a carne enrijecer de imediato. Melissa sorriu, porém não teve tempo de acariciá-lo por muito tempo. Corey não parecia muito paciente quanto a provocações a partir dali. Finalmente ele resolveu agir, puxando o casaco pesado de Melissa pelos ombros, jogando-o ao chão sem muito interesse.

Em seguida, foi a vez da toca que cobria os cabelos dela ser jogada longe, liberando por inteiro suas madeixas brilhantes. Corey sorriu carinhosamente, como se gostasse de apreciar a visão que Melissa proporcionava. Ele tocou as mechas de seus cabelos que lhe cobriam os olhos, e com delicadeza as colocou atrás de sua orelha.

A mão gelada de Corey tocou a bochecha de Melissa, que estremeceu. E continuou a estremecer, enquanto o dedo indicador dele contornava sua mandíbula, então o queixo, para terminar o percurso em seus lábios. Corey a analisava com profundo interesse, como se estivesse gravando na memória, através de seu tato, a sensação que a pele de Melissa provocava na sua.

Logo em seguida, como se tivesse se lembrado de que estava com pressa, Corey puxou o suéter de Melissa sobre a cabeça, e mais outra peça de roupa jazia no chão. Nesse momento ela percebeu o quão frio estava, e sentiu que seus músculos não lhe pertenciam quando começaram a tremer involuntariamente.

O frio, contudo, durou pouco. O arrepiar em sua pele logo se transformou em fruto de pura excitação. Corey juntou o cós da calça de Melissa com a mão, puxando-lhe com autoridade em sua direção. Melissa ofegou quando seu peito, apenas coberto pelo sutiã, chocou-se contra o dele. E prendeu a respiração, ao se dar conta da proximidade de seus corpos. Tudo esquentou repentinamente. Não havia espaço para o frio ali.

As mãos fortes de Corey apertaram a cintura de Melissa, enquanto seus lábios roçavam no dela, provocando-a. Ele afastava o rosto quando Melissa avançava e isso a deixava absurdamente mais enlouquecida. Ela percebeu quando os dedos habilidosos dele subiram por suas costas, tentando arranhá-la com suas unhas curtas, mas não se deu conta do fato de ele ter aberto o fecho de seu sutiã. Só percebeu quando a peça afrouxou em torno de seu tronco, e Corey se afastou para retirá-la completamente. Em seguida, Corey olhou em seus olhos, provocativo. Tomou toda a carne macia de seus seios em suas mãos, que tinham pleno conhecimento do que fazer para enlouquecê-la.

Melissa agradeceu quando ele resolveu parar de provocar seus lábios, ao morder o inferior e finalmente iniciar o beijo. A língua de Corey invadiu sua boca e ela concedeu a passagem de imediato. As mãos de Melissa grudaram nas costas de Corey, de modo a permitir que suas unhas deixassem rastros doloridos em sua pele. Corey gemeu baixinho no meio do beijo. Melissa se deliciou.

Não demorou para uma das mãos de Corey deixar um dos seios de Melissa, descer por sua barriga - que a todo momento se comprimia em espasmos involuntários - e chegar ao botão da calça jeans que usava. Corey abriu o botão sem problemas, mas encontrou alguma dificuldade com o zíper. Impaciente, ele separou o beijo, deixando Melissa ofegante buscando o ar necessário.

Sem cerimônias, as mãos de Corey foram aos glúteos de Melissa, então o pressionaram entre os dedos e fizeram a força necessária para levantá-la do chão. Melissa envolveu a cintura de Corey com as pernas e sorriu quando ele a levou diretamente até sua cama. Corey a deitou com delicadeza e tirou suas botas, jogando-as sobre os ombros, assim como suas meias. Em seguida, conseguiu vencer a batalha contra o zíper da calça de Melissa, que assistia às ações de Corey com os olhos cerrados e um mínimo sorriso repuxando os lábios já vermelhos e inchados. Quando conseguiu se livrar da calça, Corey subiu sobre Melissa, voltando a beijá-la.

Ele separou o beijo, então. Seus olhos azuis, que brilhavam a erótica ânsia de sempre, faiscaram contra os de Melissa, travando uma batalha. Ela estremeceu involuntariamente. Corey sorriu com isso. Melissa remexeu impaciente embaixo dele.

— Com pressa, doutora? — perguntou baixinho, ao pé de seu ouvido.

A voz rouca pareceu percorrer cada centímetro do corpo de Melissa, fazendo-o arrepiar novamente.

— Sempre tenho pressa pra ter você dentro de mim. — Foi o que ela respondeu, com a voz fraquinha.

O corpo de Corey cobriu o seu inteiramente, fazendo uma pressão que quase a impedia de respirar. Melissa, contudo, não estava preocupada com algo tão trivial quanto respirar. Tudo o que interessava era o membro de Corey preenchendo-a calmamente, como se cada centímetro que percorria, fosse um centímetro de encaixe perfeito que alcançava. O ritmo que ele impôs ao, enfim, estar dentro dela, só aumentou. Era forte, rápido, vibrante. Enlouquecia Melissa, que se sentia mais uma vez completa. Era tão intenso, que a cama protestava constantemente, rangendo, complementando a trilha sonora que era formada pela respiração forte e pequenos gemidos de Melissa e os suspiros agudos de Corey.

— Vamos quebrar a cama... — Melissa disse.

A voz estava rouca e ofegante.

— É o que eu chamaria de amor arrebatador... — Corey respondeu, sem esperar uma resposta.

Suas mãos fortes juntaram o corpo de Melissa sem dificuldade, e então ele se levantou da cama. Deu três passos para o lado e prensou o corpo dela contra a parede. Quando Melissa mordeu o lábio inferior, completamente satisfeita com a solução que Corey havia encontrado, foi obrigada a fechar os olhos mais uma vez. Corey não esperou muito para voltar a penetrá-la naquela mesma velocidade alucinante. E foi de modo alucinante que ambos atingiram o clímax conjuntamente, juntando os corpos como se não houvesse amanhã.

**

Melissa não tinha ideia de quanto tempo havia se passado. Também não tinha ideia de como havia chegado à cama de Corey, que incrivelmente ainda estava em pé. Apesar de dispor de apenas um fino cobertor sobre seu corpo, ela não estava com frio. Ao seu lado, percebeu, estava Corey. O melhor aquecedor do mundo.

Melissa estava deitada de bruços. Corey, de lado, e tinha um dos braços envolvendo sua cintura. Suas pernas estavam entrelaçadas. Melissa abriu os olhos, para perceber que seus rostos estavam na mesma altura. A outra mão de Corey estava em seus cabelos. Ele provavelmente havia adormecido enquanto a acariciava. Melissa não conseguiu deixar de sorrir quando constatou isso.

Era difícil não sorrir tendo Corey ao seu lado, daquela forma, tão vulnerável, dormindo como se não tivesse nenhuma preocupação. Talvez ele tivesse razão quando dizia que ela era seu calmante pessoal. E Melissa se sentia grata por isso. Tanto que fazia seu coração quase explodir de felicidade. Não queria perder aquele momento. Gravar todos os belos traços do rosto de Corey era o mínimo que podia exigir de seu cérebro cansado.

A curva das suas sobrancelhas, o modo como o cabelo caía displicente pela testa, o nariz fino e reto, os cílios longos, as pálpebras fechadas que escondiam a beleza daquelas íris azuis que eram as mais encantadoras do mundo... Os lábios. Os lábios vermelhos e cheios. Eram a sua parte favorita do copo dele.

— Por quanto tempo ainda vai me assistir dormir? — Os lábios que apreciava se mexeram, e Melissa se assustou quando a voz dele falou.

Então os lábios sorriram, e ela conteve um suspiro. Quando Corey abriu os olhos, Melissa percebeu que provavelmente havia corado, porque ele lhe lançou aquele olhar convencido de sempre que sabia que havia conseguido esse feito.

— Não me julgue, você é lindo. — A doutora respondeu, virando de lado para que pudesse ficar de frente para ele.

A mão esquerda de Corey voltou a afagar seus cabelos. Seus dedos cálidos penetravam por entre os fios, massageando o couro cabeludo de Melissa, de modo que ela tinha vontade de fechar os olhos e aproveitar aquilo pelo resto da eternidade.

— Não pode andar sem seus óculos por aí, doutora. — Os dedos de Corey iniciaram um carinho calmo nas costas de Melissa, desenhando círculos desconexos.

Iam de cima a baixo, deixando um traço fervente de arrepios por onde passava.

Melissa levou suas mãos ao peitoral largo e rígido dele, sem ter pressa ao sentir os músculos que subiam e desciam no ritmo calmo de sua respiração. O ar quente de menta batia no rosto dela, e era um deleite.

— Nem adianta fingir que não sabe que é bonito, porque sabe que é. Caso contrário nem teria se dado ao trabalho de jogar charme pra cima de mim.

A voz de Melissa saiu um pouco trêmula, porque as unhas curtas de Corey arranhavam sua nuca agora, e o sorriso ladino dele deixava a cabeça dela rodando em um espiral de sensações.

— Eu sou um homem modesto e humilde. — Corey piscou — E sei que quando se trata de beleza, não há nenhuma nesse mundo que se compare à sua.

— Não tente bancar o galanteador para cima de mim achando que vai conseguir alguma coisa... — A mão de Corey desceu pelas costas de Melissa mais uma vez, e então chegou à barriga.

Logo em seguida, aproximou-se perigosamente do início de seu seio esquerdo. Melissa mordeu o lábio inferior, não sabendo se em protesto por ele ter parado ou como uma expressão da excitação que começava a crescer em seu peito novamente.

Corey riu. Sua mão desceu pela lateral do corpo de Melissa, desenhando suas curvas, chegando às coxas dela entrelaçadas às suas.

— Já consegui tudo o que eu queria, doutora. Embora tenha crescido ouvindo minha mãe me dizer que se deve conquistar uma dama todos os dias. Não me culpe por tentar. — Ele apertou a pele da coxa dela entre seus dedos.

Melissa levou uma de suas mãos à nuca de Corey, e não hesitou em arranhá-la quando ele se aproximou de seu rosto e mordeu seu queixo.

— Você começou mal, mas me ganhou de novo no final...

Melissa ofegou, porque os lábios quentes e macios de Corey deslizavam sem pressa por toda a extensão de seu maxilar. Logo depois, sua língua acariciou o pescoço dela, antes de ele depositar um beijo molhado que deixou um estalar engraçado no final.

— Nós dois sabemos que você se sentiu atraída por mim desde o primeiro olhar. — Corey soprou na pele úmida de Melissa, mordendo o lóbulo dela em seguida. Seus dentes deslizaram em uma lentidão tão erótica, que o corpo dela estremeceu em resposta.

— Mentira. — Melissa murmurou.

Os lábios de Corey voltaram a beijar o pescoço de Melissa, enquanto suas unhas faziam o desenho dos músculos no braço dele, então contornavam as tatuagens. Seus olhos acompanhavam tudo, cerrados na busca pela percepção completa da sensação de estar tão próxima dele.

— Tarde demais para continuar negando tudo o que sente por mim, doutora. — os olhos de Corey voltaram para os de Melissa, e aqueles poços azuis sem fim a prenderam sem qualquer chance de fugir. O que veio a seguir faria Melissa desabar no chão, se não estivesse deitada:

Meu coração é seu, e não há mais volta.

Ela mordeu o lábio inferior para conter um sorriso de satisfação. Não poderia se deixar levar tão facilmente, entregar tão facilmente o quanto era uma idiota apaixonada.

— Seu coração é minha propriedade? — Melissa arqueou a sobrancelha, enquanto suas unhas arranhavam com leveza a pele de Corey. Ela podia sentir os poros dele se eriçando sob seu tato, sucumbindo aos arrepios.

— Sim. — ele confirmou com um sorriso, num misto de devasso e maroto. Sua mão voltou a acariciar as costas dela.

— E se eu quiser me livrar de você?

— Você não vai querer se livrar de mim, porque eu prometo me esforçar pra nunca te perder... — foi o que Corey lhe respondeu.

Sua mão puxou o quadril dela em seguida, com força e autoridade, de modo que agora eles estavam muito próximos. Os olhos eram um espelho um do outro: brilhavam em luxúria, desejo e qualquer outro sentimento que fazia o coração acelerar irrefreavelmente. As respirações passaram a falhar.

Os seios nus de Melissa eram pressionados pelo peito forte e tatuado de Corey. Suas barrigas se tocavam e suas intimidades só não faziam o mesmo, porque suas pernas ainda estavam entrelaçadas. Melissa podia sentir o volume dele entre suas coxas, enquanto tinha certeza de que ele sentia a umidade que a dominava. Não havia um sorriso malicioso costumeiro nos lábios de Corey. Apenas a intensidade arrebatadora de quando ele falava com a alma. Ou com o coração. Não havia uma declaração de amor expressa ali, e Melissa nem esperava. Apenas o modo como ele a olhava nesses momentos já dizia tudo o que ela precisava saber.

— Ultimamente eu não consigo imaginar um mundo sem você, então, quanto a isso, por enquanto, não precisa se preocupar. — Melissa sussurrou, e seus lábios roçaram nos dele entre as sílabas.

Ela deu um beijo na ponta do nariz de Corey.

Corey fechou os olhos e aproveitou o fato de que Melissa beijou também seu queixo, então depositou um demorado selinho em seus lábios.

— Eu amo sua boca e o modo como ela me beija... — Corey sussurrou baixinho.

Melissa teve que parar de beijar o pescoço dele para assimilar o que ele havia acabado de lhe dizer. Era doce e romântico. Algo que jamais esperou ouvir de Corey Sanders.

Melissa não esperou para envolver a cintura de Corey com seus braços, esconder o rosto em seu pescoço e abraçá-lo com força. Corey correspondeu o gesto e Melissa sentiu que estava no lugar certo, com a pessoa certa. Era ali, nos braços fortes de Corey, que deveria estar desde o começo.

Seu nariz inspirava com força o perfume amadeirado que impregnava a pele macia e quente dele. Junto vinha o aroma natural de Corey Sanders, que era o que, no final das contas, deixava os hormônios de Melissa borbulhando e seu coração batendo acelerado e ridiculamente apaixonado. As mãos dele acariciavam o pé de suas costas, em um gesto doce e cálido, sem segundas intenções. Eram apenas os dois ali, naquele momento íntimo e intenso, em que apenas adoravam a presença um do outro. A necessidade um do outro era sanada à medida em que se tornava cada vez mais desesperada.

O rosto de Corey estava escondido entre os fios do cabelo de Melissa e ela sentia que ele inspirava o ar com força também, buscando sua essência. O coração de Melissa martelava com força e contra sua pele que formigava coberta pela dele, sentia seu coração bater no mesmo ritmo desesperado.

— Eu amo o seu cheiro, doutora. — Corey murmurou baixinho. A voz saiu rouca e Melissa sorriu contra o pescoço dele, depositando um selinho ali. — Amo seu cabelo macio, sua pele sempre quente, sua boca doce... Não consigo parar de pensar em você. — Ele suspirou por um longo instante. — Droga! Olhe só o que você fez comigo! — Corey se afastou, fazendo Melissa encará-lo.

Aqueles dois faróis azuis brilhavam com uma intensidade arrebatadora. Ele sorria de lado e o coração de Melissa deu um salto.

— Me transformou em um romântico incurável. — Corey rolou os olhos, de modo dramático.

— Não tenho culpa se sou irresistível. — Melissa deu de ombros, sorrindo.

Seus dedos desenharam o formato do nariz dele, então os lábios e depois o queixo. Ela não era capaz de parar de sorrir.

— Não posso protestar. Você está coberta de razão.

— Você eleva em excesso meu ego, Corey. Isso é um sério problema.

— Estou aqui para satisfazer você, doutora. Faça o que quiser comigo, sou seu.

Melissa gostou do que ouviu. Gostou muito. Gostou tanto que não teve uma resposta à altura. Tudo o que conseguiu fazer foi fechar os olhos e beijar os lábios de Corey em um misto de carinho e desejo, apenas para demonstrar que ela estava ali e queria reivindicá-lo para si, assim como ele havia disposto. E apenas isso bastava.

Quando finalmente se afastaram, Corey adotou uma expressão mais séria:

— Odeio interromper o momento romântico, gosto muito dele, mas... Temos um assunto importante para tratar, porque eu gostaria que este momento romântico se repetisse pelo resto de nossas vidas, enquanto comemoro minha liberdade eternamente. Então.. Qual o plano?

Melissa suspirou antes de responder, contrariada. Não queria ter que voltar ao mundo real. Queria ficar ali com ele pelo resto da vida, sem ter que se preocupar com mais nada além do fato de amá-lo mais do que a sanidade humana permitia.

— Você vem até a entrada de Winchelsea. Nós pegamos um carro. Você se esconde no porta-malas e nós rezamos para nenhum dos guardas que estão guardando a cidade desconfie de nada.

— Eles não estão fazendo revista em tudo que entra e sai?

— Estão...

— Então por que iriam deixar de revistar o seu carro, quando você é a maior suspeita do tal investigador?

— Porque Kate vai dirigir o carro de Brian. Brian é amigo dele, ele não desconfiaria. Sem contar que ele já me disse que confia em Kate. Eu me escondo também e eles deixam ela passar.

— Não tem ninguém vigiando a saída da floresta? — Corey perguntou. A marca de expressão em seu cenho mostrava que estava preocupado.

— Bom... Tem. — Melissa sorriu incerta — E eu estou contando que você consiga dar um jeito no policial.

Corey suspirou, acenando afirmativamente com a cabeça.

— Já que não tem outro jeito... — deu de ombros.

-Não temos tempo para um plano mais elaborado. Todos os arredores estão cercados porque eles acham que você ainda não saiu daqui. E o investigador Josh Bethel eventualmente vai encontrar este lugar. Ele me disse que está planejando começar uma busca na floresta hoje...

— Tudo bem, então... Se eu consegui fugir do St. Marcus, o que são alguns policiais, não é mesmo?

— É assim que se fala. — Melissa sorriu e deu um selinho nele.

— Eu sei que esse talvez não seja o momento certo, mas... — Corey começou, depois de um tempo em que os dois apenas ficaram abraçados encarando o teto. — Eu preciso fazer uma pergunta. Caso algo não dê certo hoje à noite.

— Vai dar certo, Corey.

— Eu sei, mas se não der... Pelo menos eu vou estar com a consciência limpa e tranquila quanto a um assunto...

— Qual assunto?

— Você não vai ficar chateada comigo, vai? — Ele apoiou o cotovelo na cama e a cabeça na mão. Encarava diretamente Melissa nos olhos.

— Vou se não me disser logo o que quer saber...

Corey hesitou por um instante. Respirou fundo, e, depois de fechar os olhos com força, finalmente perguntou:

— Você... Você teve mesmo um caso com o Peters, não teve? Quer dizer, ele vivia insinuando isso por todos os lados, mas eu não tinha certeza...

Melissa parou por um longo momento. Seus olhos deixaram os dele para encarar o teto. Após chegar à conclusão de que não havia motivos para esconder nada de Corey, ela respondeu:

— Sim, eu tive, mas agora não significa mais nada.

— Mas significou...

— Talvez nos primeiros cinco minutos, mas... — Ela riu — Daí você apareceu. E não houve mais nenhum Brian Peters para mim.

— Então não há mais nenhum sentimento com relação a ele?

— Não. Em hipótese alguma. Acho que nunca houve, em comparação ao que sinto por você.

—zEu quero que seja minha não apenas por ser minha, Melissa, mas porque não quer estar com nenhum outro além de mim.

Um conjunto de fatores causados diretamente pelos efeitos daquela frase fez Melissa dizer o que disse a seguir. Talvez tenha sido sem pensar, mas ela não podia evitar. Talvez fosse o tom rouco e baixinho de que Corey se utilizou. Talvez a mão dele acariciando sua bochecha naquela delicadeza cuidadosa de sempre. Talvez fosse o olhar intenso, carinhoso, e talvez mesmo até desesperado que ele lançou. Talvez fosse a proximidade inebriante do corpo quente e forte dele, que sempre a deixava de cabeça confusa. Talvez fosse tudo isso junto, mas ela falou. Simplesmente falou.

Eu te amo.

As três palavrinhas saíram. As três palavrinhas que juntas formavam a frase mais perigosa da humanidade. A seguir, ela esperou ser rejeitada. Esperou Corey sair da cama sem olhar em seus olhos. Esperou por um silêncio constrangedor em que ele encarava o teto e apenas resmungava um desinteressado "eu também", só para não deixá-la no vácuo. Ou talvez um "obrigado", que seria infinitamente pior. Mas nenhuma das possibilidades que ela via correr em seu cérebro desesperado se concretizou.

Corey não sorriu. Ao invés disso, ele tomou o rosto de Melissa entre suas duas mãos, e buscou o fundo da alma dela com seus olhos azuis poderosos.

— Deus sabe o quanto eu sonhei em ouvir isso saindo da sua boca. E apesar de não me achar digno de ser o dono do seu coração, quero que saiba que você é dona não só do meu coração, mas da minha vida, da minha alma. Você é a minha vida.

Felicidade não expressaria o que Melissa sentiu naquele momento. O que eram palavras comparadas a sentimentos?

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